Buscar

Contabilidade no Terceiro Setor

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

ETEC Dr. Carolino da Motta e Silva 
Extensão E.E. Cardeal Leme
Curso de Técnico em Contabilidade 
Habilitação: Planejamento e Desenvolvimento do TCC
Contabilidade no 3° Setor: Fundação e seu modelo de organização
Ana Paula Dias
Fábio Luiz Rocha Fernandes Barbosa
Felipe Monfardini Lopes
Raquel Ferraz
Espírito Santo do Pinhal, 2012
ETEC Dr. Carolino da Motta e Silva 
Extensão E.E. Cardeal Leme
Curso de Técnico em Contabilidade 
Contabilidade no 3° Setor: Fundação e seu modelo de organização
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Técnico em Contabilidade da Etec “Dr. Carolino da Motta e Silva” como parte dos requisitos para a obtenção do título em Técnico em Contabilidade.
Professor Orientador: Celso Maran
Janaina Calió
Espírito Santo do Pinhal, 2012
ETEC Dr. Carolino da Motta e Silva 
Extensão E.E. Cardeal Leme
Curso de Técnico em Contabilidade 
Contabilidade no 3° Setor: Fundação e seu modelo de organização
Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau Técnico em Contabilidade do Curso Técnico de Contabilidade
Habilitação: Planejamento e Desenvolvimento de TCC
Data de Aprovação: _____/_____/_________
Banca Examinadora:
Celso Maran
Bacharelado em Ciências Contábeis
Etec “Dr. Carolino da Motta e Silva”
Janaína Calió
Bacharelada em Ciências Contábeis
Etec “Dr. Carolino da Motta e Silva”
 Dedicatória
Dedicamos a todos nossos familiares, que sempre nos apoiaram e com certeza fizeram de cada um de nós um ser humano melhor.
Não poderíamos também deixar de dedicar as grandes pessoas que estão à frente de empresas do Terceiro Setor e seus colaboradores.
 Agradecimentos
Concluir um curso e fazer um TCC é sempre uma tarefa difícil na vida de todos nós alunos, que sempre encontramos obstáculos pela frente.
Primeiramente agradecemos a Deus, que com certeza é o maior 
responsável por estarmos aqui hoje.
			Agradecemos também aos nossos professores, que enfatizaram nosso aprendizado ao longo desse um ano e meio de curso; e ainda não poderíamos deixar de lado nossos queridos colegas de classes, que assim como nós lutaram para chegar até aqui e fizeram parte de nossas vidas de uma forma especial.
“O Terceiro Setor, que é a sociedade civil organizada,
 mostra o grau de Capital Social que um país possui
e o quanto os valores e princípios norteadores de
uma comunidade conduzem a resultados de
 qualidade de vida para todos.” 
(Maria Elena Pereira Johannpeterm-
 Presidente da ONG Parceiros Voluntários/RS)
RESUMO
O presente trabalho mostra de forma geral o chamado Terceiro Setor como participante atuante no processo de desenvolvimento do país nos últimos tempos, além de seu surgimento, organização e papel de destaque na sociedade.
Leva em consideração a Contabilidade aplicada nesse setor, destacando a importância do profissional contábil para esta área, que deve ser mostrada de forma clara, evidenciando a importância dos balanços sociais, apontamentos fiscais, declarações, etc. 
Além disso, evidencia o modelo de organização de uma Fundação, que é um dos personagens desse chamado Terceiro Setor.
Palavras-Chave: Terceiro Setor, Contabilidade, Fundação
ABSTRACT
The present work shows in general the so-called third sector as an active participant in the development process of the country in recent times, apart from its appearance, organization and role in society.
It takes into account the accounting applied in this sector, highlighting the importance of professional accounting in this area, which must be displayed clearly, indicating the importance of social reports, fiscal notes, statements, etc…
In addition, the model shows an organization of the Foundation, which is one of the characters of the Third Sector
Keywords: Third Sector, Accounting, Foundation
 SUMÁRIO
	1 – Introdução....................................................................................................09
	1.1 – Justificativa...............................................................................................10 
 	1.2 – Objetivo Geral..........................................................................................11
	2 – Fundamentação Teórica.............................................................................12
	2.1 – Histórico do Terceiro Setor no Âmbito Mundial..................................12
	
	2.2 – Surgimento do Terceiro Setor no Brasil................................................13
	2.3 – Definição de Terceiro Setor....................................................................14
	2.4 – Organização e Desenvolvimento do Terceiro Setor.............................15
2.5 – Principais características das entidades sem fins lucrativos...............16
2.6 – Classificação das entidades sem fins lucrativos....................................16
2.7 – Fonte de recurso das entidades sem fins lucrativos.............................17
3 – Fundações...................................................................................................19
3.1 – Evolução Histórica das Fundações.......................................................19
3.2 – Evolução Histórica no Brasil.................................................................21
3.3 – Definição e Conceito sobre Fundação..................................................22
4 – Contabilidade............................................................................................23
4.1 – História da Contabilidade.....................................................................23
4.1 – Definição e Conceitos sobre Contabilidade.........................................24
4.3 – Importância da Contabilidade no Terceiro Setor..............................25
4.4 – Informações Contábeis.........................................................................26
4.5 – Demonstrações Contábeis....................................................................28
4.6 – Balanço Patrimonial.............................................................................29
5 – Estudo de Caso.........................................................................................27
	Conclusão........................................................................................................30
	Referência Bibliográfica....................................................................................31
1 - INTRODUÇÃO
Sabemos que o primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais. O segundo setor é o privado, responsável pelas questões individuais, tendo objetivo primordial o lucro. E o terceiro setor, nosso objeto de trabalho, é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público (sociais, filantrópicos, culturais, recreativos, religiosos, artísticos).
Os movimentos sociais emergiram nos anos 70 e resultou no surgimento das organizações não governamentais, que, embora com características diferentes somaram-se às entidades mais tradicionais para fazer do Terceiro Setor uma realidade complexa e uniforme, que é exatamente o que vamos mostrar com esse trabalho.
Esse chamado Terceiro Setor visa atender a demanda das necessidades das pessoas, que, também em virtude de um patrimônio, se associam continuamente para lutar e conseguir algo para si ou para uma coletividade, sob o amparo de uma pessoa jurídica.
Muitos são os personagens do Terceiro Setor no Brasil, cuja atuação vem ganhando força. Na mesma proporção, cresce ademanda por  profissionais e mão de obra especializada, como um exemplo os contadores, que tem ação direta na transparência da organização, assim, a contabilidade ganha espaço importante na resolução dos problemas que também existem neste setor.
Um desses é a chamada Fundação, que desde os primórdios da história da humanidade, embora em outro nome, já guardava as características de hoje, ou seja, a presença de patrimônio vinculado a uma finalidade social. As primeiras Fundações noticiadas pela história surgiram, de fato, na Idade Antiga, em Roma, as quais, já com finalidade humanitária, possuíam os mais diversos objetivos. Aqui no Brasil, o primeiro esboço de Fundação é encontrado no ano de 1738, no qual nasceu a “Fundação Romão de Matos Duarte”, que auxiliava no tratamento de órfãos cariocas. 	
