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Análise Ergonômica de uma sala de desenho – uma atividade de estágio em um Curso de Design 
DESENHANDO O FUTURO 2011 | 1º CONGRESSO NACIONAL DE DESIGN 
Análise Ergonômica de uma sala de desenho – uma 
atividade de estágio em um Curso de Design 
 
Ergonomic Analysis of a drawing room - a activity of stages in a Design Course 
 
Silva, Sara Raquel V., Universidade Federal da Paraíba. 
sara_raquel15@hotmail.com 
 
Acioly, Angélica de S. G., Msc. Universidade Federal da Paraíba. 
angelica@ccae.ufpb.br 
 
Resumo 
 
O trabalho relata uma experiência da disciplina de estágio supervisionado interno do curso de 
em Design da UFPB. Os estágios internos do curso têm como proposta a aplicação prática de 
conteúdos vistos, através de análises/intervenções a partir de demandas reais. Neste caso, a 
realização de uma análise ergonômica da sala de desenho do curso, com o objetivo de avaliar 
os aspectos ambientais, o uso dos mobiliários e identificar o perfil dos usuários. Para tanto, foi 
realizada pesquisa bibliográfica e de campo - através de observação assistemática, registros e 
aplicação de questionários e de método de avaliação postural. 
 
Palavras Chave: ergonomia; posturas; sala de desenho. 
 
 
Abstract 
 
This paper reports on an experience of the discipline “Supervised Internship” in the Design 
Course of UFPB. The internship stages of the course aim at the practical application of 
content viewed through analysis / interventions from real demands. In this case, an ergonomic 
analysis of the drawing room of the course was conducted, aiming at evaluating the 
environmental aspects, the usage of the furniture and the identification of profiles of the users. 
To this end, literature and field research was made – through observation, records, 
questionnaires and postural assessment method. 
 
Keywords: ergonomics; postures; classroom of drawing. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise Ergonômica de uma sala de desenho – uma atividade de estágio em um Curso de Design 
 
DESENHANDO O FUTURO 2011 | 1º CONGRESSO NACIONAL DE DESIGN 
 
1 Introdução 
 
O Campus IV da Universidade Federal da Paraíba, localizado na microrregião do Litoral 
Norte do Estado, foi inaugurado no final do ano de 2006, sendo composto por duas unidades 
localizadas em duas cidades vizinhas: Rio Tinto abrangendo os cursos de: Ecologia, 
Antropologia e Culturas Indígenas, Design, Ciências da Computação, Sistemas de Informação 
e Matemática, e Mamanguape abrangendo: Ciências Contábeis, Secretariado Executivo 
Bilíngue, Hotelaria e Pedagogia. 
A unidade de Rio Tinto do Centro de Ciências Aplicadas e Educação encontra-se em 
processo de finalização da construção das suas instalações. As instalações em funcionamento 
estão localizadas em galpões restaurados de arquitetura germânica, como também novas 
edificações (algumas em fase de construção). 
 
 
 
Figura 1 – instalações da Fábrica de Tecidos de Rio Tinto 
Fontes: Flickr (2008), Projeto Rio Tinto (2008), A União (2007) apud Projeto Pedagógico do Curso 
 
