AD2 Literatura Brasileira 2

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Dentre as seis questões a seguir, escolha três para dissertar:
1. Em que medida o eu lírico em Navio Negreiro, de Castro Alves, encarna a missão do “vate”, tal como a conceitua Antonio Candido, na seguinte passagem:
A contribuição típica do Romantismo para a caracterização literária do escritor é o conceito de missão. Os poetas se sentiram sempre, mais numas fases que noutras, portadores de verdades ou sentimentos superiores aos dos outros homens; daí o furor poético, a inspiração divina, o transe, alegados como fonte de poesia. [...] O poeta romântico não apenas retoma em grande estilo as explicações transcendentes do mecanismo da criação, como lhes acrescenta a ideia de que a sua atividade corresponde a uma missão de beleza, ou de justiça, graças à qual participa duma certa categoria de divindade. Missão puramente espiritual, para uns, missão social, para outros – para todos, a nítida representação de um destino superior, regido por uma vocação superior. É o bardo, o profeta, o guia. (CANDIDO, Antonio. O Romantismo como posição do espírito e da sensibilidade. In:Formação da literatura brasileira: momentos decisivos, 1750-1880. 11. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2007. p. 344)
2. Com base na leitura da aula sobre José de Alencar, faça uma distinção entre os “três Alencares” desenvolvida pelo crítico Antonio Candido.
3) Quais foram as principais influências geradas pela Semana de Arte Moderna na literatura brasileira da época?
4) Leia atentamente o poema “Descobrimento”, integrante de Dois poemas acreanos, de Mário de Andrade: Abancado à escrivaninha em São Paulo Na minha casa da rua Lopes Chaves De supetão senti um friúme por dentro. Fiquei trêmulo, muito comovido Com o livro palerma olhando pra mim. Não vê que me lembrei que lá no norte, meu Deus! muito longe de mim, Na escuridão ativa da noite que caiu, Um homem pálido, magro, de cabelo escorrendo nos olhos, Depois de fazer uma pele com a borracha do dia, Faz pouco se deitou, está dormindo. Esse homem é brasileiro que nem eu... (ANDRADE, M., 2013, p. 287) A partir da referida passagem, como podemos destacar em Mário de Andrade elementos de representação da cultura popular?
5) Por que, para Guimarães Rosa, os loucos, os velhos e os cegos configuram um novo paradigma do olhar?
6) Por que a linguagem da personagem Nininha, do conto A menina de lá, de Guimarães Rosa, é livre de estereótipos?
Respostas
02- José de Alencar procura falar sobre passado e presente, em falar da cidade e falar do campo, do sertão e do litoral. Dentro dessas obras literárias, numa espécie de fuga, José de Alencar sempre volta às temáticas do índio e do sertanejo, partindo do nativismo e do seu universo indianista, numa tentativa de preservar esse espaço e não torná-lo uma sombra da metrópole. Em sua obra, percebe-se uma “divisão de Alencares” que se move entre o indianista, histórico, o social, cada qual com sua relevância ao contexto inserido de seus personagens e com enorme representatividade para a literatura brasileira.
03- Era uma época de muitas transgressões e no meio de tantas artes surge o modernismo, se opondo as métricas rígidas ao literário acadêmico, que sempre escreviam de forma muito formal, culta, e com muito pouca liberdade na escrita. Assim, a partir do modernismo, os versos começaram a se tornar mais livres e os sentimentos começaram a ser expressados de forma mais coloquial. 
06- O Personagem Nininha era bem diferente dos estereótipos que se vê por aí, principalmente quando relacionados com personagens ligados a cultura nordestina. Nininha não era de incomodar ninguém e sempre se fazia notada pela imobilidade, silêncio e por sua calma, tinha personalidade forte, principalmente quando sabia o que queria, além de suas questões ligadas aos possíveis milagres sobrenaturais.