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Prescrição e Decadencia

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Prescrição e Decadência
	
Quadro de diferenças
	Inércia + tempo
	Prescrição
	Decadência
	Origem
	Lei (norma cogente) – arts. 205 e 206 do CC
	Lei (decadência legal) ou contrato (decadência con-vencional) ou testamento
	Conseqüências
	Perda da pretensão 
	Perda do direito material
	Reconhecimento
	Pode ser de ofício.
	De ofício, salvo no caso de decadência convencional, a ser requerida pela parte. 
	Momento para alegação
	Em qualquer fase do processo, em qualquer instância e qualquer grau, salvo liqüidação de sentença ou de processo de execução - a não ser prescrição superveniente.
	Em qualquer fase do processo, e em qualquer grau de jurisdição
	Possibilidade de renúncia
	Sim, pode ser expressa ou tácita, mas só após sua consumação - do contrário as partes poderiam tornar direito imprescritível e a norma deixaria de ser cogente. Outrossim, não pode prejudicar 3º.
	É nula a renúncia à decadência legal.
	Pessoas que não sofrem a perda
	Não corre contra absolutamente incapazes, família, tutela/curatela, condição suspensiva, não vencimento do prazo. Os relativamente incapazes e p.j. poderão ser ressarcidos pelos representantes que tenham dormido.
	Só não corre contra absolutamente incapazes.
	Possibilidade de suspensão
	Suspensão em caso de ausência do Brasil ou em caso de impossibilidade momentânea
	Salvo disposição expressa em contrário, não cabem as causas de suspensão para a decadência
	Possibilidade de interrupção
	Quando o credor adota comportamento de busca do crédito (notificação, protesto, ação judicial)
	Salvo disposição expressa em contrário, não cabem as causas de interrupção para a decadência
	Outros efeitos
	Se a pessoa já tem contra ela um prazo prescricional correndo, no caso de falecimento o prazo continua a correr para os sucessores - a favor e contra; prescrito o direito principal, prescrito estará o acessório; prescrição que se suspende para um devedor solidário só interrompe para os demais se obrigação for indivisível
	
