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Universidade Paulista UNIP- Curso: Psicologia- Campus: Jundiaí Disciplina: Atuação Psicológica em Contextos de Atenção à Saúde Prof.ª: Patrícia Shalana Nome : Larissa Lucia da Silva Tosetto RA: C5919I7 Turma: P98P44 Texto1: FERRAZZA, D. A. Psicologia e políticas públicas: desafios para superação de práticas normativas . Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR, Brasil .Rev. Polis e Psique, 2016; 6(3): 36 - 58 A Autora começa introduzindo sobre as novas diretrizes de reorganização do sistema de saúde no Brasil., o movimento de reforma psiquiátrica, que vem para desmontar a estrutura de aprisionamento manicomial que marcou durante mais de um século o atendimento aos problemas relacionados à Saúde Mental, assim também o acesso universal a redes de saúde da qual vem dando espaço para a inserção do profissional de psicologia no SUS, onde vem colocá-los em contato a uma realidade ainda distante daquela já conhecida na formação dos psicólogos que até então ainda é baseada no modelo clínico clássico, privatista e de atendimento psicoterápico individualista. Ainda sobre sua atuação no âmbito das Políticas Públicas de Saúde no Brasil, houve inúmeros desafios se mostram importantes à formação e às práticas em psicologia, dentre elas algumas distante das reais necessidades da população e das propostas de consolidação do SUS e da RAPS. disciplinadoras, com destaque para as discussões sobre as perspectivas para o fortalecimento da psicologia nas Políticas Públicas de Saúde. A psicologia que surge no século XIX, entre outras ciências humanas e sociais, se baseia entre dois saberes: o da observação e o clínico, fazendo-se presente no cotidiano dessas instituições de sequestro. A construção de um conhecimento psicológico sempre esteve relacionada à problemática do “ajustamento” do homem, onde visa a determinar a condução do home com base a uma regra que deve seguir conforme uma norma. Onde está baseado no conceito do que é considerado normal ou não, se deve ou não fazer. Com base nisso visava classificar os indivíduos considerados “anormais”, desajustados e incapazes de se adequarem à norma. Onde a vida do homem girava em torno desses discursos normativos, com suas vidas classificadas, medidas e avaliadas pelos saberes médico-psiquiátricos e psicológicos conforme normas pré-estabelecidas. Para definir saúde e doença, normalidade e patologia, foram estabelecidos, então, valores padrões de funções consideradas normais. Com isso, o desvio dos valores padrões levava a uma investigação da situação considerada de risco da qual geraria uma classificação de um estado patológico, processo considerado como fundamental para o exercício e intervenção da psicologia. É em meio às discussões acadêmicas nas cadeiras de medicina e pedagogia das universidades brasileiras em fins do séc. XIX, que os saberes psicológicos, surgem no Brasil, com base nos ideais do movimento higienista e predominantemente, sob as características de um instrumento a serviço do controle social e da adaptação da população aos preceitos da sociedade normativa. Em seu desenvolvimento a Psicologia entra nos ambientes educacionais e escolares e divulga seus preceitos higiênicos, preventivistas de defesa social contra as patologias, a pobreza e o vício. Com base nesses conceitos a psicologia focava em avaliar condições mentais por meio de testes psicológicos e observações clínicas, com objetivos de se desenvolver técnicas de mensuração e verificação da capacidade mental para criar tecnologias de regulação e normalização de comportamentos. Com a industrialização novos campos de trabalho para a psicologia se abriu no Brasil, onde ficou a cargo dele a realização de processos seletivos, avaliação de desempenho de trabalhadores e orientação profissional nas indústrias, tentava corrigir os considerados como desviantes por meio de estratégias e intervenções “curativas” com o intuito de recuperação de uma suposta normalidade. A criação dos primeiros cursos de graduação em psicologia e a atuação de profissionais em novos campos de trabalho foram importantes para a consolidação da psicologia e regulamentação da profissão no país. O projeto aprovado no dia 27 de agosto de 1962 (Lei n° 4.119) previa a instituição da profissão e estabelecia um currículo mínimo para sua formação. ( FERRAZZA, 2016. p. 42) Entretanto essa