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2015-02-20 1 Introdução a Parasitologia “É o estudo dos organismos que vivem em íntimo e estreita dependência de outros seres e que, quando tenham o homem como hospedeiro, podem causar doenças”. Luis Rey Parasitologia “Associações entre indivíduos de espécies diferentes, onde existe unilateralidade de benefícios, ou seja, o hospedeiro é espoliado pelo parasita pois fornece alimento e abrigo para este”. David Pereira Neves Parasitologia IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE PARASITOLOGIA Doenças freqüentes na população mundial Segundo OMS: • 980 milhões de pessoas estão parasitadas pelo Ascaris lumbricoides • 200 milhões pelo Schistosoma mansoni • 116 milhões pelo Trypanosoma cruz Brasil (Rhodia) - Parasitoses intestinais: Crianças parasitadas 55,3% Crianças poliparasitadas 51% Pode levar à morte súbita ou incapacitar p/ o trabalho Ex: Doença de Chagas Parasitose + má nutrição 1. Deficiência no aprendizado 2. Deficiência no desenvolvimento físico 3. Incapacidade para o trabalho IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE PARASITOLOGIA Seres vivos – para serem estudados têm que ser agrupados conforme sua: • Morfologia , Fisiologia, Estrutura, Filogenia etc. Agrupamento Obedece a leis Possui um vocabulário próprio Classificação dos Seres Vivos 2015-02-20 2 Sistema binominal (Linnaeus-1758) A designação científica é regulada por regras de nomenclatura promulgadas em congressos e denominadas: Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica Nomenclatura: Latina e binominal Espécie = 2 palavras 1ª gênero (letra maiúscula) 2ª espécie (letra minúscula) grifadas ou escritas em itálico Unidade taxonômica ou categoria taxonômica (sete) Reino, filo, classe, ordem, família, gênero, espécie Subespécie palavra seguida à espécie sem pontuação Ex.: Culex pipiens fatigans Subgênero (interposto entre o gênero e a espécie, separado por parênteses) Ex.: Anopheles (Kerteszia) cruzi Tribo ini Cullicini Subfamilia inae Culicinae Familia idae Culicidae Superfamilia oidea Oxyuroidea Gênero-tipo + desinência própria Ex: pernilongo da malária REINO.......................... Animalia FILO............................. Arthropoda CLASSE....................... Insecta ORDEM........................Diptera FAMILIA.................... Culicidae GÊNERO.................... Anopheles ESPÉCIE.....................Anopheles darlingi CONCEITOS GERAIS UTILIZADOS EM PARASITOLOGIA Agente Etiológico. É o agente causador ou responsável pela origem da doença. Pode ser um vírus, bactéria, fungo, protozoário, helminto. Agente Infeccioso. Parasito, sobretudo, microparasitos (bactérias, fungos, protozoários, vírus etc.), inclusive helmintos, capazes de produzir infecção ou doença infecciosa (OMS, 1973). Antroponose. Doença exclusivamente humana. Por exemplo, a filariose bancrofiniana, a gripe, etc. Antropozoonose. Doença primária de animais, que pode ser transmitida aos humanos. Exemplo: brucelose, na qual o homem é um hospedeiro acidental. Contaminação. É a presença de um agente infeccioso na superfície do corpo, roupas, brinquedos, água, leite, alimentos etc. 2015-02-20 3 Enzoose. Doença exclusivamente de animais. Por exemplo, a peste suína, o Dioctophyma renale, parasitando rim de cão e lobo etc. Endemia. É a prevalência usual de determinada doença com relação a área. Normalmente, considera-se como endêmica a doença cuja incidência permanece constante por vários anos, dando uma idéia de equilíbrio entre a doença e a população. Epidemia ou Surto Epidêmico. É a ocorrência, numa coletividade ou região, de casos que ultrapassam nitidamente a incidência normalmente esperada de uma doença e derivada uma fonte comum de infecção ou propagação. Estádio. É a fase intermediaria ou intervalo entre duas mudas da larva de um artropode ou helminto. Estágio. É a forma de transição (imaturos) de um artrópode ou helminto para completar o ciclo biológico. Fase Aguda. É aquele período após a infecção em que os sintomas clínicos são mais marcantes (febre alta etc.). Fase Crônica. É a que se segue a fase aguda; caracteriza- se pela diminuição da sintomatologia clínica e existe um equilíbrio relativo entre o hospedeiro e o agente infeccioso. Fômite. É representado por utensílios que podem veicular o parasito entre hospedeiros. Por exemplo: roupas, seringas, espéculos etc. Fonte de Infecção. É a pessoa, coisa ou substância da qual um