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DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 1 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DIREITO DE PUNIR (“ius puniendi”): nasce, em concreto, para o Estado, quando o agente pratica um fato típico, ilícito e culpável. Há situações, enumeradas pela lei, entretanto, em que o direito de punir não pode mais ser exercido. Extingue-se a punibilidade (art. 107, CP): I. pela morte do agente; II. pela anistia, graça ou indulto; III. pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV. pela prescrição, decadência ou perempção; V. pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada (CP, arts. 104 e 105, ação penal); VI. pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; VII. pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. I) Morte do agente CPP: “Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.” II) Retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso CP: “Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.” “abolitio criminis” Faz desaparecer o próprio crime Cessam os efeitos penais, mas subsistem os civis III) Retratação do agente, nos casos em que a lei a admite Exemplos: CP: “Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.” CP: “Art. 342. (...) [falso testemunho] § 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. IV) Decadência ou Perempção Decadência (ação privada ou pública mediante representação) DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 2 CP: “Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.” EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE IV) Decadência ou Perempção Perempção – após iniciada a ação penal privada CPP: “Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; CPP: Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone. (...) Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.” V) perdão judicial, nos casos previstos em lei Exemplos: CP: “Art. 121. (...) § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.” Art. 129. (...) § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.” DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 3 Natureza jurídica da sentença que concede o perdão judicial: absolutória ou condenatória? R. art. 120, CP. STJ – Súmula 18: “A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório”. ABSOLUTÓRIA STF - RE 92907 (antes da Reforma de 1984) PERDÃO JUDICIAL COM BASE NO ART-121, PAR-5. DO CÓDIGO PENAL (NA REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 6.416/77). O PERDÃO JUDICIAL PRESSUPÕE CONDENAÇÃO E, EM CONSEQUÊNCIA, NÃO SE ESTENDE AOS EFEITOS SECUNDARIOS PRÓPRIOS DA SENTENÇA DE NATUREZA CONDENATÓRIA, TAIS COMO O PAGAMENTO DAS CUSTAS DO PROCESSO, INCLUSÃO DO NOME DO RÉU NO ROL DOS CULPADOS E PRESSUPOSTO PARA A REINCIDÊNCIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CRIMINAL CONHECIDO E PROVIDO. STF - RE 104977 (e RE 104679 – idêntico entendimento – após a Reforma de 1984) PERDAO JUDICIAL - IMPEDE A APLICAÇÃO DOS EFEITOS PRINCIPAIS DA CONDENAÇÃO, MAS SUBSISTEM OS EFEITOS SECUNDARIOS (LANÇAMENTO NO ROL DOS CULPADOS E PAGAMENTO DE CUSTAS), DESCONSIDERADA NA REDAÇÃO DA NOVA PARTE GERAL, NO ARTIGO 120, A REINCIDENCIA. EXAME DA QUESTÃO EM FACE DA NOVA REDAÇÃO DA PARTE GERAL DO CÓDIGO PENAL (LEI 7209/84). RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO, EM PARTE, E, NESSA PARTE, PROVIDO. STJ - RESP 4348 PENAL. PERDÃO JUDICIAL. SENTENÇA CONCESSIVA. EFEITOS. RECURSO ESPECIAL. - ASSISTENTE DO MINISTERIO PUBLICO. RECURSO NÃO CONHECIDO, POR CARENCIA DA SUPLETIVIDADE QUE LHE E INERENTE. - REEXAME DA PROVA. SÚMULA 07-STJ. - DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. NO QUE PESE AO PRESTIGIO DA FONTE, OS PRECEDENTES DO STF SOBRE OS EFEITOS PENAIS SECUNDÁRIOS, RESIDUAIS, DO PERDÃO JUDICIAL SERVEM, NO CASO, AO CONHECIMENTO DO RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, MAS NÃO A SEU PROVIMENTO, DADO QUE REITERADA NO STJ A ASSERTIVA DE QUE A SENTENÇA CONCESSIVA DO PERDÃO, EM SENDO EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE, NÃO PRODUZ NENHUM EFEITO CONDENATÓRIO. VI) Anistia, Graça e Indulto ANISTIA GRAÇA INDULTO Faz desaparecer o crime Extingue apenas a punibilidade Ato do Poder Legislativo (lei) Ato do Poder Executivo (Presidente da República – CF, art. 84, XII) Ato do Poder Executivo (Presidente da República – CF, art. 84, XII), com participação do Juiz Em regra, aplicada a crimes políticos (ex.: Lei n. 6.683/79) Em regra, aplicada a crimes comuns DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 4 Coletivo (relaciona-se a fatos e não a pessoas – Nucci) Individual Coletivo (relaciona-se a pessoas – preench. requisitos) DECRETO Nº 7.420, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010. Concede indulto natalino e comutação de penas, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício da competência privativa que lhe confere o art. 84, inciso XII, da Constituição, tendo em vista a manifestação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, acolhida pelo Ministro de Estado da Justiça, e considerando a tradição, por ocasião das festividades comemorativas do Natal, de conceder indulto às pessoas condenadas ou submetidas à medida de segurança e comutar penas às pessoas condenadas, que cumpram os requisitos expressamente previstos neste Decreto, DECRETA: Art. 1º É concedido indulto às pessoas: I - condenadas à penaprivativa de liberdade não superior a oito anos, não substituída por restritivas de direitos ou multa e não beneficiadas com a suspensão condicional da pena, que, até 25 de dezembro de 2010, tenham cumprido um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes; II - condenadas à pena privativa de liberdade superior a oito anos e não superior a doze anos, não substituída por restritivas de direitos ou multa e não beneficiadas com a suspensão condicional da pena, por crime praticado sem violência ou grave ameaça, que, até 25 de dezembro de 2010, tenham cumprido um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes; (...) LEI Nº 6.683, DE 28 DE AGOSTO DE 1979. Concede anistia e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares (vetado) (...) V) PRESCRIÇÃO “perda do direito de punir do Estado, pelo decurso do tempo” Fundamentos (Damásio): Decurso do tempo (segurança jurídica) Correção do condenado Negligência do Estado DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 5 Exceções: CF, art. 5º, XLII e XLIV CAUSAS SUSPENSIVAS E INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO Suspensão: cessada a causa, o prazo volta a correr pelo tempo restante Interrupção: após a interrupção, o prazo volta a correr integralmente CAUSAS DE SUSPENSÃO: CP, art. 116; CF, art. 53, § 5º; CPP, art. 366. CAUSAS DE INTERRUPÇÃO: CP, art. 117 PRESCRIÇÃO – CONTAGEM DO PRAZO DECURSO DO PRAZO INÍCIO FIM Fixado em função da pena máxima cominada ou da pena aplicada ao crime Suspensão Interrupção PRESCRIÇÃO (ESPÉCIES) PRETENSÃO PUNITIVA PRETENSÃO EXECUTÓRIA Sentença condenatória com trânsito em julgado CRIME Início do prazo e decurso de certo intervalo de tempo Art. 109: PENA MÁXIMA COMINADA Art. 110: PENA APLICADA Art. 111. Consumação do crime (regra) Art. 112. Trânsito em julgado p/ Acusação(regra) DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 6 PRAZOS DE PRESCRIÇÃO E ESPÉCIES DE PENAS Penas privativas de liberdade: art. 109, CP Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: Penas restritivas de direitos: p. único, art. 109, CP Art. 109. (...) Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. Pena de multa: art. 114, CP Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. (Exs. ARTS. 130 e 131) DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 7 PRESCRIÇÃO Pretensão Punitiva: pretensão do Estado de formar um título executivo condenatório penal (obter sentença condenatória com trânsito em julgado) Pena considerada: pena máxima cominada (art. 109) ou pena aplicada (§1º, art. 110) Termo inicial (regra): consumação do crime (art. 111) Pretensão Executória: pretensão do Estado de executar a pena aplicada numa sentença condenatória penal com trânsito em julgado (CF, art. 5º, LVII) Pena considerada: pena aplicada (art. 110) Termo inicial: trânsito em julgado da condenação para a acusação* (art. 112) PRETENSÃO PUNITIVA PRETENSÃO EXECUTÓRIA Trânsito em julgado da condenação para Acusação e Defesa Situação lógica “ideal” CRIME PRETENSÃO PUNITIVA Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou; (DATA DO CRIME) II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal. (Lei n. 12.650/2012) PRETENSÃO EXECUTÓRIA Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. RESUMO: DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 8 1) do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação; 2) revoga a suspensão condicional da pena; 3) revoga o livramento condicional; 4) do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar- se na pena. [FUGA] 3) e 4) a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena (art. 113) Art. 