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7/4/2011 1 CAMPUS CATALÃO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Estruturas de Aço Tópico: Dimensionamento e Verificação de Barras Tracionadas. 1Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 2 � Uma barra de aço sujeita ao esforço normal de tração terá, em seu dimensionamento no método dos estados limites, DUAS REGIÕES DISTINTAS. Dimensionamento de barras à tração 7/4/2011 2 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 3 TRECHO Y TRECHO U Região da barra onde não há uniformidade de tensões, notadamente junto aos furos. Por ser uma região restrita permite-se o escoamento localizado, mas não poderá haver ruptura última da peça. Região da barra onde não é permitido o escoamento generalizado por inutilizar a peça devido à ocorrência de alongamento excessivo. Dimensionamento de barras à tração Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 4 Resistência de cálculo (NBR 8800/2008 - item 5.2.2) A resistência de cálculo (Nt,Rd) a ser utilizada no dimensionamento é o menor dos valores obtidos de acordo com os estados limites de escoamento da seção bruta e ruptura da seção líquida efetiva. Seção de área bruta TRECHO Y g yt,Rd a1 A *f N = γ Seção de área líquida efetiva TRECHO U e u t,Rd a2 A *fN = γ CONDIÇÃO BÁSICA (NBR 8800/2008 - item 5.2.1.2) Nt,Sd ≤ Nt,Rd 7/4/2011 3 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 5 Resistência de cálculo (NBR 8800/2008 - item 5.2.2) � Os coeficientes γa1 e γa2 são fornecidos no item 4.8.2 da NBR 8800/2008 (para o ELU). Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 6 Determinação de áreas da seção transversal para cálculo SEÇÃO RETA Seção transversal da peça, também denominada seção normal - pode ou não conter furos. ÁREA BRUTA Ag = bg*t Obtida de tabelas de fabricantes dos perfis metálicos. 7/4/2011 4 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 7 ÁREA LÍQUIDA (An)(NBR 8800/2008 - item 5.2.4) Para o cálculo da área líquida de uma seção transversal é necessário determinar o diâmetro dos furos. No caso de peças soldadas, como não há furos � An = Ag Determinação de áreas da seção transversal para cálculo CANTONEIRAS Ag = (A + B -t)*t(NBR 8800/2008 - item 5.2.4.1-d) Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 8 An = Ag - ΣΣΣΣAfuro Sendo: Afuro = área do furo na seção transversal � Afuro = d’*t d' = diâmetro do furo para efeito de cálculo da área líquida. O furo pode ser padrão, alargado ou alongado Largura do furo para cálculo da área líquida d' = dfuro + DANO Determinação de áreas da seção transversal para cálculo 7/4/2011 5 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 9 Determinação de áreas da seção transversal para cálculo Onde: �db = diâmetro do parafuso; �dfuro ���� db + folga máxima entre o furo e o parafuso (NBR 8800/2008 – item 6.3.6 - tabela 12); �DANO = 2,0mm ���� danificação do furo devido ao puncionamento. Caso se possa garantir que os furos sejam executados com broca, pode-se desconsiderar este acréscimo (NBR 8800/2008 - item 5.2.4.1-a). Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 10 Determinação de áreas da seção transversal para cálculo Dimensões máximas de furos para parafusos e barras redondas rosqueadas 7/4/2011 6 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 11 Determinação de áreas da seção transversal para cálculo SEÇÃO EM ZIGUEZAGUE (NBR 8800/2008 item 5.2.4.1-b) Quando há furos em diagonal, a linha de ruptura pode não acontecer numa seção normal ao eixo da peça (A), podendo ser em ziguezague (B ou C). Devem ser verificadas todas as possibilidades. Seção crítica Seção de menor área líquida An entre as seções A, B e C. Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 12 Determinação de áreas da seção transversal para cálculo Furo padrão (NBR 8800/2008 item 5.2.4.1-b) Quando a ruptura se dá em ziguezague temos um aumento da resistência que é expresso como um aumento de área líquida. ∑ t*g*4 s2 ∑ ∑+−= t*g*4 sAAA 2 furosgn Onde: s = espaçamento longitudinal entre dois furos consecutivos; g = espaçamento transversal entre dois furos consecutivos; t = espessura da peça. 7/4/2011 7 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 13 Cantoneiras (NBR 8800/2008 item 5.2.4.1-d) Devemos desenvolver o perfil para determinar as seções ziguezague entre as abas das cantoneiras Determinação de áreas da seção transversal para cálculo ∑ ∑+−= t*g*4 sAAA 2 furosgn ∑ ∑ =→+−= t*bAg*4 sd'b nn 2 gn b ou Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 14 Determinação de áreas da seção transversal para cálculo ÁREA LÍQUIDA EFETIVA (Ae) (NBR 8800/2008 - item 5.2.3) Quando uma solicitação de tração for transmitida a uma barra diretamente para cada um dos elementos de sua seção, por soldas ou parafusos, a área líquida efetiva (Ae) é igual à área líquida (An). Quando a transmissão for feita para apenas alguns elementos da seção, a distribuição de tensões não é uniforme ���� deve ser empregado um coeficiente de redução Ct (NBR 8800/2008 – item 5.2.5). Ae = Ct * An 7/4/2011 8 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 15 Determinação de áreas da seção transversal para cálculo ÁREA LÍQUIDA EFETIVA (Ae) (NBR 8800/2008 - item 5.2.3) Quando a força de tração for transmitida somente por soldas transversais: c t g AC A = Onde: Ac é a área da seção transversal dos elementos conectados. Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 16 ÁREA LÍQUIDA EFETIVA (Ae) (NBR 8800/2008 - item 5.2.3) Determinação de áreas da seção transversal para cálculo A) Nas barras com seções transversais abertas, quando a força de tração for transmitida somente por parafusos ou somente por soldas longitudinais ou ainda por uma combinação de soldas longitudinais e transversais para alguns (não todos) elementos da seção transversal (devendo, no entanto, ser usado 0,90 como limite superior, e não se permitindo o uso de ligações que resultem em um valor inferior a 0,60): 1 ct c eC l = − 7/4/2011 9 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 17 ÁREA LÍQUIDA EFETIVA (Ae) (NBR 8800/2008 - item 5.2.3) Determinação de áreas da seção transversal para cálculo A) Onde: � ec é a excentricidade da ligação, igual à distância do centro geométrico da seção da barra, G, ao plano de cisalhamento da ligação (em perfis com um plano de simetria, a ligação deve ser simétrica em relação a ele e são consideradas, para cálculo de Ct, duas barras fictícias e simétricas, cada uma correspondente a um plano de cisalhamento da ligação, por exemplo, duas seções T no caso de perfis I ou H ligados pelas mesas ou duas seções U, no caso desses perfis serem ligados pela alma. � lc é o comprimento efetivo da ligação (esse comprimento, nas ligações soldadas, é igual ao comprimento da solda na direção da força axial; nas ligações parafusadas é igual a distância do primeiro ao último parafuso da linha de furação com maior número de parafusos, na direção da força axial Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 18 ÁREA LÍQUIDA EFETIVA (Ae) (NBR 8800/2008 - item 5.2.3) Determinação de áreas da seção transversal para cálculo Ilustração dos valores de ec em seções abertas 7/4/2011 10 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 19 ÁREA LÍQUIDA EFETIVA (Ae) (NBR 8800/2008 - item 5.2.3) Determinação de áreas da seção transversal para cálculo B) Nas chapas planas, quando a força de tração for transmitida somente por soldas longitudinais ao longo de ambas as suas bordas. Ct = 1,00, para lw ≥ 2*b Ct = 0,87, para 2*b > lw ≥ 1,5*b Ct = 0,75, para 1,5*b > lw ≥ b � lw é o comprimento dos cordões de solda. � b é a largura da chapa (distância entre as soldas situadas nas duas bordas). Estruturas de Aço – Prof. WellingtonAndrade 20 Chapa plana com força de tração transmitida por solda longitudinal ÁREA LÍQUIDA EFETIVA (Ae) (NBR 8800/2008 - item 5.2.3) Determinação de áreas da seção transversal para cálculo 7/4/2011 11 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 21 ÁREA LÍQUIDA EFETIVA (Ae) (NBR 8800/2008 - item 5.2.3) C) Como em “A”, nas barras com seções tubulares