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Caderno Sistematizado Direito Processual Penal Militar

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CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 1 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR 2019.1 
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 9 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR .............................. 10 
1. IDENTIDADE COM O PROCESSO PENAL COMUM ............................................................ 10 
2. SEMELHANÇAS COM O PROCESSO PENAL COMUM ....................................................... 10 
3. INSTITUTOS DO DIREITO PENAL COMUM INEXISTES NO DIREITO PENAL MILITAR .... 10 
4. INSTITUTOS DO DIREITO PENAL MILITAR INEXISTES NO DIREITO PENAL COMUM .... 11 
5. LEGISLAÇÃO PROCESSUAL PENAL MILITAR ................................................................... 11 
6. OBSERVAÇÕES ................................................................................................................... 11 
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR................................................................. 12 
1. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR ................................................ 12 
 PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO PENAL MILITAR .............................................. 12 
 PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE E DA EXTRATERRITORIALIDADE .................... 13 
2. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR NO TEMPO ...................................... 13 
 REGRA GERAL .............................................................................................................. 13 
 EXCEÇÕES .................................................................................................................... 13 
2.2.1. Leis mistas ou híbridas ............................................................................................ 14 
2.2.2. Leis sobre prisão cautelares, liberdade provisória e menagem ................................ 14 
3. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR A DETERMINADAS PESSOAS 
(PRERROGATIVAS DE FORO) .................................................................................................... 14 
 COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF .......................................................................... 14 
 COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STJ .......................................................................... 14 
 COMPETENCIA ORIGINÁRIA DO STM ......................................................................... 15 
 COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRF’S .................................................................... 15 
 COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TJ’S ....................................................................... 15 
4. INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR ................................................ 16 
 INTERPRETAÇÃO LITERAL .......................................................................................... 16 
 INTERPRETAÇÃO NÃO-LITERAL ................................................................................. 16 
 PROIBIÇÃO DE INTERPRETAÇÃO NÃO-LITERAL ....................................................... 16 
 SUPRIMENTO DE LACUNAS ........................................................................................ 16 
4.4.1. Legislação Processual Penal Comum ...................................................................... 17 
4.4.2. Jurisprudência ......................................................................................................... 18 
4.4.3. Usos e costumes militares ....................................................................................... 18 
4.4.4. Princípios gerais de direito ....................................................................................... 18 
4.4.5. Analogia .................................................................................................................. 18 
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL MILITAR .......................................................................................... 19 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................. 19 
2. PERSECUTIO CRIMINIS ....................................................................................................... 19 
 EXTRAJUDICIUM ........................................................................................................... 19 
2.1.1. Inquérito policial militar (IPM) ................................................................................... 19 
2.1.2. Auto de prisão em flagrante (APF) ........................................................................... 19 
2.1.3. Instrução provisória de deserção (IPD) .................................................................... 20 
2.1.4. Instrução provisória de insubmissão (IPI) ................................................................ 20 
2.1.5. Ministério Público Militar .......................................................................................... 20 
 IN JUDICIUM .................................................................................................................. 20 
3. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR ........................................................................................... 20 
 CONCEITO ..................................................................................................................... 20 
 FINALIDADE .................................................................................................................. 20 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 2 
 
 POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR ...................................................................................... 21 
 CARACTERÍSTICAS DO IPM ......................................................................................... 22 
3.4.1. Procedimento escrito ............................................................................................... 22 
3.4.2. Sigilosidade ............................................................................................................. 22 
3.4.3. Oficialidade .............................................................................................................. 22 
3.4.4. Dispensabilidade ..................................................................................................... 25 
 PRESIDÊNCIA DO IPM E INVESTIGAÇÃO PELO MPM ............................................... 25 
 VÍCIOS DO IPM .............................................................................................................. 25 
4. NOTITIA CRIMINIS ................................................................................................................ 25 
 CONCEITO ..................................................................................................................... 25 
 ESPÉCIES ...................................................................................................................... 25 
4.2.1. Imediata ou espontânea .......................................................................................... 25 
4.2.2. Mediata .................................................................................................................... 26 
4.2.3. Coercitiva................................................................................................................. 26 
 NOTITIA CRIMINIS INQUALIFICADA ............................................................................ 26 
5. INSTAURAÇÃO DO IPM ....................................................................................................... 26 
 CRIME DE AÇÃO PENAL MILITAR PÚBLICA INCONDICIONADA ................................ 26 
 CRIME DE AÇÃO PENAL MINLITAR CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO 
GOVERNO FEDERAL ...............................................................................................................26 
6. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE .................................................................................... 27 
7. DILIGÊNCIAS POLICIAIS MILITARES .................................................................................. 27 
 GENERALIDADES ......................................................................................................... 27 
 PROVIDÊNCIAS ANTES DO IPM .................................................................................. 29 
 PROVIDÊNCIAS DURANTE O IPM ................................................................................ 29 
8. CONCLUSÃO DO IPM .......................................................................................................... 30 
 PRAZO PARA CONCLUSÃO ......................................................................................... 30 
 RELATÓRIO, SOLUÇÃO, AVOCAÇÃO E REMESSA DO IPM ....................................... 30 
8.2.1. Relatório .................................................................................................................. 31 
8.2.2. Solução ................................................................................................................... 31 
8.2.3. Avocação ................................................................................................................. 31 
8.2.4. Remessa do inquérito à Auditoria da Circunscrição ................................................. 31 
 SISTEMATIZANDO ........................................................................................................ 31 
9. ATUAÇÃO DO MP ................................................................................................................. 32 
 OFERECIMENTO DA DENÚNCIA .................................................................................. 32 
 REQUISIÇÃO DE DILIGÊNCIAS .................................................................................... 32 
 ARQUIVAMENTO ........................................................................................................... 32 
10. ARQUIVAMENTO DO IPM/APF/IPD/IPI ............................................................................. 33 
 NATUREZA JURÍDICA ................................................................................................... 33 
 HIPÓTESES DE CABIMENTO ....................................................................................... 33 
 ARQUIVAMENTO NO MPM ........................................................................................... 33 
10.3.1. Juiz-Auditor defere o arquivamento ......................................................................... 33 
10.3.2. Juiz-Auditor indefere o arquivamento ....................................................................... 34 
 ARQUIVAMENTO INDIRETO ......................................................................................... 34 
 ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO ........................................................................................ 34 
 DESARQUIVAMENTO ................................................................................................... 34 
11. QUESTÕES ESPECIAIS .................................................................................................... 35 
 VALOR PROBATÓRIO DO IPM ..................................................................................... 35 
 INCOMUNICABILIDADE ................................................................................................ 35 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 3 
 