 O projeto do Campus prevê a construção de blocos de salas de aulas, de laboratórios, de 
apoio e administrativo, e ainda a restauração de dois galpões antes pertencentes a uma antiga 
fábrica de tecidos, um já foi restaurado e funciona como bloco de central de aulas (terceira 
imagem da figura abaixo – antes da restauração), e outro em andamento. 
Até que o projeto de construção seja finalizado, algumas áreas da fábrica desativada 
foram adaptadas às atividades de ensino. 
O Curso de Graduação em Design, com habilitação em Projeto do Produto, do Campus 
IV da Universidade Federal da Paraíba, teve inicio no primeiro período do ano letivo de 2007, 
no Município de Rio Tinto. Atualmente possui quatro turmas (P2, P4, P6 e P8) e cerca de 128 
alunos matriculados (Sistema de controle acadêmico da UFPB, 2011) 
Sobre os ambientes do curso, conta-se com: 01 sala de desenho funcionando em uma 
parte de um galpão reformado (provisório), 01 laboratório de computação funcionando em um 
bloco recém construído, Laboratório de volumes e fotografia funcionando em ambientes 
recém construídos (provisórios) e salas de aulas em dois blocos, um prédio da fábrica 
restaurado e em um bloco construído recentemente, 
Dentro das atividades previstas pelo curso de Design, os Estágios Supervisionados (ES) 
são desenvolvidos a partir do sexto semestre, e é divido em ES 1 e 2 de caráter interno, e o ES 
3 externo. 
As atividades dos Estágios Supervisionados 1 e 2 são desenvolvidas nos 
laboratórios/ambientes da unidade do curso, que possuam infra-estrutura necessária para o 
desenvolvimento das atividades propostas pelo aluno e que preferencialmente atendam à 
demandas reais (do Curso, Centro ou situações/empresas locais). 
Análise Ergonômica de uma sala de desenho – uma atividade de estágio em um Curso de Design 
DESENHANDO O FUTURO 2011 | 1º CONGRESSO NACIONAL DE DESIGN 
Desta forma, foi realizada uma pesquisa das demandas relativas ao funcionamento do 
Campus, e alguns pontos foram identificados como: o impacto do uso dos ambientes 
adaptados para ambientes de ensino, a partir de relatos dos usuários no decorrer das atividades 
desenvolvidas nesses ambientes. 
A sala de desenho do curso é bastante utilizada por praticamente todos os períodos, 
abrangendo as disciplinas de Representação gráfica (Desenho de observação 1 e 2; 
Geometria descritiva e Desenho projetivo), de Projeto (05) e quaisquer outras do curso que 
necessitem da área de trabalho das pranchetas. 
A importância da análise se justifica pelo fato da sala de desenho ser um ambiente do 
curso implantado em uma área provisória e utilizada com muita freqüência por aulas e 
atividades de monitoria com períodos mais longos (horários condensados), o que potencializa 
as repercussões dos aspectos ergonômicos existentes. 
Sabe-se que, os preceitos da ergonomia podem favorecer vários pontos de um local de 
trabalho/local de estudo – conforto, segurança, concentração, motivação, dentre outros. A 
aplicação de medidas adequadas e associadas ao usuário e suas necessidades, bem como o 
cumprimento das normas/regras para uma atividade salutar, entre outras ações importantes, 
tornam o ambiente adequado ao uso proposto contribuindo na relação ensino/aprendizagem e 
saúde e bem-estar dos usuários. 
Desta forma, este artigo tem como objetivo apresentar a análise ergonômica da Sala de 
Desenho do Curso de Bacharelado em Design, como uma experiência prática de estágio 
supervisionado; além de: avaliar os aspectos ambientais do espaço de realização das 
atividades de desenho e projeto; avaliar o uso dos mobiliários existentes por alunos e 
professores de diversos períodos do curso, no que tange aos aspectos posturais, dimensionais 
e estruturais; identificar o perfil do usuário; e propor recomendações ergonômicas, tanto no 
aspecto ambiental quanto dos mobiliários adotados; 
 
2 Procedimentos Metodológicos 
 
A presente análise caracteriza-se por uma pesquisa descritiva, realizada por meio da 
observação, registro e a análise da situação das aulas de desenho e projeto desenvolvidas no 
ambiente estudado. 
A partir da identificação da demanda existente no Campus IV para a realização do 
estágio, inicialmente foi formulado o plano de atividades contendo a proposta da análise. 
A análise propriamente dita foi realizada através de: 
 
 Pesquisa bibliográfica 
 
 Foi realizado um levantamento das referências que foram utilizadas as seguintes fontes: 
livros, artigos, normas da ABNT (NBR 5413, 13963, 10152), NR 17 - Ergonomia, dentre 
outras, e para definição dos métodos que mais se identificam com a avaliação proposta. Pesquisa de campo 
 
Foram realizadas observações a fim de registrar o comportamento postural dos usuários 
dos mobiliários e quanto aos aspectos ambientais da sala de desenho. Para tanto foram 
utilizados: registro fotográfico, medições e aplicação de questionários e do método de 
avaliação postural. 
Após os registros foram aplicados questionários a 25 (vinte e cinco) alunos entre os 2° e 
4° períodos do curso em 2010 (Universo cerca de 70 alunos) e 3 (três) professores do curso de 
Análise Ergonômica de uma sala de desenho – uma atividade de estágio em um Curso de Design 
 
DESENHANDO O FUTURO 2011 | 1º CONGRESSO NACIONAL DE DESIGN 
 
Design das disciplinas de Desenho de Observação 2 e Projeto do Produto 1, ambas com carga 
horária de 4 h/a distribuídas em 2 aulas de 2 horas. 
Os questionários foram aplicados durante a aula, após cerca de uma hora do seu início. 
Foram elaborados dois formulários, ambos baseados no modelo proposto por Iida (2005), um 
tipo para os professores e outro para os alunos e contendo perguntas sobre: sexo, idade, 
freqüência semanal e duração da aula, incidência de dores/desconforto, conforto térmico, 
iluminação, ruído, mobiliário (cadeira, banco, pranchetas e/ou mesa), layout, comunicação, 
queixas e sugestões. 
Para a avaliação do conforto/desconforto quanto ao uso dos mobiliários foi aplicado o 
diagrama de dores de Corlett e Manenica (IIDA, 2005) aos alunos, a fim de localizar 
possíveis índices de desconforto/dor em 24 segmentos do corpo, através da indicação de 
níveis desde “sem desconforto” até “extremamente desconfortável”. 
Os resultados do diagrama foram avaliados de acordo com a incidência dos pontos de 
desconforto/dor em associação com as observações realizadas no ambiente da sala de aula. 
 
