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2015-02-22 1 TOXOPLASMOSE Toxoplasmose – Histórico Isolado em 1908 de um roedor do deserto: Ctenodactylus gondii; 1923 – descrição do primeiro caso humano; 1937 – documentada a transmissão congênita humana; 1940 – demonstrada a transmissão adquirida; 1965 – observou-se a transmissão pelo contato de fezes de gatos infectados; 1976 – foi descrito o ciclo sexuado do parasita. Toxoplasmose - Taxonomia REINO: Protista FILO: Protozoa CLASSE: Apicomplexa ORDEM: Eucoccidiida FAMÍLIA: Sarcocystiidae GÊNERO: Toxoplasma ESPÉCIE: Toxoplasma gondii Toxoplasmose – Conceito É uma doença infecciosa não contagiosa, Uma zoonose cosmopolita, Universal, ubíqua, Causada pela ação do trofozoíta do protozoário esporulado Toxoplasma gondii, Caracterizada por manifestações agudas: Principalmente: síndrome febril aguda, linfadenite, retinite E crônicas: Principalmente: oftálmica. Toxoplasmose – Etiologia Toxoplasma gondii: Protozoário intracelular obrigatório Da família Soncocystidae, da classe Sporozoa O gato e outros felídeos são hospedeiros definitivos (completos) e o homem e outros animais são hospedeiros intermediários (incompletos) Existe em três formas: Trofozoíta (taquizoíta): Causa a doença aguda, Rapidamente proliferativa nos tecidos e líquidos; Cisto Oocisto Toxoplasmose – Etiologia Toxoplasma gondii: Existe em três formas: Trofozoita: Cisto: contendo bradizoítas viáveis: Latente, persiste indefinidamente (infecção crônica), Particularmente no tecido nervoso (cérebro e retina) e muscular (músculo esquelético e cardíaco), Resistem à digestão péptica e tríptica, Sobrevivem por uma semana no frio, São mortos pelo congelamento e pelo aquecimento acima de 60ºc. Oocisto 2015-02-22 2 Toxoplasmose – Etiologia Toxoplasma gondii: Existe em três formas: Trofozoita Cisto Oocisto: Nas fezes do gato, um ciclo sexuado, Liberação de oocistos em 3 - 14 dias, Tornam-se infecciosos em 12 horas a vários dias, Permanecem infectantes no solo úmido por várias semanas a meses: 12 meses na costa rica e Até 18 meses em kansas, EUA. Toxoplasmose - Morfologia • O parasito apresenta uma morfologia múltipla, dependendo do habitat e do estágio evolutivo; • As formas infectantes que o parasito apresenta durante o ciclo biológico: taquizoítos (trofozoíta), bradizoítos e esporozoítos. Toxoplasmose - Morfologia Taquizoíto: Alongado, encurvado (banana). 4 a 8um de largura. Núcleo no meio do corpo. 2 membranas: - uma externa e simples - uma interna e dupla Aparelho apical. Toxoplasmose - Morfologia Taquizoítos: Encontrada durante a fase aguda da infecção, sendo a forma proliferativa; Forma intra-celular (SMF, cél. Hepáticas, pulmonares, nervosas, musculares, etc…), sendo responsáveis pelas lesões ocorrentes no hospedeiro; Desenvolvem cistos onde se multiplicam lentamente (bradizoítas): - Importantes achados diagnósticos; - Origem de organismos quando se rompem em pacientes imunocomprometidos. Toxoplasmose Toxoplasmose - Morfologia Bradizoítos: Sinonímia: cisto, cistozoíto Resiste a ação do suco gástrico; Encontrada durante a fase crônica da infecção; Multiplicação lenta, podendo ficar viáveis nos tecidos por vários anos; Encontrada em vários tecidos ( musculares esqueléticos e cardíacos, nervoso, retina); 2015-02-22 3 Toxoplasmose Toxoplasmose - Morfologia Oocistos É a forma de resistência, que possui uma parede dupla bastante resistente às condições do meio ambiente; Eliminados imaturos; Produzidos nas células intestinais de felídeos e eliminados imaturos nas fezes; Esféricos e após a esporulação no meio ambiente, contém dois esporocistos, com quatro esporozoítos cada. Toxoplasmose Oocisto: contendo 2 esporocistos, cada um com 4 esporozoítos. Toxoplasmose – Ciclo Biológico Ciclo heteroxênico O ciclo biológico do T. gondii desenvolve-se em 2 fases distintas: Assexuada: nos linfonodos e nos tecidos de vários hospedeiros; Sexuada ou Coccidiana: nas células do epitélio intestinal de gatos jovens. Toxoplasmose – Ciclo Biológico Fase Assexuada 1. Hospedeiro susceptível, ingerindo oocistos maduros contendo esporozoítos (alimentos ou água contaminada); 2. Cistos contendo bradizoítos encontrados na carne crua; 3. Taquizoítos eliminados no leite. 