Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Planejamento Tributário Estratégico Informações da disciplina: Nome do curso: Nome da disciplina: Planejamento Tributário Operacional e Estratégico Carga horária: 36 hrs Informações da Aula: Texto de apresentação da aula Título da aula: Planejamento Tributário Estratégico Importância e Complexidade do tema A carga tributária no Brasil é uma das mais altas do mundo. Além disso, uma das mais complexas. Existem milhares de regras já publicadas, e cotidianamente novas regras continuam a surgir das diferentes instâncias responsáveis pela tributação (Governos Federal, Estadual e Municipal). A escolha do melhor regime tributário e a adoção de políticas que reduzam legalmente o montante de impostos a pagar impacta diretamente na operação e continuidade das empresas, daí a importância de seu estudo. Teses Tributárias Teses tributárias são teorias ou argumentos jurídicos utilizados para que um contribuinte possa ter o direito de não recolher ou reduzir o montante de tributos e impostos a recolher. Alguns exemplos: INSS e verbas indenizatórias: O § 1º. do Artigo 201 do Decreto 3048 de 1999 diz o seguinte: “§ 1º São consideradas remuneração as importâncias auferidas em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive os ganhos habituais sob a forma de utilidades, ressalvado o disposto no § 9º do artigo 214 e excetuado o lucro distribuído ao segurado empresário, observados os termos do inciso II do § 5º.” A discussão entre fisco e contribuintes é sobre a caracterização das verbas pagas aos empregados, sendo o entendimento do fisco de que todas as verbas pagas aos empregados devem ser tributadas, e o entendimento dos contribuintes de que apenas as verbas destinadas a retribuir o trabalho devem compor a base de cálculo do imposto, excluindo-se da base as verbas de natureza indenizatória e compensatória. Cooperativas de trabalho médico: O inciso IV do Art. 22 da Lei 8.212/1991 dizia o seguinte: "Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: IV - quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho." Este inciso teve sua execução suspensa pela Resolução do Senado Federal No. 10 de 2016: “Art. 1º É suspensa, nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, declarado inconstitucional por decisão definitiva proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº 595.838.” Anteriormente, portanto, todas as empresas que tomavam serviços de cooperativas médicas deveriam recolher, à título de INSS, 15% do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços. Mesmo antes da suspensão da execução determinada pelo Senado Federal, vários contribuintes entraram com a tese tributária de que este recolhimento era indevido. ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS: O PIS e a COFINS incidem sobre o faturamento das empresas, assim entendido como a receita bruta da pessoa jurídica, qualquer que seja o tipo de atividade por ela exercida, e terá como base de cálculo o montante decorrente da venda de mercadorias e serviços. A discussão, neste caso, é se o ICMS incluído no montante do faturamento das empresas deve compor a base de cálculo do PIS e da COFINS. O STF, recentemente, se manifestou no sentido de que o ICMS não deve ser considerado como faturamento para fins de base de cálculo do PIS e da COFINS (julgamento do Recurso Extraordinário 240.785/MG em 2014): “(…)faturamento é a contrapartida econômica, auferida, como riqueza própria, pelas empresas, em conseqüência do desempenho de suas atividades típicas. Conquanto nesta contrapartida possa existir um componente que corresponde ao ICMS devido, ele não integra, nem adere, ao conceito de que ora se está cuidando”. Porém, este julgamento teve efeito específico para o caso e a repercussão geral ainda está pendente de julgamento, motivo pelo qual as empresas que recolhem o ICMS e incluem estes valores na base de cálculo do PIS e da COFINS devem procurar o judiciário caso queiram discutir o assunto. Operações Preocupantes Este tipo de operação, embora não sejam proibidas, devem ser objeto de atenção por parte dos contribuintes que queiram utilizá-las para fins de planejamento tributário. Alguns exemplos de operação preocupante: reorganizações societárias, operações entre partes relacionadas e criação de centros de distribuição. Para fins de comprovação de que a operação não foi realizada meramente com o objetivo de reduzir o pagamento de tributos, é muito importante estarem comprovados os aspectos operacionais que justifiquem a realização da operação. Interpretações da Norma Tributária Todas as normas jurídicas devem ser interpretadas, por mais claro que seja seu texto. Sobre as normas tributárias, especificamente, temos um capítulo específico no Código Tributário Nacional que trata do assunto. Diz o seguinte: “Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo. Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: I - a analogia; II - os princípios gerais de direito tributário; III - os princípios gerais de direito público; IV - a eqüidade. § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. § 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta- se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I - à capitulação legal do fato; II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.” A prova no planejamento tributário Quando há ato administrativo de lançamento tributário, o fisco é obrigado a comprovar as razões deste lançamento e consequentemente provar a ocorrência dos fatos que o levaram a constituir uma obrigação tributária até então inexistente ou de valor pecuniário menor. O ônus da prova pertence sempre ao fisco. SÍNTESE DA AULA Nesta aula: Você percebeu a relevância do planejamentotributário estratégico Compreendeu algumas teses tributárias atualmente discutidas Conheceu algumas operações preocupantes do ponto de vista do planejamento tributário Pergunta 1: O que são teses tributárias? Opção a: Teses utilizadas pelo fisco para aplicar lançamentos administrativos contra os contribuintes Opção b: Teses tributárias são teorias ou argumentos jurídicos utilizados para que um contribuinte possa ter o direito de não recolher ou reduzir o montante de tributos e impostos a recolher. Opção c: Teses relacionadas ao lançamento tributário nas esferas federal, estadual e municipal. Opção d: Entendimento já pacificado sobre determinado assunto que leva à autuação de contribuintes. Opção e: Teses julgadas pelo STF com aplicação de repercussão geral. Gabarito: B Feedback: Teses tributárias são teorias ou argumentos jurídicos utilizados para que um contribuinte possa ter o direito de não recolher ou reduzir o montante de tributos e impostos a recolher Pergunta 2: Sobre a prova no planejamento tributário, é correto afirmar que: Opção a: A prova de que não houve evasão fiscal deve ser apresentada pelo contribuinte após o lançamento administrativo. Opção b: A prova deve conferir neutralidade tributária aos novos métodos e critérios contábeis introduzidos pela Lei 11.638/2007. Opção c: O ônus da prova pertence sempre ao contribuinte. Opção d: O fisco é obrigado a comprovar as razões deste lançamento e consequentemente provar a ocorrência dos fatos que o levaram a constituir uma obrigação tributária até então inexistente ou de valor pecuniário menor. Opção e: O ônus da prova é de ambas as partes. Gabarito: D Feedback: O fisco é obrigado a comprovar as razões deste lançamento e consequentemente provar a ocorrência dos fatos que o levaram a constituir uma obrigação tributária até então inexistente ou de valor pecuniário menor. APRENDA MAIS Acesse o Código Tributário Nacional https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. C.; ALMEIDA, R. J. Regulamentação Fiscal das Normas Contábeis do IFRS e CPC – Lei Nº 12.973/14: Aspectos Contábeis e Fiscais. São Paulo: Atlas, 2015. OLIVEIRA, Luís Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária: Textos e testes com respostas. São Paulo: Atlas, 2015. Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) – Lucro Presumido e Lucro Arbitrado Informações da disciplina: Nome do curso: Nome da disciplina: Planejamento Tributário Operacional e Estratégico Carga horária: 36 hrs Informações da Aula: Texto de apresentação da aula Título da aula: Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) – Lucro Presumido e Lucro Arbitrado Legislação Base A legislação base do imposto de renda é o Decreto N º. 3.000, de 1999, que em seu artigo 1º. diz: Art. 1º. O imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza será cobrado e fiscalizado de conformidade com o disposto neste Decreto. Lucro Presumido Regras para a Opção Poderão optar pelo lucro presumido as pessoas jurídicas não obrigadas à apuração do Lucro Real cuja receita bruta no ano anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade, quando inferior a 12 meses. Periodicidade e Prazo de Pagamento No Lucro Presumido, o imposto apurado em cada trimestre deverá ser pago em quota única até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de sua apuração ou, por opção da empresa, em até 3 quotas mensais, iguais e sucessivas, observando-se o seguinte: a) as quotas deverão ser pagas até o último dia útil dos meses subsequentes ao de encerramento do período de apuração; b) nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00, e o imposto de valor inferior a R$ 2.000,00 será pago em quota única; c) o valor de cada quota (excluída a 1ª, se paga no prazo) será acrescido de juros equivalentes à taxa Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do 1º dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento. Base de Cálculo e Alíquotas IRPJ Para fins de IRPJ, o lucro presumido será determinado aplicando-se sobre a receita bruta de vendas de mercadorias, produtos e/ou da prestação de serviços, apurada em cada trimestre, os percentuais constantes da tabela a seguir, conforme a atividade geradora: Atividade Geradora de Receita Percentual Aplicável - Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural 1,6% - Venda de mercadorias ou produtos (exceto revenda de combustíveis para consumo) 8% - Transporte de cargas - Serviços hospitalares (veja o subitem 6.1.5) - Atividade rural - Industrialização - Atividades imobiliárias (veja o subitem 6.2.3) - Construção por empreitada, quando se tratar de contratação por empreitada de construção civil, na modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra - Qualquer outra atividade (exceto prestação de serviços) para a qual não esteja previsto percentual especificado - Industrialização de produtos em que a matéria-prima ou o produto intermediário ou o material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização - Serviços de transporte (exceto o de cargas) 16% - Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissões regulamentadas) prestados com exclusividade por empresas com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00 (veja o subitem 6.1.2) - Serviços em geral para os quais não esteja previsto percentual específico, inclusive os relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada 32% - Intermediação de negócios - Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza - Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra ou com emprego parcial de materiais - Construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de infraestrutura, no caso de contratos de concessão de serviços públicos, independentemente do emprego parcial ou total de materiais - Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring) - Coleta e transporte de resíduos até aterros sanitários ou local de descarte Ao valor determinado mediante a aplicação dos percentuais informados acima sobre a receita bruta deverão ser adicionados, por inteiro, as demais receitas ou resultados positivos decorrentes de operações não enquadradas no conceito de receita bruta e os ganhos de capital, recebidos no período, tais como: a) rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líquidos de operações financeiras de renda variável, observado o seguinte: a.1) os rendimentos percebidos serão computados na base de cálculo do imposto somente no período de apuração em que ocorrer a alienação, o resgate ou a cessão do título ou aplicação (regime de caixa); a.2) as perdas apuradas nas operações nos mercados de renda variável somente poderão ser compensadas com os ganhos líquidos de outras operações de renda variável, exceto as apuradas em operações iniciadase encerradas no mesmo dia (day trade), que somente poderão ser compensadas com ganhos líquidos de outra operação dessa natureza; b) juros remuneratórios do capital próprio que houverem sido pagos ou creditados por outra pessoa jurídica da qual a empresa seja sócia ou acionista; c) juros, calculados pela taxa Selic, incidentes sobre impostos e contribuições pagos indevidamente ou a maior que o devido, a serem restituídos ou compensados; d) rendimentos obtidos nas operações de mútuo entre pessoas jurídicas controladoras e controladas, coligadas ou interligadas; e) ganhos de capital (lucros) na alienação de bens do Ativo Não Circulante (investimentos, imobilizados e intangíveis), inclusive os obtidos: e.1) na alienação de participações societárias permanentes em sociedades coligadas e controladas e de participações societárias que permaneceram no Ativo da empresa até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições; e e.2) na devolução de capital, a sócios ou acionistas, em bens ou direitos avaliados a preço de mercado. O imposto trimestral será calculado mediante a aplicação: a) da alíquota de 15% sobre a totalidade do lucro presumido apurado no trimestre; b) da alíquota adicional de 10% sobre a parcela do lucro presumido trimestral que exceder a R$ 60.000,00 ou, no caso de início ou encerramento de atividades no trimestre, sobre o limite equivalente ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do período de apuração. Base de Cálculo e Alíquotas CSL A base de cálculo da CSL devida pelas empresas submetidas à apuração do IRPJ com base no lucro presumido corresponde ao somatório dos seguintes valores, apurados em cada trimestre: a) 12% da receita bruta da venda de mercadorias/produtos e/ou da prestação de serviços, exceto para as pessoas jurídicas referidas posteriormente, na forma definida na legislação do Imposto de Renda; b) os ganhos de capital (lucros na alienação de bens do Ativo não Circulante), os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou renda variável, as demais receitas, os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas na letra "a" deste subtópico, com os seus respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente, e demais valores determinados na Lei nº 9.430/1996. Para fins de cálculo da CSL, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta auferida é de 32% para aquelas que exercem as seguintes atividades: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de transportes, inclusive de carga; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). A alíquota da CSL devida pelas pessoas jurídicas em geral é de 9%. Limites de Distribuição de Lucros Poderão ser distribuídos, a título de lucros sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), os seguintes valores apurados pela pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido: a) o valor da base de cálculo do imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita a pessoa jurídica; e b) a parcela dos lucros ou dividendos excedente ao valor determinado na letra "a", desde que a empresa demonstre, através de escrituração contábil fiscal feita com observância da lei comercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as normas para apuração da base de cálculo do imposto pela qual tiver optado, ou seja, o lucro presumido Contabilização de IR/CSLL por Lucro Presumido Pelo provisionamento do IRPJ: D- Provisão para o IRPJ (Conta de Resultado) C- Provisão para o IPRJ (Passivo Circulante) Pelo provisionamento da CSL D- Provisão para a CSL (Conta de Resultado) C- Provisão para a CSL (Passivo Circulante) A legislação do Imposto de Renda não exige que as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido mantenham escrituração contábil. Contudo, o atual Código Civil (Lei nº 10.406/2001, art. 1.179) estabelece que o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. Portanto, a exigência da manutenção de escrituração contábil independe do regime de tributação adotado pela pessoa jurídica. Lucro Arbitrado De acordo com o RIR/1999 , o Imposto de Renda devido pela pessoa jurídica será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado quando: a) o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; b) a escrituração, a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: b.1) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive a bancária; b.2) determinar o lucro real; c) o contribuinte: c.1) não obrigado à tributação com base no lucro real (caso seja optante pela tributação com base no lucro presumido), deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e os documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o livro Caixa, nos quais