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Trabalho de Psicologia Jurídica Data: 03/05/2015 Componentes do grupo: Alex Budelon Cristiano Sebastiany Mateus Correa Cardoso Rosangela Soares DEMÊNCIA Segundo definição da CID-10 (1993, p.45 apud TRINDADE, 2014, p.159), “demência é uma síndrome decorrente de uma doença cerebral, usualmente de natureza crônica ou progressiva, na qual há perturbação de múltiplas funções corticais superiores, incluindo memória, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprendizagem, linguagem e julgamento”. As demências são transtornos que podem envolver várias funções psíquicas, causando prejuízo no funcionamento mental do indivíduo. Usualmente, os danos podem ser severos afetando a memória e conduzindo à incapacidade, o que pode tornar necessário interditar o paciente de sua prática dos atos da vida civil (TRINDADE, 2014 p.159). O conhecimento desses transtornos permite aos operadores do Direito adequar as ações judiciais às necessidades dos pacientes, possibilitando que os mesmos tenham acesso a benefícios que lhes cabem e sejam protegidos de sua incapacidade de auto gestão. DEMÊNCIA NA DOENÇA DE ALZHEIMER (F00) ASPECTOS GERAIS E CLASSIFICAÇÃO É uma doença cerebral degenerativa primária de etiologia desconhecida, cujos aspectos neuropatológicos e neuroquímicos são característicos. Manifesta-se, inicialmente de forma muito lenta, porém, desenvolve-se continuamente ao longo de muitos anos. Dados divulgados pela ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer) nos informam que cerca de um milhão e duzentos mil idosos do Brasil possuem a doença. Segundo a classificação de Transtornos Mentais de Comportamento, essa demência divide-se em: • Demência na doença de Alzheimer de início precoce; • Demência na doença de Alzheimer de início tardio; • Demência na doença de Alzheimer de forma atípica ou mista e • Demência não especificada na doença de Alzheimer. Demência na doença de Alzheimer de início precoce (F00.0) Sua manifestação ocorre antes dos sessenta e cinco anos de idade. O curso de deterioração é rápido, apresentando transtornos múltiplos e marcantes das funções corticais superiores. Demência na doença de Alzheimer de início tardio (F00.1) Sua manifestação ocorre após os sessenta e cinco anos de idade, sendo usual entre os setenta e setenta e nove anos de idade, ou após esta. Sua evolução é lenta, caracterizando-se, essencialmente, pela perda da memória. Demência na doença de Alzheimer de forma atípica ou mista (F00.2) Comportamento atípico, não enquadrado nas classificações anteriores. Demência não especificada na doença de Alzheimer (F00.9) Comportamento atípico, não enquadrado nas classificações anteriores. CAUSAS As causas da doença de Alzheimer são desconhecidas. Sabe-se que a doença, normalmente, atinge a população de idade avançada. Estudos científicos conseguiram identificar em componente genético do problema, porém ainda estão longe de soluções. SINTOMAS Os pacientes apresentam aparência saudável, e manutenção do estado de alerta, respondendo a estímulos externos e internos, essa resposta pode ser ou não adequada ao estímulo. Apresentam, comumente, perda de memória e distúrbios de comportamento, que são associados ao envelhecimento. O quadro da doença evolui rapidamente, ao longo de cinco a dez anos, em média, conduzindo a morte do paciente. DIAGNÓSTICO É bastante complicado, pois no início, os sintomas confundem-se com o envelhecimento, e muitas vezes os pacientes tendem a esconder os sintomas por vergonha. Desta forma, é importante que os familiares estejam atentos às mudanças, mesmo que mínimas, no comportamento dos idosos, para procurar atendimento especializado. É importante salientar que, mesmo em idade avançada, os idosos não esquecem de fatos importantes, o que pode ser o ponto de partida para o diagnóstico. TRATAMENTO Existem medicamentos que são utilizados, porém, estes não impedem a evolução da doença, que não tem cura. A utilidade desses medicamentos é no estado inicial, até intermediário, podendo minimizar e retardar os efeitos a doença, porém seus efeitos são temporários. Calmantes e neurolépticos podem ser administrados nos casos de distúrbios de comportamento (confusão, agressividade e depressão). PREVENÇÃO A doença não tem forma de prevenção. Alguns médicos acreditam que a ocupação mental (leitura, exercícios de aritmética e jogos), bem como a vida social ativa e saudável, pode auxiliar no retardo da manifestação da doença. ATUAÇÃO JURÍDICA Por ter a capacidade de discernimento reduzida, o paciente não consegue entender a consequência de seus atos, por isso a lei o considera civilmente incapaz. A interdição dos pacientes busca sua proteção, no momento em que impede que se tornem alvo de pessoas que se aproveitem da deficiência. É nomeado um curador, que