2015-02-22 4 Toxoplasmose – Ciclo Biológico Fase Assexuada No intestino delgado, os cistos e oocistos rompem-se; Formas liberadas invadem a parede intestinal; São fagocitados por macrófagos; Diferenciam-se em trofozoítas de rápida multiplicação (taquizoítas); Matam as células e infectam outras células com inflamação; Sem formar verdadeiros granulomas. Ciclo Biológico – Fase Assexuada Toxoplasmose – Ciclo Biológico Fase sexuada ou coccidiana 1. Ocorre somente nas células epiteliais, principalmente no intestino delgado de gatos e outros felídeos; 2. Os felídeos são hospedeiros definitivos pois também desenvolve o ciclo assexuado; Toxoplasmose – Ciclo Biológico Fase Sexuada ou Coccidiana Ingestão de carne crua, por exemplo camundongos; Bradizoitas são liberados dos cistos no intestino delgado e infectam a célula mucosa; Diferenciam-se em gametócitos machos e fêmeas; Gametócitos fundem-se formando oocistos; Oocistos são excretados nas fezes; Ingestão acidental de solo contaminado com fezes de gato. Ciclo Biológico – Fase sexuada Toxoplasmose – Ciclo Biológico 2015-02-22 5 Toxoplasmose – Ciclo Biológico Felídeos (hospedeiro definitivo) Oocisto não esporulado (eliminado pelas fezes) Oocisto esporulado (no ambiente, contaminando água e alimentos) Hospedeiros intermediários Feto infectado Água e alimentos contaminados Taquizoítos transmitidos pela placenta Cistos nos tecidos dos hosp. intermediários Toxoplasmose – Ciclo Biológico Toxoplasmose – Epidemiologia Qualquer idade, sexo e raça. Ubíquo: em seres humanos, animais e pássaros, Esporádica, mas pode ocorrer epidemias: Devidas à ingestão de carne crua ou água contaminada. de 70% a 95% da população adulta mundial é soropositiva: EUA: 3 - 55%; França: 80%; Brasil: 54% no Centro-Oeste a 75% no Norte. Conversão sorológica estimada: 10% entre zero e cinco anos; 1% entre seis e 20 anos; 0,3% acima de 20 anos de idade. Toxoplasmose – Epidemiologia Fatores de risco e contaminação: Hospedeiro portador de imunossupressão celular; Transmissão transplacentária de trofozoitas: Principalmente terceiro trimestre: Primoinfecção materna durante a gestação; Um terço terá crianças infectadas ao nascimento, Mas somente 10% destas, serão sintomáticas. Raramente transmitida por transfusão de sangue; Ingestão de alimentos contaminados: Água ou carne (crua ou mal cozida) contaminada por cistos ou oocistos, especialmente porco e carneiro, Ingestão de oocistos do solo, areia, latas de lixo, mãos sujas. Toxoplasmose – Epidemiologia Gato: O gato desempenha um papel central na epidemiologia da toxoplasmose, e a doença geralmente não existe em áreas onde não ha felinos. A extensão da infecção de T. gondii em gatos depende da disponibilidade de pássaros e pequenos mamíferos infectados, que por sua vez tornam-se infectados ingerindo oocistos. 60% dos gatos são sorologicamente positivos para antígeno de Toxoplasma. 