deverá estar escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária; c.2) optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido, por estar obrigada à tributação com base no lucro real; c.3) não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário, exceto se, tendo optado pela tributação com base no lucro presumido, escriturar no livro Caixa toda a sua movimentação financeira, inclusive a feita por via bancária; d) o comissário ou representante de pessoa jurídica estrangeira não apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente residente ou domiciliado no exterior. e) o contribuinte não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade tributária as informações necessárias para gerar o Fcont por meio do Programa Validador e Assinador da Entrada de Dados para o Fcont de que trata a Instrução Normativa RFB nº 967/2009 , no caso de pessoas jurídicas sujeitas ao Regime Tributário de Transição (RTT); f) o contribuinte não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade tributária a Escrituração Contábil Fiscal (ECF). O Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro apurados, trimestralmente, pelas empresas submetidas ao arbitramento do lucro deverão ser pagos em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de sua apuração ou, à opção da empresa, em até 3 quotas mensais, iguais e sucessivas, observado o seguinte: a) as quotas deverão ser pagas até o último dia útil dos meses subseqüentes ao do encerramento do período de apuração; b) nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00; se o imposto ou a contribuição a pagar for de valor inferior a R$ 2.000,00, o pagamento deverá ser feito em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração; c) o valor de cada quota(excluída a primeira, se paga no prazo) será acrescido de juros, equivalentes à taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do primeiro dia do segundo mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento. SÍNTESE DA AULA Nesta aula: Você conheceu com maior profundidade a sistemática do Lucro Presumido e do Lucro Arbitrado Entendeu as formas de enquadramento Pergunta 1: O limite para adoção do lucro presumido em caso de atividade inferior a 12 meses é de? Opção a: acima de R$ 6.500.000,00 mensais Opção b: até R$ 6.500.000,00 mensais Opção c: Abaixo de R$ 78.000.000,00 anuais Opção d: Acima de R$ 78.000.000,00 anuais Opção e: NDA Gabarito: b Feedback: R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade, quando inferior a 12 meses. Pergunta 2: No lucro arbitrado os pagamentos são realizados com qual periodicidade? Opção a: Mensal. Opção b: Quinzenal. Opção c: Trimestral com possibilidade de parcelamento. Opção d: Trimestral sem possibilidade de parcelamento. Opção e: Mensal a medida com que as receitas são realizadas. Gabarito: C Feedback: O Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro apurados, trimestralmente, pelas empresas submetidas ao arbitramento do lucro deverão ser pagos em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de sua apuração ou, à opção da empresa, em até 3 quotas mensais, iguais e sucessivas. APRENDA MAIS Acesse o Regulamento do Imposto de Renda em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3000.htm REFERÊNCIAS SANTOS, M. A. C. Contabilidade Tributária: um enfoque nos IFRS e na legislação do IRPJ. São Paulo: Atlas, 2015. ALMEIDA, M. C.; ALMEIDA, R. J. Regulamentação Fiscal das Normas Contábeis do IFRS e CPC – Lei Nº 12.973/14: Aspectos Contábeis e Fiscais. São Paulo: Atlas, 2015. OLIVEIRA, Luís Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária: Textos e testes com respostas. São Paulo: Atlas, 2015. PRÓXIMA AULA Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos: Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (Lucro Real) Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) – Lucro Real Informações da disciplina: Nome do curso: Nome da disciplina: Planejamento Tributário Operacional e Estratégico Carga horária: 36 hrs Informações da Aula: Texto de apresentação da aula Título da aula: Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) – Lucro Real Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pelo Regulamento. Na tributação com base no lucro real, o Imposto de Renda incide sobre o resultado (lucro) efetivamente apurado pela pessoa jurídica segundo sua escrituração contábil (feitos alguns ajustes determinados pela legislação fiscal). É obrigatório para pessoas jurídicas com faturamento superior a R$ 78.000.000 (setenta e oito milhões de reais) ano ano, ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) ao mês de atividade, quando inferior a 12 meses. As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real podem adotar uma das seguintes formas de pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL): a) pagamento trimestral, mediante apuração de lucro real trimestral definitivo; ou b) pagamento mensal por estimativa e apuração anual do lucro real (em 31 de dezembro). Após a opção, realizada no primeiro recolhimento do exercício social, a pessoa jurídica não poderá optar por outra forma de recolhimento no mesmo exercício social. As adições e exclusões realizadas na apuração do lucro real são necessárias para ajustar o valor apurado via normas de contabilidade à legislação do imposto de renda, e serão estudadas mais profundamente nos próximos capítulos. Cálculo do Lucro Real Anual As pessoas jurídicas que optaram pelo pagamento mensal do Imposto de Renda por estimativa podem, mediante levantamento de balanços ou balancetes periódicos: a) suspender o pagamento do imposto relativo ao mês em que levantarem balanço ou balancete quando o valor do imposto devido, inclusive o adicional, calculado com base no lucro real do ano-calendário em curso, até esse mês, for igual ou inferior à soma do imposto pago, correspondente aos meses anteriores do mesmo ano-calendário; ou b) reduzir o valor do imposto a pagar ao montante correspondente à diferença positiva entre o imposto devido sobre o lucro real do ano-calendário em curso, até o mês em que levantarem balanço ou balancete, e a soma dos impostos pagos, correspondente aos meses anteriores do mesmo ano-calendário. Observe-se que, inclusive o pagamento do imposto mensal relativo ao mês de janeiro do ano-calendário pode ser suspenso ou reduzido, com base em balanço ou balancete levantado nesse mês, caso tenha sido apurado prejuízo fiscal ou o imposto calculado sobre o lucro real apurado tenha sido inferior ao calculado por estimativa, com base na receita bruta e nos acréscimos de que tratam os arts. 4º. a 9º. da Instrução Normativa RFB nº. 1.515/2014. O balanço ou balancete levantado para fins de suspensão ou redução do imposto de renda deve abranger o período de 1º. de Janeiro do ano-calendário em curso até o último dia do mês cujo imposto se pretende suspender ou reduzir, ou seja, a apuração sempre será feita de forma acumulada, e não com base no resultado do mês em curso. Mensalmente, haverá a necessidade de a pessoa jurídica optante pelo lucro real anual de se calcular as duas formas de recolhimento do imposto: por balancete de suspensão/redução ou por estimativa, optando-se pela melhor alternativa para a empresa. Cálculo do Lucro Real Trimestral O lucro real trimestral é definitivo. A apuração deverá ser feita partindo-se do resultado líquido de cada trimestre (encerrado nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro do ano-calendário), determinado por meio de levantamento de balanço com observância das normas estabelecidas pela legislação comercial e fiscal. Esse resultado será ajustado mediante escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) por todas as adições, exclusões e compensações determinadas ou autorizadas pela legislação do Imposto de Renda. Do mesmo modo, a Contribuição Social sobre o Lucro devida em cada trimestre deve ser determinada com base no resultado trimestral apurado contabilmente, ajustado pelas adições, exclusões e compensações determinadas ou autorizadas pela legislação vigente. O imposto e a contribuição devidos, apurados ao final de cada trimestre, deverão ser: I - pagos em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração; ou II - à opção da pessoa jurídica, pagos em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subseqüentes ao do encerramento do período de apuração a que corresponder, observando-se que: a) nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 e o imposto ou a contribuição de valor inferior a R$ 2.000,00 será pago em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração; b) as