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01 Evolucao historica do direito de familia.

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DIREITO DE FAMÍLIA
Professora Elcicleide Moura.
1- Evolução histórica do direito de família.
	No Brasil o direito família refletiu as condições e modelos sociais, morais e religiosos dominantes na sociedade. Sob o ponto de vista do ordenamento jurídico, demarcam-se três grandes períodos:
1.1 Direito Canônico: Matrimônio.
	Canônico é uma palavra que vem de canôn, que deriva de outra grega Kanon - regra; norma, critério de medida. Canônico dizia respeito às leis eclesiásticas. Eclesiástico refere-se a igreja - exprime o conceito de assembleia na linguagem cristã.
	Os cânones eram regras jurídicas sagradas que tinham que ser cumpridas, mas que regras eram leis, o direito canônico é o direito da Igreja Católica, são as leis própria da igreja como Instituição.
	O Direito Matrimonial Canônico era composto por um conjunto de normas jurídicas que buscavam a justiça divina. O Código Matrimonial Canônico fora aos poucos mudando. 
	Para a igreja o matrimônio é um contrato indissolúvel, para a vida toda. "o que Deus uniu o homem não separa", é perpétuo, exclusivo, indissolúvel. O direito canônico era contra a separação judicial, o matrimônio como sacramento, que pelo pacto conjugal, o homem e a mulher, já não são dois, mas uma só carne. (Mt 19,6).
	Na idade média, existiam várias leis, mas faltava uma que organizasse, nascendo o direito Canônico.
	No direito canônico não era admitido o divórcio, mas reconhecia a nulidade do casamento, que era quando o casal não podia procriar, sendo esse um dos objetivos do casamento, a prole, a procriação.
	