3 Fundamentação Teórica 
 
3.1 A Ergonomia e salas de aula 
 
No processo de formação, seja no ensino fundamental, médio ou superior, o 
planejamento de salas de aula adequadas é condição sine qua non para o melhor 
aproveitamento tanto do aluno quanto do professor. 
Segundo Moro (2005 apud DINIZ et al) a preocupação em obter um ambiente que 
possua adequação para lecionar adequadamente algumas disciplinas, principalmente as que 
requerem mobiliários especiais para realização de atividades didática, é antiga. 
Segundo Luz et al (2005) 
 
Tem-se observado no ambiente escolar, uma grande lacuna de aplicações e 
adequações ergonômicas. Na maioria das escolas ainda não existe um investimento 
em relação ao ambiente físico, mobiliário e equipamentos. Dentro destes, 
encontram-se a má iluminação, ventilação, posicionamento do quadro negro, 
cadeiras e carteiras inadequadas, que influenciam no desempenho, no conforto e na 
eficácia do aluno quanto ao seu objetivo, que nada mais é do que aprender e adquirir 
conhecimentos. 
 
Um ambiente que possua o conforto ambiental e físico proporciona posterior satisfação 
e aumento do desempenho do aluno em suas atividades, principalmente em aulas de desenho. 
(SANTOS, 2006). 
Guinta (2004, p. 2) apresenta o desenho como uma disciplina em que é necessária a 
inserção de mobiliários e ambientes especiais para o melhor desenvolvimento da atividade de 
ensino, mas diversas vezes esses parâmetros não são reais, fatores ambientais como 
iluminação e temperatura em conjunto com o mobiliário deverão estar harmoniosamente 
dispostos, a fim de proporcionar a otimização do aluno com a universidade. 
Ainda segundo Gueta (p. 15) em qualquer das atividades desenvolvidas durante aulas de 
desenho o aluno permanecerá em média 90% do tempo sentado, ou seja, o posto de trabalho 
deverá permitir a melhor acomodação e posturas cômodas durante a ministração da aula. Essa 
atenção deve ser promovida tanto para o aluno como para o professor, que também utiliza do 
mesmo ambiente que o aluno e diversas vezes usam comumente o mesmo mobiliário. 
Análise Ergonômica de uma sala de desenho – uma atividade de estágio em um Curso de Design 
DESENHANDO O FUTURO 2011 | 1º CONGRESSO NACIONAL DE DESIGN 
Em uma sala de desenho, ambiente existente em cursos de Design e áreas correlatas, um 
dos pontos mais críticos é a postura assumida no uso dos mobiliários. Em alguns casos, com o 
uso das pranchetas e assentos “altos”, o que potencializa os problemas posturais do usuário. 
O mobiliário escolar, além dos fatores ambientais, é notadamente um elemento da sala 
de aula que influi diretamente no desempenho, conforto, segurança e no comportamento dos 
alunos, devendo ser um instrumento físico facilitador no processo educacional. 
As posturas inadequadas causam dores e degenerações que podem persistir durante toda 
a vida. Cerca de 30% dos alunos têm dores na coluna e cerca de 36% dos adultos apresentam 
deformações ósseas e dores na coluna, que podem originar-se de posturas inadequadas na sala 
de aula. (KNIGTH e NOYER, 1999 apud IIDA, 2005, p. 571) 
Um dos aspectos mais relevantes na questão do conforto relacionado ao uso dos 
mobiliários em uma sala de aula refere-se à questão antropométrica. A diversidade das 
medidas antropométricas entre os usuários, mesmo que sejam da mesma faixa etária 
prejudicam o uso do produto. 
A importância da boa postura sempre é recomendada, principalmente na relação 
homem/mobiliário. As posturas inadequadas são assumidas possivelmente devido a 
deficiências no projeto do produto, exigências que o trabalho propõe e aos equipamentos. 
A variação de postura serve para aliviar as pressões sobre os discos intervertebrais e as 
tensões nos músculos de sustentação, reduzindo-se a fadiga (GRANDJEAN et al, 2005). As 
mudanças são mais freqüentes se o mobiliário não oferecer o conforto adequado ao usuário, 
resultando em várias mudanças por minuto. Principalmente na posição sentada, que exige um 
trabalho muscular maior no dorso e no ventre e o suporte do peso nas nádegas. 
 
3.2 Considerações ambientais 
 
 Uma grande fonte de tensão no trabalho refere-se às condições ambientais 
desfavoráveis, como excesso de calor, ruídos e vibrações. Esses fatores causam desconforto, 
aumentam o risco de acidentes e podem provocar danos consideráveis à saúde. (IIDA, 2005, 
p. 491) 
 Segundo a NR 17 (p. 3) “as condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às 
características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado”. 
 
