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Quem foi Saussure? Foi um importante linguista suíço primeiramente conhecido pelo trabalho que realizou no âmbito da linguística comparativa indo-europeia. No entanto, ficou realmente famoso pelas aulas de linguística que ministrou no início do séc. XX em Genebra que resultaram no livro Curso de Linguística Geral (1916). Este livro foi escrito pelos discípulos de Saussure visto que o mesmo faleceu, sem deixar os registros de sua genealidade. Esta obra marcou o início da linguística contemporânea no século XX e as ideias contidas nelas fundaram a linguística estrutural clássica. ANTES DO SÉC. XX – ANTES DE SAUSSURE -Estudo da gramática com fim normativo. -Estudo da evolução da língua associado ao método comparativista (Diacronia). -Confusão entre som e letra. -Oposição entre certo e errado. LINGUÍSTICA CONTEMPORÂNEA – LINGUÍSTICA DE SAUSSURE -Descrição da gramática. -Estudo sincrônico da língua. -Independência entre som e letra. POR QUE ESTRUTURALISMO? Características importantes nos estudos de Saussure: a) Língua como sistema / forma (dicotomia 1: Langue e Parole) Língua é uma Forma e não uma Substância Sistema: forma – todo elemento linguístico deve ser estudado a partir de suas relações com os outros elementos do sistema segundo sua função. RELAÇÕES PARADIGMÁTICAS E SINTAGMÁTICAS Forma = língua + coerência sintática (sintaxe mental) + coerência semântica. Não-sistema: é uma substância – fala. Engloba elementos como: características extralinguísticas. Saussure elegeu a língua como objeto de estudo da linguística – ESTÃO FORA ELEMENTOS COMO CARACTERÍSTICAS EXTRALINGUISTICAS – físicas, psicológicas... Forma = língua + coerência sintática (sintaxe mental ou estruturação do pensamento) – coerência semântica. Ex.: O menino chutou a bola – A bola chutou o menino. Essas ideias fundaram a linguística estrutural clássica (ESTRUTURALISMO) e, ao mesmo tempo, deram início à fase contemporânea dessa ciência. DICOTOMIAS DA LINGUAGEM: Língua (é a linuagem menos a fala) X Fala DA LÍNGUA Sincronia (estuda a língua sob uma perspectiva descritiva e não histórica) X Diacronia (estuda a língua do ponto de vista do seu desenvolvimento histórico. Tudo o que diz respeito às evoluções). DA SINCRONIA Relações associativas (paradigmáticas) X Relações sintagmáticas b) Estudo da língua sob uma perspectiva sincrônica. Estudo sincrônico descritivo. Saussere com a metodologia científica: nomenclatura e objeto da linguística. c) OBJETO DA LINGUÍSTICA = LANGUE (língua): o léxico, a gramática e a fonologia que são interiorizados por cada indivíduo e que lhe permitem falar e entender a língua da comunidade na qual foram educados. Parole (fala) – representa os dados imediatamente acessíveis ao observador, mas não é objeto de estudo de Saussure. d) Linguística Sincrônica X Diacrônica O que importa, a Saussure, são os estudos sincrônicos, pois seu estudo é voltado à estrutura da língua em um único tempo. A sincronia, corresponde, portanto, a estudar os fenômenos da língua através de um recorte, ou seja, numa determinada fase/época; enquanto que a diacronia é o estudo da língua que engloba as mudanças ocorridas através do tempo. Ex. de sincronia: A gente estuda na Uniasselvi. Nós estudamos na Uniasselvi. Temos aqui duas possibilidades da atualidade para falar a mesma coisa, embora uma seja mais formal que outra. Analisar a possibilidade que tenho para utilizar a língua hoje, refere-se ao estudo sincrônico. Ex. de diacronia: vossa mercê, que se transformou sucessivamente em vossemecê, vosmecê, vancê e você Temos aqui a evolução do pronome você ao longo da história. A isto damos o nome de diacronia. Em Filologia da Linguagem, você teve ter feito bastante o estudo da diacronia. e) Relações PARADIGMÁTICAS - o paradigma é relação dos signos no enunciado (discurso), contudo não é qualquer associação de signos. Nas relações paradigmáticas, leva-se uma série de elementos linguísticos em consideração no mesmo ponto do enunciado. Vamos a um exemplo: Meu caderno está em casa – nas relações paradigmáticas, estudo a possibilidade de trocar no lugar de meu outro pronome possessivo (como seu, nosso) para dar um novo sentido ao enunciado (e não precisamos nos restringir aos pronomes, pois, há, ainda, outras possibilidades: o caderno, um caderno...). O que estudamos no material de Linguística é que esses elementos do enunciado constituem um paradigma – dentro desse paradigma analisamos o termo selecionado pelo falante (dentre vários termos possíveis) para dar sentido ao enunciado. SINTAGMÁTICAS - No sintagma, analisamos a linearidade das colocações dos termos. Por exemplo: eu digo o caderno, mas não digo caderno o. A linearidade refere-se à ordem que colocamos as coisas. O paradigma e o sintagma, juntos, pertencem ao sistema da língua, estabelecendo os elementos que figuram o sentido pretendido na cadeia falada e obedecendo a um padrão rígido de combinação. Vamos a mais um exemplo (este, parte da Fábula de La Fontaine), selecionado em um artigo do Brasil Escola (http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/gramatica/paradigma- sintagma.htm) Paradigma e Sintagma - Meu Artigo Brasil Escola meuartigo.brasilescola.uol.com.br Apresentação de dois conceitos lingüísticos: o paradigma e o sintagma, e as relações existentes entre eles. - Não importa. Guardo mágoa de ti, que ano passado, me destrataste, fingindo! - Mas eu nem tinha nascido. - Pois então foi teu irmão. - Não tenho irmão, Excelência. - Chega de argumentação. Estou perdendo a paciência! - Não vos zangueis, desculpai! - Não foi teu irmão? Foi o teu pai ou senão foi teu avô – Tanto os argumentos de defesa do Cordeiro quanto os de acusação do Lobo estão baseados na seleção dos graus de parentesco. Observando as orações “foi teu irmão”, “foi teu pai” e “foi teu avô”, é possível verificar que as relações entre os elementos lingüísticos dependem, basicamente, de uma seleção deles, que no caso é a seqüência foi teu _____. Desse modo, pode-se afirmar que a linguagem tem dois eixos, um eixo de seleção e um eixo de combinação, que podem ser representados assim: Eixo de seleção foi teu irmão foi teu pai foi teu avô Eixo de combinação Em virtude do caráter linear dos significantes, há a impossibilidade de que os signos lingüísticos ocorram simultaneamente na cadeia da fala. Assim, enunciados um após o outro, eles formam um alinhamento que os distribui em relações de combinação entre, no mínimo, dois elementos. Há, portanto, relações de combinação entre os signos. A essas relações, chama-se de sintagmáticas, [uma coisa posta em ordem]. Além das relações sintagmáticas, baseadas na combinação, há também relações baseadas na seleção dos elementos que são combinados. Apresentando algo em comum, um signo pode ser associado a outros signos por, pelo menos, três modos: por meio de seu significado, com seus antônimos e sinônimos; por meio de seu significante, com imagens acústicas semelhantes; e por meio de outros signos, em processos morfológicos comuns. Para se referir às relações associativas entre os signos, a Lingüística consagrou o termo relações paradigmáticas, [modelo, exemplo].
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