quotas serão acrescidas de juros equivalentes à taxa SELIC, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segundo mês subseqüenteao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês do pagamento; c) a primeira quota ou quota única, quando paga até o vencimento, não sofrerá acréscimos. Compensação de Prejuízos Fiscais Os prejuízos fiscais apurados na apuração do LALUR poderão ser compensados pela pessoa jurídica tributada pelo lucro real. Importante lembrar que prejuízo fiscal é diferente de prejuízo contábil, apurado em conformidade com as normas da contabilidade societária. Os prejuízos que podem ser compensados devem ser apurados na parte B do LALUR, e sua utilização em períodos subsequentes poderá ser efetuada total ou parcialmente, independentemente de prazo, devendo ser observado em cada período de apuração o limite de 30% do respectivo lucro líquido ajustado (lucro líquido do período mais adições menos exclusões). Sendo assim, esta aula tem como objetivos: Entender o conceito de lucro real Compreender as principais diferenças entre o lucro real anual e o lucro real trimestral. SÍNTESE DA AULA Nesta aula: Você conheceu com maior profundidade a apuração do Lucro Real Compreendeu as diferenças entre lucro real x lucro societário Entendeu as formas de cálculo e opção do lucro real Pergunta 1: Qual a mecânica de apuração do Lucro Real? Opção a: Lucro líquido + Exclusões – Adições = Lucro Tributável Opção b: Lucro Líquido + Ajustes RTT + Adições – Exclusões = Lucro Tributável Opção c: Lucro Líquido – Ajustes RTT + Adições – Exclusões = Lucro Tributável Opção d: Lucro Líquido + Adições – Exclusões = Lucro Tributável Opção e: Lucro Tributável + Adições – Exclusões = Lucro Líquido Gabarito: D Feedback: Lucro Líquido + Adições – Exclusões = Lucro Tributável Pergunta 2: As adições ao lucro líquido se justificam pois: Opção a: É necessário adicionar quaisquer valores deduzidos na apuração do lucro líquido que não sejam legalmente dedutíveis da apuração do lucro real. Opção b: Conferir neutralidade tributária aos novos métodos e critérios contábeis introduzidos pela Lei 11.638/2007. Opção c: Com o fim do RTT não há mais necessidade de ajustes referentes ao RTT na apuração do lucro real. Opção d: Regulamentar a adoção das IFRS no Brasil via regime de transição. Opção e: Aumentam a arrecadação do governo federal. Gabarito: A Feedback: É necessário adicionar quaisquer valores deduzidos na apuração do lucro líquido que não sejam legalmente dedutíveis da apuração do lucro real. APRENDA MAIS Acesse o site do CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis https:// http://www.cpc.org.br REFERÊNCIAS SANTOS, M. A. C. Contabilidade Tributária: um enfoque nos IFRS e na legislação do IRPJ. São Paulo: Atlas, 2015. ALMEIDA, M. C.; ALMEIDA, R. J. Regulamentação Fiscal das Normas Contábeis do IFRS e CPC – Lei Nº 12.973/14: Aspectos Contábeis e Fiscais. São Paulo: Atlas, 2015. OLIVEIRA, Luís Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária: Textos e testes com respostas. São Paulo: Atlas, 2015. Despesas Dedutíveis e Indedutíveis – IR/CSLL Informações da disciplina: Nome do curso: Nome da disciplina: Planejamento Tributário Operacional e Estratégico Carga horária: 36 hrs Informações da Aula: Texto de apresentação da aula Título da aula: Despesas Dedutíveis e Indedutíveis – IR/CSLL 4.1. LALUR: Do Lucro Contábil ao Lucro Tributável A contabilidade no Brasil sempre teve um viés tributário, principalmente para fins de apuração de Imposto de Renda e de Contribuição Social. A promulgação da Lei 11.638 em 12/2007 e o início da adoção das IFRS no país ocasionou um descasamento maior entre a contabilidade fiscal e a societária, gerando por exemplo diferenças temporais de reconhecimento de despesas – o controle das despesas que não são aceitas no presente, mas poderão ser aceitas no futuro, surgem como figura importante para redução dos tributos a serem pagos. Desta forma, surge a partir de 2008 o RTT – Regime Tributário de Transição, que foi criado pela Medida Provisória 449/2008 e convertido em 27/05/2009 na Lei 11.941/2009. Pelo RTT, as empresas apuravam o lucro societário pelas normas contábeis internacionais e faziam ajustes ignorando todos os pronunciamentos contábeis emitidos desde 2008, para aí então fazer as adições e exclusões tradicionais de receitas e despesas no livro de apuração do Lucro Real. O RTT perdurou até a promulgação da MP 627/2013, convertida na Lei 12.973/2014, e trouxe o entendimento e aceitação, à legislação fiscal, das alterações trazidas pela padronização da contabilidade brasileira às normas IFRS. Até a edição da Lei 11.941/2009 tínhamos a seguinte situação para fins de apuração do IRPJ e da CSLL: Lucro Contábil (padrão 2007) (+ -) Ajustes na apuração do Lucro Real ( = ) Lucro Tributável ou Lucro Real Com a adoção das normas internacionais de contabilidade para fins de escrituração comercial, e a adoção da Lei 11.941/2009, passamos a ter a seguinte situação: Lucro Contábil (padrão IFRS) (+ - ) Ajustes do Regime Tributário de Transição ( = ) Lucro Contábil (padrão 2007) (+ - ) Ajustes no LALUR ( = ) Lucro Tributável ou Lucro Real. Como podemos observar, a principal função do RTT foi a de anular os efeitos da adoção das normas internacionais de contabilidade para fins tributários. Com o fim do RTT, promovida pela publicação da Lei 12.973/2014, volta-se à mecânica anterior de apuração do Lucro Real: Lucro Contábil (+-) Adições/Exclusões = Lucro Tributável Na determinação do Lucro Real, serão adicionados ao lucro líquido: I – os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real; II – os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, devam ser computados na determinação do lucro real. 4.2. Comprovação das Despesas Para fins da legislação do imposto de renda da pessoa jurídica, fica o contribuinte sujeito a comprovar o ato ou fato econômico que serviu de base aos lançamentos contábeis em conformidade com o estabelecido nas leis comerciais e fiscais. As despesas operacionais admitidas são as usuais ou normais no tipo de transações, operações ou atividades da empresa, intrinsicamente relacionadas com a produção ou comercialização dos bens e serviços. Essas despesas devem, ainda, estar devidamente suportadas por documentos hábeis e idôneos a comprovarem sua natureza, a identidade do beneficiário, a quantidade, o valor da operação, etc. As despesas podem ser comprovadas por meio de nota fiscal ou cupom emitido por equipamento emissor de cupom fiscal, os quais deverão conter (Lei 9.532/1997, art. 61, § 1º e 81, II): a) Identificação da pessoa jurídica compradora ou tomadora dos serviços mediante identificação do CNPJ; b) Descrição dos bens ou serviços objeto da operação; e c) Data e valor da operação. Em caso de despesas com alimentação do colaborador em viagens a trabalho, o fisco admite como despesa dedutível, independentemente de comprovação por meio de nota ou cupom fiscal, valores que não excedam a R$ 16,57 por dia de viagem, que deverá ser comprovada por recibo de estabelecimentohoteleiro, ou bilhete de passagem quando não incluir qualquer pernoite, que mencione o nome do funcionário a serviço da pessoa jurídica. 4.3. Despesas Dedutíveis Despesas dedutíveis para fins de elaboração do livro de apuração do lucro real (LALUR) são aquelas admitidas como operacionais, ou seja, se forem necessárias, usuais, e normais para a realização das atividades do contribuinte e se forem adequadamente documentadas. 