2015-02-22 6 Epidemiologiada Toxoplasmose Congênita Toxoplasmose - Transmissão Via oral: ingestão de carne crua ou mal cozida contendo cistos. (carne de porco e carneiro) Ingestão de água ou alimentos contendo oocistos. Ingestão de leite não pasteurizado. Hemotransfusão. Transplante de órgão sólidos Toxoplasmose - Transmissão Transmissão Congênita ou transplacentária: risco de transmissão uterina cresce de 14% no primeiro trimestre, até 59% no último trimestre da gestação (taquizoítos e cistos). Toxoplasmose – Patogenia Pode estar ligada a alguns fatores importantes: Depende da cepa do parasito; Resistência da pessoa; Modo pelo qual ela se infecta. ASSINTOMÁTICOS: maioria dos infectados Cerca de 70% da população é soropositiva Toxoplasmose – Patogenia Imunidade mediada por células: Limita a difusão dos taquizoitas, Taquizoítas: Entram nas células hospedeiras de todos tecidos: Especialmente cérebro, pulmões, fígado e olhos; Desenvolvem cistos onde se multiplicam lentamente (bradizoitas): Importantes achados diagnósticos, Origem de organismos quando se rompem em pacientes imunocomprometidos. Histologia dos linfonodos mostra a tríade: Hiperplasia folicular reativa, Agrupamentos irregulares de histiócitos nas margens dos centros germinativos, Distensão focal dos sinusóides com células monocitóides. Multiplicação intracelular do parasito Estímulo a um processo inflamatório e destruição tecidual Formação dos cistos teciduais Resposta imune DOENÇA CLÍNICA Resposta imune 2015-02-22 7 Toxoplasmose – Sinais e Sintomas Assintomática: 80-90% dos casos. Imunodeprimidos: aidéticos, uso de corticóides, quimioterápicos e transplantados. Principais Sinais: Linfadenite Doença febril Corioretinite Dor de garganta Pontos difusos Cerca de 70% da população é soropositiva Toxoplasmose – Formas Clínicas Toxoplasmose congênita ou pré natal Toxoplasmose adquirida ou pós natal Toxoplasmose ocular Toxoplasmose em imunocompetentes Toxoplasmose em imunocomprometidos Toxoplasmose congênita Infecção aguda em gestante não-imune, geralmente assintomática, Transmitida para o feto: risco aumenta com o tempo de gravidez. Primeiro trimestre – 25% Segundo trimestre – 40% Terceiro trimestre – 65% TRIMESTRE GESTACIONAL 1° 2° 3° Aborto Aborto ou nascimento prematuro. A criança pode nascer normal ou com anomalias graves A criança pode nascer normal e apresentar sinais da doença futuramente Toxoplasmose congênita Probabilidade de lesões graves diminui: no 1º trimestre há 13% de probabilidade de lesões graves e 87% de lesões clinicamente leves ou ausentes; no 2º trimestre 10% de lesões graves e 90% de lesões clinicamente leves ou ausentes; no 3º trimestre as lesões são leves ou ausentes. Os efeitos no feto são mais severos quando a infecção ocorre no primeiro trimestre da gestação, ocorrendo: Nenhum sinal ou sintoma de infecção: 67%; Pleocitose liquórica e hiperproteinorraquia: 20%; Coriorretinite limitada ou com destruição acentuada: 15%; Calcificações intracranianas: 10%; Toxoplasmose congênita Tétrade de Sabin Retinocoroidite – 90% dos infectados Calcificações cerebrais – 69% Pertubações neurológicas – 60% Microcefalia e hidrocefalia – 50% Toxoplasmose congênita Hidrocefalia Calcificação cerebral Retardo mental Miocardite aguda Pneumonia Hepatite Retinocoroidite (10%) Estrabismo Microftalmia 2015-02-22 8 Toxoplasmose congênita Toxoplasmose congênita Toxoplasmose congênita Toxoplasmose congênita: Entre todas as infecções congênitas: Menos de 15% mostra dano ao nascer : Cerebral (microcefalia) ou Ocular (nistagmo, estrabismo, microftalmia, retinocoroidite ou iridociclite); Mais de 85% dos recém-nascidos aparentemente normais: Podem desenvolver seqüelas cerebrais ou oculares tardias; Somente pequena % resulta em: Aborto, natimorto ou Doença ativa em prematuros ou recém-nascidos à termo, nascidos vivos. Toxoplasmose congênita Sobreviventes afetados podem apresentar: Sequelas neurológicas: Retardo mental severo, Convulsões, Defeitos visuais, Espasticidade, Hidrocefalia por obstrução do aqueduto, Outras: necrose periventricular, necrose por infarto; Outras: Anemia, trombocitopenia, Hepatite com icterícia, hepatomegalia, Pneumonia, miocardite ao nascer e Baixo ganho de peso; Toxoplasmose congênita Lesões mais frequentes quando a infecção da mãe ocorreu no segundo trimestre da gestação: Prematuridade, Encefalite: convulsões, pleocitose do líquor