Hoje, uma Fundação pode ser definida como uma universalidade de bens, dotada de personalidade jurídica, que por vontade de seu instituidor, pessoa física ou jurídica, lhe é atribuída uma finalidade social. 
Ela é constituída em proveito dos seus destinatários, em um estabelecimento permanente, ou em uma receita ou renda vitalícia, ou em uma perpetuidade de qualquer outro modo garantida.
Todavia, não é qualquer universalidade de bens que se constitui numa fundação, sendo necessário para tanto, a personificação, ou seja, a aquisição de personalidade jurídica própria.
– JUSTIFICATIVA
	Justifica-se pelo fato de que o Terceiro setor tem extrema importância no país, em fase de sua grande expansão nos últimos tempos.
	É de grande valia estuda-lo mais a fundo, visando suas potencialidades e transparecendo a necessidade de sua qualidade ética para o sucesso de suas organizações. 
1.2 - OBJETIVO GERAL
O objetivo do trabalho é sugerir uma solução para um problema encontrado em dos personagens do Terceiro Setor, seja em uma Fundação, Ong, Associação, etc.
Para isso faremos um estudo de caso no personagem escolhido, podendo este ser identificado ou não. 
Com isso, apresentaremos uma solução social, que trará melhorias no que diz respeito ao que o Terceiro Setor pode oferecer a sociedade em geral, e economicamente no que o personagem escolhido poderá economizar financeiramente em sua gestão para que o resultado final de seu trabalho seja igual ou ainda melhor.
2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 – Histórico do Terceiro Setor no Âmbito Mundial
	A partir de Levitt, apud Madruga, Venturini, o surgimento das organizações do Terceiro Setor ocorreu na Inglaterra, em 1601, no qual a Rainha Elizabeth I constituiu uma legislação para organizar o combate à pobreza, que era feito com recursos obtidos dos impostos pagos pelos Estados. Todavia esse documento, o “Estatuto dos Usos Caritativos”, foi implantado na Velha Inglaterra e teve grande influência na Nova Inglaterra, parte do que iria formar mais tarde os Estados Unidos da América. A carência de recursos e instituições formais sentida pelos novos imigrantes, além de pouca confiança em governos, ajudou a criar nos EUA um setor filantrópico.
O crescimento das entidades privadas sem fins lucrativos sintetiza um marco primordial em todo o mundo, no qual Salamon citado por Madruga, Venturini destaca como Revolução Associativa. Essa Revolução é caracterizada pelas próprias pessoas que se conscientizam para a formação de associações, fundações e outros tipos de instituições a fim de desenvolver trabalhos sociais em prol da população ou do meio ambiente.
A expressão conhecida como Terceiro Setor originou-se do inglês “third sector” e começou a ser utilizado nos Estados Unidos a partir da década de 70. Esse termo do Terceiro Setor visava à identificação das entidades sem fins lucrativos e apresentava como principal intuito o atendimento a interesses públicos. 
Enquanto isso na Europa Ocidental, nos anos 60 e 70, estimularam-se os programas de cooperação internacionais desenvolvidos pela ONU. Nesse momento, surgiram as Ong’s que objetivavam projetos de desenvolvimento. 
Já na França, entre 1791 e 1901, as organizações passavam por momentos de hostilidade advindos de outros setores, nas quais eram considerados ilegais. As associações francesas tornaram-se legais no final do século XIX devido às modificações das leis do país. 
Na Itália, as entidades voluntárias sofriam com um estado burocrático suspeito e também com uma igreja de estilo resistente. No início do século XX, os conceitos em relação a essas entidades foram mudando, devido à permissão da igreja e mudanças para adquirir a formalidade. 
Esse termo conhecido como Terceiro Setor era expresso também na Inglaterra como “charities”, no qual significa em português, caridade. A partir desse conceito de caridade obtinham-se as doações, por conseqüência de origem histórica das instituições religiosas, por exemplo. Além disso, a filantropia e o mecenato faziam parte do vocábulo do ambiente inglês. 
Iniciou-se aproximadamente na década de 90 o interesse e o desenvolvimento mais direto sobre esse setor nos Estados Unidos devido aos programas universitários sobre nonprofit management. O estudo mais aprofundado em relação ao Terceiro Setor partiu-se através de centros de excelência como as universidades Johns Hopkins e Harvard Business School. 
Devido a essas transformações econômicas, políticas e sociais no âmbito mundial ocasionaram novos modelos de relacionamento entre o Estado, instituições, empresas e sociedade, ou seja, o delineamento de um novo movimento que estimulava cada vez mais a responsabilidade social para com todos os cidadãos. 
Através do surgimento do Terceiro Setor estimulou-se uma relação mútua e ao mesmo tempo representativa entre o Estado e os cidadãos. 
2.2 – Surgimento do Terceiro Setor no Brasil
Já no Brasil o termo “Terceiro Setor” é enfatizado primeiramente nas obras de Leilah Landim e Rubem César Fernandes, sendo que na terminologia mais empregada na literatura brasileira para mencionar as instituições sem fins lucrativos é “organização nãogovernamental”.
A terminologia “Terceiro Setor” apresenta aspectos de uma utilização recente perante a sociedade. Mas a história das entidades que formam esse segmento no Brasil é considerada remota.
Pode-se enfatizar que após o descobrimento do Brasil, por volta do ano de 1550, verificam-se atividades sociais na área de educação, desenvolvidas pelos jesuítas, que tiveram como beneficiários os órfãos da casa de Lisboa. Iochpe (1998) citado por Bettiol. 
O período que compreendeu o Império e também a Proclamação da República é marcado pela atuação da Igreja Católica, no qual procurava prestar algum tipo de assistência às diversas comunidades carentes que se encontravam as margens das políticas sociais básicas, como saúde e educação. A partir desse momento, a atuação da igreja visava à prestação de serviços por meio de várias instituições como as Santas Casas de Misericórdias, irmandades e ordens terceiras.
No século XX, surgem outras religiões, que juntamente com a Igreja Católica, passam a atuar no campo da caridade com fins filantrópicos associadas ao Estado. Mas no período republicano, a relação Igreja e Estado mudou, uma vez que antes esses dois objetivavam o atendimento e a assistência das questões sociais. Nessa nova fase, passam a atuar outras religiões, utilizando-se das mesmas práticas da Igreja Católica, beneficiando-se também, de parceiras com fins filantrópicos junto ao Estado.
Outro fator preponderante que colaborou no aspecto de mudança de relacionamento entre a Igreja e o Estado foi à modernização natural da própria sociedade, resultante da industrialização e urbanização da época fazendo com que aumentasse a complexidade dos problemas sociais. 
A partir desse cenário, aproximadamente em 1930, cresce o número de entidades atuando no Terceiro Setor, cuja representatividade já não era tão definida, ou seja, não se tratavamais só de Igreja e Estado, mas também, de entidades não governamentais, sem fins lucrativos e de finalidade pública. 