4.4. Despesas Indedutíveis Devem ser adicionados ao lucro real todos os custos, despesas, provisões, encargos e participações que de acordo com a legislação não sejam dedutíveis para fins de apuração de imposto de renda. Despesas que não façam parte das atividades normais da empresa, como por exemplo uma multa de trânsito, apesar de estarem devidamente documentadas e escrituradas na contabilidade, não são aceitas como dedutíveis para fins de apuração do lucro real e devem ser adicionadas ao lucro líquido influenciando na apuração do LALUR. Além disso, diferenças temporárias de reconhecimento motivadas por diferenças entre a contabilidade fiscal e a societária, podem não ser aceitas fiscalmente no presente, mas podem ser aceitas no futuro. Exemplos de diferenças temporárias: Ajustes de estoques ao valor realizável líquido; Provisão para ações trabalhistas, ambientais e cíveis; Ajuste de incobráveis; Provisão para garantia de produtos; Impairment; Depreciação. Em uma operação de aquisição de imobilizado com incentivo de depreciação acelerada integral para fins fiscais, teríamos a seguinte situação: Custo do Ativo: $ 100,00 Depreciação ao ano: $ (20,00) Lucro Antes do IR: $ 1.000,00 ( - ) Depreciação Acelerada: $ (80,00)_ Lucro Tributável: $ 920,00 Outro modo de analisarmos a depreciação acelerada: Divulgação Tributação Imobilizado 100,00 100,00 ( - ) Depreciação Acumulada _ (20,00) _ _ (100,00) _ 80,00 0,00 Sendo assim, esta aula tem como objetivos: Aprofundar o conhecimento sobre a escrituração do LALUR Compreender as principais adições ao lucro contábil que comporão o lucro real. SÍNTESE DA AULA Nesta aula: Você conheceu com maior profundidade a apuração do Lucro Real Compreendeu as medidas adotadas para que fosse possível a adoção das IFRS sem impactos na apuração do Imposto de Renda Aplicou o conhecimento adquirido Analisou as principais adições ao lucro líquido Pergunta 1: Com o fim do RTT, qual a mecânica de apuração do Lucro Real? Opção a: Lucro líquido + Exclusões – Adições = Lucro Tributável Opção b: Lucro Líquido + Ajustes RTT + Adições – Exclusões = Lucro Tributável Opção c: Lucro Líquido – Ajustes RTT + Adições – Exclusões = Lucro Tributável Opção d: Lucro Líquido + Adições – Exclusões = Lucro Tributável Opção e: Lucro Tributável + Adições – Exclusões = Lucro Líquido Gabarito: D Feedback: Lucro Líquido + Adições – Exclusões = Lucro Tributável Pergunta 2: As adições ao lucro líquido se justificam pois: Opção a: É necessário adicionar quaisquer valores deduzidos na apuração do lucro líquido que não sejam legalmente dedutíveis da apuração do lucro real. Opção b: Conferir neutralidade tributária aos novos métodos e critérios contábeis introduzidos pela Lei 11.638/2007. Opção c: Com o fim do RTT não há mais necessidade de ajustes referentes ao RTT na apuração do lucro real. Opção d: Regulamentar a adoção das IFRS no Brasil via regime de transição. Opção e: Aumentam a arrecadação do governo federal. Gabarito: A Feedback: É necessário adicionar quaisquer valores deduzidos na apuração do lucro líquido que não sejam legalmente dedutíveis da apuração do lucro real. APRENDA MAIS Acesse o site do CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis https:// http://www.cpc.org.br REFERÊNCIAS SANTOS, M. A. C. Contabilidade Tributária: um enfoque nos IFRS e na legislação do IRPJ. São Paulo: Atlas, 2015. ALMEIDA, M. C.; ALMEIDA, R. J. Regulamentação Fiscal das Normas Contábeis do IFRS e CPC – Lei Nº 12.973/14: Aspectos Contábeis e Fiscais. São Paulo: Atlas, 2015. OLIVEIRA, Luís Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária: Textos e testes com respostas. São Paulo: Atlas, 2015. Incentivos Fiscais – IR/CSLL (Rouanet, PAT, Incentivo ao Esporte, Depreciação Acelerada) e Exclusões do Lucro Informações da disciplina: Nome do curso: Nome da disciplina: Planejamento Tributário Operacional e Estratégico Carga horária: Informações da Aula: Texto de apresentação da aula Título da aula: Incentivos Fiscais – IR/CSLL (Rouanet, PAT, Incentivo ao Esporte, Depreciação Acelerada) e Exclusões do Lucro Como visto na aula anterior, após a apuração do lucro líquido contábil, é necessário que sejam realizados ajustes a fim de se obter o valor do lucro real, que é a base de cálculo para apuração do IRPJ e da CSLL. As adições, como anteriormente tratado, são somadas ao valor do lucro líquido pois não há previsão legal para sua dedutibilidade na apuração dos impostos, a exclusão, por sua vez, deve ser subtraída pois, apesar de haverem parâmetros legais para sua inclusão no lucro líquido contábil, não há a mesma previsão para fins tributários. São deduções legalmente aceitas: a) Os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido no período de apuração; b) Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam computados no lucro real. Ainda sobre a apuração do imposto de renda e da contribuição social, temos a possibilidade de reduzir e/ou direcionar parte do IRPJ e da CSLL utilizando incentivos fiscais, como doações e patrocínios, que são direcionados a setores que necessitem de apoio federal para seu desenvolvimento. Existem diversos tipos de incentivos, tais como: - Doações aos fundos dos direitos da criança e do adolescente; - Programa de alimentação do Trabalhador (PAT); - PDTI e PDTA; - Incentivos à inovação tecnológica; - Atividade audiovisual; - Atividade cultural e artística; - Incentivos ao esporte; - Finam e Finor. Falaremos a seguir sobre cada um deles: Doações aos fundos dos direitos da criança e do adolescente As doações aos fundos nacional, estaduais, distrital e municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, podem ser deduzidas do imposto de renda devido pela pessoa jurídica optante pelo lucro real desde que observado o limite global de 1% do imposto normal de 15% (sem a inclusão do adicional), diminuído do imposto incidente sobre lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior. A dedução dessas doações está sujeita apenas ao limite de 1% do imposto devido, não lhes sendo aplicável qualquer outro limite cumulativo, caso haja dedução de outros incentivos fiscais, conforme IN SRF 267/2002, art. 54. As doações aos fundos dos direitos da criança e do adolescente devem ser deduzidas diretamente do imposto, não sendo passíveis de dedução como despesa operacional para determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social – devem, portanto, ser adicionadas. Para fins de comprovação da doação, os conselhos nacional, estaduais, distrital e municipais dos direitos da criança e do adolescente deverão emitir comprovante em favor do doador, assinado por pessoa competente e pelopresidente do conselho correspondente, devendo apresentar: a) Número de ordem, nome, número de inscrição no CNPJ e endereço do emitente; b) O nome, número de inscrição no CNPJ e demais dados do doador; c) A data de doação e o valor recebido; d) O ano a que se refere a doação. No caso de doação em bens, esse documento deverá conter também a identificação dos bens, mediante sua descrição em campo próprio ou em relação anexa que informe, ainda, se houve avaliação e, em caso positivo, identificar os responsáveis pela avaliação com indicação do CPF (se pessoa física) ou CNPJ (se pessoa jurídica). Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) Os desembolsos com o fornecimento de alimentação, desde que concedidos indistintamente a todos os colaboradores, são dedutíveis como custos ou despesas para fins de apuração do lucro real, e se a pessoa jurídica aderir ao Programa de Alimentação do Trabalhador do Ministério do Trabalho e Emprego poderá deduzir, também, diretamente do imposto de renda devido com base no lucro real, o incentivo fiscal concedido. O valor do incentivo corresponde ao menor dos seguintes valores: a) 15% das despesas realizadas com o fornecimento de alimentação dos empregados, deduzida da parcela cobrada dos mesmos; b) O resultado da multiplicação de R$ 0,30 (15% de R$ 1,99 – custo máximo de refeição admitido para o cálculo do incentivo, de R$ 2,49, menos a participação cobrável do trabalhador, de 20% = R$ 0,50) pelo número de refeições fornecidas no período. Adicionalmente, há que se observar que a parcela do incentivo dedutível, em cada período de apuração do imposto, fica limitada a 4% do imposto devido à alíquota de 15%, conforme artigo 582 do RIR/1999. A parcela do incentivo que exceder a esse limite de 4% do imposto devido no período de realização dos gastos poderá ser deduzida até o segundo ano-calendário subsequente, sempre respeitando esse limite. Há uma série de regras, inclusive relativas à valor nutricional dos alimentos, que a empresa precisa cumprir para se enquadrar ao PAT, devendo observar o disposto na Lei 6.321 de 14/04/1976. PDTI e PDTA Os Programas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial (PDTI) ou Agropecuário (PDTA) vigeram até a publicação da Lei 11.196/2005, art. 133, I, “a”, com efeitos desde 01/01/2006. O objetivo do PDTI/PDTA era a capacitação tecnológica da indústria e da agropecuária no Brasil, visando a geração de novos produtos, processos ou aprimoramento de suas características. Para que as empresas pudessem usufruir destes incentivos fiscais era preciso apresentar, formalmente, a uma das agências credenciadas pelo MCT, um programa de desenvolvimento tencológico industrial ou agropecuário com duração de até 5 anos, em formulário próprio fornecido pelas agências. As empresas que já tivessem aderido ao programa poderiam migrar para o regime de que trata a Lei 11.196/2005, arts. 17, § § 1º e 7º, 22 a 26, e 132, IV, “b”. Incentivos à Inovação Tecnológica Como visto anteriormente, os