 RECURSOS ................................................................................................................... 35 
 DETENÇÃO DO INDICIADO .......................................................................................... 35 
12. IPD – INSTRUÇÃO PROVISÓRIA DE DESERÇÃO ........................................................... 36 
 CONSIDERAÇÕES GERAIS .......................................................................................... 36 
 SUJEITOS ATIVOS ........................................................................................................ 36 
12.2.1. Desertor praça sem estabilidade ............................................................................. 36 
12.2.2. Desertor praça com estabilidade ............................................................................. 37 
12.2.3. Desertor oficial ......................................................................................................... 37 
13. INSTRUÇÃO PROVISÓRIA DE INSUBMISSÃO (IPI) ........................................................ 37 
14. SISTEMATIZANDO: IPD E IPI ........................................................................................... 38 
AÇÃO PENAL MILITAR ................................................................................................................ 39 
2. CONDIÇÕES GERAIS (GENÉRICAS) DA AÇÃO PENAL MILITAR ...................................... 39 
 LEGITIMIDADE AD CAUSAM ........................................................................................ 39 
 POSSIBILIDADE JURÍDICA ........................................................................................... 39 
 INTERESSE DE AGIR .................................................................................................... 40 
 JUSTA CAUSA ............................................................................................................... 40 
3. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DA AÇÃO PENAL MILITAR .................................................... 40 
 REQUISIÇÃO DO GOVERNO FEDERAL ....................................................................... 40 
 QUALIDADE DE MILITAR .............................................................................................. 40 
4. PRINCÍPIOS .......................................................................................................................... 40 
 OFICIALIDADE ............................................................................................................... 40 
 OBRIGATORIEDADE ..................................................................................................... 40 
 OFICIOSIDADE .............................................................................................................. 41 
 DIVISIBILIDADE ............................................................................................................. 41 
 INDISPONIBILIDADE ..................................................................................................... 41 
 INTRANSCENDÊNCIA ................................................................................................... 41 
5. CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL MILITAR ...................................................................... 41 
 ABORDAGEM DO TEMA ............................................................................................... 41 
 INEXISTÊNCIA DA AÇÃO PENAL PRIVADA E DA AÇÃO PENAL CONDICIONADA À 
REPRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 41 
 AÇÃO PENAL MILITAR SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA ..................................................... 41 
 AÇÃO PENAL MILITAR PÚBLICA INCONDICIONADA .................................................. 42 
 AÇÃO PENAL MILITAR CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO GOVERNO 
FEDERAL .................................................................................................................................. 42 
5.5.1. Ministro da Justiça ................................................................................................... 42 
5.5.2. Ministro da Defesa ................................................................................................... 42 
5.5.3. Presidente da República.......................................................................................... 42 
 DESERÇÃO ................................................................................................................... 42 
 INSUBMISSÃO ............................................................................................................... 43 
6. DENÚNCIA ............................................................................................................................ 43 
 LEGITIMIDADE .............................................................................................................. 43 
 PRAZO PARA OFERECIMENTO ................................................................................... 43 
6.2.1. Tempo de paz .......................................................................................................... 43 
6.2.2. Tempo de guerra ..................................................................................................... 44 
 REQUISITOS.................................................................................................................. 44 
 REJEIÇÃO ...................................................................................................................... 44 
6.4.1. Por falta de requisito do art. 77 do CPPM ................................................................ 45 
6.4.2. Não for de competência da JM ................................................................................ 45 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 4 
 
6.4.3. Extinta a punibilidade ............................................................................................... 45 
6.4.4. Por incompetência do juízo ou do órgão acusador .................................................. 45 
7. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ............................................................................................. 46 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR ....................................................................................... 47 
2. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO/FEDERAL ............................................. 47 
3. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR DOS ESTADOS E DO DF ...................................... 48 
4. PESSOAS SUBMETIDAS AO FORO MILITAR ..................................................................... 49 
5. FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA .............................................................................................. 50 
 DE MODO GERAL ......................................................................................................... 50 
5.1.1. Pelo lugar da infração .............................................................................................. 50 
5.1.2. Pela residência ou domicílio do acusado ................................................................. 51 
5.1.3. Pela prevenção ........................................................................................................ 51 
 DE MODO ESPECIAL .................................................................................................... 51 
6. FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA DENTRO DA CJM ................................................................ 51 
7. MODIFICAÇÃO DE COMPETENCIA ..................................................................................... 52 
8. COMPETÊNCIA SINGULAR DOS JUÍSES-AUDITORES ...................................................... 52 
 PROCEDIMENTOS INQUISITORIAIS ............................................................................ 52 
 CARTAS PRECATÓRIAS ............................................................................................... 52 
 EXECUÇÃO PENAL ....................................................................................................... 52 
 NOMEAÇÃO DE PERITOS ............................................................................................ 52 
 AÇÕES JUDICIAIS DISCIPLINARES ............................................................................. 53 
 CRIMES MILITARES ESTADUAIS CONTRA CIVIS ....................................................... 53 
 RECEBIMENTO DA DENÚNCIA .................................................................................... 53 
9. COMPETÊNCIA DOS CONSELHO DE JUSTIÇA.................................................................. 53 
 CONSELHO ESPECIAL DE JUSTIÇA ............................................................................ 53 
 CONSELHOR PERMANENTE DE JUSTIÇA .................................................................. 54 
10. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STM ............................................................................ 54 
11. ÓRGÃOS DA JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO EM TEMPO DE GUERRA ........................... 55 
 JUIZ-AUDITOR MILITAR DA UNIÃO .............................................................................. 55 
 CONSELHO DE JUSTIÇA .............................................................................................. 55 
 CONSELHO SUPERIOR DE JUSTIÇA........................................................................... 55 
 SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR.................................................................................... 56 
12. CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA .............................................................................. 56 
 ANÁLISE DO INCISO I DO NOVO § 2º DO ART. 9º ....................................................... 57 
 ANÁLISE DO INCISO II DO NOVO § 2º DO ART. 9º ...................................................... 58 
 ANÁLISE DO INCISO III DO NOVO § 2º DO ART. 9º ..................................................... 59 
12.3.1. Lei nº 7.565/86 (Código Brasileiro de Aeronáutica): ................................................. 59 
12.3.2. Lei Complementar nº 97/99: .................................................................................... 60 
12.3.3. Decreto-Lei nº 1.002/69 - Código de Processo Penal Militar: ................................... 61 
12.3.4. Lei nº 4.737/65 - Código Eleitoral: ............................................................................ 61 
13. CRIME MILITAR ENTRE ESTADUAL E FEDERAL ........................................................... 61 
14. INCOMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS ............................................ 62 
15. SÚMULAS DO STJ ............................................................................................................ 62 
16. SÚMULAS DO STM ........................................................................................................... 63 
17. COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO ................................................................ 63 
 LUGAR DA INFRAÇÃO .................................................................................................. 63 
 A BORDO DE NAVIOS ................................................................................................... 64 
 A BORDO DE AERONAVES .......................................................................................... 64 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 5 
 