agente infeccioso passa diretamente a um hospedeiro. Hábitat. É o ecossistema, local ou órgão onde determinada espécie ou população vive. Ex.: o Ascaris lumbricoides tem por hábitat o intestino delgado humano. Hospedeiro. É um organismo que alberga o parasito. Exemplo: o hospedeiro do Ascaris lumbricoides é o ser humano. Hospedeiro Definitivo. É o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual. Hospedeiro Intermediário. É aquele que apresenta o parasito em fase larvária ou assexuada. Incidência. É a freqüência com que uma doença ou fato ocorre num período de tempo definido e com relação à população (casos novos, apenas). Infecção. Penetração e desenvolvimento, ou multiplicação, de um agente infeccioso dentro do organismo de humanos ou Animais Infestação. É o alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo ou vestes. Letalidade. Expressa o número de óbitos com relação a determinada doença ou fato e com relação a população. Morbidade. Expressa o número de pessoas doentes com relação a população. Mortalidade. Determina o número geral de óbitos em determinado período de tempo e com relação a população. Parasitismo. É a associação entre seres vivos, em que existe unilateralidade de benefícios, sendo um dos associados prejudicados pela associação. ENDOPARASITISMO X ECTOPARASITISMO Patogenia ou Patogênese. É o mecanismo com que um agente infeccioso provoca lesões no hospedeiro. Ex.: o S. mansoni provoca lesões no organismo através de ovos, formando granulomas. Patogenicidade. É a habilidade de um agente infeccioso provocar lesões. Ex.: Leishmania braziliensi tem uma patogenicidade alta; Taenia saginata tem patogenicidade baixa. Período de Incubação. É o período decorrente entre o tempo de infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos. Ex.: Esquistossomose o tempo de penetração de cercária até o aparecimento da dermatite leva 24 horas. Prevalência. Termo geral utilizado para caracterizar o número total de casos de uma doença ou qualquer outra ocorrência numa população e tempo definidos (casos antigos somados aos casos novos). Profilaxia. É o conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle de doenças ou fatos prejudiciais aos seres vivos. Reservatório. São o homem, os animais, as plantas, o solo e qualquer matéria orgânica inanimada onde vive e se multiplica um agente infeccioso Vetor. É um artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o parasito entre dois hospedeiros Virulência. É a severidade e rapidez com que um agente infeccioso provoca lesões no hospedeiro. Zooantroponose. Doença primária dos humanos, que pode ser transmitida aos animais. Ex.: a Equistossomose no Brasil. O humano é o principal hospedeiro. Zoonose. Doenças e infecções que são naturalmente transmitidas entre animais vertebrados e os humanos. Ciclo Biológico Relações Parasita – Hospedeiro Ações dos Parasitas nos Hospedeiros Modo de Transmissão Os Parasitas, o Ambiente e o Homem 2015-02-20 4 Revisão Parasitismo. É a associação entre seres vivos, em que existe unilateralidade de benefícios, sendo um dos associados prejudicados pela associação. Hospedeiro: Organismo que constituio habitat normal de um parasito. Pode ser Definitivo ou Intermediário. O parasito necessita instalar-se nele para poder sobreviver (crescer e multiplicar). Natural Acidental Revisão Vetor: Transmissores mecânicos, geralmente um artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o parasito entre dois hospedeiros. Biológico: É quando além de ser transmitido, o parasito também se reproduz ou se desenvolve no vetor. Ex: Plasmodium e Ancilóstoma. Mecânico: É quando só ocorre a transmissão do parasito (não se reproduz nem se desenvolve no vetor) Ex:Trypanossoma cruzi Inanimado ou fômite: Quando o parasito é transportado por objetos, tais como lenços, seringas, espéculos, talheres, etc. Ex: Esporos de fungos AnophelesCulex Carrapato Berne piolhopulga fitófagos Ectoparasitas/ Vetores INFECÇÃO Penetração e desenvolvimento do agente infeccioso no corpo (Endoparasitos) INFESTAÇÃOAlojamento e desenvolvimento de artrópodes na superfície do corpo (Ectoparasitos) TIPOS DE ASSOCIAÇÃO ENTRE OS ANIMAIS PODEM SER: Harmônicas ou Positivas, quando há beneficio mútuo ou ausência de prejuízo mútuo; Desarmônica ou Negativa, quando há prejuízo para algum dos participantes. CLASSIFICAÇÃO: COMPETIÇÃO: É uma associação desarmônica na qual exemplares da mesma espécie (competição intra-especifica) ou de espécies diferentes (competição interespecífica) lutam pelo mesmo abrigo ou alimento, e, em geral, as menos preparadas perdem. CANIBALISMO: É o ato de um animal se alimentar de outro da mesma espécie ou da mesma família. Esse relacionamento é do tipo desarmônico e que quase sempre devido à superpopulação e deficiência alimentar no criadouro, as formas mais ativas ou mais fortes devoram as menores ou mais fracas. 