e calcificações cerebrais. Lesões mais frequentes quando a infecção da mãe ocorreu no último trimestre da gestação: Pneumonia, Miocardite Hepatite com icterícia Anemia com plaquetopenia Coriorretinite, Ausência de ganho de peso. Toxoplasmose congênita 2015-02-22 9 Toxoplasmose Congênita Toxoplasmose: lesões congênitas Toxoplasmose Adquirida Ingestão de carnes cruas ou mal cozidas Confundida com a Febre Maculosa Sintomas: início agudo, febre elevada e duradoura, dores corporais, comprometimento sensorial e erupção cutânea. “Síndrome Toxoplasmática” Toxoplasmose Adquirida “Síndrome Toxoplasmática” Forma prevalente linfadenítica Mais comum Febre alta (39/40ºC) Calafrios Cefaléia Mal estar Rinite Faringite Diarréia Vômitos Dores Musculares Comprometimento dos gânglios (generalizada) Toxoplasmose Adquirida Forma prevalente nervosa Comprometimento do SNC Cefaléia, vômitos, confusão mental, convulsões, tremores, paralisia dos nervos cranianos, estrabismo, nistagmo e disartria. Forma prevalente exantemática Mais grave Comprometimento do sensório, fenômenos hemorrágicos e comprometimento generalizado do organismo Toxoplasmose Adquirida Forma prevalente ocular Forma prevalente miocárdica Forma prevalente pulmonar Início semelhante a uma gripe Forma leve ou subclínica Gripe, resfriado comum ou mononucleose Leve linfadenite cervical Toxoplasmose em Imunocompetentes Assintomática e auto-limitada, durando de semanas a meses Período de incubação: de 10 - 23 dias: ingestão de carne; de 5 a 20 dias: contato com animais. 10 a 20% apresentam a fase aguda Pneumonia Hepatite Miosite Meningoencefalite Erupção Cutânea Coriorretinite Forma linfoglandular (comum em mulheres) 2015-02-22 10 Toxoplasmose em Imunocomprometidos Infecção primária ou reativação: Doença grave disseminada ou em órgãos específicos Cérebro, pulmões e olhos: mais comuns Coração, pele, trato gastrointestinal e fígado: menos comuns Pode ser associada a: HIV/AIDS Câncer Imunossupressão terapêutica Pode ter quadro clínico como do paciente imunocompetente Toxoplasmose em Imunocomprometidos 30 - 50% dos pacientes com AIDS soropositivos para infecções antigas irão desenvolver lesões cerebrais focais ou difusas (menos freqüente) com: Febre, Cefaléia, Alteração do estado mental, Convulsões, Déficits neurológicos focais (não focais é raro), Hemiparesia, Alterações visuais Encefalite, Meningoencefalite, Lesões tumorais; Toxoplasmose em Imunocomprometidos Toxoplasmose Ocular Coriorretinite: (difusa ou retinite focal necrotizante) 30% a 60% dos pacientes com esta entidade Usualmente resulta de infecção congênita Assintomática até a segunda e terceiradécada de vida Processo inflamatório persiste por semanas a meses Doença adquirida usualmente unilateral Dois tipos de lesões: Retinite aguda com intensa inflamação Retinite crônica com cegueira progressiva Toxoplasmose Ocular Toxoplasmose oftálmica: Lesões: Placas algodonosas elevadas branco-amareladas Margens imprecisas ou manchas negras Cicatrização deixa área atrófica branca (ou negra). Sintomas incluem: Visão borrada, escotomas, dor e fotofobia Raramente: evolução para glaucoma e cegueira Panuveíte pode acompanhar a coriorretinite Toxoplasmose Ocular 2015-02-22 11 Toxoplasmose Ocular Toxoplasmose: infecção macular ativa lesão congênita Toxoplasmose Ocular Toxoplasmose: Neuroretinite cicatriz retiniana Toxoplasmose Ocular Toxoplasmose: Cicatriz peripapilar cicatriz retiniana Toxoplasmose - Imunidade As respostas imune de um hospedeiro a toxoplasmose são complexas e envolvem mecanismos humoral e celular. Imunidade Humoral: A produção de imunoglobulinas da classe IGM aparece inicialmente seguida de IgG após a infecção do hospedeiro. As imunoglobulinas da classe IgG podem ser detectadas pelas reações sorológicas dentro de oito a 12 dias após a infecção pelo T. gondii. A