18. COMPETÊNCIA PELA RESIDENCIA OU DOMÍCILIO DO ACUSADO .............................. 65 
19. COMPETÊNCIA PELA PREVENÇÃO ................................................................................ 65 
20. COMPETÊNCIA PELO LUGAR DO SERVIÇO .................................................................. 65 
21. DISTRIBUIÇÃO .................................................................................................................. 66 
22. CONEXÃO E CONTINÊNCIA ............................................................................................. 66 
 REGRAS PARA DETERMINAÇÃO ................................................................................ 67 
 PROROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA............................................................................. 68 
 UNIDADE E SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE PROCESSOS ...................................... 68 
22.3.1. Separação facultativa de processos ........................................................................ 68 
22.3.2. Separação obrigatória de julgamentos ..................................................................... 69 
 AVOCAÇÃO DE PROCESSOS ...................................................................................... 69 
23. DESAFORAMENTO ........................................................................................................... 69 
RITOS PROCESSUAIS NO CPPM ............................................................................................... 71 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................. 71 
2. INEXISTÊNCIA NO CPPM .................................................................................................... 71 
3. RITO ORDINÁRIO ................................................................................................................. 71 
 DENÚNCIA ..................................................................................................................... 71 
3.1.1. Oferecimento ........................................................................................................... 71 
3.1.2. Recebimento e rejeição ........................................................................................... 72 
 INSTRUÇÃO CRIMINAL ................................................................................................. 72 
 DILIGÊNCIAS ................................................................................................................. 73 
 ALEGAÇÕES ESCRITAS ............................................................................................... 73 
 SESSÃO DE JULGAMENTO .......................................................................................... 74 
4. RITO ESPECIAL DE DESERÇÃO E DE INSUBMISSÃO ...................................................... 74 
 DENÚNCIA ..................................................................................................................... 74 
 INSTRUÇÃO CRIMINAL ................................................................................................. 74 
 DILIGÊNCIAS ................................................................................................................. 75 
 SESSÃO DE JULGAMENTO .......................................................................................... 75 
5. SENTENÇA ........................................................................................................................... 75 
6. RECURSOS .......................................................................................................................... 75 
 CONTRA AS DECISÕES DOS CONSELHOS ................................................................ 75 
6.1.1. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA ................................................................................ 75 
6.1.2. SENTENÇA E DECISÃO COM FORÇA DE DEFINITIVA ........................................ 76 
 CONTRA DECISÃO DO TJ/TJM .................................................................................... 76 
 CONTRA DECISÃO DO STM ......................................................................................... 76 
SUJEITOS PROCESSUAIS .......................................................................................................... 77 
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 77 
2. JUIZ ....................................................................................................................................... 77 
 FUNÇÃO DO JUIZ E SUA INDEPENDÊNCIA ................................................................ 77 
 CASOS DE IMPEDIMENTOS ......................................................................................... 78 
 CASOS DE SUSPEIÇÃO ............................................................................................... 78 
3. AUXILIARES DO JUIZ ........................................................................................................... 79 
4. PERITOS E INTÉRPRETES .................................................................................................. 80 
5. MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR .......................................................................................... 81 
 PRINCÍPIOS, ORGANIZAÇÃO DA CARREIRA E GENERALIDADES............................ 81 
 IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÃO ................................................................................... 82 
6. ASSITENTE ........................................................................................................................... 83 
 PONTOS EM COMUM COM O ASSISTENTE DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: .. 83 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 6 
 
6.1.1. Conceito e habilitação.............................................................................................. 83 
6.1.2. Competência, oportunidade e decisão sobre a admissão ........................................ 83 
6.1.3. Corréu como assistente ........................................................................................... 83 
6.1.4. Intervenção do assistente ........................................................................................ 84 
 LEGITIMIDADE .............................................................................................................. 84 
 ATOS PROCESSUAIS PERMITIDOS ............................................................................ 84 
 ATOS PROCESSUAIS VEDADOS ................................................................................. 85 
 RECURSO ...................................................................................................................... 85 
7. ACUSADO ............................................................................................................................. 86 
8. DEFENSOR ........................................................................................................................... 86 
PRISÕES CAUTELARES, LIBERDADE PROVISÓRIA E MENAGEM .......................................... 88 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................. 88 
2. PRISÕES MILITARES SEM ORDEM JUDCIAL ..................................................................... 88 
3. PRISÕES MILITARES COM ORDEM JUDICIAL ................................................................... 88 
4. MENAGEM ............................................................................................................................ 89 
5. PRISÃO EM FLAGRANTE ..................................................................................................... 89 
 PREVISÃO LEGAL ......................................................................................................... 89 
 FUNDAMENTO DA CAUTELARIDADE .......................................................................... 89 
 PECULIARIDADES ........................................................................................................ 89 
5.3.1. Desnecessidade de ordem judicial........................................................................... 89 
5.3.2. Flagrante facultativo e flagrante compulsório ........................................................... 89 
5.3.3. Momento e lugar da realização e indistinção da natureza da infração ..................... 89 
 SUJEITOS DO FLAGRANTE ..........................................................................................90 
 ESPÉCIES DE FLAGRANTES ....................................................................................... 90 
5.5.1. Próprio ou Real (a e b) ............................................................................................. 90 
5.5.2. Impróprio, Irreal ou Quase-Flagrante (c) .................................................................. 90 
5.5.3. 4.3. Ficto ou Presumido (d). ..................................................................................... 90 
 CLASSIFICAÇÃO ........................................................................................................... 90 
5.6.1. Preparado/Provocado/“Crime de Ensaio”................................................................. 90 
5.6.2. Forjado .................................................................................................................... 91 
5.6.3. Esperado ................................................................................................................. 91 
5.6.4. Diferido / Dilatado / Prorrogado / Protelado (“Ação Controlada”) .............................. 91 
 COMUNICAÇÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE ............................................................ 91 
 DECISÃO DO JUIZ-AUDITOR ........................................................................................ 91 
6. PRISÃO PELO ENCARREGADO DO IPM ............................................................................ 91 
7. PRISÃO PREVENTIVA .......................................................................................................... 92 
 PREVISÃO LEGAL ......................................................................................................... 92 
 FUNDAMENTO DA CAUTELARIDADE .......................................................................... 92 
 REQUISITOS.................................................................................................................. 92 
 PRESSUPOSTOS .......................................................................................................... 92 
7.4.1. Fumus commissi delicti ............................................................................................ 92 
7.4.2. Periculum libertatis .................................................................................................. 92 
 FORMAS DE DECRETAÇÃO ......................................................................................... 93 
 MOMENTO DE DECRETAÇÃO ..................................................................................... 93 
 REVOGAÇÃO................................................................................................................. 93 
 VIA JUDICIAL CONTRA ................................................................................................. 94 
 APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA ................................................................................. 94 
8. PRISÃO DECORRENTE DE SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA ................................... 94 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 7 
 