formação se baseava centralizada na prática clínica em psicoterapias individuais, com profissionais liberais, em consultórios particulares para aqueles que poderiam pagar, ou seja, sua clientela se baseava na elite, estando muito distantes das necessidades mais amplas, mais relevantes a sociedade brasileira. Em meio a ditadura a Reforma Sanitária surge como um movimento pela transformação das condições de saúde da população e em conjunto com algumas importantes instituições na construção de um Sistema Único de Saúde (SUS): a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO), o Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (CEBES), a militância de esquerda e os movimentos de saúde ligados às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Igreja Católica, e setores do movimento estudantil e dos médicos Residentes. (Paiva & Teixeira, 2014) apud (FERRAZZA, 2016, p. 47) Com a abertura do cenário político e o fortalecimento dos movimentos sociais na luta pela redemocratização,começa-se a pensar em saúde de forma que envolva não apenas a ausência da doença, mas os mais diversos fenômenos relacionados à existência humana. A saúde deixa de ser entendida como um estado biológico de ausência de patologias para ser vista como efeito de um conjunto de condições coletivas, sociais, políticas e econômicas, concepção importante inclusive para superar as estratégias medicalizantes. Em 1986 temos a VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS), da qual contribuiu para a reformulação do sistema nacional de saúde. Com isso foram definidos pontos importantes do projeto de reforma sanitária brasileira tendo como pontos fundamentais: primeiro a concepção ampliada de saúde, entendida numa perspectiva de articulação de políticas sociais e econômicas; segundo, a concepção de saúde como direito de cidadania e dever do Estado; terceiro, a instituição de um Sistema Único de Saúde que tem como princípios fundamentais a universalidade, a integralidade das ações, a descentralização e hierarquização dos serviços de saúde; a participação popular e controle social dos serviços públicos de saúde (Boing & Crepaldi, 2010). apud (FERRAZZA,2016 p. 49). Essa conferência teve como fator inédito a participação da sociedade civil através de debates e propostas e projetos da conferência. Isso tudo levou em um projeto de Reforma sanitária e posteriormente com a publicação da Constituição de 1988, na organização do SUS, com princípios e diretrizes fundamentais traçadas paraa sua constituição e concretização. Um outro ponto que toda essa reforma trouxe foi o impulsionamento de críticas às péssimas condições que viviam os asilados nas instituições manicomiais e que seria denominado de Movimento da Reforma Psiquiátrica. Essas pessoas trancadas nos manicômios sofriam maus tratos, violência, abandono, segregação, cronificação, iatrogenias e mortes. As instituições psiquiátricas sobrelotadas, acabavam sendo instrumentos do aparelho repressivo do governo militar, onde havia o sequestramento e encarceramento, muitas vezes perpétuos, principalmente da população pobre brasileira. No Brasil, as discussões da década de 80 iriam trazer a constituição de propostas de reorganização da assistência em saúde mental, com prioridade para o investimento no sistema extra-hospitalar e a construção de um novo modelo de atenção e cuidado com objetivos de romper com saberes e práticas disciplinares que transformaram a loucura em objeto da medicina psiquiátrica e da psicologia clínica tradicional. O movimento experimentou a organização de novas medidas de atenção à saúde mental a fim de construírem novos espaços distantes daqueles marcados pela exclusão, repressão, disciplinamento, medicalização e biologização da vida para formar lugares de acolhimento e cuidado da condição singular dos sujeitos em intenso sofrimento psíquico, em uma perspectiva da Atenção Psicossocial. Em conjunto a isso vê-se a necessidade de uma reconfiguração para psicologia e o distanciamento de sua atuação no modelo hospitalocêntrico e privatista e de exercer um papel de propagação de discursos moralistas e assistencialista. Em meio às críticas em relação à situação vivida na época traria o surgimento da psicologia social e comunitária, em que profissionais iniciaram uma nova relação com as populações que necessitavam algum tipo de auxílio e de emancipação. Importante ressaltar