Um dos pontos primordiais nos anos de 1930 enfatiza o controle e a participação do estado nas atividades sem fins lucrativos através das leis de trabalho, regulamentações e subsídios. 
Pode-se destacar que nas últimas três décadas o fenômeno “Terceiro Setor” ocorreu de forma expressiva e significativa na sociedade brasileira. 
Nos 60 e 70, nortearam-se no Brasil protestos e manifestações contra o processo de ditadura militar e ao mesmo tempo a reivindicação aos direitos sociais. Com isso propiciou o surgimento de movimentos que buscavam ajuda mútua para garantir os direitos e conseqüentemente resultando em cidadania e solidariedade a todos. 
 É de suma importância destacar a Constituição Federal de 1988, que num amplo processo de mobilização social, promoveu melhorias no que se diz respeito ao aumento dos direitos de cidadania política e princípios advindos na promoção de políticas sociais. 
A partir dos anos 90 surge o termo “parceria” que circunda diretamente e de forma integrada entre o Estado, o mercado e a sociedade civil. 
Através da parceria inserida nesse círculo entre o Estado, o mercado e principalmente a sociedade civil, torna-se possível à mobilização de recursos para iniciativas de interesse público. Nesse momento de evidenciações positivas para a estabilidade do Terceiro Setor no Brasil, o Estado adquire personalidade representativa e começa a observar as entidades sem fins lucrativos de uma forma mais amistosa, tendo por objetivo fundamental utilizar inúmeras ferramentas inovadoras para tentar resolucionar as diversidades existentes no âmbito social. 
Esse momento enfatiza para o mercado uma visão diferenciada perante as entidades sem fins lucrativos, pois o mercado somente tinha por objetivo o “lucro” e agora devido a essas transformações passa a refletir cada vez mais sobre essas mesmas entidades. As empresas começam a buscar novas formas de investimento ligadas nas áreas social, ambiental e cultural, resultando assim no compromisso com a responsabilidade social e principalmente para o sucesso de seus negócios.
Na década de 90, o Terceiro Setor brasileiro apresentou como marco a 
“Ação da Cidadania contra Fome, a Miséria e pela Vida”, um projeto idealizado por Herbert de Souza, o Betinho. 
Na verdade, a junção do Estado, do Mercado e da sociedade civil sintetiza a promoção de uma variabilidade de ações a favor da sociedade e também para preservar todas as formas de vida.
2.3 – Definição de Terceiro Setor
Como é de conhecimento geral, e economia de um país é dividida em primeiro, segundo e terceiro setor. 
O primeiro setor econômico de um país é sempre o governamental, que no Brasil, é a Administração Publica.
O setor produtivo de todo país essencialmente capitalista é denominado segundo setor.
Já o terceiro setor, objeto do nosso estudo, é aquele no qual estão inseridas as fundações e as associações de interesse social, que perseguem o bem comum da coletividade, com marcante interesse público.
Este setor recebe várias denominações, sendo as mais corriqueiras: setor solidário, setor social, setor coletivo e setor independente. 
De fato, ele está totalmente atrelado aos outros setores da economia, mas ainda que dependa por exemplo do poder público, ele não pode ser considerado como pertencente ao primeiro setor, tendo em vista que não se enquadra em suas regras.
Desta maneira, o terceiro setor é uma categoria a parte, com finalidades voltadas quase exclusivamente ao atendimento da sociedade, em projetos sociais e culturais.
Conceituado por José Eduardo Sabo Paes, o Terceiro Setor é:
“O conjunto de organismos, organizações ou instituições sem fins lucrativos dotados de autonomia e administração própria que apresentam como função e objetivo principal atuar voluntariamente junto a sociedade civil, visando ao seu aperfeiçoamento” Acrescenta o autor que o “terceiro setor” é aquele que não é público e nem privado, no sentido convencional desses termos”.
As organizações que fazem parte deste setor apresentam as cinco seguintes características: 
1.) Estruturadas: apresentam um determinado nível de formalização de regras e procedimentos, ou seja, um grau de organização permanente. Na verdade, excluem-se desse âmbito social as organizações que não apresentem uma estrutura interna formal. 
2.) Privadas: esse tipo de organização não possui nenhuma relação do tipo institucional com o governo, mas podem receber os recursos do mesmo.
3.) Não distribuidoras de lucros: entende-se que o lucro não pode ter nenhum elo de ligação com os proprietários da entidade, pois a diferenciação dessas organizações não se restringe ao fato de não possuírem “fins lucrativos”, mas sim quando houver resultado positivo destinar ao cumprimento da missão. 
4.) Autônomas: caracterizam-se pelo controle de sua própria gestão, conseqüentemente não sendo controladas por entidades externas. 
5.) Voluntárias: enfatizam um grau representativo de participação voluntária (trabalho não remunerado). A participação de voluntários varia entre as organizações e de acordo com a natureza da atividade por ela desenvolvida.
2.4 – Organização e desenvolvimento do Terceiro Setor
Nos dias atuais, constatamos um crescimento acentuado do Setor Social. Assim, parece razoável a indicação das condições básicas indispensáveis ao seu desenvolvimento, de forma a não ser afastado o seu objetivo primordial, favorecendo assim o seu desenvolvimento.
É importante que haja a participação das pessoas jurídicas de finalidade não lucrativa em torno de projetos comuns, o que não lhes retira seus principais traços identificadores.
A primeira premissa para colaborar com seu desenvolvimento deve ser uma melhor organização, com a permissão de obtenção de dados mais confiáveis e aos recursos disponíveis para a consecução de suas finalidades sócias.
Outro fator é ter uma definição mais especifica de suas finalidades e operar com maior particularização na sua área, especialmente por seu caráter de entidade sem finalidade de lucro.
De igual modo, deve-se exigir profissionalismo na administração das entidades sócias, bem como colaboração entre seus diversos departamentos.
Como os impactos da globalização afetam diretamente o setor, faz-se cada vez mais necessário o incentivo a ampliação das relações internacionais entre as entidades, que pode ser de grande utilidade para a resolução de problemas sociais que tanto nos atinge.
É de grande valia que a entidade privada sem fins lucrativos favoreça a participação conjunta de outros institutos que desenvolvam os mesmos afazeres sociais, visando ao aprimoramento de propósitos, por meio de mútuo conhecimento e concentração de esforços no campo social comum em que atuam.
É viável também que as associações de interesse social e as fundações privadas se associem entre si para a redução de custos e maior produtividade. São as chamadas cooperativas informais. Assim, não há qualquer impedimento legal para que as entidades do terceiro setor trabalhem em parceria ou através de seus centros, ainda que sem qualquer colaboração oficial. Entretanto, entendemos que essa união só é possível quando houver entre as entidades pontos claramente comuns e que interessem a um conjunto de organizações. Assim, vemos como saudável a cooperação entre as entidades com objetivos semelhantes, mas em a pretensão de exclusividade de atuação por parte de nenhuma delas.