produção de IgM é de curta duração. Toxoplasmose - Imunidade Imunidade Celular: Quando se inicia a infecção pelo T.gondii, os macrófagos englobam os taquizoitos nos fagossomos, onde os parasitos devem se multiplicar. A multiplicação é inibida através da fusão entre fagossomos e lisossomos e estes devem ser estimulados. Toxoplasmose - Imunidade 2015-02-22 12 Toxoplasmose - Diagnóstico Clínico: Complicado devido a inespecificidade da sintomatologia. Laboratorial Direta Pesquisa do parasita Utiliza-se exudato, líquor, leite, sangue, biópsia de gânglios (taquizoíto) Coloração: GIEMSA e HE Inoculação em animais (camundongos) PCR Indireta Testes Imunológicos e Sorológicos (detecção de anticorpos contra Toxoplasma) Toxoplasmose - Diagnóstico Diagnóstico Laboratorial A infecção pelo T. gondii pode ser diagnosticada indiretamente, através de métodos sorológicos, e diretamente, por reação em cadeia da polimerase (PCR). Principais métodos sorológicos Reação De Neutralização De Sabin Reação De Sabin-feldman Reação De Hemaglutinação Reação De Imunofluorescência Reação Imunoenzimática (ELISA) Imunoblot Toxoplasmose - Diagnóstico Outros procedimentos diagnósticos: Biópsia de linfonodo Biópsia cerebral na doença do SNC e demonstração do organismo pela técnica da peroxidase-antiperoxidase. Imagens: TC de crânio US fetal : 20 - 24 semanas. Toxoplasmas no Cérebro 2015-02-22 13 Diagnóstico da Toxoplasmose Congênita Acompanhamento da Gestante: Exame Pré-natal Sorologia IgG e IgM Teste de avidez Recém nascido: Detecção de IgM ou IgA Detecção de IgG Título de IgG da criança > que da Mãe Investigação fetal Diagnóstico da Toxoplasmose Congênita Diagnóstico fetal Líquido amniótico – 20 a 22 semanas de gestação – detecção do parasita (isolamento ou PCR) Presença de IgM, IgA e/ou IgE – cordão umbilical ou sangue de recém-nascidos – diagnóstico para infecção congênita IgG alta/baixa avidez Acs de baixa avidez podem ser detectados por 3 a 4 meses, definindo os casos de infecção recente IgG de alta avidez pode indicar infecção por T.gondii pelo menos 3 a 5 meses antes da gestação Diagnóstico da Toxoplasmose Congênita Se perfil de toxoplasmose recente Pesquisa de Acs IgA e IgE – presentes no soro por períodos mais curtos do que IgM IgA – detectável em cerca de 80% dos casos, permanecem por 3 a 6 meses IgE – cerca de 4 meses Perfil de transição Observado no primeiro trimestre – sugestivo de soroconversão anterior à concepção Avaliar infecção fetal e perfil de fase aguda Toxoplasmose latente ou pregressa Exclui possibilidade de soroconversão na gestação em curso Interpretação dos testes 1 - IgM negativo (-) e IgG negativo (-): Ausência de contato com o T.gondii ou infecção muito recente. GESTANTE SUSCETÍVEL ! 2 - IgM negativo (-) e IgG positivo (+): Infecção pregressa com o T.gondii Interpretação dos testes 3 - IgM positivo (+) e IgG negativo (-): Cuidado! – pode ser uma infecção aguda Colher nova amostra depois de duas semanas: se tratava-se realmente uma infecção na fase inicial, esta segunda amostra deverá continuar com IgM positivo e agora com o IgG também positivo; 4 - IgM positivo (+) e IgG positivo (+): Este resultado é sugestivo de infecção recente. A confirmação deve ser feita com o teste da avidez. Teste de Avidez de Acs IgG Afinidade ou avidez com que os Acs IgG ligam-se a seus respectivos antígenos Pode ser avaliada pela maior ou menor facilidade de quebra dessa ligação ELISA – Uréia: ELISA-IgG modificado Dissociação dos complexos Ags-Acs formados e liberação dos anticorpos IgG de baixa avidez por meio de solução uréia 6M Após incubação do soro a placa é lavada com uma solução de uréia e, em seguida, prossegue-se a reação Baixa avidez é indicada por acentuada diminuição do título com relação ao título original sem tratamento com uréia Resultado em % = (título após uréia/título