9. MENAGEM ............................................................................................................................ 94 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................... 94 
 COMPETÊNCIA E REQUISITOS ................................................................................... 95 
 LUGAR DA MENAGEM .................................................................................................. 95 
9.3.1. Menagem a militar ................................................................................................... 95 
9.3.2. Menagem a civil ....................................................................................................... 95 
 PARECER DO MP .......................................................................................................... 95 
 CASSAÇÃO E CESSAÇÃO DA MENAGEM ................................................................... 96 
 MENAGEM A INSUBMISSO ........................................................................................... 96 
 CONTAGEM PARA PENA .............................................................................................. 96 
 REINCIDÊNCIA .............................................................................................................. 96 
RECURSOS CRIMINAIS NA JUSTIÇA MILITAR .......................................................................... 97 
1. TEORIA GERAL DOS RECURSOS ....................................................................................... 97 
2. RECURSO EX OFFICIO ........................................................................................................ 97 
 HIPÓSES DE CABIMENTO ............................................................................................ 97 
2.1.1. Separação facultativa de processos ........................................................................ 97 
2.1.2. Reconhecimento de coisa julgada ........................................................................... 97 
2.1.3. Concessão de reabilitação ....................................................................................... 97 
2.1.4. Em tempo de guerra ................................................................................................ 98 
3. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO...................................................................................... 98 
 CABIMENTO .................................................................................................................. 98 
 PRAZOS ......................................................................................................................... 98 
 LEGITIMIDADE .............................................................................................................. 99 
 COMPETÊNCIA ............................................................................................................. 99 
 EFEITOS ........................................................................................................................ 99 
4. APELAÇÃO ........................................................................................................................... 99 
 CABIMENTO .................................................................................................................. 99 
 PRAZOS ....................................................................................................................... 100 
 LEGITIMIDADE ............................................................................................................ 100 
 COMPETÊNCIA ........................................................................................................... 100 
 EFEITOS ...................................................................................................................... 100 
 SITUAÇÕES NÃO RECEPCIONADAS PELA CF ......................................................... 101 
4.6.1. Recolhimento à prisão (art. 527) ............................................................................ 101 
4.6.2. Recurso sobrestado no caso de fuga do réu (art. 528) .......................................... 101 
4.6.3. Julgamento secreto (art. 535, §6º) ......................................................................... 101 
5. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ......................................................................................... 101 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................ 101 
 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ........................................................................................... 101 
 CABIMENTO (CPPM, ARTS. 538 E 539) .....................................................................101 
 PRAZO ......................................................................................................................... 102 
 LEGITIMIDADE ............................................................................................................ 102 
 COMPETÊNCIA ........................................................................................................... 102 
 EFEITOS ...................................................................................................................... 102 
 RITO ............................................................................................................................. 102 
6. EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE ................................................................. 102 
 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ........................................................................................... 102 
 CABIMENTO ................................................................................................................ 102 
 PRAZO ......................................................................................................................... 103 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 8 
 
 LEGITIMIDADE ............................................................................................................ 103 
 COMPETÊNCIA ........................................................................................................... 103 
 EFEITOS ...................................................................................................................... 103 
7. CORREIÇÃO PARCIAL (CPPM, ART. 498) ......................................................................... 103 
 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ........................................................................................... 103 
 CABIMENTO ................................................................................................................ 103 
 PRAZO ......................................................................................................................... 103 
 LEGITIMIDADE ............................................................................................................ 103 
 COMPETÊNCIA ........................................................................................................... 103 
 EFEITOS ...................................................................................................................... 104 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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APRESENTAÇÃO 
 