	Prazos
	Anuais
Prazo ordinário – 10 anos, para ações pessoais e reais, se não há prazo específico
art. 206 – casos especiais. Esses prazos não geram direito adquirido, podendo ser modificados pela lei posterior, como correu com o CC. de 2002. Não podem ser modificados pelas partes.
	Prazos em dias ou anos
Os prazos do CC são todos decadenciais, salvo os do art. 205 e 206.
A prescrição e decadência são situações em que o tempo funciona como um fato jurídico “stricto sensu”. Ele não é ação humana, mas traz efeitos jurídicos, tanto na aquisição de direitos (prescrição aquisitiva – usucapião), mas principal e normalmente na perda de direitos - a prescrição extintiva e a decadência (às vezes para que alguém ganhe outro perde, ou seja, é extintiva e aquisitiva ao mesmo tempo).
O princípio jurídico que leva a essa ação do tempo é a de que o direito não socorre aos que dormem. Isso porque um dos objetivos do direito é exatamente a segurança jurídica. Ora, se alguém mantém uma situação em potencial sem efetivo exercício, chega um momento em que o direito deixa de reconhecer esse direito especificamente. 
No caso específico da prescrição, extingue-se a pretensão, ou seja o direito de ação da pessoa, mas não o seu direito material. Não usando o direito de ação para uma determinada situação, durante um tempo considerado mais que razoável pela lei, então a pessoa se conforme com a situação de fato como está. Assim, soma-se ao tempo a inércia do titular do direito de ação.
No caso da decadência, ocorre diferentemente. O que o titular perde, por sua inércia, não é a pretensão, a possibilidade de postular o direito, mas o próprio direito em si. Na prática, faz pouca diferença, pois um direito que não pode ser pleiteado perde quase completamente sua eficácia. 
Contudo, uma obrigação prescrita pode ser ainda cumprida, passando a ser o que chamamos obrigação natural. Ou seja, o direito prescrito não pode ser cobrado do devedor. Mas se ele cumprir, esse cumprimento é absolutamente legítimo e não poderá ser determinada sua devolução, porque o direito, em si existia. Ou seja, não é caso de enriquecimento sem causa. No caso da decadência, será. 
Porém, um direito prescrito não pode ser postulado e também não serve como meio de defesa, conforme o art. 190. As exceções (defesas) prescrevem ao mesmo tempo que as pretensões.
O CC de 2002 em falar da prescrição como fim da pretensão e não do direito de ação, como era a matéria tratada pela doutrina anteriormente, resolveu dos problemas: o da crítica de alguns, ao dizer que a ação em si não é passível de prescrição; e o de dizer-se que é um assunto de direito processual. Assim, ao tratar de pretensão e não de ação, solidificou-se a matéria é de natureza material. A definição encontra-se no art. 189 do CC. 
A regra é de que as pretensões sejam prescritíveis, sendo o prazo máximo o de 10 anos. Mas há casos em que a pretensão é considerada imprescritível: casos de direito da personalidade; estatuto pessoal - filiação, qualidade da cidadania, condição conjugal; as ações de exercício facultativo (potestativo), em que não há violação de direito para contagem inicial de prazo; as ações referentes a bens públicos; as ações referentes ao direito de propriedade, já que esse é perpétuo; pretensões relativas à seqüela – direito de reaver bem que se encontra na custódia de outrem (depósito, penhor, mandato).
Cumpre não confundir alguns institutos :
preclusão – perda de faculdade processual, por falta de exercício no momento oportuno. O processo é uma seqüência. Uma vez que avança para o próximo passo, não se pode voltar ao anterior.
perempção – perda do direito de ação ao autor que por três vezes propõe a demanda e a deixa arquivar, inerte. O direito continua oponível como defesa, assim como a pretensão.
prescrição – perda da pretensão
decadência – perda do direito material - normalmente potestativo – não é que é violado, porque ao sujeito passivo só cabe submeter-se. Ex: anulação.
Questão da interrupção e suspensão:
Há causas que interrompem ou suspendem a prescrição e outras causas que só interrompem a prescrição.
A diferença está em que na interrupção, ocorrida a situação que gera a interrupção, quando ela acabar, o prazo de prescrição volta a ser contado, desde o início. Já na suspensão. Se o prazo se suspende, quando ele volta a ser contado, soma-se a ele o tempo que já transcorreu antes da suspensão.
Nas causas de suspensão, o CC diz que elas são de suspensão se o prazo prescricional já estava correndo. Do contrário, se ainda não havia contagem de prazo, considera-se interrupção.
A idéia de suspensão está no fato de que algumas pessoas não podem, pela sua condição pessoal, agir em algumas situações. Casos: cônjuges, durante o casamento; ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, enquanto estas durarem; também, genericamente, no caso de absolutamente incapazes (mas a favor deles, corre a prescrição); contra ausentes do país em serviço público ou em guerra; em situações em que se ache condição suspensiva; se o prazo não estiver vencido; ou se pender ação de evicção (nesses três casos se diz que não se pode correr prescrição se a ação ainda não nasceu). Também fica na mesma situação o caso de delito que deva ser apurado na esfera criminal, cuja sentença depois valerá como título. Enquanto não há título, não corre a prescrição.
Essas situações são tão específicas e pessoais em benefício de alguém que não aproveitará nem mesmo a devedores solidários, salvo em caso de indivisibilidade da obrigação.
Já a questão de interrupção de prescrição, especificamente, tem relação com a tomada de postura do credor. Interrompida a prescrição, ela volta a ser contada do zero. E sempre do que mais favorável ao devedor: se da data do ato que a interrompeu ou do último ato do processo de interrupção, quando composto de maisde um ato.
Via de regra a prescrição se interrompe, como diz o art. 202, do despacho do juiz que ordenar a citação, mesmo que ele seja incompetente, e se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual. Antes havia toda a discussão processualista de se era o despacho que ordenava a citação, se era a propositura da ação, se era a sua distribuição da ação no foros com mais de uma vara, ou se era a efetiva citação do réu.
Assim, com o novo CC, resta claro que o efeito interruptivo se dá com a citação válida do réu, muito embora, ela retroaja à data do despacho que a ordenou, se a parte diligenciar corretamente (conforme art. 219 CPC- extração do mandado, custas), e, no caso de mais de uma vara, da distribuição. Isso para que não se prejudique a parte que diligencia corretamente mas não pode contar com a mesma presteza do serviço judiciário.
O CC também prevê a interrupção em caso de protesto judicial, que é medida cautelar (II) e no caso do protesto cambial (III); na habilitação do crédito, em sucessão ou falência e insolvência civil; também por qualquer ato judicial que constitua o devedor em mora; e, por fim, por qualquer ato inequívoco, mesmo que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
O art. 202 fala que a interrupção só poderá ocorrer uma vez. E pode ser realizada também pelo próprio credor, como também por quem o represente ou 3º com legítimo interesse.
Os efeitos são pessoais, como já mencionado. Mas no caso da fiança, o art. 204 manifesta que a interrupção quanto ao devedor da obrigação principal também interrompe a prescrição com relação ao fiador.
Retroatividade da norma sobre prescrição
Como já mencionado, não se opera o direito adquirido com relação ao prazo prescricional da lei da época da violação do direito. 
A ergra geral é de que, se a nova lei traz prazos prescricionais mais curtos, então eles começam a contar de novo, a partir da data da nova lei. Se o prazo for mais longo, aplica-se o novo prazo, mas já aproveitando nele o prazo já corrido na vigência da lei anterior. 
O CC de 2002 traz regra específica a respeito, nas Disposições transitórias do CC: art. 2028 - “Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data da sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada.”

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