 Temperatura 
 
O corpo humano sempre busca manter o equilíbrio térmico, esse equilíbrio se dá pela 
troca de calor com o ambiente, o que provoca essa troca de calor são as diferenças de 
temperatura no ambiente. O ser humano possui mecanismos para obter sua temperatura 
constante de 37° C, visto que se essa temperatura obtiver um maior número, haverá reações 
que serão nocivas à saúde. Para tanto, o ambiente deve apresentar, segundo a NR 17 (p.3): 
 
17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação 
intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, 
escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são 
recomendadas as seguintes condições de conforto: [...] 
[...] b) índice de temperatura efetiva entre 20
o
C (vinte) e 23
o
C (vinte e três graus 
centígrados); (117.024-4 / I2) 
 
 
 
 
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DESENHANDO O FUTURO 2011 | 1º CONGRESSO NACIONAL DE DESIGN 
 
 Ruído 
 
Ruído comumente é caracterizado por barulhos ou um som indesejável, ou segundo Iida 
(2005), um estímulo auditivo que não contém informações úteis para a tarefa em execução, 
pode ser considerado também como poluição sonora não desejada. 
17.5.2.1. Para as atividades que possuam as característicasdefinidas no subitem 17.5.2, 
mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o 
nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de 
ruído (NC) de valor não superior a 60 dB. 
Iida (2005) afirma que “As tarefas que exigem muitas informações verbais são 
prejudicadas porque as pessoas precisam falar mais alto e nem sempre são surpreendidas, 
devido ao efeito do mascaramento”, ou seja, o ruído mascara o que o professor está falando, 
causando a falta de atenção e irritação por ambas as partes. 
 
 Iluminação 
 
A NR 17 afirma nos itens 17.5.3 e 17.5.3.1, que em todos os locais de trabalho deve 
haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza 
da atividade e sendo uniformemente distribuída e difusa 
 
17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou 
artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade. 
17.5.3.1. A iluminaçâo geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. 
17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma 
a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. 
17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de 
trabalho são os valores de iluminância estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira 
registrada no INMETRO. (117.027-9 / I2) 
17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve 
ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de 
luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função 
do ângulo de incidência. (117.028-7 / I2) 
 
O nível de iluminamento em uma sala de desenho segundo a NBR 5413/1992 – 
iluminância de interiores, afirma que esse nível pode ter variação de 300 a 1000 lux, sendo 
300 recomendado para salas de aulas e 1000 para salas de desenho que necessitem de alta 
precisão. A definição do nível adequado depende do grau de dificuldade e do tipo de trabalho 
a ser executado e das condições estruturais e ambientais, bem como fatores externos,como, 
por exemplo, a luz natural. 
 
3.3 O Mobiliário de desenho 
 
O mobiliário para a atividade de desenho deve possuir os elementos e formas adequados 
às atividades propostas como: área de trabalho suficiente e regulagem de inclinação, 
mesa/assento com dimensionamento recomendado, com possibilidades de regulagem para que 
o usuário se sinta confortável e ausência de dores e futuros problemas provenientes de má 
postura. 
Em relação ao mobiliário específico para a atividade de desenho – a prancheta, a NBR 
13963 coloca que a altura da prancheta utilizada com assento alto deve ser sempre regulável. 
A regulagem mínima deve atingir pelo menos 800 mm e a máxima deve chegar a pelo menos 
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1000 mm. O intervalo de regulagem poderá ser excedido pelo fabricante, desde que os valores 
mínimos e máximos estejam incluídos na faixa de regulagem. 
A prancheta ainda deve possuir sistema de angulação da área de trabalho (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Variações de inclinação da superfície de trabalho 
Fonte: ABNT - NBR 13963 (1997) 
 
A NR 17 se reporta ao mobiliário em um ambiente de trabalho da seguinte forma: 
 
17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, 
mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de 
boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos 
mínimos: 
a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de 
atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura 
do assento; (117.007-4 / I2) 
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; (117.008-2 / 
I2) 
c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação 
adequados dos segmentos corporais. (117.009-0 / I2) 
17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos 
requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para 
acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil 
alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do 
trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser 
executado. (117.010-4 / I2) 
 