Olá! 
Inicialmente, gostaríamos de agradecer a confiança em nosso material. Esperamos que seja 
útil na sua preparação, em todas as fases. A grande maioria dos concurseiros possui o hábito de 
trocar o material de estudo constantemente, principalmente, em razão da variedade que se tem 
hoje, cada dia surge algo novo. Porém, o ideal é você utilizar sempre a mesma fonte, fazendo a 
complementação necessária, eis que quanto mais contato temos com determinada fonte de estudo, 
mais familiarizados ficamos, o que se torna primordial na hora da prova. 
O Caderno Sistematizado de Direito Penal Militar possui como base as aulas do Prof. 
Guilherme Rocha (CERS), curso de 10 horas. 
Na parte jurisprudencial, utilizamos os informativos do site Dizer o Direito 
(www.dizerodireito.com.br), os livros: Principais Julgados STF e STJ Comentados, Vade Mecum de 
Jurisprudência Dizer o Direito, Súmulas do STF e STJ anotadas por assunto (Dizer o Direito). 
Destacamos é importante você se manter atualizado com os informativos, reserve um dia da 
semana para ler no site do Dizer o Direito. 
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina 
+ informativos + + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você faça uma 
boa prova. 
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito 
importante!! As bancas costumam repetir certos temas. 
Vamos juntos!! Bons estudos!! 
Equipe Cadernos Sistematizados. 
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CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 10 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
MILITAR 
1. IDENTIDADE COM O PROCESSO PENAL COMUM 
Há no Direito Processual Penal Militar alguns institutos que são idênticos aos institutos do 
Direito Processual Penal Comum, são eles: 
a) Sujeitos processuais: juiz, MP, serventuários da justiça, acusado, defensor, assistente 
do MP, peritos e interpretes; 
b) Normas sobre suspensão e impedimento (quase todas); 
c) Princípios (quase todos) – aqui, aplicam-se todos os princípios constitucionais; 
d) Ação penal pública incondicionada 
e) Prisão em flagrante 
f) Questões prejudiciais e incidentes 
2. SEMELHANÇAS COM O PROCESSO PENAL COMUM 
Há, igualmente, institutos que se assemelham nos dois ramos, são eles: 
a) Competência 
b) Inquérito 
c) Teoria Geral dos Recursos 
d) Rejeição da denúncia 
3. INSTITUTOS DO DIREITO PENAL COMUM INEXISTES NO DIREITO PENAL MILITAR 
Alguns institutos do Direito Processual Penal não existem no Direito Processual Militar, são 
eles: 
a) Carta testemunhável 
b) Fiança 
c) Suspensão do processo no caso de citado por edital (art. 366) 
 
d) Não existe recurso especial ao STM 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 11 
 
e) Medias cautelares alternativas a prisão 
4. INSTITUTOS DO DIREITO PENAL MILITAR INEXISTES NO DIREITO PENAL COMUM 
Por fim, o Direito Penal Militar possui institutos que não existem no Direito Penal Comum, 
são eles: 
a) Prisão pelo encarregado do IPM; 
b) Menagem; 
c) Desaforamento para crimes não dolosos contra a vida; 
d) Conselhos de Justiça Militar; 
e) Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Defesa e à Requisição do 
Presidente da República. 
5. LEGISLAÇÃO PROCESSUAL PENAL MILITAR 
Destaca-se que nem toda legislação aplicação ao processo penal militar encontra-se 
disciplinada no CPPM (Decreto-Lei 1.002/69). Há matérias dispostas, por exemplo, na Lei de 
Organização Judiciária Militar da União (Lei 8.457/92), bem como se aplicam diversos dispositivos 
previstos no Código de Processo Penal Comum. 
6. OBSERVAÇÕES 
Existe forte tendência do STF em restringir a competência da Justiça Castrense, 
notadamente nas hipóteses do art. 9º, II, a (crime cometido por militar da ativa contra militar da 
ativa), III (crime praticado por civil), e parágrafo único, do CPM (crimes dolosos contra a vida de 
civil), do CPM. 
O STF tem decidido que são crimes comuns os praticados: 
1. Por militar da ativa contra militar da ativa por motivos estritamente pessoais, ambos não 
estando de serviço e ambos fora de lugar sujeito à administração militar; 
2. Por Civil que atinge apenas reflexamente interesse das instituições militares; 
3. Dolosamente contra a Vida de Civil, seja o agente militar federal ou estadual. 
 
 
 
 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 12 
 
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR 
1. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR 
 PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO PENAL MILITAR 
Aplicam-se os princípios do Direito Processual Penal Comum ao Direito Processual Penal 
Militar, a exemplo do contraditório, da ampla defesa, do devido processo legal, dentre outros 
(princípios do inquérito penal policial). 
Destaca-se que não há no processo penal militar a aplicação do princípio da identidade física 
do juiz. 
Obs.: Há doutrina que defende a aplicação de tal princípio por analogia, em razão do disposto no 
art. 3º, alinhas“a” e “e”. Ficar atento para provas objetivas, tendo em vista que pela literalidade do 
CPPM não é possível. 
TEMA CORRELATO 
ATENÇÃO - É o que ocorre com o art. 366 do CPPM, não há previsão no CPPM. Embora a 
DPU já tenha recorrido ao STM e ao STF para que seja aplicado não obteve êxito. 
Diferente foi o caso do interrogatório do acusado, em que a DPU conseguiu que fosse 
aplicado o CPP, a fim de que seja o último ato do processo (Info 816). 
 
Vale ressaltar que, antes deste julgamento, o Tribunal estava dividido. Por conta disso, o 
STF, por questões de segurança jurídica, afirmou que a tese fixada (interrogatório como último ato 
da instrução no processo penal militar) só se tornou obrigatória a partir da data de publicação da 
ata deste julgamento (10/03/2016). Logo, os interrogatórios realizados antes de tal data são válidos, 
ainda que não tenham observado o art. 400 do CPP, ou seja, ainda que tenham sido realizados 
como primeiro ato da instrução. 
E quanto à Lei de Drogas? Durante os debates, os Ministros assinalaram que, no 
procedimento da Lei de Drogas e no processo de crimes eleitorais, o interrogatório também deverá 
ser o último ato da instrução mesmo não havendo previsão legal neste sentido. Assim, quando o 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 13 
 
STF for novamente chamado a se manifestar sobre esses casos, ele deverá afirmar isso 
expressamente. 
 PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE E DA EXTRATERRITORIALIDADE 
O CPPM, aqui, está em perfeita sintonia com o CPP. Portanto, a regra é a territorialidade, 
sendo a extraterritorialidade da lei processual penal militar uma exceção. 
Imagine os seguintes casos hipotéticos de extraterritorialidade: 
CASO 1: Brasil celebra tratado com Portugal, segundo o qual será possível aplicar o CPPM 
quando um brasileiro (militar) praticar um crime militar em Portugal, bem como será aplicado o 
Direito Processual Penal Militar português, no Brasil, quando um militar lusitano praticar crime em 
território nacional. 
CASO 2: Brasil está em guerra com determinado país. No espaço em que as tropas 
brasileiras já tiverem ocupadas será aplicado o CPPM. 
No art. 1º do CPP está disposto que as normas serão aplicadas quando não estiverem em 
conflitos com os tratados e convenções internacionais. Havendo conflito irá prevalecer as normas 
internacionais, o mesmo ocorre no Direito Processual Penal Militar. 
2. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR NO TEMPO 
 REGRA GERAL 
Segue o mesmo regramento do CPP comum. 
O art. 2º do CPP traz o princípio da imediatidade da aplicação da lei processual ou princípio 
do tempus regit actum, segundo o qual a lei processual penal será aplicada aos processos que 
serão iniciados, bem como aos processos que estão em andamento, sem prejuízo dos atos que já 
foram praticados e concluídos. 
Obviamente, não será aplicada aos processos findos, aqueles em que já ocorreram o trânsito 
em julgado. 
O CPPM, em seu art. 5º, disciplina da mesma forma, vejamos: 
Art. 5º As normas deste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, 
inclusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 
711, e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei 
anterior. 
 