que Ainda no Código de Ética Profissional do Psicólogo encontramos a definição de que “o psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.” (CFP, 2005, p. 7). E na atualidade tem participado de diversas discussões sobre a violação de Direitos Humanos, direitos de crianças e adolescentes, de idosos, igualdade de gêneros, contra a homofobia, na defesa pela ampliação da Reforma Psiquiátrica, na implementação e defesa do SUS e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), no debate sobre o sistema prisional e as medidas socioeducativas, enquanto no âmbito da saúde vem tentando construir novas propostas para a de promoção da saúde marcadas pela superação de práticas cristalizadas e na iminência da invenção de processos instituintes. Mesmo em meio a essas novas práticas e construção dessa nova psicologia ainda há espaços de uma clínica tradicional com foco no exercício retrógrado de uma psicologia normativa e individualista, tendo resistência para a reformulação nos cursos de graduação tanto em universidade públicas como as particulares. Esse modelo de atuação marcado por psicoterapias individuais aos moldes da clínica privada tem resultado na psicopatologização de problemas sociais, políticos, econômicos e culturais e na baixa eficácia de terapêuticas e no alto abandono de tratamentos, além disso nota-se também diversos profissionais psi descontentes e frustrados, com práticas totalmente descomprometidas das concepções do SUS e da luta antimanicomial. Outro problema que o psicólogo enfrenta na Saúde Pública seria sua inserção em equipes de saúde, principalmente nos serviços substitutivos à internação manicomial, assim como o rompimento das concepções restritivas de experts e as relações de submissão em relação aos discursos e práticas médicas. Os serviços de saúde, que antes composta por uma equipe multiprofissional em que cada profissional atuava de forma individual dentro de sua especialidade formal, deveriam dar espaço para uma equipe de saúde interdisciplinar com atuação transdisciplinar , a fim de romper com a lógica hierárquica e vertical do paradigma da multidisciplinaridade. Com isso a equipe de saúde poderiam deixar de ser centradas na consulta médica, psiquiátrica ou na aplicação de procedimentos psicoterápicos individuais para focar nas necessidades e especificidades do sujeito usuário da RAPS. Essa nova forma de trabalho pede-se do psicólogo uma preparação para atuar nessa perspectiva transdisciplinar, além de uma atenção do psicólogo ao exercício de um compromisso ético-político em relação a produção de um sistema universal e resolutivo, relacionado à ideia de cidadania, que pede responsabilidade social, sensibilidade e capacidade de negociar, assim como lidar com os problemas complexos e com a alta vulnerabilidade social que marca a realidade de grande parcela dos usuários desses serviços. Retomando um pouco do que foi dito acima vimos a psicologia inicialmente atuando no que eles chamam de instituições de sequestro do século XIX, na prática do controle, vigilância, correção, onde mostraria futuramente a necessidade mudanças, mas antes disso ainda teve de presenciar cotidianamente discursos e práticas de muitos profissionais com o mesmo de discurso higienista de forma camuflada, no qual a psicologia, como vimos, estaria a serviço do controle e da adaptação da população aos preceitos da sociedade normativa. A análise sobre o nascimento, e todo o processo de atuação e transformação da psicologia trás a reflexão sobre essa prática higienista, normativa e suas relações com o controle exercida nos comportamentos considerados desajustados que nos leva a pensar nas formas de superação das tecnologias de uma psicologia normativa e disciplinadora, centrada em processos psico patologizantes e em psicoterapias individualistas distantes dos projetos de Reforma Sanitária e Psiquiátrica e da elaboração e implementação de Políticas Públicas de Saúde. Ainda com base nessa prática e discursos usados poderiam constituir novos tipos de subjetividades despolitizadas da quais os indivíduos deixariam de implicar com suas próprias condições de sujeitos,que não agregam em nada em suas vidas, com nenhuma relação com o bem-estar e a promoção de saúde das pessoas e das populações. Interesses totalmente isentos das possibilidades de se pensar na saúde como uma arte de despertar potencialidades e criar novas formas de agir na vida e no mundo. Universidade Paulista UNIP- Curso: Psicologia- Campus: Jundiaí Disciplina: Atuação Psicológica em Contextos de Atenção à Saúde Prof.