2015-02-20 5 PREDATISMO: É quando uma espécie animal se alimenta de outra espécie. Isto é, a sobrevivência de uma espécie depende da morte de outra espécie (cadeia alimentar). PARASITISMO: É a associação entre seres vivos, na qual existe unilateralidade de benefícios, ou seja, o hospedeiro é espoliado pelo parasito, pois fornece alimento e abrigo para este. MUTUALISMO: É quando duas,espécies se associam para viver, e ambas são beneficiadas. E uma associação obrigatória, sendo, por muitos autores, considerada como uma simbiose. COMENSALISMO: É a associação harmônica entre duas espécies, na qual uma obtém vantagens (o hóspede) sem prejuízos para o outro (o hospedeiro). Exemplo: Entamoeba coli vivendo no intestino grosso humano. Essas vantagens podem ser: proteção (habitação), transporte (meio de locomoção) e nutrição (o hóspede se aproveitados restos alimentares). Parasitismo Forma de relação desarmônica que caracteriza a espécie que se instala no corpo de outra, dela retirando matéria para a sua nutrição e causando-lhe, em consequência, danos cuja gravidade pode ser muito variável, desde pequenos distúrbios até a própria morte do indivíduo parasitado. Hospedeiro: organismo que abriga o parasita. PARASITOS PODEM SER CLASSIFICADOS: Ectoparasitas: vivem externamente no corpo do hospedeiro. Ex: pulgas, piolhos, carrapatos Endoparasitas: vivem internamente no corpo do hospedeiro. Ex: bactérias, vírus, helmintos, protozoários Hemoparasita: vivem na corrente sanguínea. Ex: gênero Plasmodium (malária) Enteroparasita: vivem no intestino Ex: Ascaris lumbricoides Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Habitat Ectoparasitas – principalmente artrópodes parasitas habituais ou ocasionais Sarcoptes scabei (sarna) Pediculus humanus (piolho) Phthirus pubis (chato) Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Habitat Parasitas cavitários – parasitas de órgãos e vísceras ocas Entamoeba histolytica Giardia duodenale Protozoários (intestino) 2015-02-20 6 Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Habitat Parasitas cavitários – parasitas de órgãos e vísceras ocas Protozoários (vagina e uretra) Trichomonas vaginalis Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Habitat Parasitas cavitários – parasitas de órgãos e vísceras ocas Platelmintos (intestino) Taenia saginata Taenia soliumHymenolepis nana Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Habitat Parasitas cavitários – parasitas de órgãos e vísceras ocas Nematelmintos (intestino) Ancylostoma duodenalis (amarelão) Ascaris lumbricoides (lombriga) Enterobius vermicularis (oxiúro) Parasitas de órgãos e tecidos – vivem na intimidade de tecidos de vários órgãos (fora de suas células), ocupando espaço no tecido e comprimindo suas estruturas • Platelmintos – larvas de T.solium (cisticerco) – cérebro e retina larvas de Echinococcus granulosus - fígado • Nematelmintos – larvas de Trichnella spirallis - músculos larvas de Onchocerca volvulus – tecido subcutâneo • Artrópodes – miíases (berne- larva da mosca varejeira), Tunga penetrans (bicho do pé – pulga fertilizada se aloja na pele – postura 150-200 ovos) Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Habitat Parasitas dos sistemas circulatório e linfático – muitos parasitas de órgãos e tecidos atinge sua sede definitiva através de migração via sistema circulatório, mas poucos parasitas têm seu habitat definitivo Platelmintos – Schistosoma mansoni – veias do sistema porta Nemaltemintos – Wuchereria bancrofti – filárias – vasos linfáticos e sangue Protozoários – tripanossomas africanos - sangue Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Habitat Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Habitat Parasitas intracelulares – somente protozoários Trypanosoma cruzi (células musculares lisas, nervosas ou reticulares e plasma) Leishmania spp (macrófagos fígado e pele ) 2015-02-20 7 Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Habitat Parasitas intracelulares – somente protozoários Toxoplasma gondi (vários