Programas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial (PDTI) ou Agropecuário (PDTA) foram aperfeiçoados com a publicação da Lei n º 11.196/2005, também conhecida como “Lei do Bem”, com o objetivo de estimular investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, quer na concepção de novos produtos como no processo de fabricação, bem como na agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior competitividade no mercado. Atualmente, com as modificações acima mencionadas, a pessoa jurídica pode usufruir dos seguintes incentivos fiscais: I – dedução, para efeitos de apuração do lucro líquido, de valor correspondente à soma dos dispêndios realizados no período de apuração com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica classificáveis como despesas operacionais pela legislação do imposto sobre a renda da pessoa jurídica – IRPJ ou como pagamento na forma prevista no § 2º deste artigo; II – redução de 50% do IPI incidente sobre equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos, bem como os acessórios sobressalentes e ferramentas que acompanham esses bens, destinados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico; III – depreciação integral, no próprio ano da aquisição, de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, novos, destinados à utilização nas atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, para efeito de apuração do IRPJ e da CSLL; IV – amortização acelerada, mediante dedução como custo ou despesa operacional, no período de apuração em que forem efetuados, dos dispêndios relativos à aquisição de bens intangíveis, vinculados exclusivamente às atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, classificáveis no ativo diferido do beneficiário, para efeito de apuração do IRPJ; V – revogado pela Lei 12.350 de 20/12/2010; VI - redução a 0 (zero) da alíquota do imposto de renda retido na fonte nas remessas efetuadas para o exterior destinadas ao registro e manutenção de marcas, patentes e cultivares. Atividade Audiovisual Os incentivos às atividades audiovisuais estão regulamentados pelo Decreto 6.304/2007. Para fins de utilização dos benefícios, entende-se por obra audiovisual: a) Obra audiovisual; b) Obra cinematográfica; c) Obra videofonográfica; d) Obra cinematográfica e videofonográfica de produção independente; e) Obra cinematográfica brasileira e videofonográfica brasileira; f) Segmento de mercado (mercados de salas de exibição, vídeo doméstico em qualquer suporte, radiodifusão de sons e imagens, comunicação eletrônica de massa por assinatura, mercado publicitário audiovisual ou quaisquer outros mercados que veiculem obras cinematográficas e videofonográficas); g) Obra cinematográfica ou videofonográfica de curta metragem; h) Obra cinematográfica ou videofonográfica de média metragem; i) Obra cinematográfica ou videofonográfica de longa metragem; j) Obra cinematográfica ou videofonográfica seriada; k) Telefilme; l) Minissérie; m) Programadora (empresa que oferece, desenvolve ou produz conteúdo, na forma de canais ou de programações isoladas, destinado às empresas de serviços de comunicação eletrônica de massa por assinatura ou de quaisquer outros serviços de comunicação, que transmitam sinais eletrônicos de som e imagem que sejam gerados e transmitidos por satélite ou por qualquer outro meio de transmissão ou veiculação); n) Programação internacional; o) Programação nacional. Mediante a aquisição de quotas representativas de direitos de comercialização sobre as referidas obras, poderá a pessoa jurídica deduzir do imposto de renda devido as quantias referentes aos investimentos, desde que estes sejam realizados no mercado de capitais, em ativos previstos em lei e autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários, observado o limite de 1% do imposto devido. Adicionalmente, o total dos investimentos poderá ser abatido como despesa operacional na apuração do lucro líquido contábil. Atividade Cultura e Artística As doações e patrocínios em favor de projetos culturais e artísticos somente poderão ser objeto de incentivo fiscal se o projeto houver sido previamente aprovado pelo Ministério da Cultura, observando-se que a aprovação de projetos e a sua publicação no Diário Oficial da União deveráa conter: a) O título do projeto; b) O número de registro no Ministério da Cultura; c) O nome do proponente e respectivo CNPJ ou CPF; d) O extrato da proposta aprovada no Ministério da Cultura; e) O valor e prazo autorizadospara captação de recursos; f) O enquadramento quanto às disposições da Lei 8.313/1991. O limite individual de doação para esta modalidade de incentivo é de 4% do IRPJ devido, não sendo permitida qualquer dedução a título de incentivo fiscal do adicional do IRPJ (Lei 9.249/1995, art 3º, § 4º. Incentivos ao Esporte Para fins de incentivo ao esporte, considera-se projeto desportivo o conjunto de ações organizadas e sistematizadas por entidades de natureza esportiva, destinada à implementação, à prática, ao ensino, ao estudo, à pesquisa e ao desenvolvimento do esporto, atendendo a pelo menos uma das manifestações desportivas a seguir: a) Educacional; b) De participação; c) De rendimento. Os valores dispendidos pela PJ destinados a patrocínio ou doação em favor de projetos desportivos não poderão ser deduzidos como custo ou despesa operacional do lucro real e da base de cálculo da contribuição social. O limite de redução possível do valor do IRPJ será de 1% do montante total, não sendo considerado o adicional de IRPJ como base de cálculo. Finam e Finor Os Fundos de Investimentos da Amazônia (Finam) e do Nordeste (Finor) foram criados com o objetivo de efetivas as políticas de investimento em instalações de empreendimentos considerados prioritários ao desenvolvimento socioeconômico das regiões Norte e Nordeste do Brasil, visando minorar as disparidades existentes entre essas regiões e a região mais ao sul do Brasil. As pessoas jurídicas optantes pelo regime de apuração pelo Lucro Real podem deduzir parte do imposto de renda devido como forma de incentivo fiscal para aplicação em projetos destinados àquelas regiões do país, recebendo em troca as cotas de participação daqueles fundos. Por outro lado, as empresas que pretendiam se instalar nas regiões Norte e Nordeste do Brasil poderiam ter acesso a esses recursos e, em contra-partida, emitir ações ou debêntures conversíveis em ações até o ano fiscal de 2013. Desde 26.05.2001, somente a pessoa jurídica tributada pelo lucro real que mantiver projeto próprio aprovado com base na Lei nº 8.167/1991 , art. 9º, poderá optar pela aplicação de parte do imposto mensal no Finor, no Finam ou no Funres (este último restrito às empresas domiciliadas no Estado do Espírito Santo), observando-se o seguinte ( RIR/1999 , art. 601 , com a redação da Medida Provisória nº 2.199-14/2001 ): a) a opção é exercida mediante recolhimento, em Darf específico, no mesmo prazo do Imposto de Renda, da parcela do imposto mensal de valor equivalente a até: a.1) 18% para o Finor ou para o Finam e 25% para o Funres, no período de 1º.01.1998 até 12.2003; a.2) 12% para o Finor ou para o Finam e 17% para o Funres, no período de 1º.01.2004 até 12.2008; a.3) 6% para o Finor ou para o Finam e 9% para o Funres, no período de 1º.01.2009 até 12.2017. Exclusões ao Lucro Líquido Podem ser excluídos do lucro líquido contabilmente apurado no período: a) Os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período (ex: depreciação acelerada incentivada); b) Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam computados no lucro real (exemplo: resultados positivos de equivalência patrimonial, dividendos). Receitas Contabilizadas e Não Exigidas pelo Fisco São valores contabilizados no lucro líquido da empresa mas que, por determinação da legislação tributária, não fazem parte da composição do valor do lucro real. a) Resultado credor da equivalência patrimonial (art. 389 do Decreto-Lei n 3.000/1999); b) Lucro e dividendos recebidos que tenham sido tributados nas pessoas jurídicas que os distribuíram (art. 379 do Decreto-Lei n. 3.000/1999; c) Ganho de capital obtido nas operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (art. 423); d) Acréscimo do valor de patrimônio líquido de investimento, decorrente de ganho de capital por variação na percentagem de participação no capital social de controlada ou coligada (art. 428); e) Capital das apólices de seguro ou pecúlio em favor da empresa, pago por morte do sócio segurado (art. 445). Reversão de Provisões Constituídas Os valores que, por competirem a outro