2.5 – Principais características das entidades sem fins lucrativos
As entidades sem fins lucrativos apresentam como principal intuito atender as expectativas da sociedade, indivíduos, grupos e outras organizações. 
Esses motivos preponderantes das entidades possuem certamente um propósito, no qual é denominado como “missão”. Toda missão de uma determinada entidade é essencial para justificar sua existência durante certo período de tempo. 
Na maioria dasvezes, as entidades são criadas para atuarem por um longo prazo, ou seja, apresentam oportunidades às pessoas que estão na busca da missão organizacional. 
O conceito fundamental da missão necessita ser algo em que todos os integrantes da organização possam alcançar com seus esforços e com sua capacidade a finalidade proposta pela entidade. 
É de suma importância que as entidades apresentem sua missão organizacional, no qual se presume a responsabilidade interna caracterizada por um papel essencial dentro da entidade. 
Devido a esse aspecto relacionado à missão é necessária a presença de profissionais especializados em habilidades gerenciais, que possibilitem, às entidades sociais, modelos de gestão mais sofisticados e adequados para acompanharem diretamente a sua missão organizacional proposta. 
Um dos maiores desafios das entidades do Terceiro Setor está ligado à sua sustentabilidade, no que se diz respeito principalmente aos termos financeiros, pois muitas dessas entidades foram criadas através de esforços pessoais. 
A partir desse crescimento em escala e complexidade, as entidades deparam-se com diversos problemas de sobrevivência e também um maior número de entidades que competem entre si para obter recursos cada vez mais escassos. 
Na verdade, as entidades sem fins lucrativos visam um papel claro na sociedade, ou seja, provocar mudanças em qualquer âmbito social. Devido a isso, como já foi dito anteriormente, é necessário desenvolver uma série de atividades através de recursos obtidos do sistema econômico e social, que conseqüentemente resultará no “produto” final desse processo: pessoas transformadas. Com isso, os recursos, as atividades, os processos e os produtos representam em resumo as partes integrantes de um conjunto para a realização de um objetivo. 
2.6 – Classificação das entidades sem fins lucrativos
As entidades sem fins lucrativos são analisadas e classificadas a partir de diversas abordagens, tais como: quanto às atividades que desempenham, quanto à origem dos recursos financeiros e materiais, quanto à extensão dos benefícios sociais, entre outras. 
 Em relação à ótica das atividades que desempenham têm-se a seguinte classificação em relação às entidades, como: 
 - Entidades de caráter beneficente, filantrópico e caritativo; 
 - Entidades de assistência à saúde; 
 - Entidades religiosas; 
 - Entidades de caráter educacional, cultural, instrutivo, científico, artístico e literário; 
 - Entidades de caráter recreativo e esportivo; 
 - Associações de classe; 
 - Entidades sindicais; 
 - Sociedades cooperativas. 
 Já a classificação no que se diz respeito à origem dos recursos financeiros e materiais sintetiza as contribuições, as doações e subvenções como as principais fontes de recursos dessas entidades. Esse aspecto apresenta também que outras entidades dependem também diretamente de taxas cobradas da comunidade, dos sócios e dos associados por serviços prestados. 
Por conseqüência disso, pode-se disseminar que as entidades sem fins lucrativos enfatizam a classificação direcionada à extensão dos benefícios sociais. Essa forma determina que todas as entidades sintetizam como principal intuito uma gama de mudanças relacionadas para as melhorias dos indivíduos. Nesse momento, encontram-se as entidades que prestam serviços a toda comunidade de uma forma irrestrita e outras que restringem seus benefícios. 
Algumas entidades sem fins lucrativos são criadas para atender todas as pessoas de uma forma irrestrita e incondicionalmente, ou seja, a realização de fins educacionais e assistenciais no qual se estende para toda uma comunidade. Podem-se citar as igrejas, pois todos têm acesso aos cultos e as cerimônias religiosas, de forma indiscriminada. 
Enquanto isso, outras entidades restringem seus benefícios apenas ao quadro social, isto é, o acesso a esses serviços é exclusivo aos associados ou sócios. Esse caso pode ser exemplificado com as entidades sindicais, entidades de lazer, entre outras. 
Na maioria das vezes, as entidades sem fins lucrativos pertencentes ao Terceiro Setor são classificadas por áreas de atuação, ou seja, da mesma maneira que as atividades privadas. 
2.7 – Fontes de recurso das entidades sem fins lucrativos
A captação de recursos financeiros pode ser definida como a necessidade de 
se buscar meios de suprir às necessidades de uma determinada entidade. No entanto, os recursos a serem utilizados nestas entidades, não têm a mesma função do capital utilizado pelas entidades privadas, sendo que nas mesmas o capital tem a finalidade pura e simplesmente capitalista. 
A captação de recursos é um dos principais desafios que as entidades do Terceiro Setor enfrentam atualmente, pois estão cada vez mais pressionadas a desenvolverem novas e mais eficazes metodologias para a obtenção dessas fontes de recursos. 
As fontes de recursos tornam-se escassas devido à proliferação de novas entidades. Além disso, os recursos governamentais estão tornando-se cada vez mais burocratizados. 
O processo de captação de recursos é significativo e também primordial para as entidades sem fins lucrativos, tendo em vista a necessidade de obter-se a sustentabilidade da organização como de seus projetos. 
As entidades sem fins lucrativos do Terceiro Setor buscam continuamente sua sustentabilidade através de políticas que visam ampliar e diversificar suas fontes de recursos, o que se torna essencial devido aos grandes problemas sociais e econômicos existentes no ambiente atual. 
Devido a isso, as principais fontes de recursos para a sobrevivência das entidades sem fins lucrativos de forma genérica, incluindo a constituição, manutenção e ampliação do patrimônio ocorrem por contribuições, doações, subvenções, receita de venda de produtos, mercadorias e serviços, entre outros. 
As contribuições foram definidas pelo Conselho Federal de Contabilidade , como sendo: 
[...] as transferências derivadas da lei orçamentária e concedidas por entes governamentais a autarquias e a entidades sem fins lucrativos, destinadas à aplicação em custeio e manutenção destas, sem contrapartida direta do beneficiário dos recursos em bens e serviços, ou determinadas por lei especial anterior para o atendimento de investimentos em inversões financeiras. 
Na verdade, existem dois tipos de contribuições, tais como: de associados e o de não associados. 
As contribuições de associados representam os recursos pecuniários advindos das pessoas ou empresas filiadas à entidade. Essas contribuições são prefixadas normalmente por um período mensal. 
Já as contribuições de não associados enfatizam os recursos pecuniários advindos de pessoas ou empresas estranhas ao quadro social da entidade. Nesse caso, as contribuições são voluntárias e espontâneas e o próprio contribuinte determina o valor que se pretende colaborar para com a entidade. 
Por outro lado, encontram-se as doações que são consideradas como um contrato unilateral, gratuito, consensual e solene.