O assento é um item essencial e de suma importância para promover o conforto do 
usuário. A posição sentada consome menos energia, reduz a pressão sobre os membros 
inferiores e mantém o corpo com menos oscilação do que em pé. 
A NR 17 apresenta algumas características para o assento nos postos de trabalho: 
17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes 
requisitos mínimos de conforto: 
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; 
(117.011-2 / I1) 
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento; (117.012-0 
/ I1) 
c) borda frontal arredondada; (117.013-9 / I1) 
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar. 
(117.014-7 / Il) 
17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a 
partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que 
se adapte ao comprimento da perna do trabalhador. (117.015-5 / I1) 
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Para Iida (2005, p.155) altura do assento deve ser estudada também em função da altura 
da mesa, de modo que a superfície da mesa fique aproximadamente na altura do cotovelo da 
pessoa. Ainda segundo o autor quando o assento é muito alto há riscos de dores na parte 
inferior das pernas, joelhos e pés, e ainda caso não haja encosto as dores podem ser 
localizadas nos músculos extensores do dorso. 
A existência de encosto nos assentos de trabalho promovem a diminuição da pressão nos 
discos intervertebrais, como indica Grandjean et al (1998) no gráfico a seguir. O que sugere 
que os assentos, principalmente para atividades prolongadas, devem possuir o encosto, que 
tem como função 
 
 
Figura 3 – Pressão nos Discos Intervetebrais x postura 
Fonte: Grandjean et al (1998) 
 
A posição adequada para uso da prancheta, segundo a norma, deve permitir as pernas em 
90° ou angulação próxima, com descanso para os pés se o assento for alto e coluna ereta. 
 
 
 
Figura 4 - Posição correta de uso da prancheta/assento 
Fonte: ABNT - NBR 13963 (1997) 
 
 
 
Análise Ergonômica de uma sala de desenho – uma atividade de estágio em um Curso de Design 
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Figura 5 - Cadeira sugestiva para uso na sala de desenho 
 
Em termos gerais o projeto do assento deve considerar a relação entre a altura da área de 
trabalho e o assento, facilidade de sentar-se e levantar-se, estabilidade do assento e 
alcochoamento do assento e do encosto. 
 
4 Resultados e Discussões 
 
4.1 Descrição do Ambiente 
 
O ambiente utilizado para aulas e prática de desenho funciona um uma sala reformada 
de parte de um galpão desativado da fábrica de tecidos, medindo 6 x 14,5 m, uma área de 87 
m
2
. 
 
 
Figura 6 - Sala de Desenho do Curso de Design 
 
14,5 m 
6 m 
 
 
Figura 7 – Layout da Sala de Desenho 
Análise Ergonômicade uma sala de desenho – uma atividade de estágio em um Curso de Design 
 
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Em relação à iluminação a sala possui 04 esquadrias distribuídas em um dos lados da 
sala, contudo a iluminação é complementada com lâmpadas fluorescentes fixadas a um forro 
de gesso, e paredes em pintura branca. 
Quanto à ventilação da sala, as esquadrias ficam permanentemente fechadas, sendo a 
climatização feita através de 02 (duas) unidades condensadoras do tipo Split, com capacidade 
de refrigeração de 3000 btus, divididos em uma área de 14,50 m x 6 m, esses splits 
permanecem em funcionamento grande parte do dia na temperatura mínima que é suportada 
pelo equipamento - 17°. 
Os mobiliários utilizados são dispostos conforme o layout indicado na figura 6 e são 
compostos por: 
 38 pranchetas – estrutura tubular com sistema de regulagem de inclinação do 
tampo com acionamento manual do tipo borboleta A prancheta utilizada possui 
superfície de trabalho de 100 x 79 cm, com altura aproximada de 120 cm, 
podendo variar de acordo com a abertura angular da estrutura base. A área de 
trabalho possui régua paralela. (figura 8) 
 38 banquetas - estrutura tubular com altura de 74 cm, com assento quadrado 
medindo 17 cm de lado. (figura 8) 
 01 mesa/birô de madeira e uma cadeira alcochoada de base tubular para o 
professor. 
 
 
 
Figura 8 – Mobiliários de desenho 
 
A sala ainda possui uma lousa branca fixada à parede em frente às pranchetas. O acesso 
à sala é feito por maio de uma porta de ferro deslizante. Porta original do galpão da fábrica. 
 
 
 
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4.2 Análise Ambiental 
 
 A estabilidade do ambiente é um fator importante para o adequado desenvolvimento das 
atividades e saúde e bem-estar do usuário. Condições ambientais desfavoráveis proporcionam 
o desenvolvimento de tensões no estudo/trabalho e a falta de concentração e aprendizagem 
por parte dos usuários, podendo vir a causar até mesmo danos à saúde. 
A análise ambiental do local de estudo abrangeu aspectos de iluminação, temperatura, e 
ruídos, contudo não foi possível por restrições de equipamentos adequados, realizar as 
medições exatas. A análise aqui apresentada parte de observações e das respostas dos 
questionários aplicados. Foi realizada também a análise da disposição dos mobiliários e 
deslocamentos na sala. 
 