período de apuração, forem, para efeito de determinação do lucro real, adicionados ao lucro líquido no período de apuração, ou dele excluídos, serão, na determinação do lucro real do período de apuração competente, excluídos do lucro líquido ou a ele adicionados, respectivamente (Art. 247, § 2º, Decreto 3.000/1999) Depreciação Acelerada A depreciação acelerada incentivada é uma forma de incentivo fiscal para ganho de competitividade e eficiência em setores selecionados pelo Governo Federal. Nesta modalidade há postergação da tributação do lucro da atividade, uma vez que a aquisição das máquinas, aparelhos e equipamentos possibilita sua dedução de forma mais ágil do que a admitida contabilmente. Observe o exemplo a seguir: Ano Na escrituração comercial No LALUR Custo/Despesa Depreciação Depreciação Acumulada Exclusão Adição 20X1 10.000,00 10.000,00 40.000,00 - 20x2 10.000,00 20.0000,00 - 10.000,00 20x3 10.000,00 30.0000,00 - 10.000,00 20x4 10.000,00 40.0000,00 - 10.000,00 20x5 10.000,00 50.0000,00 - 10.000,00 Totais 50.000,00 - 40.000,00 40.000,00 Resultado Positivo de Equivalência Patrimonial A contra-partida do ajuste por aumento ou redução no valor do patrimônio líquido do investimento não será computada na determinação do lucro real (Art. 389 do Decreto 3.000/1999) Dividendos Recebidos Ressalvado o disposto nos artigos 380 e 388 do Dcreto 3.000/1999, os lucros e dividendos recebidos de outra pessoa jurídica integrarão o lucro operacional da empresa, mas serão excluídos do lucro líquido para efeitos de determinação do lucro real quando estiverem sujeitos à tributação nas firmas ou sociedades que os distribuíram Lucro obtido na venda para empresas públicas Conforme Art. 409 do RIR/1999 (Decreto 3.000/1999), no caso de fornecimento de bens ou serviços de construção por empreitada ou fornecimento, a serem produzidos com prazo de execução superior a um ano, contratados por empresa pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, o contribuinte poderá diferir a tributação do lucro até a sua realização. Sendo assim, esta aula tem como objetivos: Terminar o entendimento sobre a composição das variações do lucro líquido contábil que levam ao lucro real. Compreender as principais exclusões ao lucro líquido. Conhecer os incentivos fiscais que podem ser utilizados para fins de apuração do imposto de renda e da contribuição social. SÍNTESE DA AULA Nesta aula: As principais exclusões ao lucro líquido. Compreendeu as formas de incentivos fiscais que podem ser utilizados na apuração do imposto de renda e da contribuição social. Aplicou o conhecimento adquirido Pergunta 1: As deduções legalmente aceitas decorrem principalmente de: Opção a: Valores computados no lucro líquido que não tem previsão legal de tributação no lucro real. Opção b: Decretos do presidente da república. Opção c: Incentivos fiscais de apoio ao esporte. Opção d: Valores computados no lucro real que tem previsão legal de tributação. Opção e: Decretos da Receita Federal do Brasil. Gabarito: A Feedback: Valores computados no lucro líquido que não tem previsão legal de tributação no lucro real.Pergunta 2: Dentre os incentivos que podem ser utilizados na apuração do imposto de renda e da contribuição social, destacam-se: Opção a: PAT e Funrural. Opção b: Atividade cultural e artística e doações aos direitos da criança e do adolescente. Opção c: Adições realizadas ao lucro líquido. Opção d: PAT, Funrural e Incentivos à Inovação Tecnológica. Opção e: todas as alternativas estão incorretas. Gabarito: C Feedback: Adições realizadas ao lucro líquido. APRENDA MAIS Acesse o site do CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis https:// http://www.cpc.org.br REFERÊNCIAS SANTOS, M. A. C. Contabilidade Tributária: um enfoque nos IFRS e na legislação do IRPJ. São Paulo: Atlas, 2015. ALMEIDA, M. C.; ALMEIDA, R. J. Regulamentação Fiscal das Normas Contábeis do IFRS e CPC – Lei Nº 12.973/14: Aspectos Contábeis e Fiscais. São Paulo: Atlas, 2015. OLIVEIRA, Luís Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária: Textos e testes com respostas. São Paulo: Atlas, 2015. Juros sobre o Capital Próprio (JSCP) Informações da disciplina: Nome do curso: Nome da disciplina: Planejamento Tributário Operacional e Estratégico Carga horária: 36 hrs Informações da Aula: Texto de apresentação da aula Título da aula: Juros sobre o Capital Próprio (JSCP) O Artigo 9º. da Lei 9.249/1995 trouxe a seguinte possibilidade à apuração do imposto de renda: “Art. 9º A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP.” As pessoas jurídicas submetidas à tributação com base no lucro real podem considerar dedutíveis, para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), os juros pagos ou creditados individualmente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados a variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Custo de Oportunidade do Capital Próprio O custo de oportunidade é um termo usado em economia para indicar o custo de algo em termos de uma oportunidade renunciada, ou seja, o custo, até mesmo social, causado pela renúncia do ente econômico, bem como os benefícios que poderiam ser obtidos a partir desta oportunidade renunciada ou, ainda, a mais alta renda gerada em alguma aplicação alternativa. Para efeitos de custo de oportunidade do capital próprio, considera-se que o sócio da pessoa jurídica optante pelo lucro real poderia utilizar o montante investido na empresa em outros negócios ou aplicações, daí a necessidade de remuneração dos juros sobre capital próprio. Características do Juros Sobre Capital Próprio Os Juros Sobre Capital Próprio podem ser utilizados pelas empresas como uma das formas de distribuição de lucros entre os seus acionistas, titulares ou sócios, sendo permitido que estes valores sejam lançados como despesas dedutíveis no resultado da empresa e o pagamento do imposto de renda fique sob a responsabilidade do investidor/acionista que recebeu o montante – sendo o imposto retido no próprio ato do pagamento do montante. A escolha deste tipo de distribuição compete à Assembléia Geral, ao Conselho de Administração ou à diretoria da empresa. Cálculo dos Juros Sobre Capital Próprio A partir do ano-calendário de 2015 (ou a partir do ano-calendário de 2014, para as pessoas jurídicas que optarem pela adoção antecipada das disposições da Lei nº 12.973/2014 ), para fins de cálculo da remuneração dos juros sobre o capital próprio, serão consideradas exclusivamente as seguintes contas do Patrimônio Líquido: a) capital social; b) reservas de capital; c) reservas de lucros; d) ações em tesouraria; e e) prejuízos acumulados. Os Juros Sobre Capital Próprio devem ser calculados com base na variação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Limites de dedutibilidade A dedução dos juros remuneratórios do capital próprio, na apuração do lucro real e da base de cálculo da CSL, fica limitada a 50% do maior entre os seguintes valores (Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014 , art. 28º , § 2º): a) lucro líquido correspondente ao período de apuração dos juros, após a dedução da CSL e antes da dedução da provisão para o Imposto de Renda e dos juros remuneratórios; ou b) saldo de lucros acumulados e reservas de lucros. Contabilização do JSCP A Lei nº 9.249/1995 , art. 9º, alterada pela Lei nº 12.973/2014 , autoriza a dedução, para efeitos fiscais, dos juros pagos ou creditados individualizadamente ao titular, sócios ou acionistas,, tendo a Instrução Normativa SRF nº 11/1996 , arts. 29 e 30 , parágrafo único, mencionado que, para efeito de dedutibilidade na determinação do lucro real, observado o regime de competência, os juros pagos ou creditados deverão ser registrados em contrapartida a débito em conta de despesa financeira. Segundo a Instrução Normativa SRF nº 41/1998 , para atendimento ao disposto na Lei nº 9.249/1995 , art. 9º, considera-se creditado, individualizadamente, o valor dos juros sobre o capital próprio quando a despesa é registrada, na escrituração contábil da pessoa jurídica, em contrapartida a conta ou subconta do seu passivo exigível, representativa de direito de crédito do sócio ou acionista da sociedade ou do titular da empresa individual (atualmente empresário). Sendo assim, esta aula tem como objetivos: Conhecer como funcionam os JSCP Compreender seus efeitos. SÍNTESE DA AULA Nesta aula: Você conheceu Juros Sobre Capital Próprio Compreendeu seus efeitos. Analisou como contabilizar os JSCP. Pergunta 1: Os Juros Sobre Capital Próprio podem ser considerados como despesas dedutíveis para fins de