O Conselho Federal de Contabilidade define as doações como: 
[...] transferências gratuitas, em caráter definitivo, de recursos financeiros ou do direito de propriedade de bens móveis e imóveis, com as finalidades de custeio, investimentos e imobilizações, sem contrapartida do beneficiário dos recursos.
As subvenções são de suma importância para as entidades sem fins lucrativos, pois representa na maioria das vezes como a principal fonte de receita para cumprir suas finalidades sociais. 
Esse aspecto das subvenções é definido pelo Conselho Federal de Contabilidade como:
[...] transferências derivadas da lei orçamentária e concedidas por órgãos do setor público a entidades, públicas ou privadas, com o objetivo de cobrir despesas com a manutenção e o custeio destas, caracterizadas ou não pela contraprestação de bens e serviços da beneficiária dos recursos.
As subvenções possuem dois tipos, tais como: as ordinárias e as extraordinárias. 
Quando se dizem subvenções ordinárias tratam-se subvenções periódicas que são recursos recebidos de forma ordinária e conseqüentemente são destinadas para suprir às despesas de manutenção do patrimônio, folha de pagamento, compra de materiais para uso e consumo, entre outras despesas. 
Por outro lado, as subvenções extraordinárias são recursos recebidos de forma esporádica ou extraordinária e devido a regras específicas devem ser utilizadas para projetos específicos de reforma, construção de novas unidades, aquisições de bens móveis e imóveis, entre outros. 
Além disso, algumas entidades sem fins lucrativos pretendem atingir sua missão e contemplar sua sobrevivência contínua, através da produção e da venda de produtos, da comercialização de mercadorias adquiridas de terceiros e também vender serviços. 
Por isso, as instituições “sem fins lucrativos” sabem que necessitam ser administradas, exatamente porque não têm um “lucro” convencional. Conseqüentemente eles sabem que necessitam disso para que possam se concentrar em sua missão. 
Essas entidades necessitam principalmente agregar em seu cotidiano um número significativo de recursos para sua continuidade e se expandir cada vez mais para promover essas mudanças sociais e positivas para o ser humano. 
3 – Fundações
3.1 – Evolução Histórica das Fundações
- Idade Antiga
Desde os primórdios da história da humanidade, embora com outro nome, as fundações já guardavam as características de hoje, ou seja, a presença de patrimônio vinculado a uma finalidade social.
Na era antes de Cristo o ser humano já pensava em destacar parte de suas riquezas par a sobrevivência de seu grupo, movido pelo espírito de solidariedade.
Além disso, havia um elo muito forte entre o homem e a religião, a arte, a cultura e ciência.
Desta forma, desde a Idade Antiga registram-se atos isolados de pessoas que, por amor a arte, a sabedoria e ao próximo doavam seus bens para alguma finalidade cultural, filantrópica ou humanitária. Muito embora fossem condutas mais características de doações com encargos, já apresentavam o colorido de entidade fundacional, ao vincular bens a uma finalidade social, procurando dar-lhe autonomia tanto em relação ao doador como ao donatário.
A doação da biblioteca de Alexandrina pelos Ptolomeus é um grande exemplo desses atos. Outro exemplo a ser citado é a escola que Platão fundou nos jardins de Academos, sendo esta uma instituição de ensino científico-religioso consagrada as musas em Atenas.
As primeiras fundações noticiadas pela história surgiram, de fato, na Idade Antiga, em Roma, as quais, já com finalidade humanitária, possuíam os mais diversos objetivos, como o culto funerário, a distribuição de alimentos, a manutenção de crianças pobres e, excepcionalmente o patrocínio de espetáculos.
E as primeiras instituições assemelhadas as fundações que hoje conhecemos surgiram no século V a.C., no mundo grego, destinadas, entretanto, ao culto dos deuses. 
Nesta época, a personalidade jurídica era atribuída apenas aos entes associativos, mas já havia o reconhecimento de “patrimônios vinculados a determinados fins”. Dessa forma, embora não se reconhecessem patrimônios dotados de autonomia jurídica que pudessem ser considerados antecedentes diretos da fundação, era possível fazer a transferência do patrimônio a uma cidade ou collegium, com a imposição de um fim a ser perseguido, sempre de utilidade publica.
Essa transferência de patrimônio foi a solução encontrada para instituir as “fundações”, já que o direito clássico vedava a possibilidade de instituição de fundações por particulares, com seus próprios bens. Assim, os particulares doavam um patrimônio para uma pessoa jurídica, com a instituição de um ônus, que era denominado de modus. Aqueles que recebiam o patrimônio se obrigavam ao cumprimento do encargo pelos bens recebidos e pelas rendas dele provenientes, sob pena de multa ou até a perda daqueles bens em favor de terceira pessoa jurídica, previamente escolhida pelo doador.
Na história das fundações, dois acontecimentos assumem especial relevância: o primeiro é a constituição de uma actio popularis com o fim de serem efetivadas as fundações instituídas por legado ou doação; o segundo relaciona-se com o desenvolvimento das entidades religiosas, em especial, a concepção da igreja como pessoa.
Percebemos que as primeiras fundações não tinham autonomia, apenas eram um apêndice da instituição que as criava, da qual demoravam muito tempo para se desligar.
Houve também na Idade Antiga forte influência do cristianismo.
Temos que salientar que apenas com o desenvolvimento das instituições eclesiásticas passaram a ser concebidas instituições como pessoas distintas daquelas organizadas em volta das igrejas. O reconhecimento dessas instituições ocorreu pelo Decreto de Constantino, o qual permitiu ás instituições pias a aquisição de bens por testamento, o que se estendeu ás demais fundações posteriormente.
Ainda nesse contexto, não temos uma compreensão pura de fundação, na qualidade de patrimônio dotado de finalidade.
De fato, no período que engloba a Idade Antiga, mais precisamente no Direito pré-clássico, não havia o reconhecimento da existência das fundações, mas sim de corporações, pois a diferença entre ambas reside apenas na estrutura e não nos fins a serem perseguidos.
- Idade Média
Já na Idade Média, precisamente no período do direito pós clássico, as corporações alcançavam os mesmos objetivos atingidos hoje pela fundação moderna.
Os romanos passaram a reconhecer a verdadeira existência das fundações nas piae causae e estas adquiriram projeção social durante toda a Idade Média.
Entretanto o declínio do poderio do Clero e as aberturas sócias propiciadas pelas Corporações de ofício e pela reforma culminaram na decadência das piae causae, o que permitiu o investimento de particulares nos fins públicos para perpetuar suas ações benevolentes, não mais movidas por um espírito cristão, mas sim por um espírito capitalista, laico, cujos objetivos eram voltados a idéias filantrópicas e fraternas.
Rompe-se assim o monopólio da igreja, com o surgimento de verdadeiras fundações, movias pelo espírito de solidariedade, fraternidade e liberdade, princípios da Revolução Francesa.
 - Idade Moderna
Com os ideais revolucionários, finalmente as fundações adquiriram autonomia, espalhando-se por todo continente europeu, que ocorreu de forma especial na Alemanha, Inglaterra e Suécia, ganhando características próprias em cada país.