Destaca-se que tanto no CPPM quanto no CPP não há aplicação da dos princípios da 
extratividade benévola e da extratividade gravosa. 
IRRETOATIVIDADE + ULTRATIVIDADE = PRINCÍPIO DA EXTRATIVIDADE 
 EXCEÇÕES 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 14 
 
2.2.1. Leis mistas ou híbridas 
As leis mistas ou híbridas são aquelas que possuem matérias de direito penal e de direito 
processual penal, a exemplo do instituto da ação penal que está previsto tanto no CPM quanto no 
CPPM. 
Assim, serão pautadas pelos princípios da extratividade benévola e da não extratividade 
gravosa, ou seja, lei processual penal híbrida mais severa não irá retroagir, sendo mais benéfica 
retroagirá. 
2.2.2. Leis sobre prisão cautelares, liberdade provisória e menagem 
As leis que disciplinarem prisão cautelares, liberdade provisória e menagem irão retroagir se 
for mais benéfica ao réu. 
3. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR A DETERMINADAS PESSOAS 
(PRERROGATIVAS DE FORO) 
 COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF 
Prevista no art. 102, I, b e c da CF e na Lei 8.038/90 (estabelece o rito especial para 
processar as autoridades com foro por prerrogativa no STF, STJ, TRF e TJ). 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-
Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o 
Procurador-Geral da República; 
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os 
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais 
Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão 
diplomática de caráter permanente; 
 
Todas as autoridades públicas das alinhas “a” e “c” serão julgadas pelo STF, mesmo quando 
praticarem crimes militares. 
 COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STJ 
Prevista no art. 105, I, a da CF e na Lei 8.038/90. 
Art. 105, I, a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito 
Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos 
Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos 
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais 
Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os 
membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do 
Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; 
 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 15 
 
Igualmente, as autoridades serão julgadas pelo STJ no caso de crimes militares. 
Obs.: Quando a CF confere competência originária ao STF e ao STJ as autoridades, mesmo 
praticando crime militar, não serão julgadas pelo STM. 
 COMPETENCIA ORIGINÁRIA DO STM 
Prevista no art. 6º, I, a da Lei de Organização Judiciária Militar da União: 
Art. 6° Compete ao Superior Tribunal Militar: 
I - processar e julgar originariamente: 
a) os oficiais generais das Forças Armadas, nos crimes militares definidos 
em lei; 
 
O STM irá julgar, POR CRIME MILITAR, apenas os oficiais gerais das Forças Armadas, são 
eles: 
a) MARINHA – contra-almirante, vice-almirante, almirante-de-esquadra e almirante (tempo 
de guerra) 
b) EXÉRCITO – general-de-brigada, general-de-divisão e general-de-exército, marechal 
(tempo de guerra) 
c) AERONÁUTICA – brigadeiro, major-brigadeiro do ar, tenente-brigadeiro-do-ar, 
marechal-do-ar (tempo de guerra). 
As demais autoridades não serão julgadas pelo STM, a exemplo de juízes militares, 
promotores militares. 
OBS.: Os comandantes da Marinha (almirante-de-esquadra), Exército (general-de-exército) e 
Aeronáutica (tenente-brigadeiro) sempre serão processados e julgados pelo STF. 
 COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRF’S 
Prevista no art. 108, I, a da CF e na Lei 8.038/90. 
Art. 108, a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da 
Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de 
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada 
a competência da Justiça Eleitoral; 
 
 COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TJ’S 
Prevista no art. 27, §1º (deputados estaduais e distritais), art. 29, X (prefeitos), art. 32, §3º e 
art. 96, III todos da CF e na Lei 8.038/90. 
Há precedente do STM afirmando que prefeitos, quando cometem crime militar federal, 
serão julgados pelo próprio STM.CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 16 
 
4. INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR 
 INTERPRETAÇÃO LITERAL 
As normas do CPPM, em regra, devem ser interpretadas de forma literal, nos termos do art. 
2º: 
Art. 2º A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal 
de suas expressões. Os termos técnicos hão de ser entendidos em sua 
acepção especial, salvo se evidentemente empregados com outra 
significação. 
 
 INTERPRETAÇÃO NÃO-LITERAL 
Trata-se de exceção, são casos em que se admite a interpretação extensiva e a 
interpretação restritiva, nos termos do art. 2º, §1º do CPPM: 
Art. 2º, § 1º Admitir-se-á a interpretação extensiva ou a interpretação 
restritiva, quando for manifesto, no primeiro caso, que a expressão da lei é 
mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção. 
 
 
 PROIBIÇÃO DE INTERPRETAÇÃO NÃO-LITERAL 
Aqui, temos a exceção da exceção (§ 2º do art. 2º): 
Art. 2º, § 2º Não é, porém, admissível qualquer dessas interpretações, 
quando: 
a) cercear a defesa pessoal do acusado; 
b) prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a 
natureza; 
c) desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao 
processo. 
 
São casos em que o CPPM proíbe que sejam feitas interpretações extensivas ou restritivas, 
quando: 
a) Cercear a defesa pessoal do acusado; 
b) Prejudicar ou alterar curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza. 
c) Desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo. 
 SUPRIMENTO DE LACUNAS 
O art. 3º do CPPM dispõe sobre a forma que as lacunas serão tratadas, quando o CPPM for 
omisso, vejamos: 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 17 
 
Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos: 
a) pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso 
concreto e sem prejuízo da índole do processo penal militar; 
b) pela jurisprudência; 
c) pelos usos e costumes militares; 
d) pelos princípios gerais de Direito; 
e) pela analogia. 
 