ª: Patrícia Shalana Nome : Larissa Lucia da Silva Tosetto RA: C5919I7 Turma: PS9P44 TEXTO 2:FARIA, H. P. Faria;COELHO, I. B., WERNECK, M. A.F.,SANTOS, M. A. S. Modelo assistenciale atenção básica à saúde. Os Modelos Assistenciais em Saúde. 2. ed. --Belo Horizonte: Nescon/UFMG,Coopmed, 2010. A autora nos diz que o modelo de hospital que conhecemos hoje surgiu na idade média através da igreja onde visava cuidar dos necessitados, dentre eles doentes, órfãos, idosos, e quem mais precisasse e que ao longo do tempo foi se multiplicando,e devido estar relacionado com a igreja seu foco principal era a salvação de almas e não cura de suas enfermidades, tendo entre eles pouca ou nenhuma presença médica em seu meio, tendo em seu espaço profissionais de enfermagem no cuidado dessas pessoas. Os hospitais com o passar do tempo foi saindo da gestão da igreja passando para gestão do estado e foi se tornando também uma via paralela de ensino e aprendizado e um lugar de trabalho de médicos. Conforme esse espaço foi se desenvolvendo,a atribuição dos diplomas médicos passou a depender da presença tantos de estudantes de medicina, como também da prática clínica nas enfermarias à cabeceira do doente internado. E com isso o hospital passou a focar mais a cura das enfermidades, deixando de lado a salvação da alma da pessoa, o médico passou a focar o indivíduo no hospital como corpo doente precisando de uma intervenção a sua necessidade. Após esse momento uma nova perspectiva de saúde surgiu que foi a teoria bacteriológica de Pasteur e Koch, dando uma nova explicação para adoecimento. As doenças não mais tinham como explicações os vapores, humores, emanações, mas sim bactérias, agentes infecciosos, contando os médicos e, consequentemente, para os outros profissionais de saúde, com uma nova abordagem. E para ter suporte a essa nova prática médica, começa-se a pensar em um equipamento para ver a bactéria e verificar outros problemas, aí surge o laboratório, que passa a fazer parte de sua vida e tendo sua instalação feita dentro dos hospitais, formando aí uma nova parceria com o hospital. O tratamento e prevenção de doenças deixam de ter foco na pobreza, tendo outros focos. Onde começa a focar em transmissão, contágio, infecção, por exemplo. Do final do século XIX à primeira metade do XX, o hospital foi se transformando em uma organização complexa. Já tendo incorporado o laboratório de bacteriologia, o bloco cirúrgico, as técnicas de assepsia e antissepsia e,nesse período incorporou os Raios-X e a patologia clínica. Conforme o avanço da ciência e seu aperfeiçoamento, o hospital deixou de ser o lugar de cura para as doenças, passando a ser um serviço para todos e não somente para os pobres, tornando-se o centro mais importante de pesquisa, ensino, aprendizagem e dispensação de cuidados à saúde. Junto da evolução dos hospitais houve também o reconhecimento da medicina como profissão, lhe dando autonomia técnica de poder jurisdicional e de autorregulamentação. Nos países socialistas e também na maioria dos países europeus se organizaram em Sistemas Nacionais Públicos de Saúde, nos Estados Unidos da América e alguns outros países desenvolveu-se o que é chamado por alguns autores de Modelo Liberal Privatista. O que caracteriza os sistemas nacionais públicos de saúde é o acesso universal, regulado e financiado pelo Estado. No Modelo Liberal Privatista a população compra os serviços de saúde diretamente dos prestadores, através de diferentes tipos de associações como o mutualismo até empresas que se situam como prestadores privados de assistência à saúde. Em 1978, na Conferência de Alma-Alta (Casaquistão), a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o programa Saúde para todos em no conceito de cuidados primários em saúde. Essa proposta tinha como foco na prevenção das doenças e à promoção da saúde, teve a atuação em equipes multidisciplinares , onde visava valorizar o conjunto de profissionais que trabalham na atenção primária. Essa reformulação se deve tanto a contenção de custos, como na decorrência da crise de legitimidade. A redução ou racionalização dos gastos com serviços hospitalares e a proposta de melhoria dos serviços de saúde por meio da atenção básica esteve presente em quase todas as discussões sobre os sistemas de saúde nas últimas três décadas. Tudo isso implicou em investimentos em uma reestruturação produtiva, abrangendo a maioria dos setores econômicos, o que afetou de forma substantiva o funcionamento do Welfare State e, consequentemente, dos sistemas de saúde. Universidade Paulista UNIP- Curso: Psicologia- Campus: Jundiaí Disciplina: Atuação Psicológica em Contextos de Atenção à Saúde Prof.