No entanto tal disseminação encontrou obstáculos, principalmente no direito germânico e no direito francês.
A partir da Europa ocorreu uma natural “exportação” do instituto fundacional para outros continentes, principalmente para a América do Norte, os Estados Unidos e o Canadá foram os pioneiros.
O florescimento de numerosas fundações foi a via encontrada para solucionar parte dos problemas decorrentes da guerra civil americana (1861-1865), exigindo esforço conjunto do governo e dos cidadãos norte-americanos.
Da Europa, o instituto também se difundiu para a América Latina, chegando ao Brasil por volta de 1738, mas como mero apêndices de pessoas jurídicas já existentes, uma vez que o desgarramento da instituição-mãe ocorreu apenas no início do século XX.
3.2 – Evolução Histórica no Brasil
A história legal das fundações brasileiras inicia-se no período compreendido entre o fim do século XIX e o início do século XX.
Entretanto, o primeiro esboço de fundação é encontrado no ano de 1738, quando Romão de Matos Duarte, solteiro milionário, resolveu destinar parte de seu patrimônio á formação de um fundo para auxiliar no tratamento de órfãos cariocas, nascendo a “Fundação Romão de Matos Duarte”.
Essa fundação ficou conhecida pela instalação da “Roda”, que era uma caixa giratória, em forma de cesta embutida em uma roda, onde era possível depositar a criança pelo lado externo da parede da Santa Casa, e que imediatamente era recolhida pelo lado interno por enfermeirasde plantão, evitando assim a identificação da mãe, que não mais queria seu filho e assegurava-se a proteção do recém nascido.
Três dias após a instalação da “Roda”, em 17 de janeiro de 1738 registrou-se o primeiro atendimento.
Embora a Fundação Romão de Matos Duarte possuísse patrimônio próprio a entidade não conseguia assumir personalidade jurídica autônoma, funcionando como medo apêndice da Santa Casa de Misericórdia carioca. E tal segregação era desejo de seu instituidor, mais tarde denominado de “benfeitor magno dos expostos”, que anos mais tarde foi parcialmente atendida.
O que se colocava em prática, portanto, era a idéia de uma fundação, pois um irmão mesário da Santa Casa iria administrar um patrimônio separado, destinado ao amparo de órfãos, prestando contas dos bens sob sua guarda e das finalidades sociais exercidas.
Após essa pequena autonomia conquistada pela fundação, esta chegou a ter um pequeno estatuto, denominado “Regimento Interno das Obrigações e Empregados da Santa Casa dos Expostos”, com vigência e eficácia até meados de 1840.
A exemplo desta fundação, foram feitos inúmeros testamentos em cidades onde existiam as “Santas Casas da Misericórdia”. , os quais atribuíam um legado. Entretanto, esses legados não tinham natureza jurídica fundacional, sendo considerados apenas um “fundo”, mero apêndice da entidade legatária.
O marco legal brasileiro para as fundações só ocorreu em 1903, com a instituição da lei n° 173, de 10 de setembro, que teve o condão de conferir personalidade jurídica a entidades com fins literários, científicos e religiosos.
Assim, mesmo antes da entrada em vigor do código civil de 1916 já existia a figura de fundação como pessoa jurídica formada de patrimônio especial destinado a um fim benemerente. Cessada a finalidade, os bens voltavam para o instituidor como forma de garantir que a instituição não fosse desviada da sua finalidade institucional.
Hoje, atendendo a evolução dessas entidades, pertencentes ao terceiro setor da economia, o código civil de 2002 reproduziu a figura da fundação como sendo pessoa jurídica de direito privado, acrescentando peculiaridades relativas às fundações.
3.3 – Definição e Conceito sobre Fundação
As fundações poderão pertencer ao direito público ou ao direito privado e da mesma forma pertencerão a um setor da economia, não importando qual país onde estejam localizadas.
Como regra, a natureza jurídica do ente fundacional encontrará respaldo no direito privado e, excepcionalmente, poderá estar inserida no direito público e poderá em ultima análise, deslocar-se para o direito social.
É pacífico que a fundação, ao ser definida como um conjunto de bens personificados possa se enquadrar em outro ramo do direito, sendo mais moderno adequado e jurídico, colocá-lo no terceiro direito.
	Resende define uma fundação como um conjunto de bens, com fim determinado, que a lei atribui a condição de pessoa (Resende, 1997). Rafael a tem como um patrimônio personalizado, destinado a um fim (Rafael, 1997). Já Paes a define como um complexo de bens destinados a consecução de fins sociais e determinados (Paes, 1999). 	A experiência dos três ilustres autores nos auxilia a definir uma fundação como um patrimônio destinado a servir, sem intuito de lucro, a uma causa de interesse público determinada, que adquire personificação jurídica por iniciativa de seu instituidor.
	As fundações podem ser criadas pelo estado, assumindo natureza de pessoa jurídica de direito público, ou por indivíduos ou empresas, quando assumem natureza de direito privado. 
4 – Contabilidade
4.1 – A História da Contabilidade 
A existência da contabilidade é tão antiga quanto à civilização.
Mesmo que de forma bem simples, já era possível perceber a contabilidade na pré-história em forma de registros, como os desenhos nas paredes, ferramentas de caça e pesca e animais disponíveis para o homem primitivo, onde era possível claramente visualizar os recursos necessários para a sobrevivência dos homens das cavernas.
A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio, podendo se afirmar que grande parte de nossa história somente foi descoberta pelos registros contábeis realizados.
Os primeiros registros patrimoniais foram encontrados na Mesopotâmia e através deles se deu a origem do “Livro Diário” que é a principal ferramenta de registro das informações contábeis utilizadas até hoje. 
Glautier Apud Padoveze (2000: 114 e 115), apresenta a seguinte evolução histórica da contabilidade: 
Contabilidade do Proprietário: A primeira fase da contabilidade (Stewardship accounting) é a visão contábil de um instrumental ligado diretamente ao dono do empreendimento. Essencialmente envolvia o registro ordenado das transações dos homens de negócios para a proteção de sua riqueza, desenvolvida desde os tempos históricos até a revolução industrial.
Contabilidade Financeira: Teve sua origem na Revolução Industrial, em conseqüência dos grandes negócios e da alteração pelos quais passaram a ser financiados. Com essa fase é associado o crescimento da relevância dos relatórios contábeis (Balanço Patrimonial e Demonstração Anual de Lucros) relacionados com a prestação de contas para a sociedade capitalista, para redirecionamento dos investimentos para projetos mais rentáveis
Contabilidade Gerencial: é associada com o advento do capitalismo industrial e apresentou um desafio para o desenvolvimento da contabilidade como gerenciamento industrial surgiu da necessidade do gerenciamento contábil interno em função das novas complexidades dos processos de produção, objetivando informações para a tomada de decisão. A contabilidade gerencial mudou o foco da contabilidade, passando dos registros e análise das transações financeiras para a utilização da informação para decisões que afetem o futuro.