109. (...) PRAZOS – PRETENSÃO PUNITIVA E PRETENSÃO EXECUTÓRIA PRAZOS (pretensão punitiva e pretensão executória): art. 109, CP PENA PRESCRIÇÃO Superior a 12 anos 20 anos Superior a 8 anos e não excede 12 anos 16 anos Superior a 4 anos e não excede 8 anos 12 anos Superior a 2 anos e não excede 4 anos 8 anos Igual/superior a 1 ano e não excede 2 anos 4 anos Inferior a 1 ano 3 anos PRESCRIÇÃO PRETENSÃO PUNITIVA P. PUNITIVA PRETENSÃO EXECUTÓRIAP. EXECUTÓRIA Trânsito em julgado da condenação para Acusação CRIME PRETENSÃO PUNITIVA PRETENSÃO EXECUTÓRIA Trânsito em julgado da condenação para Acusação e Defesa PRETENSÃO PUNITIVA PRETENSÃO EXECUTÓRIA DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 9 Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; (Redação dada pela Lei nº 11.596, de 2007). STJ - AGRESP 710552 PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PRESCRIÇÃO. MARCO INTERRUPTIVO. ART. 117, IV, DO CP. SENTENÇA OU ACÓRDÃO CONDENATÓRIOS. ART. 110, § 1º, DO CP. TRÂNSITO EM JULGADO PARA O MP OU IMPROVIMENTO DO SEU RECURSO. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Nos termos do que dispõe o artigo 117, IV, do CP, com alteração dada pela Lei 11.596/07, interrompe o lapso prescricional a publicação da sentença condenatória ou do acórdão condenatório. O acórdão confirmatório da condenação, ainda que modifique a pena fixada, não é marco interruptivo da prescrição. (...) STF – HC 92340 EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL. EXTORSÃO. PRESCRIÇÃO. ACÓRDÃO QUE TRAZ NOVA CONDENAÇÃO. MARCO INTERRUPTIVO. OCORRÊNCIA. ORDEM DENEGADA. I - Acórdão que altera o título da condenação, com modificação substancial da pena, constitui novo julgamento, revestindo-se da condição de marco interruptivo da prescrição. II - Inocorrência, entre os marcos legais, dos lapsos exigidos pelo Código Penal para o reconhecimento da extinção da punibilidade. III - Ordem denegada. STF – Informativo n. 499/2008 Lei 11.596/2007: Prescrição e Acórdão Condenatório A Lei 11.596/2007, ao alterar a redação do inciso IV do art. 117 do CP ("Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: ... IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;"), apenas confirmara pacífico posicionamento doutrinário e jurisprudencial no sentido de que o acórdão condenatório reveste-se de eficácia interruptiva da prescrição penal. (...). Inicialmente, aduziu-se ser juridicamente relevante a existência de dois lapsos temporais, a saber: a) entre a data do recebimento da denúncia e a sentença condenatória e b) entre esta última e o acórdão que reformara em definitivo a condenação, já que o acórdão que modifica substancialmente decisão monocrática representa novo julgamento e assume, assim, caráter de marco interruptivo da prescrição. Tendo em conta a pena máxima cominada em abstrato para o delito de extorsão simples ou a sanção concretamente aplicada, constatou- se que, no caso, a prescrição não se materializara. O Min. Marco Aurélio ressaltou em seu voto que a mencionada Lei 11.596/2007 inserira mais um fator de interrupção, pouco importando a existência de sentença condenatória anterior, sendo bastante que o acórdão, ao confirmar essa sentença, também, por isso mesmo, mostre-se condenatório. V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 10 Incisos I, II, III e IV: PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA Incisos V e VI: PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO (art. 117, CP) Prescrição da Pretensão Punitiva Prescrição da Pretensão Executória Trânsito em julgado da condenação para Acusação e Defesa Início/continuação do cumprimento da pena Reincidência CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO (art. 117, CP) Fato Recebimento denúncia Pronúncia Confirmação Pronúncia Sentença Condenatória Acórdão Condenatório Trânsito em julgado da condenação para Acusação e Defesa Processo do Tribunal do Júri DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 11 DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 12 PRESCRIÇÃO – EXEMPLO Fato Jun/1990 Recebimento denúncia Ago/1995 Retroativa Retroativa INTERCORRENTE Sentença Condenatória maio/1998 Apenas a Defesa recorre Tribunal julga recurso da Defesa outubro/2000 Furto simples (art. 155, CP) Pena cominada = 1 a 4 anos Pena aplicada = 1 ano, 6 meses mais de 6 anos STJ julga, em definitivo recurso da Defesa Nov/2004 Recurso da Defesa DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 13
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