A Doutrina sustenta que se deve seguir a ordem do art. 3º. 
4.4.1. Legislação Processual Penal Comum 
É a primeira solução que deve ser dada para resolver as lacunas. 
Um exemplo da aplicação do CPP ao Direito Processual Militar é o interrogatório do réu feito 
por carta precatória. Nesse sentindo, o Info 824 do STF (Dizer o Direito): 
 
João, militar do Exército, estava respondendo a processo por crime militar na 12ª 
Circunscrição Judiciária Militar, que fica sediada em Manaus (AM). Ocorre que João estava 
morando em São Gabriel da Cachoeira, município do Amazonas muito distante da Capital. Vale 
ressaltar que nesta cidade do interior não existe Justiça Militar, nem mesmo vara federal. 
Diante disso, o Juiz Auditor expediu carta precatória para que João fosse ouvido em São 
Gabriel da Cachoeira na Justiça Estadual. O Juiz de Direito cumpriu a carta precatória e realizou o 
interrogatório do réu. Importante destacar que estava presente no ato o Promotor de Justiça e um 
advogado ad hoc, ou seja, designado para fazer a defesa do acusado naquele ato. 
Ao final, o réu foi condenado e a defesa alegou a nulidade do processo a partir do 
interrogatório, considerando que não haveria previsão legal no CPPM para a realização de 
interrogatório por meio de carta precatória. Apontava que ocorreu indevidamente a flexibilização do 
princípio da identidade física do juiz. 
A tese da defesa foi aceita pelo STF? NÃO. No processo penal militar não há nulidade na 
realização de interrogatório do réu por meio de carta precatória. 
O réu respondia o processo em liberdade. Uma vez solto, não é ônus do Estado providenciar 
o seu transporte até a sede do órgão julgador para lá ser interrogado. 
É verdade que o Código de Processo Penal Militar não prevê a possibilidade de expedição 
de carta precatória para inquirir acusado. No entanto, o CPPM também não veda esta prática. 
Diante dessa lacuna, é possível a aplicação subsidiária do Código de Processo Penal Comum 
(CPP), conforme autoriza o art. 3º, “a”, do CPPM. 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 18 
 
4.4.2. Jurisprudência 
A jurisprudência é a segunda tentativa de solução das lacunas, quando não encontrada 
solução na legislação penal comum. 
4.4.3. Usos e costumes militares 
Os usos e os costumes militares poderão ser utilizados para que as lacunas sejam supridas. 
4.4.4. Princípios gerais de direito 
Igualmente, o aplicador do direito poderá se valer dos princípios gerais do direito em caso 
de omissão. 
4.4.5. Analogia 
É a última tentativa para solucionar a lacuna, admite-se tanto a analogia in bonam partem 
quanto em malam partem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 19 
 
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL MILITAR 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
É um tema de grande incidência em concursos públicos, por isso será abordado de forma 
detalhada. 
Cerca de 25% das questões de processo penal militar versam sobre investigação criminal 
militar. 
2. PERSECUTIO CRIMINIS 
A persecução penal militar é uma atividade que possui duas fases, assim como ocorre no 
Direito Processual Penal Comum. A seguir veremos cada uma delas. 
 EXTRAJUDICIUM 
Trata-se da persecução penal extrajudicial, ou seja, da investigação criminal. 
No Processo Penal Comum poderá ocorrer no inquérito policial (polícia civil e polícia federal), 
instaurado por portaria (quando não houver flagrante) ou mediante a lavratura de um auto de prisão 
em flagrante (APF), bem como nas infrações de menor potencial ofensivo por meio de TCO. Além 
disso, será possível que a investigação seja iniciada pelo Ministério Público, por meio do 
procedimento de investigação criminal (PIC). 
Obs.: A polícia civil e a polícia federal não possuem atribuições para apuração dos crimes militares. 
No Processo Penal Militar a competência para investigar os crimes militares é das 
Instituições Militares que podem ser: 
• Federal: Marinha, Exército e Aeronáutica irão investigar os crimes de competência da 
JMU; 
• Estadual/Distrital: Policias Militares e Corpo de Bombeiro Militar dos Estados quando os 
crimes forem de competência da Justiça Militar dos Estados e do DF. 
Destaca-se que na Justiça Federal e Estadual Comum há apenas inquérito policial e o TCO 
(termo circunstanciado). Na Polícia Judiciária Militar há quatro procedimentos de investigação, a 
seguir veremos cada um deles, brevemente: 
2.1.1. Inquérito policial militar (IPM) 
É um procedimento inquisitorial que visa apuração de crimes militares, salvo deserção e 
insubmissão, sem que tenha havido prisão em flagrante. 
2.1.2. Auto de prisão em flagrante (APF) 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 20 
 
É um procedimento inquisitorial que visa apuração de crimes militares, salvo deserção e 
insubmissão, nos casos em que ocorrer a prisão em flagrante. 
2.1.3. Instrução provisória de deserção (IPD) 
É um procedimento inquisitorial que visa apurar o crime de deserção. 
OBS.: IPM, APF e IPD podem ser instaurados por qualquer instituição militar. 
2.1.4. Instrução provisória de insubmissão (IPI) 
É um procedimento inquisitorial que visa apurar o crime de insubmissão. 
Apenas no âmbito das forças armadas, pois não há insubmissão de civil frente as demais 
instituições militares. 
2.1.5. Ministério Público Militar 
O MPM poderá exercer a investigação militar, assim com o MPE e o MPF. 
 IN JUDICIUM 
É a persecução criminal judicial, materializa-se APENAS por meio de ação penal militar, 
pouco importa se estamos em tempo de paz ou de guerra. 
3. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR 
 CONCEITOPossui as mesmas características do inquérito policial comum. 
É um procedimento inquisitorial administrativo, de caráter informativo, sem contraditório e 
ampla defesa, visando a apuração de crimes militares e de sua autoria. 
 FINALIDADE 
Apurar a autoria e a materialidade dos crimes militares, a fim de trazer elementos para a 
propositura da ação penal. 
Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos 
termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de 
instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos 
necessários à propositura da ação penal. 
Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os 
exames, perícias e avaliações realizados regularmente no curso do inquérito, 
por peritos idôneos e com obediência às formalidades previstas neste Código. 
OBS: a transgressão militar é apurada por meio de procedimento administrativo. Aqui, há 
contraditório e ampla defesa. 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 21 
 