Contabilidade de Responsabilidade Social: Fase inteiramente nova no desenvolvimento da contabilidade, devendo seu nascimento à revolução social e está tendo lugar no mundo ocidental nos últimos anos como exemplos que irão exigir necessidades de informações adicionais no sistema de informação contábil para atender os efeitos das decisões dos negócios, bem como efeitos econômicos.
4.2 – Definição e Conceitos sobre Contabilidade
4.3 – Importância da Contabilidade no Terceiro Setor
As entidades que não têm finalidade de lucro congregam objetivos sociais, filantrópicos, culturais, recreativos, religiosos ou artísticos. São constituídas com missão e valores voltados para o bem comum e representam um universo sistematizado e organizado para desenvolver ações sociais. O trabalho dessas entidades caracteriza o chamado Terceiro Setor. 
Na verdade, as entidades sem fins lucrativos pertencentes ao Terceiro Setor surgem e ganham importância no cômputo das economias, nos quais pretendem suprir as lacunas da ação governamental ou concretizar objetivos de solidariedade.
Devido ao surgimento desse novo segmento na sociedade, mais conhecido como Terceiro Setor, criaram-se verbas destinadas diretamente para essas entidades sem fins lucrativos, advindas por parte do próprio governo, de empresas preocupadas com o lado social, de pessoas e também da geração de receita atrelada à própria entidade. Esses aspectos tornaram-se essenciais para que toda instituição sem fim lucrativo adote a contabilidade como uma ferramenta de gestão. 
Através da utilização da contabilidade, a entidade do Terceiro Setor enfatiza em seu meio a busca de informação e conhecimento para adquirir personalidade e principalmente sobressair-se perante a sociedade. 
Além disso, a própria contabilidade apresentará meios para atender as necessidades dessas entidades, resultando numa postura mais flexível, eficientee segura para as tomadas de decisões dos gestores. 
O objetivo básico da contabilidade, portanto, pode ser resumido no fornecimento de informações econômicas para os vários usuários, de forma que propiciem decisões racionais. Na atualidade, o objetivo da Contabilidade envolve os aspectos de produtividade e os sociais. (IUDÍCIBUS, 2006, p.25). 
A contabilidade, nesse momento, vai pulverizar as normas e as práticas contábeis aplicáveis às entidades sem fins lucrativos, principalmente adequação a legislação vigente a esse tipo de setor.
4.4 – Informações Contábeis
A partir do Conselho Federal de Contabilidade, as informações contábeis enfatizam aos seus usuários: “[...] base segura às suas decisões, pela compreensão do estado em que se encontra a Entidade, seu desempenho, sua evolução, riscos e oportunidades que oferece”
O aspecto da qualidade influencia diretamente as informações de qualquer tipo de sociedade, sendo empresas com fins lucrativos ou as próprias entidades sem fins lucrativos. A partir disso, Hendriksen e Breda (1999) citado por Araújo (2005) enfatizam que as características qualitativas da informação contábil podem ser entendidas como as propriedades da informação, nos quais se tornam de suma importância aos usuários para a tomada de decisões. 
Araújo (2005) sintetiza que a contabilidade abrange os relatórios financeiros que demonstram uma importância significativa e positiva para as entidades, nos quais devem: 
- Prover informações que apresentem indicativas da capacidade de continuar prestando os serviços a que as entidades se propõem; 
- Fornecer informações relacionadas ao ambiente, a natureza da atividade e outros assuntos que se relacionem; 
- Informar sobre o trabalho de seus gestores e da sua capacidade de gerir corretamente os recursos colocados à sua disposição, já que não possui o indicativo de lucratividade; 
- Evidenciar o fluxo de recursos, objetivando a continuidade e a capacidade de cumprir com suas obrigações; 
- Acrescentar nos demonstrativos as técnicas de apuração e alocação dos custos de serviços e como os recursos são distribuídos aos mais diversos programas e serviços postos à disposição; 
- Demonstrar como as entidades utilizam os recursos e de onde os mesmos provêm e como isso afeta sua liquidez; entre outros. 
A partir dessa explanação, o CFC ressaltou no item da NBCT:
“A informação contábil se expressa por diferentes meios, como demonstrações contábeis, escrituração ou registros permanentes e sistemáticos, documentos, livros, planilhas, listagens, notas explicativas, mapas, pareceres, laudos, diagnósticos, prognósticos, descrições críticas ou quaisquer outros utilizados no exercício profissional ou previstos em legislação.” 
Nesse momento, torna-se primordial o conhecimento e a análise destes determinantes que influenciam especificamente as informações contábeis que serão utilizadas na tomada de decisões pelos usuários em geral. 
Conforme Marion (2003) a estrutura conceitual básica da contabilidade: “é o de permitir a cada grupo principal de usuários a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras”.
Quando se diz em usuários de informações contábeis das entidades sem fins lucrativos Araújo (2005) especifica que são aqueles que aportam recursos a essas entidades, como: organizações financeiras, doadores, associados que participam da entidade através dos recursos (taxas, mensalidades e anuidades), administradores das próprias entidades, entre outros. 
Essas características citadas de forma sucinta no que se diz respeito às informações contábeis adequam-se indistintamente a qualquer tipo de organização, conseqüentemente corroboram para com as entidades sem fins lucrativos. 
Através disso, a contabilidade tem por fim munir todos os usuários de sua informação, sendo eles internos ou externos, com as diretrizes e demais respostas necessárias à condução da entidade, no sentido de alcançar o fim a que a mesma se propõe, no que se diz respeito à adequada mensuração dos eventos cabíveis que venham impactar seu patrimônio. 
A partir desse momento, destaca-se a Evidenciação (Disclosure) que segundo Iudícibus (2006) “[...] está ligado aos objetivos da Contabilidade, ao garantir informações diferenciadas para os vários tipos de usuários”., na qual destaca-se:
“A evidenciação é um compromisso inaliável da Contabilidade com seus usuários e com os próprios objetivos. As formas de evidenciação podem variar, mas a essência é sempre a mesma: apresentar informação quantitativa e qualitativa de maneira ordenada, deixando o menos possível para ficar de fora dos demonstrativos formais, a fim de propiciar uma base adequada de informação para o usuário.”
Na verdade, a evidenciação refere-se ao conjunto das demonstrações contábeis, nos quais serão apresentadas várias formas de evidenciação advindas de Iudícibus (2006), tais como: 
- Forma e apresentação das demonstrações contábeis: apresenta a elaboração das demonstrações com uma terminologia clara e relativamente simplificada e que sua colocação seja em uma forma ou ordem, melhorando assim sua interpretabilidade; 
- Informação entre parênteses: oferecem informações curtas e objetivas aos usuários, nos quais são colocadas dentro do corpo do demonstrativo contábil entre parênteses resultando em maiores esclarecimentos sobre um título de um grupo, um critério de avaliação, etc. 
- Notas explicativas: o principal objetivo é evidenciar informação que não pode ser apresentada no corpo dos demonstrativos contábeis. 