original)x100 2015-02-22 14 Interpretação dos testes O teste de avidez de anticorpos que permite estimar o período aproximado em que ocorreu a infecção toxoplasmática. Valores de referência: • baixa avidez: inferior a 30% (< 3 meses) • indeterminado: de 30% a 60% (indefinido) • alta avidez: superior a 60% (> 3 meses) Toxoplasmose – Diagnóstico Diferencial Toxoplasmose congênita: outros elementos da síndrome TORCH: rubéola, citomegalovirose, herpes simples, sífilis listeriose, outras encefalopatias infecciosas, eritroblastose fetal, sepse; Toxoplasmose oftálmica: tuberculose, sífilis, lepra, histoplasmose ocular; Toxoplasmose – Diagnóstico Diferencial Toxoplasmose aguda (paciente normal e imunocomprometido): Linfoma, Mononucleose infecciosa, Citomegalovirose, Doença da arranhadura do gato, Sarcoidose, Tuberculose, Tularemia, Carcinoma metastático, Leucemia; Toxoplasmose – Diagnóstico Diferencial - Toxoplasmose encefalítica: Tuberculose, Doenças fúngicas, Vasculite, Leucoencefalopatia multifocal progressiva, Abscesso cerebral, Tumores, Encefalite herpética. Toxoplasmose – Tratamento Ambulatorial: Doença adquirida em hospedeiro imunocompetente Toxoplasmose ocular. Hospitalar: Toxoplasmose do SNC, Doença aguda em hospedeiro imunocomprometido. Medidas gerais: Hospedeiros assintomáticos: sem tratamento, exceto nas crianças menores de 5 anos. Pacientes sintomáticos devem ser tratados até a imunidade ser assegurada. Toxoplasmose – Tratamento Atividade: O nível da atividade depende da severidade da doença e sistema orgânico envolvido. Educação do paciente: A mãe infectada deve ser completamente informada das potenciais conseqüências para o feto Explicar os métodos preventivos como por exemplo, proteger a área de brinquedo das crianças das fezes dos gatos. Ainda não existe um medicamento eficaz contra toxoplasmose. As drogas utilizadas atuam contra taquizoítos, mas não contra os cistos. 2015-02-22 15 Toxoplasmose – Tratamento Medicações: Hospedeiro imunocompetente: Pirimetamina: 75 a 100 mg nos primeiros três dias, após 25 - 50 mg/dia por 3 - 4 semanas. Ácido folínico:10 a 25 mg / dia. Associada a: Sulfadiazina: 100 mg/Kg/dia, até 8 g/dia (em geral até 2 g/dia) ou Clindamicina Azitromicina Toxoplasmose – Tratamento Medicações: Toxoplasmose oftálmica: Mesmo esquema por 1 a 2 meses. Prednisona: 40 mg/dia na primeira semana, 20 mg/dia nas 7 semanas seguintes. Toxoplasmose aguda em gestante: O mesmo regime após a 16º semana de gestação. Espiramicina: 50 mg/Kg/dia até 3 g/dia, de 8/8 h, por 3 semanas, no 1º trimestre, Clindamicina: 600 mg de 6/6 h para evitar a infecção placentária. Toxoplasmose – Tratamento Medicações: Toxoplasmose congênita Sulfadiazina: 75 mg/kg/dia associada a Pirimetamina: 1 mg/kg cada 2 dias mais (após e 16ª semana) Ácido folínico: 5 mg cada 2 dias. Espiramicina: 100 mg/kg/dia Outras drogas: Clindamicina: 600 mg 6/6 h Atovaquone: 750 mg 6/6 h ou 8/8 h Efeitos colaterais: Prevenção da formação de cristais e conseqüente nefropatia: manter o débito urinário elevado e alcalinização da urina. Toxoplasmose – Tratamento Medicações: Contra-indicações: 1º trimestre: Pirimetamina: teratogenia, 3º trimestre: Sulfadiazina: kernicterus. Pirimetamina não deve ser usada: Quando surgir anemia como complicação, Aparecimento de sintomas tipo: Fadiga, Mal-estar geral; Hipersensibilidade conhecida à pirimetamina ou sulfadiazina. Toxoplasmose – Prognóstico e Profilaxia Prognóstico: Varia de bom a grave. Profilaxia: Evitar a ingestão de carne crua ou mal cozida; Congelar a -20° por 2 dias ou Aquecer a 60° por 4 minutos Evitar o contato ou a contaminação do ambiente com fezes de gatos Fazer o acompanhamento sorológico das gestantes. A culpa é toda nossa? Profilaxia Cuidados com a gestante soronegativa 2015-02-22 16
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