se responsabiliza pela gerência dos bens e rendas que o paciente possua. Os portadores da doença, que forem aposentados por invalidez, junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), e que necessitem de acompanhamento permanente de outra pessoa, têm direito a um acréscimo de vinte e cinco por cento sobre o valor de sua aposentadoria. DEMÊNCIA VASCULAR (F01) ASPECTOS GERAIS E CLASSIFICAÇÃO Após a demência na doença de Alzheimer, a vascular é a segunda forma mais comum de demência. É o resultado de problemas de circulação sanguínea no cérebro, quando acidentes cerebrais, mesmo que pequenos, têm seus efeitos cumulativos. O seu início se dá em idade avançada. Segundo a classificação de Transtornos Mentais de Comportamento, essa demência divide-se em: • Demência vascular de início agudo; • Demência por infartos múltiplos; • Demência vascular subcortical; • Demência vascular mista, cortical e subcortical; • Outra demência vascular e • Demência vascular não especificada. Demência vascular de início agudo (F01.0) Seu desenvolvimento ocorre, usualmente, de maneira rápida, após uma sucessão de acidentes vasculares cerebrais, por trombose, embolia ou hemorragia. Raramente a causa pode ser um único e extenso infarto cerebral. Demência por infartos múltiplos (F01.1) Seu início é gradual, após numerosos episódios isquêmicos transitórios, que produzem um acúmulo de infartos no tecido cerebral. Demência vascular subcortical (F01.2) Está associada ao quadro de hipertensão arterial e focos de acidentes isquêmicos na substância branca profunda do cérebro. O córtex cerebral está, normalmente, preservado, característica que auxilia no diagnóstico diferenciador em relação à demência na doença de Alzheimer, tendo em vista que o quadro clínico de ambas pode ser semelhante. Demência vascular mista, cortical e subcortical (F01.3) Não se enquadra na classificação de apenas um dos casos anteriores. Outra demência vascular (F01.8) Não se classifica nos casos anteriores. Demência vascular não especificada (F01.9) Não de classifica nos casos anteriores. CAUSAS Os fatores de risco dos acidentes vasculares cerebrais são: • Tensão arterial alta sem tratamento (hipertensão); • Fibrilação atrial e • Outros ritmos cardíacos irregulares, que aumento o risco de coágulos e de arteriosclerose (depósitos de gordura nos vasos sanguíneos). SINTOMAS Os pacientes apresentam aparência saudável, e manutenção do estado de alerta, respondendo a estímulos externos e internos, essa resposta pode ser ou não adequada ao estímulo. Apresentam, comumente, perda de memória e distúrbios de comportamento, que são associados ao envelhecimento. O quadro da doença evolui rapidamente, ao longo de cinco a dezanos, em média, conduzindo a morte do paciente. DIAGNÓSTICO A demência vascular é diagnosticada através de exame neurológico e técnicas de imagiologia cerebral como a tomografia computadorizada, ou a ressonância magnética. Contudo, o diagnóstico definitivo de demência vascular só pode ser realizado após a morte através de um exame ao cérebro. TRATAMENTO Não existe tratamento que reverta os danos já provocados, porém, podem ser administradas medicações que podem evitar novos acidentes vasculares cerebrais. A prescrição adequada de medicação para hipertensão, colesterol, doença cardíaca e diabetes, bem como de dieta saudável, exercícios físicos podem evitar novos acidentes. Algumas medicações são prescritas para aliviar os sintomas de inquietude, depressão ou falta de sono do paciente com demência. A utilização da aspirina pode prevenir a formação de coágulos nos vasos sanguíneos pequenos. A cirurgia (endarterectomia carotídea), em situações específicas, pode ser utilizada para remover obstruções da artéria carótida (principal vaso sanguíneo para o cérebro). PREVENÇÃO Muitos dos fatores que aumentam o risco dos acidentes vasculares cerebrais são associados a maus hábitos de vida, ou de alimentação: • Tensão arterial elevada; • Tabagismo; • Diabetes; • Colesterol elevado; • Histórico de enfartes ligeiros; • Evidência de doença das artérias, em outros sítios e • Alterações do ritmo cardíaco. Cuidados básicos na manutenção da saúde, busca de auxílio médico, manutenção adequada de medicação para diabetes, hipertensão, e hábito de vida saudável (evitar tabagismo, consumo excessivo de álcool) podem ser favoráveis na prevenção das causas da doença. DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL (F02.81) ASPECTOS GERAIS É uma doença cerebral degenerativa que apresenta quadro clínico exclusivo, com alterações de linguagem, personalidade e de comportamento. Manifesta- se, inicialmente de forma muito lenta, porém progressiva, normalmente após os quarenta anos de idade. Ao contrário de outras manifestações de demência, a memória e as habilidades visuais e espaciais encontram-se relativamente