- Quadros e demonstrativos suplementares: enfatiza detalhes dos itens dos demonstrativos contábeis que não podem ser evidenciados no corpo destes. 
- Comentários do auditor: fonte adicional de disclosure para as demonstrações contábeis, oferecendo maior segurança aos usuários em geral. 
- Relatório da administração: são as informações de caráter não financeiro que afetam a operação da empresa, como: perspectivas em relação ao futuro, planos de crescimento, de investimento, entre outras. 
4.5 – Demonstrações Contábeis
Devido a essa proliferação de entidades sem fins lucrativos, torna-se essencial a adoção da contabilidade para que as mesmas permaneçam “vivas” no mercado. 
Cada vez mais as associações vão necessitar desse serviço terceirizado advindo da contabilidade para auxiliá-los continuamente de todos os demonstrativos contábeis adequados a esse tipo de setor. 
A partir dessa explanação, os principais demonstrativos contábeis que circundam o Terceiro Setor em geral são: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. 
Na maioria das vezes, tanto as empresas quanto as entidades sem fins lucrativos apresentam a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, pois nessa demonstração contem a estrutura da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, no qual é dispensada a sua elaboração. 
A partir do Conselho Federal de Contabilidade observa-se: 
“As demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelas entidades sem finalidade de lucros são as determinadas pela NBC T 3-Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações Contábeis, e a sua divulgação, pela NBC T 6-Da divulgação das Demonstrações Contábeis.”
É de suma importância destacar que as normas que compõem esse âmbito das NBC T especificamente a NBC T 3, enfatizam regras em si para as organizações com fins lucrativos e também para as entidades sem fins lucrativos. Mas existem algumas alterações de nomenclatura em relação à aplicabilidade das normas para as entidades sem finalidade de lucros. 
Através disso, a própria NBC T 10.19.3.2 agregada pelo Conselho Federal de Contabilidade enfatiza em especial na NBC T 3 que: “a conta Capital deve ser substituída por Patrimônio Social, integrante do grupo PatrimônioLíquido, e a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados por Superávit ou Déficit do Exercício”. 
Para uma visualização melhor dessas alterações, segue o quadro abaixo: 
	PADRÃO
	SUBSTITUIÇÃO
	Capital
	Patrimônio Social
	Lucros e Prejuízos acumulados
	Superávit ou Déficit
	Demonstração de Resultado
	Demonstração de Superávit ou Déficit
	Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
	Demonstração das Mutações do
Patrimônio Social
	Lucro
	Superávit
	Prejuízo
	Déficit
FONTE: Guabiraba, Rodrigues (2008).
Essas nomenclaturas norteiam o Terceiro Setor no que se diz respeito à evidenciação das demonstrações contábeis.
No Brasil não possui uma legislação específica no que se diz respeito à contabilidade do Terceiro Setor, no qual se pode salientar a utilização de legislações aplicáveis às empresas por parte dos próprios dirigentes. 
A partir disso, as demonstrações contábeis que devem ser apresentadas pelas entidades do Terceiro Setor seguem a mesma estrutura da Lei n° 6404/76-Lei das Sociedades por Ações. É importante destacar a NBC T 3 enfatizada pelo Conselho Federal de Contabilidade que norteia as principais demonstrações contábeis a esse tipo de entidade. 
Uma das leis que circunda o âmbito das entidades do Terceiro Setor é conhecida como a Lei n° 9790/99, no qual demonstra a regulamentação para as entidades.
Esta Lei n° 9790/99 dispõe em seus artigos 4° e 5° que as entidades sem fins lucrativos precisam observar constantemente os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), no qual tem a elaboração do balanço patrimonial e demonstração de resultados do exercício. 
Pode-se ressaltar o Decreto n° 3100/99 a exigência de mais algumas demonstrações contábeis para o Terceiro Setor, tais como: Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, além das Notas Explicativas. 
4.6 – Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é considerado uma demonstração contábil primordial e ao mesmo tempo indispensável para qualquer tipo de organização, seja com fins lucrativos e também sem fins lucrativos. 
Pode-se sintetizar que o Balanço Patrimonial é retratado como uma foto, ou seja, um demonstrativo estático da entidade em um determinado momento, no qual evidencia de forma sucinta a própria situação econômica, financeira e patrimonial da respectiva organização. 
Segundo Marion (2003) o Balanço Patrimonial: “Reflete a Posição Financeira em determinado momento, normalmente no fim do ano ou de um período prefixado. É como se tirássemos uma foto da empresa e víssemos de uma só vez todos os bens, valores a receber e valores a pagar em determinada data”
Com isso, o próprio Balanço Patrimonial e a sua respectiva estrutura patrimonial adquirem o mesmo método da Lei das Sociedades por Ações, no que se diz respeito às entidades sem fins lucrativos. Mas é de suma importância que haja as adaptações em relação a algumas contas, pois existem divergências em algumas nomenclaturas que devem ser utilizadas pelas entidades sem fins lucrativos. 
O Balanço Patrimonial de uma entidade sem fim lucrativo é apresentada a partir de três blocos, tais como: 
 - Ativo: é formado pelos recursos disponíveis na organização no momento considerado (disponibilidades de caixa, contas a receber, imóveis e equipamentos). Apresenta-se ainda o Ativo Circulante que é formado pelo dinheiro em caixa, contas a receber e tudo aquilo que tem impacto direto no fluxo de caixa. Além disso, o Ativo Permanente é constituído pelos bens imobilizados, como: imóveis e equipamentos. 
- Passivo: é formado pelas obrigações da organização com terceiros. Incluem-se aí as contas a pagar a fornecedores, salários a pagar de funcionários e empréstimos bancários. 
- Patrimônio Líquido Social: é formado pelos recursos advindos do superávit do ano anterior e das doações desvinculadas de projetos específicos ou destinadas diretamente ao fundo patrimonial. 
Em resumo, o Terceiro Setor, o Balanço Patrimonial enfatiza o Ativo, no qual são as aplicações de recursos que foram resultantes em bens e direitos da própria organização. Já o Passivo representa as origens de recursos resultantes em obrigações com terceiros. 
Além disso, o Patrimônio Líquido passa por uma mera alteração, ou seja, é acrescentado o termo Social para distinguir melhor o patrimônio desse tipo de entidade. Por isso, é utilizado o conceito de Patrimônio Líquido Social nas entidades sem fins lucrativos. 
A composição do Patrimônio Líquido Social concerne na inexistência da conta Capital Social, no qual é substituída pela conta Patrimônio Social. 
É primordial que todo contador responsável por uma determinada associação sem fins lucrativos possa realizar os ajustes necessários para conseqüentemente obedecer à estrutura do Balanço Patrimonial e a situação da entidade. 
5 – Estudo de Caso
Conclusão
Referência Bibliográfica
	www.ajos.org.br
	http://portal.mp.sc.gov.br
www.schoolargoogle.com.br
Contabilidade para iniciantes em ciências contábeis e cursos afins, Rodrigo Simão da Costa (Costa, 2010).
�PAGE �
�PAGE �33�

Outros materiais