retangulares, quando a força de tração for transmitida por meio de uma chapa de ligação concêntrica ou por chapas de ligação em dois lados opostos da seção, desde que o comprimento da ligação, lc, não seja inferior à dimensão da seção na direção paralela à(s) chapa(s) de ligação. Determinação de áreas da seção transversal para cálculo 1 ct c eC l = − Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 22 ÁREA LÍQUIDA EFETIVA (Ae) (NBR 8800/2008 - item 5.2.3) Determinação de áreas da seção transversal para cálculo 7/4/2011 12 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 23 ÁREA LÍQUIDA EFETIVA (Ae) (NBR 8800/2008 - item 5.2.3) D) Nas barras com seções tubulares circulares, quando a força de tração for transmitida por meio de uma chapa de ligação concêntrica. Determinação de áreas da seção transversal para cálculo Ct = 1,00 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 24 ÁREA LÍQUIDA EFETIVA (Ae) (NBR 8800/2008 - item 5.2.3) Determinação de áreas da seção transversal para cálculo D) Se o comprimento da ligação, lc, for superior ou igual a 1,30 do diâmetro externo da barra. Como em “A”, se o comprimento da ligação for superior ou igual ao diâmetro externo da barra e menor que 1,30 vez esse diâmetro. 7/4/2011 13 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 25 Nesse tipo de colapso ocorre a ruptura do segmento do perfil que recebe a ligação, envolvendo cisalhamento nos planos paralelos a força à força (áreas Av) e tração normal à força (área At). A ruptura da área tracionada pode estar acompanhada da ruptura ou do escoamento das áreas cisalhadas, o que fornece a menor resitência. Cisalhamento de Bloco (Colapso por Rasgamento) Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 26 � Agv é a área bruta sujeita a cisalhamento; � Anv é a área líquida sujeita a cisalhamento; � Ant é a área líquida sujeita à tração; � Cts é igual a 1,0 quando a tensão de tração na área líquida for uniforme, e igual a 0,5 quando for não-uniforme (as Figuras 18-b e 18-c, da NBR 8800, ilustram situações típicas, respectivamente, para Cts = 1,0 e Cts = 0,5 ). Cisalhamento de Bloco (Colapso por Rasgamento) 7/4/2011 14 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 27 Cisalhamento de Bloco (Colapso por Rasgamento) Situações típicas nas quais deve ser verificado o estado-limite Situações típicas nas quais Cts= 1,0 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 28 Cisalhamento de Bloco (Colapso por Rasgamento) Situação típica na qual Cts= 0,5 7/4/2011 15 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 29 Disposições construtivas A localização de parafusos nas peças deve ter em conta: � Uma distribuição mais uniforme das tensões, evitando-se concentração de tensões, escoamento e/ou rupturas prematuras. � Facilitar ou possibilitar o manejo de chaves fixas, torquímetros, etc. � Evitar que as arruelas, porcas ou cabeças de parafusos apóiem-se em regiões curvas de perfis laminados ou dobrados. � Evitar a interferência de parafusos. Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 30 Disposições construtivas Espaçamento mínimo entre furos (NBR 8800/2008 – item 6.3.9): � A distância entre centros de furos-padrão, alargados ou alongados, não pode ser inferior a 2,7*db, de preferência 3*db, sendo db o diâmetro do parafuso ou barra redonda rosqueada. Além desse requisito, a distância livre entre as bordas de dois furos consecutivos não pode ser inferior a db. 7/4/2011 16 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 31 Disposições construtivas Espaçamento máximo entre parafusos (NBR 8800/2008 – item 6.3.10): � Determinação do espaçamento máximo entre parafusos que ligam uma chapa a um perfil ou a outra chapa, em contato contínuo: � Em elementos pintados ou não sujeitos à corrosão, o espaçamento não pode exceder 24 vezes a espessura da parte ligada menos espessa, nem 300 mm; � Em elementos sujeitos à corrosão atmosférica, executados com aços resistentes à corrosão, não pintados, o espaçamento não pode exceder 14 vezes a espessura da parte ligada menos espessa, nem 180 mm. Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 32 Disposições construtivas Distância mínima de um furo às bordas – furos padrão (NBR 8800/2008– item 6.3.11.1)a: 7/4/2011 17 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 33 Disposições construtivas Distância mínima de um furo às bordas – furos alargados ou alongados (NBR 8800/2008– item 6.3.11.2): A distância do centro de um furo alargado ou alongado a qualquer borda de uma parte ligada não pode ser inferior ao valor indicado para furos-padrão, acrescido de β*db , sendo db o diâmetro do parafuso e β definido como a seguir: Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 34 Disposições construtivas Distância mínima de um furo às bordas – furos alargados ou alongados (NBR 8800/2008– item 6.3.11.2): � β = 0 para furos alongados na direção paralela à borda considerada; � β = 0,12 para furos alargados; � β = 0,20 para furos pouco alongados na direção perpendicular à borda considerada; � β = 0,75 para furos muito alongados na direção perpendicular à borda considerada (se o comprimento do furo muito alongado for inferior ao dado na Tabela 12 da NBR 8800/2008, o produto β*db pode ser reduzido de uma quantia igual à metade da diferença entre o comprimento dado na Tabela e o comprimento real). 7/4/2011 18 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 35 Disposições construtivas Distância máxima de um parafuso ou barra rosqueada às bordas (NBR 8800/2008 – item 6.3.12): � Para qualquer borda de uma parte ligada, a distância do centro do parafuso, ou barra redonda rosqueada, mais próximo até essa borda não pode exceder a 12 vezes a espessura da parte ligada considerada, nem 150 mm. Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 36 Índice de esbeltez limite (NBR 8800/2008 - item 5.2.8) � O índice de esbeltez, de barras tracionadas, tomado como a maior relação entre o comprimento e o raio de giração correspondente (L/r), excetuando-se tirantes de barras redondas pré-tensionadas ou barras que tenham sido montadas com pré-tensão, não pode, em princípio, exceder 300. � Recomenda-se que perfis ou chapas, separados uns dos outros por uma distância igual à espessura de chapas espaçadoras, sejam interligados através dessas chapas espaçadoras, de modo que o maior índice de esbeltez de qualquer perfil ou chapa, entre essas ligações, não ultrapasse 300. 7/4/2011 19 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 37 Índice de esbeltez limite (NBR 8800/2008 - item 5.2.8) Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 38 Índice de esbeltez limite (NBR 8800/2008 - item 5.2.8) � No caso das recomendações não serem adotadas, o responsável técnico pelo projeto estrutural deve estabelecer novos limites para garantir que as barras tracionadas tenham um comportamento adequado em condições de serviço. 7/4/2011 20 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 39 Exemplo 01 – Calcular a espessura necessária de uma chapa de 100mm de largura, sujeita a um esforço axial de 100kN. Resolver o problema para o aço MR250 utilizando o Método dos Estados Limites. Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 40 Exemplo 02 – Duas chapas 22 x 300mm são emendadas por meio de talas com 2 x 8 parafusos Φ 22mm. Verificar se as dimensões das chapas são satisfatórias, admitindo-se aço MR250. 7/4/2011 21 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 41 Exemplo03 – Duas chapas 28cm x 20mm são emendadas por trespasse, com parafusos d = 20mm, sendo os furos realizados por punção. Calcular o esforço resistente de projeto das chapas, admitindo-as submetidas a tração axial. Aço MR250. Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 42 Exemplo 04 – Para o perfil U 381 (15”) x 50,4kg/m, em aço MR250, calcular o esforço de tração resistente. Os conectores são de 22mm de diâmetro. 7/4/2011 22 Estruturas de Aço – Prof. Wellington Andrade 43 Exemplo 05 – Calcular o esforço de tração do Exemplo 04, agora com ligação soldada
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