Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* Cristalografia e Gemologia 3a Parte Defeitos Cristalinos * Cristalografia Defeitos Cristalinos Cristalografia (cont.) Defeitos cristalinos * Os cristais se formam a partir de líquidos ou gases que ao passar para o estado sólido tem suas moléculas organizadas de modo regular. Mas esta organização é perfeita? Pense: A solução é pura? - A concentração dos ions é homogênea? - Os átomos de uma mesma substância são perfeitamente iguais (valencias atômicas)? - Os átomos estão sempre disponíveis para se ligarem no momento necessário? ... Então qual o reflexo destas repostas na cristalização? Cristalografia Defeitos Cristalinos * Modelo de um cristal simples perfeito – muito raro e muito caro. Modelo esquemático de um poli-cristal, normal e humilde. Portanto, não existe cristal natural perfeito, sempre haverá defeitos cristalinos em maior ou menor número. Quem mais se aproxima de um cristal ideal são cristais isolados e cristais sintéticos. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Quartzo a Luz Polarizada com extinção ondulante: Porque ??? Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Defeitos Cristalinos – são importantes para nossa vida ou para a ciência dos materiais em particular ? Deixe ver: Diamantes são cristais, como dizemos, mas se você comprar um diamante, são basicamente os defeitos neste cristal de carbono que determinam quanto dinheiro você vai gastar para adquirir um diamante de determinado tamanho. Se você não compra diamantes regularmente, você mesmo assim lida com defeitos cristalinos de várias maneiras. Mas você não se dá conta disso. Vamos a alguns exemplos ..... Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Você está lidando com Defeitos Cristalinos quando você entorta um pedaço de metal aplicando alguma força nele – por exemplo entortando o clips para se prender a um pino ! Você também está lidando com Defeitos Cristalinos quando você NÃO entorta um pedaço de metal – - por exemplo tentar entortar uma barra de aço temperada. Você também lida com Defeitos Cristalinos quando usa QUALQUER peça eletrônica (semicondutores (diodos)). Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Minerais e metais são poli-cristais cheios de defeitos. O mesmo vale para a grande maioria (mas não todos) cristais feitos pelo homem, especialmente metais e ligas. Uma grande parte de suas propriedades, especialmente as mecânicas como dureza, tenacidade e outros, são controlados por defeitos na estrutura cristalina. Um cristal simples perfeitos de algum metal poderá estar desprovido de qualquer interesse tecnológico, será quase inútil. A indústria de metal vive exclusivamente da manipulação de defeitos nos metais e nas ligas que usa. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Várias propriedades dos minerais são determinadas pelo tipo e o número de defeitos cristalinos, como: a difusão no estado sólido a condutividade eletrolítica a luminescência a cor a fotocondução, a semicondução e outros. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * São basicamente dois tipos de defeitos: Estruturais : são de escala atômica e ocorrem por substituição e/ou deslocamento de átomos Eletrônicos : dão-se pela ausência de elétrons ou por elétrons covalentes. Os defeitos estruturais podem ser classificados como segue ... Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Tipos de Defeitos Defeitos Pontuais Defeitos Lineares Defeitos Planares Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Defeitos Pontuais Mobilidade Atômica Átomos Substitucionais Átomos Intersticiais Lacunas Defeitos de Frenkel Defeitos de Schottky Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Defeitos Pontuais 1) Mobilidade Atômica São átomos sem posições fixas na estrutura química do mineral. Ou seja, apesar do composto não mudar quimicamente, a posição relativa dos átomos dentro da estrutura cristalina nunca é constante. Cada unidade cristalina pode ter um determinada átomo em um posição diferente de seu visinho. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Defeitos Pontuais 2º de 6) Átomos Substitucionais átomos pequenos, exemplo das olivinas e dos plagioclásios. Podemos ter átomos estranhos à estrutura incorporados de maneira substitucional (figura da esquerda) ou incorporados de maneira intersticial. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Solução sólida de Al2O3 em MgO. Como a neutralidade elétrica do composto precisa ser mantida, só dois átomos de Al3+ entram para cada 3 sítios livres de Mg2+ , deixando um sítio de Mg2+ livre (vacância). Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * As olivinas formam uma série cntínua de substituição do Mg por Fe (SÉRIE ISOMÓRFICA) entre os membros extremos: Forsterita Mg2 (SiO4) e Fayalita Fe2 (SiO4) As olivinas mais comuns tem mais magnésio que ferro. As olivinas ocorrem em rochas magmáticas máficas (escuras), mais raramente em meteoritos, mármores e em areias. DUNITO : rocha formada quase que exclusivamente por olivinas. PERIDOTO : variedade transparente da olivina, usada como gema. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Defeitos Pontuais 3º de 6) Átomos Intersticiais São átomos em vazio estrutural: precisam ser pequenos ! Boro, Carbono, Nitrogênio e Hidrogênio. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Átomos Intersticiais Estrutura típica de uma zeolita, no caso uma heulandita vista pelo eixo “c”. Os espaços abertos são espaços para moléculas de água e cátions mono- e divalentes. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Dois defeitos pontuais comuns em metais e em estruturas semicondutoras são a vacância e o átomo intersticial. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) Átomos Intersticiais * Defeitos Pontuais 4º de 6) Lacunas ou Vacâncias São posições atômicas não-ocupadas. É o tipo de defeito pontual mais simples possível, ocorrendo quando uma posição atômica não é ocupada durante o crescimento do cristal. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Óxido de ferro, Fe 1-x O com x ~ 0,05, é um bom exemplo de um composto não-estequiométrico. Ambos os íons Fe2+ e Fe3+ ocupam os sítios de cátions, resultando disso uma lacuna intersticial para cada dois ions de Fe3+ presentes. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) Lacunas ou Vacâncias * Defeitos Pontuais 5º de 6) Defeitos de Frenkel Trata-se da ausência de um íon de seu site correto, mas o íons está por perto, em um sítio intersticial. Mais comuns para cátions porque estes normalmente são menores. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Defeitos Pontuais 6º de 6) Defeitos de Schottky É um cátion ou um ânion ausente de seu sítio na estrutura. Esta ausência precisa ser compensada ou por outros defeitos na estrutura ou pela adição de espécies com carga (por exemplo um elétron). Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Esquema demonstrando a diferença entre os dois defeitos pontuais comuns em estruturas compostas: Defeitos de Schottky e os Defeitos de Frenkel Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Defeitos Lineares: Deslocações em Cunha Deslocações Helicoidais Deslocações são: concentrações de defeitos ao longo de feições lineares Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Defeitos Lineares Deslocações em Cunha: é um plano de átomos que termina ao longo de uma linha. Este tipo de erro proporciona um ponto de fraqueza para deformação e o defeito pode migrar através da estrutura como um plano de escorregamento. Deslocações Helicoidais: são erros ao longo de um eixo helicoidal que normalmente não está presente na estrutura mas pode ser uma manifestação de pseudo-simetria ou próximo à simetria presente naquele grupo espacial no qual o mineral cristalizou. Estes degraus em espiral são importantes sítios de crescimento cristalino porque proporcionam um bom lugar para a adição de átomos. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Deslocação em Cunha. O defeito linear é representado por uma cunha de um semi-plano extra de átomos. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Defeito linear do tipo cunha visto em plano (à esquerda) e visto de frente (à direita). Trata-se de uma plano reticular só parcialmente ocupado (pontos em azul claro são pontos vagos). Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Deslocação em Cunha. O defeito linear é representado por uma superfície regular que avança para frente e para cima (elicoide), normalmetne marcada pela formação de um dente na estrutura cristalina. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Deslocação helicoidal O Vetor de Burguers fica paralelo à linha de deslocação. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Linha de Deslocação Mista, com caráter tanto de cunha como de helicóide com um Vetor de Burguers simples consistente com as regiões puramente de cunha e puramente de helicoide. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Defeitos Planares São zonas em duas dimensões ao longo das quais contatam blocos levemente desorientados um em relação ao outro. Os blocos individuais podem ter uma ordem quase perfeita em curtas distâncias mas o cristal como um todo não possui uma ordem perfeita a grandes extensões. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Defeitos planares Stacking fault ou falha de empilhamento. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Plano de simetria de cristais gêmeos: Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) Defeitos planares * Plano de contorno de grão: Defeitos planares Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Qual a importância destes defeitos? Estes defeitos é que possibilitam um mineral se deformar sem quebrar ao sofrer a ação de uma força, pela presença de pontos fracos onde as ligações químicas se “quebram” e se religam Ao exemplo do deslocamento de um tapete em uma sala. Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) * Cristalografia Defeitos Cristalinos (cont.) Deslocamento intercristalinos * FIM * * * * * * * *
Compartilhar