preservadas no início da doença. CAUSAS Os lobos temporal e frontal, do cérebro, sofrem atrofia das estruturas. Entre quarenta e cinquenta por cento dos casos, foi detectada uma alteração genética que provoca um efeito negativo nas proteínas tau (são proteínas que estabilizam os microtúbulos). SINTOMAS Os pacientes apresentam precocemente (antes dos sessenta e cinco anos de idade) alterações comportamentais como desibinição, desatenção, agressividade, rigidez mental, hiperoralidade, alterações da fala, negligência com a higiene pessoal. Muitos desses sintomas são ignorados pela família por acreditarem fazer parte do envelhecimento. DIAGNÓSTICO É bastante complicado, pois no início, os sintomas confundem-se com o envelhecimento, sendo importante que os familiares estejam atentos às alterações comportamentais antes dos sessenta e cinco anos, paralisia bulbar, acinesia, fraqueza muscular e fasciculações (doença do neurônio motor). TRATAMENTO São utilizados medicamentos, por tempo limitado, de acordo com os sintomas. PREVENÇÃO A doença não tem forma de prevenção. DEMÊNCIA NA DOENÇA DE PARKINSON (F02.3) ASPECTOS GERAIS É uma doença do sistema neurológico, que afeta principalmente o cérebro. A doença de Parkinson é um dos principais e mais comuns distúrbios da terceira idade. É uma doença progressiva, mais comum em homens. CAUSAS A destruição, lenta e progressiva, das células nervosas responsáveis pela produção de dopamina, que conduz à perda de função muscular. O motivo dessa destruição é desconhecido, porém alguns médicos acreditam que uma mistura de fatores genéticos hereditários e ambientais (exposição a toxinas pode aumentar o risco da doença). SINTOMAS Os pacientes podem apresentar uma quantidade significativa de sintomas que são associados à doença de Parkinson: • Diminuição ou desaparecimento de movimentos automáticos (piscar de olhos); • Dificuldade de engolir; • Babar; • Equilíbrio e caminhar comprometidos; • Falta de expressão no rosto (aparência de máscara); • Dores musculares (mialgia); • Dificuldade para começar ou continuar um movimento (caminhar, levantar da cadeira); • Perda da motricidade fina (a letra pode ficar pequena e difícil de ler, comer pode se tornar difícil); • Movimentos diminuídos; • Posição inclinada; • Músculos rígidos (frequentemente começando nas pernas); • Tremores que ocorrem nos membros em repouso ou ao erguer o braço ou a perna; • Tremores que desaparecem durante o movimento; • Tremores podem progredir para a cabeça, lábios e pés; • Sintomas aumentam com cansaço, excitação ou estresse; • Presença de roçamento do indicador e polegar (como o movimento de contar dinheiro); • Voz para dentro mais baixa e monótona; • Ansiedade, estresse e tensão; • Confusão; • Depressão; • Desmaios; • Alucinações e • Perda de memória. DIAGNÓSTICO Não existem exames que diagnosticam a doença de Parkinson. O histórico médico do paciente, seus sinais, sintomas e resultado de exame neurológico e físico serão a base para um neurologista identificar a doença. TRATAMENTO Não há cura conhecida, o objetivo do tratamento é controlar os sintomas. Podem ser usados medicamentos e realizada cirurgia, em alguns casos. Mudanças no estilo de vida podem ser recomendadas, com a inclusão de exercícios físicos aeróbicos diários, pode ser necessária a fisioterapia, para melhorar o senso de equilíbrio. A doença é progressiva, se não for tratada, pode levar à deterioração de todas as funções cerebrais e à morte prematura. PREVENÇÃO A doença não tem forma de prevenção específica. Dentre as possíveis causas, pode ser evitado o contato com toxinas, evitando a exposição a herbicidas e pesticidas. Trabalho de Psicologia Jurídica Data: 03/05/2015 Componentes do grupo: Alex Budelon Cristiano Sebastiany Mateus Correa Cardoso Rosangela Soares DEMÊNCIA DEMÊNCIA NA DOENÇA DE ALZHEIMER (F00) ASPECTOS GERAIS E CLASSIFICAÇÃO Demência na doença de Alzheimer de início precoce (F00.0) Demência na doença de Alzheimer de início tardio (F00.1) Demência na doença de Alzheimer de forma atípica ou mista (F00.2) Demência não especificada na doença de Alzheimer (F00.9) CAUSAS SINTOMAS DIAGNÓSTICO TRATAMENTO PREVENÇÃO ATUAÇÃO JURÍDICA DEMÊNCIA VASCULAR (F01) ASPECTOS GERAIS E CLASSIFICAÇÃO Demência vascular de início agudo (F01.0) Demência por infartos múltiplos (F01.1) Demência vascular subcortical (F01.2) Demência vascular mista, cortical e subcortical (F01.3) Outra demência vascular (F01.8) Demência vascular não especificada (F01.9) CAUSAS SINTOMAS DIAGNÓSTICO TRATAMENTO PREVENÇÃO DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL (F02.81) ASPECTOS GERAIS CAUSAS SINTOMAS DIAGNÓSTICO TRATAMENTO PREVENÇÃO DEMÊNCIA NA DOENÇA DE PARKINSON (F02.3) ASPECTOS GERAIS CAUSAS SINTOMAS DIAGNÓSTICO TRATAMENTO PREVENÇÃO
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