 Equilíbrio térmico 
 
A temperatura da sala de desenho se mostrou inadequada, principalmente no final da 
sala. Foi verificado um desconforto térmico, apesar dos splits instalados devido à grande área 
da sala e à incidência do sol principalmente no turno da tarde. O pé direito da sala, por se 
tratar de um galpão de fábrica é alto e isso contribui para o aumento da área para a 
climatização pelos equipamentos instalados. 
Mediante os resultados do formulário, pode-se extrair o grau de satisfação térmica 
colocado por usuários da sala de desenho, onde 100% dos respondentes indicaram que “quase 
sempre o ambiente é desconfortável”. 
 
 Área e disposição dos mobiliários 
 
A sala possui um amplo espaço para a acomodação das pranchetas, mas por outro lado, o 
grande dimensionamento provoca a dispersão dos alunos em sala de aula, devido à distância 
professor x aluno, principalmente entre os alunos que estão no meio para o final da sala. 
A disposição das pranchetas no sentido longitudinal da sala favorece esse 
distanciamento e dificuldade de compreensão das informações repassadas pelo professor 
estando próximo ao quadro branco. 
Sobre a disposição e espaços entre as pranchetas e banquetas, os professores (100%) 
indicaram sempre terem dificuldade em chegar ao aluno, causando problemas em orientações 
de trabalhos e atividades em classe. 
Com a proximidade das pranchetas, a distância entre elas é apenas suficiente para que o 
aluno possa se sentar na banqueta, e pelas mesmas possuírem nas quinas da área de trabalho 
os sistemas de metal de fixação das réguas paralelas, alunos e professores podem se machucar 
ao bater nesses locais. 
Há momentos em que as pranchetas não estão ordenadas o que prejudica mais ainda o 
deslocamento dentro da sala. 67% dos respondentes indicaram que os mobiliários ficam muito 
próximos uns dos outros. 
Devido às dimensões da sala e o sentido em que as pranchetas estão dispostas, outro 
problema identificado foi o esforço vocal dos professores para ministrar a aula. Para que os 
alunos que usam as pranchetas no final da sala possam escutar as informações passadas pelo 
professor, é necessário que haja grande esforço e aumento do tom da voz, causando ao final 
da aula rouquidão, sequidão e dores na garganta. O que pode futuramente vir a causar maiores 
danos às cordas vocais por grande esforço. O pé direito da sala, é outro fator que contribui 
para a dispersão do som. 
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Dois dos três professores entrevistados indicaram sofrer sempre problemas de rouquidão 
e incômodos relacionados à voz ao término das aulas. E todos colocaram que sempre 
precisam elevar o tom de voz nas suas aulas. 
 
 Ruído 
 
A sala de desenho não possui uma fonte de ruído que represente algum incomodo. Os 
splits são silenciosos e a sala é localizada em uma área também silenciosa. Devido à sala de 
aula possuir uma extensa área, os ruídos são propagados de forma mais fácil, conversas 
durante a aula, barulhos de objetos, entre outros, são facilmente escutados por quem se 
encontra ao final da sala até o professor. 
30% dos respondentes indicaram que o ambiente é silencioso, enquanto que 70% 
indicaram que há barulhos indesejáveis e isso causa desconforto. 
 
 Iluminação 
 
A sala de desenho possui pouca iluminação, causada pelo distanciamento (altura 
elevada) e má distribuição das fontes de luz, causando um cansaço visual e queda rendimento 
dos trabalhos. 
Os resultados da pesquisa variaram entre pouca iluminação e iluminação razoável, 
deixando claro que a iluminação necessita de uma atenção especial. 70% dos respondentes 
indicaram que a sala é razoavelmente iluminada enquanto que 30% indicaram que a sala 
possui iluminação insuficiente. 
 
4.3 Análise dos Mobiliários de Desenho 
 
As pranchetas possuem sistema de inclinação da área de trabalho conforme indica a 
norma, apesar de, para a regulagem da inclinação da superfície de trabalho, altura e angulação 
da base o sistema necessita de ferramentas e um considerado esforço físico para executar a 
mudança. 
A área de trabalho é considerada adequada, contudo pela inexistência de um espaço para 
a alocação de instrumentos/materiais de desenho e objetos pessoais do aluno, há uma 
desorganização desses itens, podendo vir a prejudicar algum tipo de tarefa e diminuindo a 
área de trabalho. 
 