apuração do imposto de renda devido pelas empresas optantes por qual regime de tributação? Opção a: Lucro Real Anual ou Trimestral Opção b: Apenas Lucro Real Anual Opção c: Apenas Lucro Real Trimestral Opção d: Lucro Presumido Opção e: Simples Gabarito: A Feedback: Lucro Real Anual ou Trimestral Pergunta 2: Os Juros Sobre Capital Próprio devem ser calculados com a utilização da: Opção a: Taxa Selic. Opção b: IGPM-DI. Opção c: Inflação. Opção d: Correção Monetária. Opção e: TJLP Gabarito: E Feedback: Os Juros Sobre Capital Próprio devem ser calculados com a utilização da Taxa de Juros de Longo Prazo, ou TJLP. APRENDA MAIS Acesse o site http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9249.htm REFERÊNCIAS SANTOS, M. A. C. Contabilidade Tributária: um enfoque nos IFRS e na legislação do IRPJ. São Paulo: Atlas, 2015. ALMEIDA, M. C.; ALMEIDA, R. J. Regulamentação Fiscal das Normas Contábeis do IFRS e CPC – Lei Nº 12.973/14: Aspectos Contábeis e Fiscais. São Paulo: Atlas, 2015. OLIVEIRA, Luís Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária: Textos e testes com respostas. São Paulo: Atlas, 2015. Reorganizações Societárias e seus Efeitos Tributários Informações da disciplina: Nome do curso: Nome da disciplina: Planejamento Estratégico e Operacional de Tributos Carga horária: Informações da Aula: Texto de apresentação da aula Títuloda aula: Reorganizações Societárias e seus Efeitos Tributárias As operações de reorganização societária que envolvem processos de incorporação, cisão e fusão geralmente envolvem grandes grupos e, consequentemente, valores elevados. Por este motivo no processo são necessárias várias medidas de precaução. No aspecto tributário, o IRPJ e a CSL relativos ao ano-calendário do evento podem ser calculados com base nas regras do lucro real ou do lucro presumido, desde que atendidas as condições necessárias à opção. Além disso, existem outros relevantes fatores tributários a considerar neste tipo de operação que serão estudados neste tópico. Incorporação A incorporação de empresas é o negócio plurilateral que tem por finalidade agregar todas as ações de uma sociedade ao patrimônio de outra que sucede a incorporada em todos os seus direitos e obrigações. Assim ocorre a sucessão universal com a extinção de uma delas, nos termos do art. 227 da Lei 6.404/76. Figura 1 Operação de Incorporação A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. Desaparecem as sociedades incorporadas, permancendo apenas a incorporadora. Fusão A fusão de empresas é o negócio plurilateral que tem por finalidade a união de ações de duas ou mais sociedades na formação de uma nova sociedade, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. De modo similar a incorporação, a fusão consubstancia um ato constitutivo e desconstitutivo simultaneamente, pois ocorre a agregação dos patrimônios de duas ou mais empresas existentes em uma nova empresa. Figura 2 – Operação de Fusão Como já informado, a fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar uma nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, observando-se que: a) Com a fusão, extinguem-se todas as sociedades anteriores para dar lugar a uma só, na qual todas elas se fundem; b) A sociedade que surge assumirá todas as obrigações ativas e passivas das sociedades fusionadas. Cisão A cisão de empresas é o negócio plurilateral que tem por finalidade a transferência de parcelas ou totalidade do patrimônio de uma sociedade uma ou mais sociedades, dividindo-se o capital da empresa cindida ou extinguindo-se a mesma, no caso da transferência da totalidade do patrimônio líquido, nos termos do art. 229 da Lei 6.404/76. A cisão pode ser total ou parcial, sendo que na cisão total ocorre a extinção da empresa cindida, enquanto na parcial a personalidade jurídica da empresa cindida não é afetada. Figura 3: Cisão Total Figura 4: Cisão Parcial A cisão, por sua vez, é a operação pela qual a sociedade transfere todo ou somente uma parcela do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a sociedade cindida – se houver versão de todo seu patrimônio – ou dividindo-se o seu capital, se a versão for parcial. Ágio e Deságio O ágio e outros ativos intangíveis com prazo de vida útil indefinida não são amortizados. Devem ter seu valor de recuperação avaliados anualmente, e também quando houver uma indicação de que o valor contábil do ativo não será recuperado pela entidade ao longo do exercício social. Sempre que o valor de recuperação do ágio ou de qualquer outro ativo for inferior ao valor contábil, uma perda deve ser reconhecida no resultado do exercício. Com as recentes mudanças introduzidas nas regras contábeis no Brasil, o ágio a ser reconhecido pelo adquirente na data de aquisição corresponde ao montante que excede a contraprestação transferida para a aquisição do investimento e o valor do acervo líquido da adquirida (ativos identificáveis adquiridos e dos passivos assumidos) avaliado a valor justo – até então, o ágio correspondia ao valor pago pelo investimento menos o valor do patrimônio líquido da investida. Com base nestas novas regras, o ágio reconhecido pela empresa investidora decorrente da aquisição de participação societária avaliada pelo MEP poderá ser excluído nas apurações de IRPJ e CSLL no período mínimo de cinco anos após o evento de incorporação, fusão ou cisão. Incorporação reversa e empresa veículo A incorporação reversa surgiu como forma de incentivo aos movimentos de privatização de empresas estatais surgidos na década de 90, principalmente após a promulgação da Lei 9.532/1997. Esse incentivo baseava-se, fundamentalmente, na permissão da dedutibilidade na base de cálculo do imposto de renda da pessoa jurídica e da contribuição social sobre o lucro do valor do ágio proveniente de reestruturação societária. A chamada "incorporação reversa" fica evidente ao analisarmos os arts. 7º e 8º da Lei nº 9.532/1997 , mais especificamente o art. 8º, alínea "b", a seguir reproduzido: Art. 8º O disposto no artigo anterior aplica-se, inclusive, quando: [...] b) a empresa incorporada, fusionada ou cindida for aquela que detinha a propriedade da participação societária. Este dispositivo permite, na prática, que a empresa controlada incorpore a controladora. Na incorporação reversa normalmente surge a figura da empresa veículo, que na prática é o instrumento facilitador da operação. A incorporadora, que possui participação acionária adquirida com ágio, tem seu patrimônio incorporado pela controlada, proporcionando a dedutibilidade desse ágio na apuração do imposto de renda da pessoa jurídica e da contribuição social. Em outras palavras, tal incentivo foi criado com o objetivo de proporcionar a recuperação do custo de aquisição por meio de renúncia fiscal proporcionada pela amortização, o que significa dizer que o ágio gerado em operações de privatização poderia ser aproveitado nas próprias empresas privatizadas, com o lucro por elas gerado. Sendo assim, esta aula tem como objetivos: Entender as reorganizações societárias e seus efeitos tributários. Compreender as figuras decorrentes das reorganizações societárias e suas particularidades. SÍNTESE DA AULA Nesta aula: Você conheceu os tipos de reorganizações societárias. Compreendeu as figuras decorrentes das reorganizações societárias e suas particularidades. Aplicou o conhecimento adquirido Analisou o surgimento do ágio e da mais ou menos-valia. Pergunta 1: A fusão é a operação na qual: Opção a: a sociedade transfere todo ou somente uma parcela de seu patrimônio para sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a sociedade cindida – se houver versão de todo seu patrimônio – ou dividindo-se o seu capital, se a versão for parcial Opção b: uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. Desaparecem as sociedades incorporadoras, permancendo apenas a incorporada. Opção c: se unem duas ou mais sociedades para formar uma nova, extinguindo-se todas as anteriores e com a nova sociedade assumindo todas as obrigações ativas e passivas das sociedades fusionadas. Opção d: se unem duas ou mais sociedades para formar uma nova, extinguindo-se todas as anteriores e com a nova sociedade não assumindo as obrigações ativas e passivas das sociedades fusionadas. Opção e: nenhuma das alternativas está correta. Gabarito: C Feedback: se unem duas ou mais sociedades para formar uma nova, extinguindo-se todas as anteriores e com a nova sociedade assumindo todas as obrigações ativas e passivas das sociedades fusionadas. Pergunta 2: A incorporação é a operação na qual: Opção a: a sociedade
Compartilhar