ª: Patrícia Shalana Nome : Larissa Lucia da Silva Tosetto RA: C5919I7 Turma: PS9P44 TEXTO 3: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – 3. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. Em meio a tantas mudanças que ocorreram nos últimos séculos tivemos a criação de tecnologias que visam a facilitar a vida humana cada vez mais e na saúde não foi diferente, junto da transformação da sociedade é também o processo de transformação da saúde e dos problemas sanitários. Nas últimas décadas, a redução da vulnerabilidade ao adoecimento e junto dele a produção da incapacidade de sofrimento crônico e de morte prematura de indivíduos e população, passou a ter grande importância. Junto disso, viu que a saúde é resultado dos modos de organização da produção, do trabalho e da sociedade, onde o aparato biomédico, operando um modelo de atenção e cuidado marcado, na maior parte das vezes, pela centralidade dos sintomas e com isso não consegue levar qualidade de vida as pessoas. O SUS, como política do estado brasileiro foca na melhoria da qualidade de vida e na afirmação do direito à vida e à saúde, que visa a promoção da saúde que possibilitam responder às necessidades sociais em saúde. Pelo SUS, a estratégia de promoção da saúde é retomada como forma de focar os aspectos que determinam o processo saúde-adoecimento em nosso País como: violência, desemprego, subemprego, falta de saneamento básico, habitação inadequada e/ou ausente, dificuldade de acesso à educação, fome, urbanização desordenada, qualidade do ar e da falta de água potável. A saúde exige a participação ativa de todos os sujeitos envolvidos em sua produção como usuários, movimentos sociais, trabalhadores da Saúde, gestores do setor sanitário e de outros setores com foco na melhoria da qualidade de vida. Vê-se na promoção da saúde a busca por mecanismos que reduzam as situações de vulnerabilidade, defendam radicalmente a eqüidade e incorporem a participação e o controle sociais na gestão das políticas públicas. Na Constituição Federal de 1988, o estado brasileiro assume como seus objetivos precípuos a reduçãodas desigualdades sociais e regionais, a promoção do bem de todos e a construção de uma sociedade solidária sem quaisquer formas de discriminação, com isso, a garantia da saúde está no acesso universal e igualitário dos cidadãos aos serviços de saúde,assim como à formulação de políticas sociais e econômicas que visem a redução dos riscos de adoecer. o Ministério da Saúde traz à Política Nacional de Promoção da Saúde a fim de lidar com os desafios de produção da saúde num cenário sócio-histórico cada vez mais complexo e que exige a reflexão e inovação constante das práticas sanitárias e do sistema de saúde. Entende-se que a promoção da saúde possui um mecanismo de fortalecimento e implantação de uma política transversal, integrada e intersetorial, que dialoga com as diversas áreas do setor sanitário, os outros setores do Governo, o setor privado e não governamental, e a sociedade, tendo como compromisso quanto à qualidade de vida da população em que todos são responsáveis na proteção e no cuidado com a vida. No esforço por garantir os princípios do SUS e a constante melhoria dos serviços por ele prestados, e por melhorar a qualidade de vida de sujeitos e coletividades, entende-se que é urgente mudar seu olhar, evitando o desperdício de recursos públicos, reduzindo a superposição de ações e, conseqüentemente, aumentando a eficiência e a efetividade das políticas públicas existentes. Nesse sentido, a elaboração da Política Nacional de Promoção da Saúde é bem-vinda, já que seu processo de construção e de implantação/implementação – nas várias esferas de gestão do SUS e interação do setor sanitário com os outros setores das políticas públicas e da sociedade traz mudança no modo de organizar, planejar, realizar, analisar e avaliar o trabalho em saúde.
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