 
 
Figura 9 – Disposição dos materiais nas pranchetas 
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Devido à altura da prancheta, faz-se necessário ter assentos altos para atingir a altura 
compatível com a área de trabalho. 
A banqueta usada pelos alunos possui a base do assento com forma e dimensionamento 
inadequados, além disso, não possui alcochoamento, o que prejudica o suporte do peso do 
corpo, podendo causar incômodos e dores por causa da pressão na região lombar, das 
tuberosidades e nas pernas. Além disso, a banqueta não possui bordafrontal arredondada, 
prejudicando o usuário e aumentando o desconforto corporal. 
O desconforto da banqueta tem promovido a permanência de parte dos alunos na posição 
em pé (figura 9a). 
Por conta do dimensionamento a estabilidade do banco é prejudicada pela reduzida 
dimensão da base x altura da banqueta. 
A falta de regulagem de altura da banqueta causa problemas de usabilidade, pois 
dependendo das medidas antropométricas de certo indivíduo, ele pode ser prejudicado, de 
acordo com a NR 17 o assento de possuir altura ajustável à estatura do trabalhador e à 
natureza da função exercida e borda frontal arredondada, que dá maior conforto e previne 
dores na parte posterior dos membros inferiores. 
 
4.3.1 Posturas assumidas 
 
As posturas registradas assumidas pelos alunos assumiram durante o período da 
pesquisa, demonstraram a inadequação do mobiliário ao seu uso e ao tempo da atividade. A 
figura a seguir demonstra que alguns usuários não utilizam a base do assento por completo, 
contudo a coluna esteja ereta com o uso da base da prancheta como apoio para os pés. Tal 
posicionamento do corpo no assento potencializa a instabilidade do produto. 
 
 
 
Figura 10 – Posição assumida no uso das pranchetas e banquetas 
 
A figura 11 demonstra que com a falta de um descanso para os pés no assento fez com 
que a base da prancheta servisse de apoio. O assento também promove a busca por parte do 
usuário pelo conforto a partir de um determinado tempo na postura, como cruzar as pernas, 
ficar em pé (figura 9a) e curvar-se em relação à área de trabalho. 
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Figura 11 – Posturas assumidas 
 
Sabe-se que as posturas inadequadas muitas vezes são adquiridas inconscientemente, e 
são causadas geralmente por falhas no mobiliário ou posto de trabalho e longo tempo de uso 
do produto. 
 
4.3.2 Análise de Desconforto corporal 
 
Os gráficos a seguir demonstram, a partir do diagrama de dores, as indicações das partes 
do corpo e suas respectivas queixas de dores dos 25 alunos respondentes. Cada respondente 
pôde indicar mais de uma área. Os formulários foram respondidos após aproximadamente 
uma hora de utilização dos mobiliários. 
 
Foi identificado que, as dores estão localizadas em maior quantidade no pescoço, dorso 
superior, quadril e coxas, devido a posturas inadequadas devido ao distanciamento do assento 
até a prancheta, altura inadequada tanto da prancheta como do assento, e a falta de 
acolchoamento do assento, causando as dores nos quadris e coxas, sendo difundidas para as 
outras partes do corpo, principalmente inferiores, conforme demonstram os gráficos a seguir. 
 
 
 
Gráfico 1 – Áreas dolorosas entre o quadril e membros superiores 
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Gráfico 2 – Áreas dolorosas entre o quadril e membros inferiores 
 
A Avaliação do desconforto corporal quanto aos lados direito e esquerdo do corpo, 
indica que há um equilíbrio do desconforto em ambos os lados, conforme pode ser visto no 
gráfico 3. 
 
 
 
Gráfico 3 – Áreas dolorosas – lados esquerdo e direito 
 
Nas demais partes corporais, o lado direito prevaleceu com maior incomodo, 
principalmente nas mãos e pernas. 
Sobre o conforto/desconforto indicado pelos respondentes, foram utilizados os seguintes 
níveis: muito confortável – confortável – desconfortável – muito desconfortável. O gráfico a 
seguir indica que a maioria dos respondentes (67%) considerou os mobiliários de desenho 
muito desconfortável. 
 
 
 
Gráfico 4 – Conforto/desconforto dos mobiliários de desenho 
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Sobre os mobiliários utilizados pelos professores, os mesmos indicaram a ocorrência de 
dor/desconforto principalmente no pescoço. Quanto ao conforto/desconforto dos mobiliários 
todos os professores indicaram o nível desconfortável. 
 
7 Conclusões e recomendações 
 
Com o intuito de promover a adequada execução do trabalho e a integridade dos 
usuários da sala de desenho, e baseado nos resultados apresentados, foram formuladas 
algumas recomendações para o melhor aproveitamento do ambiente ao fim que se propõe: 
 
 Reformulação do layout da sala – reordenamento das pranchetas e, como as turmas de 
desenho e projeto comumente são divididas, se possível a retirada de algumas 
pranchetas, para que o espaço seja desobstruído e seja possível a melhor 
movimentação de pessoas entre as pranchetas. O layout deve permitir que o usuário 
consiga realizar suas atividades confortavelmente, permitindo movimentos sem 
restrição de espaço. Segundo Boueri Filho (2008) deve-se ter pelo menos 65 a 75 cm 
de espaço livre entre as filas de pranchetas para sentar-se e levantar-se do assento. 
Com o aumento dos espaços a última fila de pranchetas deverá ser eliminada. 
 