tecidos) Plasmodium spp (glóbulos vermelhos) Cada espécie de parasito tem seu próprio hospedeiro Parasito Heteroxênico. É o que possui hospedeiro definitivo e intermediário. Exemplos: Trypanosoma cruzi, S. mansoni. Parasito Monoxênico. É o que possui apenas o hospedeiro definitivo. Exemplos: Enterobius vermicularis, A. lumbricoides. Parasito Acidental. É o que parasita outro hospedeiro que não o seu normal. Dipylidium caninum comumente encontrado em cães parasitando uma criança. Parasito Errático - Se o parasita se encontra fora de seu habitat normal. Adulto de Enterobius vermicularis em cavidade vaginal. Parasito Facultativo. É o que pode viver parasitando, ou não, um hospedeiro (nesse último caso, isto é, quando não está parasitando, é chamado vida livre). Exemplo: larvas de moscas Sarcophagidae, que podem desenvolver-se em feridas necrosadas ou em matéria orgânica (esterco) em decomposição. Parasito Obrigatório. É aquele incapaz de viver fora do hospedeiro. Exemplo: etc. Toxoplasma gondii, Plasmodium sp., S. mansoni Ecologia parasitária Hábitat: local ou órgão onde determinada espécie ou população vive Ascaris lumbricoides, Ancylostoma duodenale intestino delgado humano Nicho ecológico: atividade da espécie ou população dentro do hábitat Intestino delgado: • Ascaris lumbricoides – absorve fósforo, cálcio, carboidratos, açúcares, proteínas etc. • Ancylostoma duodenale – consome sangue e ferro do hospedeiro Ciclos Biológicos Definição: Entende-se por ciclo de vida ou ciclo biológico como sendo um conjunto de transformações pelo qual podem passar os indivíduos de uma espécie para assegurar a sua continuidade. O ciclo é divido em algumas etapas ou fases do desenvolvimento que podem receber nomesespecíficos de acordo com o organismo o qual se esteja estudando. 2015-02-20 8 Ciclos Vitais O desenvolvimento de um parasito se dá pela instalação no hospedeiro A passagem de um hospedeiro para outro, durante o desenvolvimento do parasito obedece um programa regular de acontecimentos = Ciclo Biológico Fornece uma visão de pontos de prevenção, tratamento e controle das parasitoses. Ciclos Biológicos A) Simples ou Monoxênico Homem (sarampo) -> Homem Ciclos Biológicos B) Complexo ou Heteroxênico Homem (malaria) -> hospedeiro intermediário -> Homem Ciclos Biológicos B) Complexo ou Heteroxênico Homem (esquistossomose) -> hospedeiro intermediário -> forma de vida livre -> Homem Ciclos Biológicos Quando existem dois hospedeiros, é denominado ciclo dixeno (P.e. Gên. Taenia e Trypanosoma cruzi); entretanto, quando são necessários mais de dois hospedeiros, de ciclo polixeno (P.e. Gên. Diphyllobothrium). AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO 2015-02-20 9 Doença parasitária: É um acidente que ocorre em conseqüência de um desequilíbrio entre hospedeiro e o parasito O grau de intensidade da doença parasitária depende de vários fatores: Nº de formas infectantes presentes Virulência da cepa Idade e o estado nutricional do hospedeiro Os órgãos atingidos Grau da resposta imune ou inflamatória desencadeada Intercorrência de outras doenças Ação dos Parasitas nos Hospedeiros AÇÁO ESPOLIATIVA: Quando o parasito absorve nutrientes ou mesmo sangue do hospedeiro. É o caso dos Ancylostomatidae, que ingerem sangue da mucosa intestinal (utilizam esse sangue para obtenção de Fe e O, e não para se nutrirem dele diretamente) e deixam pontoshemorrágicos na mucosa, quando abandonamo local da sucção. AÇÁO TÓXICA: Algumas espécies produzem enzimas ou metabólitos que podem lesar o hospedeiro. Exemplos: as reações alérgicas provocadas pelos metabólitos do A. lumbricoides, as reações teciduais (intestino, fígado, pulmões) produzidas pelas secreções no miracídio dentro do ovo do S. mansoni etc. AÇÁO MECÂNICA: Algumas espécies podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar. Assim, o enovelamento de A. lumbricoides dentro de uma alça intestinal, obstruindo-a; a G. lamblia,"atapetando" o duodeno etc. AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO Ação espoliativa: Quando o parasito absorve nutrientes ou mesmo sangue do hospedeiro. Ex: Ancylostoma AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO Ação tóxica: Algumas espécies produzem enzimas ou metabólitos que podem lesar o hospedeiro. Ex: A. lumbricoides AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO Ação mecânica: Algumas espécies podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar. Ex: A. lumbricoides AÇÃO TRAUMÁTICA: É provocada, principalmente, por formas larvárias de helmintos, embora vermes adultos e protozoários também sejam capazes de fazê-lo. Assim, a migração cutânea e pulmonar pelas larvas de Ancylostomas as lesões hepáticas pela migração da E. hepatica jovem; as úlceras intestinais provocadas pelos Ancylostoma sp. e Trichuris trichiuria; o rompimento das hemácias pelos Plasmodium etc. AÇÃO IRRITATIVA: Deve-se a presença constante do parasito que, sem produzir lesões traumáticas, irrita o local parasitado. Como exemplo, temos a ação das ventosas dos Cestoda ou dos lábios dos A. lumbricoides na mucosa intestinal. AÇÃO ENZIMÁTICA: É o que ocorre na penetração da pele por cercárias de S. mansoni; a ação da E. histolytica ou dos Ancylostomas para lesar o epitélio intestinal e, assim, obter alimentos assimiláveis etc. ANÓXIA: Qualquer parasito que consuma o oxigênio da hemoglobina, ou produz anemia, é capaz de provocar uma anóxia generalizada. É o que acontece com os protozoários do gênero Plasmodium ou em infecções maciças pelos Ancylostomas 2015-02-20 10 AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO Ação Traumática: Lesão de célula ou tecido (mecânica ou química). Ex: E.histolytica AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO Ação Irritativa:A presença constante do parasito que, sem produzir lesões traumáticas, irrita o local parasitado. Ex: Cestodas AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO Ação enzimática: Ação de enzimas Ex: S. mansoni Ex 2: Ancylostoma CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITOS SEGUNDO OS MODOS DE TRANSMISSÃO Mecanismos de Transmissão Para que seja definido tal mecanismo, deve ocorrer análise quanto à porta entrada no organismo do hospedeiro (via de infecção) e neste momento se ocorreu ou não gasto de energia pelo parasita (forma de infecção). Forma de Infecção (Forma de transmissão) * Passiva - Quando não existe gasto de energia para a invasão. * Ativa - Caso ocorra dispêndio energético para tal fim. Via de Infecção (Via de transmissão ou porta de entrada) *Oral (per os) *Cutânea (per cuten) *Mucosa (per mucus) *Genital (per genus) Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Diretos Indivíduo para indivíduo Contato (sarnas) Congênita (toxoplasmose) Sexual (tricomonose) Indiretos Artrópodes vetores Vetor mecânico (moscas, mutucas) Vetor biológico (carrapato, mosquitos) Água, solo e alimentos contaminados Fômites (escovas, gaiolas) 2015-02-20 11 Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Parasitoses veiculadas por água, alimentos, fômites e outros veículos (poeira, mãos sujas) Protozoários Entamoeba histolytica Giardia duodenales Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Parasitoses veiculadas por água, alimentos, fômites e outros veículos (poeira, mãos sujas) Platelmintos Taenia saginata Taenia soliumHymenolepis nana Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Parasitoses veiculadas por água, alimentos, fômites e outros veículos (poeira, mãos sujas) Ascaris lumbricoides (lombriga) Enterobius vermicularis (oxiúro) Nematelmitos Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Parasitoses veiculadas por solos contaminados com larvas Necator americanus Nematelmintos Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Parasitoses transmitidas com participação de vetores e hospedeiros intermediários Protozoários Leishmania spp Trypanosoma cruzi Plasmodium spp Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Parasitoses transmitidas com participação de vetores e hospedeiros intermediários Platelmintos Schistosoma mansoni 2015-02-20 12 Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Parasitoses transmitidas com participação de vetores e hospedeiros intermediários Nematelmintos Wuchereria brancrofti Mansonella ozzardi Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Parasitoses transmitidas com participação de vetores e hospedeiros intermediários Nematelmintos Onchocerca volvulus Loa loa Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Parasitoses veiculadas por animais domésticos Protozoários Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Parasitoses veiculadas por animais domésticos Platelmintos Echinococcus granulosus Hymenolepis diminuta Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Parasitoses veiculadas por animais domésticos Nematelmintos Parasitoses cuja transmissão decorre de contato entre