1.2 - Evolução do Direito Família na Constituição Federal 1988. (famílias simultâneas)
	- Passamos a ter um divisor de águas no direito, daí surge o Estado democrático de direito, modificando o direito em todas as áreas, inclusive o Direito Civil.
	Até 1988 a CF só conhecia como entidade familiar o casamento, relações oriundas do casamento.
	O tempo foi se modificando paulatinamente e o legislador foi vencendo barreiras e desistência. Com a Revolução Industrial a mulher vai ganhando seu papel na sociedade. A CF 88, não mais distingue a origem da filiação, equiparando os direitos dos filhos. A CF 88 consagra a proteção à família no art. 226 a 230. As constituições passadas só reconheciam a família pelo casamento. A CF 88 destaca a dignidade da pessoa humana, a união estável, iguala a condição de filhos havidos fora do casamento e a família monoparental, artigo 226 §3º CF.
	Família na pós modernidade, antes era uma família patriarcal. 
	É um momento de rupturas de modelos, e que ainda estamos em mudança, que os juristas precisam ficar atentos.
1.3 Evolução e Realidade atual no Código Civil 2002.
O Código de 1916 ignorou a família ilegítima advinda sem casamento. O CC 2002, visa regular a entidade familiar sem matrimônio, tanto no direito de família, como no direito das sucessões.
A CF 88 e Código 2002, trata-se de companheirismo e companheiros os casais em união estável, sem impedimentos para o matrimônio.
1.4 Conceito-
 O direito família, ramo de direito civil com características peculiares, é integrado pelo conjunto de normas que regulam as relações jurídicas familiares, orientado por elevados interesses morais e bem estar social.
 “ Direito de Família é o complexo de normas, que regulam a celebração de casamento, sua validade e os efeitos, que dele resultam, as relações pessoais e econômicas da sociedade conjugal, a dissolução desta, as relações entre pais e filhos, o vínculo do parentesco e os institutos complementares e da curatela”. Bevilaqua.
1.5 – Princípios
Os Princípios são normas jurídicas que se distinguem das regras não só porque tem alto grau de generalidade, mas também por serem mandatos de otimização.
Regras são normas que incidem sob a forma “tudo ou nada”, o que não sucede com os princípios. As regras podem ser cumpridas ou não, contêm determinações de âmbito fático e jurídico com baixa densidade de generalização.
Quando são admitidas exceções, não se está frente a um princípio, mas a uma regra concorrente ou subordinada a outra que lhe é incompatível ou contrária. 
Monogamia
Uma ressalva merece ser feita quanto à monogamia. Não se trata de um princípio do direito estatal de família, mas sim de uma regra restrita à proibição de múltiplas relações matrimonializadas, constituídas sob a chancela do Estado. Ainda que a lei recrimine de diversas formas quem descumpre o dever de fidelidade, não há como considerar a monogamia como princípio constitucional, até porque a Constituição não contempla. Ao contrário tanto tolera a traição que não permite que os filhos se sujeitem a qualquer discriminação, mesmo quando se trata de prole nascida de relações adulterinas ou incestuosas.
Princípio da dignidade da Pessoa Humana – A noção jurídica de dignidade humana traduz um valor fundamental de respeito à existência humana, segundo as suas possibilidades e expectativas, patrimoniais e afetivas, indispensáveis à sua realização pessoal e à busca da felicidade.
O princípio assegura o direito de viver dignamente, além de um princípio é o fundamento da CF 88, art. 1° III.
Princípio da Igualdade – Este é o princípio é o mais universal de todos o princípios. É um macroprincípio do qual se irradiam todos os demais: liberdade, autonomia privada, cidadania, igualdade e solidariedade, uma coleção de princípios éticos.
 A CF 88, procedendo à assunção de tais mudanças sociais, consagrou o princípio da igualdade entre homem e mulher no exercício dos direitos e deveres decorrentes da sociedade conjugal.
Desse modo a guarda compartilhada dá aos pais a solidariedade no exercício do poder familiar.
O Estado não tem apenas o dever de abster-se de praticar atos que atentem contra a dignidade da pessoa humana, mas também deve promover essa dignidade através de condutas ativas, garantindo o mínimo existencial para cada ser humano em seu território. 
Princípio da Vedação ao Retrocesso – tem como conteúdo a proibição do legislador em reduzir, suprimir, diminuir, ainda que parcialmente, o direito social já materializado em âmbito legislativo e na consciência geral. São também os direitos sociais na CF que não podem retroceder, apenas sua alteração deve ocorrer para amoldar a sociedade, as mutações da vida.
Princípio da Afetividade – A afetividade- tem muitas faces e aspectos e nossa multifária complexidade, temos apenas a certeza inafastável de que se trata de uma força elementar, propulsora de todas as nossas relações de vida.
Quando se fala de guarda, o juiz deve-se levar em consideração a afetividade da criança
Ex: Música – Monte Castelo – Renato Russo (ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos sem amor, eu nada seria....é só amor...
O afeto não é fruto da biologia. Os laços de afeto e de solidariedade derivam da convivência familiar, não do sangue. Assim, a posse de estado de filho nada mais é do que o reconhecimento jurídico do afeto, com o claro objetivo de garantir a felicidade, como um direito a ser alcançado.
Princípio da Solidariedade Familiar – culmina por determinar o amparo, a assistência material e moral recíproca, entre todos os familiares, em respeito ao princípio maior da dignidade da pessoa humana. As crianças e os adultos sejam vistos como sujeitos de direito e ter seu próprio ambiente.
Princípio da Proteção ao Idoso – Estatuto do Idoso. Art. 11 – Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil. Art. 12 – A obrigação é solidária, podendo os idoso optar entre os prestadores.
Ex: Se a vovó necessitar de alimentos, poderá demandar diretamente o seu filho, seu neto ou seu bisneto, pois todos estão legal e solidariamente vinculados ao cumprimento da obrigação, não existe ordem de preferência.
Princípio da Função Social da Família – Em virtude dessa função social da família a Constituição considera família a base da sociedade.
Princípio de Plena Proteção das Crianças e Adolescentes– Art. 227 CF – os filhos menores, crianças e adolescentes, gozam, no seio da família, por determinação constitucional. 
Os pais devem propiciar o acesso aos adequados meios de promoção moral, material e espiritual das crianças e adolescentes viventes em seu meio – Educação, saúde, lazer, alimentação, vestuário. Ler artigo 1638 CC e artigo 22 ECA. Antes existia o código do menor.
Art. 22. ECA- Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único.  A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Princípio da Intervenção Mínima do Estado no Direito de Família – 
“Artigo 1513 – É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado interferir na comunhão de vida instituída pela família.”
 O Estado não cabe intervir no âmbito do Direito familiar ao ponto de aniquilar a sua base socioafetiva. O papel traduz um modelo de apoio e assistência, e não de interferência agressiva, tal como se dá na previsão de planejamento familiar, que é de livre decisão do casal. Art. 1565, §2 CC.
1.6 Espécie de Família.
1.6.1 Família Matrimonial
	Essa modalidade de família era a única existente até 1988, sendo conceituada como aquela proveniente do casamento, o qual os indivíduos ingressavam por vontade própria, sendo nulo o matrimônio realizado por coação. Nesse sentido, o CC em seu art. 1.514, ilustra que "o casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados". 
Art. 1.566 - São deveres de ambos os cônjuges
fidelidade recíproca;
 vida em comum, no domicílio conjugal; 
 mútua assistência;
 sustento, guarda e educação dos filhos,
 respeito e consideração mútuos. 
Casamento é ato solene, celebrado entre pessoas do sexo diferente, que se unem, sob a promessa de fidelidade e amor recíproco. Mas com a resolução 175 do CNJ, pessoas do mesmo sexo podem se casar, sendo proibido a autoridade competente proibir a habilitação. 
1.6.2 Família Monoparental –
 É aquela constituída por um dos pais e seus descendentes, ou seja, ou só o pai ou só a mãe convivendo com seu(s), filho(s).
 Art. 226 CF "a família, base da sociedade tem especial proteção do estado (...) §4º Entende-se, também como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes." 
Pode surgir por diversas forma, seja pelo divórcio do casal, ficando um dos pais com os filhos, seja pela viúves, até mesmo pela adoção de pessoas solteiras. 
1.6.3 União Estável - Esta espécie de família diz respeito à união entre pessoas, convivendo no mesmo lar, sem nenhuma formalidade, ou seja, sem nenhum registro, embora possa ser registrada. Foi apenas a partir da CF 88, no art. 226 §3º, que essa modalidade passou a ser reconhecida como entidade familiar. O CC art. 1.723 (ler). Não é passageiro, mas sim estável.
OBS: Veremos união estável no capítulo 4.
Artigos em Estudo- 
CC 1.513, 1.638, 1514, 1565, 1566
CF art. 1º III, 226 a 230
ECA art. 22
Estatuto do Idoso art. 11 e 12

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