 A fim de promover melhor comunicação entre professor e aluno, propõe-se alterar o 
sentido das pranchetas para o sentido transversal da sala, a fim de reduzir a quantidade 
de filas de pranchetas. 
 
 Substituição dos bancos por cadeiras “altas” para o melhoramento da postura com 
alcochoamento, regulagem de altura, giratória e descanso para os pés; ou ainda a 
substituição da prancheta alta por baixa com cadeiras baixas também alcochoadas. 
 
 Colocação de mobiliários ou sistemas para acomodação dos materiais pessoais dos 
alunos, a fim de melhor aproveitar a área de trabalho; 
 
 Substituição dos condensadores de ar atuais por condensadores que possuem uma 
maior capacidade de refrigeração ou a inserção de novas unidades na sala a fim de 
proporcionar o equilíbrio térmico; 
 
 Inserir película retentora ou persiana que diminua a intensidade com que a luz do sol 
penetre na sala; 
 
 Colocação de iluminação adequada com as normas regulamentadoras, bem como o 
alinhamento, organização e melhor distribuição das lâmpadas. 
 
Parte das recomendações citadas já foram implementadas: a alteração do sentido dos 
mobiliários, colocação de armários e estantes para desobstrução das áreas de trabalho. 
Além das proposições geradas pela análise, a prática do estágio proporcionou a 
operacionalização dos métodos de avaliação ergonômica e normas relacionadas à temática tratada. 
Além de conhecer os ambientes do curso, seja provisório ou definitivo, e seus usuários através de 
avaliação pós-ocupação. E neste momento, o qual o curso passa, a sua implantação os resultados 
de pesquisas como esta possibilitam a busca e efetivação da qualidade do ensino na prática. 
A experiência da investigação em uma situação real, mesmo que não seja possível projetar 
um novo mobiliário ou um novo ambiente, conhecer o comportamento de uso dos produtos e 
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pesquisar alternativas para melhoramento da situação estudada, oportuniza experiências válidas 
para o processo de formação do designer. Este foi o objetivo desta análise como atividade de 
Estágio supervisionado no curso de Design da UFPB. 
 
Referências 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5413: Iluminância de 
interiores. Rio de Janeiro, 1992. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13963: Móveis para 
escritório – móveis para desenho. Rio de Janeiro,1997. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152: Nível de ruído 
para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987. 
 
BOUERI FILHO (2008), José Jorge. Projeto e dimensionamento dos espaços da habitação 
espaços de atividades. São Paulo: Estação das letras e artes. 2008. 
 
COCKELL, Fernanda F.; VASCONCELOS, Renata C. A Importância da Continuidade do 
Processo de Intervenção Ergonômica através do Comitê de Ergonomia: Estudo de Caso. 
ABERGO 2002 (XI Congresso Brasileiro de Ergonomia), Recife, 2002 
 
GALDINO, Angélica de Souza. Avaliação dos sistemas de descanso utilizados em setores 
de internamento pediátrico. Dissertação de Mestrado. João Pessoa: UFPB, 2002. 198p. 
 
GRANDJEAN, Etienne; Et al. Manual de Ergonomia. Tradução: João P. Stein. Bookman. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 
 
IIDA, Itiro. Ergonomia projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blucher, 2005. 
 
LEAL, Fabiano; Goulart, Andreza Teixeira; ALMEIDA, Dagoberto Alves. Avaliação 
ergonômica e mensuração do estresse em salas de aula. XXVI ENEGEP, Fortaleza, CE, 
Brasil, 2006. Disponível em: <http://www.fabiano.unifei.edu.br/Downloads/Publicacoes/ 
Ergonomia.pdf>.Acesso em: 28 de fevereiro.de 2010. 
 
LUZ, Maria de Lourdes Santiago; MAZIA, Carla Regina de Oliveira; KACHBA, Yslene 
Rocha; OKOSHI, Cleina Yayoe. A influência da estrutura e ambientes ergonômicos no 
desempenho educacional. XII SIMPEP, Bauru, SP, Brasil, 2005. 
 
NR 17 – Ergonomia. Norma regulamentadora. Segurança e medicina do trabalho - Manual de 
Legislação. São Paulo: Atlas. 66 ed. 2010. 
 
PEQUINI, Suzi Mariño. Ergonomia Aplicada ao Design de Produtos: Um estudo de caso 
sobre design de bicicletas. FAU – USP.São Paulo,2005. Disponível em: 
<http://www.posdesign.com.br/artigos/tese_suzi> Acesso em: 27 de Fevereiro de 2010. 
 
RIO TINTO, 2010. Disponível em: www.riotinto.com.br. Acesso em: 25 de Fevereiro de 
2010. 
 
UFPB. Histórico UFPB. Disponível em: <www.ufpb.br> Acesso em: 25 de Fevereiro de 
2010.

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