pessoase seus objetos de uso pessoal Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Trichomonas vaginalis Protozoários 2015-02-20 13 Parasitoses cuja transmissão decorre de promiscuidade, contato entre pessoas e seus objetos de uso pessoal Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Sarcoptes scabei (sarna) Pediculus humanus (piolho) Phthirus pubis (chato) Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Parasitoses ocasionais do homem, com mecanismos especiais de transmissão. Artrópodes Larvas de moscas Tunga penetrans (bicho-de-pé) Carrapatos Tríade Epidemiológica de Doenças Vetor FORMAS DE DISSEMINAÇÃO Veículo Comum O agente etiológico pode ser transferido por fonte única, como a água, os alimentos, o ar. Pode ser resultante de exposição simples ao agente ou exposições continuadas por um determinado período de tempo. As infecções alimentares e a cólera (transmissão pela água) são exemplos de doenças transmitidas por veículo comum. Propagação de Pessoa a Pessoa O agente é disseminado através de contato entre indivíduos infectados e suscetíveis, por via respiratória (sarampo), oral, genital (HIV) ou por vetores (leishmaniose, malária, doença de Chagas). Porta de Entrada no Hospedeiro Humano Trato respiratório (tuberculose), gastrintestinal (cólera), geniturinário (HIV), cutâneo (leishmaniose, doença de Chagas). Reservatórios dos Agentes Quando o homem é o único reservatório dos agentes a doença é classificada como uma antroponose (sarampo, elefantíase); quando o homem e outros vertebrados são reservatórios, a doença é classificada como uma zoonose (leishmaniose, doença de Chagas). Formas de disseminação Reservatórios dos Agentes: Antroponose e zoonose. GRUPOS DE INTERESSE EM PARASITOLOGIA Os animais que parasitam os humanos estão incluídos em cinco grandes filos: Protozoários (animais unicelulares), Helmintos (vermes achatados, vermes redondos), Artrópodes (insetos e ácaros em geral). 2015-02-20 14 Infecções Parasitárias no Homem Locais de Infecção por Parasitas Epidemiologia É o estudo da distribuição e dos fatores determinantes da frequência de uma doença (ou outro evento). Isto é, a epidemiologia trata de dois aspectos fundamentais: a distribuição (idade, sexo, raça, geografia etc.) e os fatores determinantes da frequência (tipo de patógeno, meios de transmissão etc.) de uma doença. Determinantes → fatores de risco Objetivo principal da epidemiologia: Promoção da saúde através da prevenção de doenças MEDIDAS PREVENTIVAS 1- PREVENÇÃO PRIMÁRIA Medidas que procuram impedir que o indivíduo adoeça, controlando os fatores de risco; agem, portanto, na fase pré-patogênica ou na fase em que o indivíduo encontra-se sadio ou suscetível. Podem ser primordiais (moradia adequada, saneamento ambiental, incluindo tratamento de água, esgoto e coleta de lixo, educação, alimentação adequada, áreas de lazer) e específicas (imunização, equipamento de segurança, uso de camisinha, proteção contra acidentes). As ações de controle de vetores, por interromperem os ciclos biológicos dos agentes infecciosos na natureza, são medidas de prevenção primária específica (exemplo: uso de inseticida para controle de triatomíneos que são os vetores do Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas). 2. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA Medidas aplicáveis aos indivíduos que se encontram sob a ação do agente patogênico (fase sub clínica ou clínica). Estas medidas procuram impedir que a doença se desenvolva para estágios mais graves, que deixe seqüelas ou provoque morte. Entre estas medidas, estão o diagnóstico da infecção ou da doença e o tratamento precoce. 3. PREVENÇÃOTERCIÁRIA Consiste na prevenção da incapacidade através de medidas destinadas a reabilitação, aplicadas na fase em que esteja ocorrendo ou que já tenha ocorrido a doença. Entende-se como o processo de reeducação e readaptação de pessoas acometidas por acidentes ou que estejam com seqüelas em decorrência de alguma doença. Inclui a reabilitação (impedir a incapacidade total), a fisioterapia, a terapia ocupacional, as cirurgias de reparo e a colocação de próteses. O implante de marca-passo em pacientes com doença de Chagas é um exemplo de prevenção terciária. Muitas vezes a prevenção secundária e a terciária são aplicadas em conjunto. Conceito de saúde definido pela OMS 1948 “ O estado de completo bem-estar físico, mental e social”
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