Salienta-se que a denúncia poderá ser oferecida sem que tenha havido o IPM, APF, IPD ou 
IPI. 
 POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR 
A polícia judiciária militar possui sua competência disciplinada no art. 8º do CPPM, vejamos: 
Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar: 
a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão 
sujeitos à jurisdição militar1 (não recepcionada pela CF/88), e sua autoria; 
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério 
Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, 
bem como realizar as diligências que por eles lhe forem requisitadas;2 
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;3
 
d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva 
e da insanidade mental do indiciado;4
 
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua 
guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições deste Código, 
nesse sentido;5
 
f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à 
elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo;6
 
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e 
exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar;7
 
h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de 
apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil 
competente, desde que legal e fundamentado o pedido
 
 
1. Tratava-se da Lei de Segurança Nacional (7.170/83) segundo a qual a apuração de 
crimes contra a segurança nacional (crimes políticos para a CF) caberia às formas 
armadas por meio de IPM. A parte riscada não foi recepcionada pela CF, pois são crimes 
de competência da Justiça Federal, a investigação será feita pela Polícia Federal. 
2. Toda informação útil a ser prestada à Justiça Militar ou ao MPM será de incumbência da 
Polícia Militar, mesmo que não requisitadas. Além disso, deverá realizar as diligências 
que lhe forem requisitas. 
3. Não há prisão temporária como disciplinada no DPPC. Alguns doutrinadores chamam a 
prisão do art. 18 do CPPM de prisão temporária (professor discorda, pois não é uma 
prisão expedida pela Justiça Militar). Há prisão em flagrante, prisão preventiva e o 
menagem (restrição de liberdade, não é prisão). 
Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar 
detido, durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a 
detenção à autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser 
prorrogado, por mais vinte dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval 
ou Zona Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do 
inquérito e por via hierárquica. 
 
4. O encarregado do IPM pode fazer pedido de decretação de prisão preventiva ou de 
instauração de incidente de sanidade mental. 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 22 
 
5. São obrigados a cumprir todas as determinações da Justiça Militar, a exemplo da escolta 
de presos. 
6. O encarregado do IPM pode solicitar informações de órgãos públicos (municipais, 
estaduais e federais), das polícias federal e civil. 
7. Durante o IPM é possível solicitar que as perícias sejam realizadas pela PC ou pela PF, 
a finalidade é instruir o IPM. 
 CARACTERÍSTICAS DO IPM 
3.4.1. Procedimento escrito 
Assim como ocorre no IP comum é um procedimento escrito, nos termos do art. 22 do CPPM. 
Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu 
encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os 
resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato 
delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de 
crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a 
conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos legais. 
3.4.2. Sigilosidade 
É um procedimento sigiloso, conforme disposto no art. 16 do CPPM. 
Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele 
tome conhecimento o advogado do indiciado. 
 
Ressalva-se que, aqui, não se opõe o sigilo ao advogado do investigado, aplicando-se a SV 
14 do STF. 
SV 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo 
aos elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, 
digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
3.4.3. Oficialidade 
Não é qualquer autoridade pública que poderá instaurar, presidir e relatar IPM, APF, IPD e 
o IPI. 
No PP Comum, a autoridade é do delegado de polícia. No processo penal militar, a 
autoridade é chamada de encarregado. 
O CPPM preocupa-se com duas figuras: o encarregado (art. 15) e o escrivão do IPM (art. 
11). 
Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de posto 
não inferior ao de capitão ou capitão-tenente; e, em se tratando de infração 
penal contra a segurança nacional, sê-lo-á, sempre que possível, oficial 
superior, atendida, em cada caso, a sua hierarquia, se oficial o indiciado. 
 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 23 
 
Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo 
encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação 
para aquele fim, recaindo em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for 
oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos. 
 
A designação dependerá da pessoa investigada (observar a hierarquia), nos termos do art. 
7º do CPPM: 
Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas 
seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições: 
a) pelos ministros (COMANDANTE) da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica, em todo o território nacional e fora dele, em relação às forças e 
órgãos que constituem seus Ministérios, bem como a militares que, neste 
caráter, desempenhem missão oficial, permanente ou transitória, em país 
estrangeiro; 
b) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em relação a entidades 
que, por disposição legal, estejam sob sua jurisdição; 
c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos 
órgãos, forças e unidades que lhes são subordinados; 
d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra, 
nos órgãos, forças e unidades compreendidos no âmbito da respectiva ação 
de comando; 
e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos 
órgãos e unidades dos respectivos territórios; 
f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do 
Ministério daAeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes são subordinados; 
g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou 
serviços previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército e 
da Aeronáutica; 
h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios; 
 
Os comandantes poderão delegar o poder de investigação para oficiais subordinados a eles. 
Caso não seja possível delegar a um oficial de posto superior, delega-se ao mais antigo do mesmo 
posto. 
Delegação do exercício 
§ 1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e 
comando, as atribuições enumeradas neste artigo poderão ser delegadas a 
oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado. 
§ 2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial 
militar, deverá aquela recair em oficial de posto superior ao do indiciado, seja 
este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado. 
§ 3º Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do 
indiciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais 
antigo. 
 
Quando o investigado for da reserva ou reformado prevalecerá a hierarquia para 
investigação. Aqui, contudo, poderá ser do mesmo posto sem observar a antiguidade. Por exemplo, 
um Major da ativa poderá investigar um Major da reserva ou reformado. 
Questão de Prova: Um oficial de mesmo porto para investigar SEMPRE precisa ser mais antigo. 
ERRADA! Quando o investigado estiver na reserva não precisa ser o mais antigo. 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 24 
 
§ 4º Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para a 
delegação, a antiguidade de posto. 
 
Nas forças armadas quase nunca ocorre a incidência do §5º. 
Designação de delegado e avocamento de inquérito pelo ministro 
§ 5º Se o posto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo 
absoluto, a existência de outro oficial da ativa nas condições do § 3º, caberá 
ao ministro competente a designação de oficial da reserva de posto mais 
elevado para a instauração do inquérito policial militar; e, se este estiver 
iniciado, avocá-lo, para tomar essa providência. 
 
Suponha que o investigado da ativa do IPM seja um Vice-Almirante, o encarregado poderá 
ser um Almirante-de-Esquadra ou um Vice-Almirante mais antigo. Caso seja um Almirante-de-
Esquadra, por exemplo, só poderá ser investigado por outro Almirante-de-Esquadra mais antigo no 
posto. Contudo, se o investigado for o Almirante-de-Esquadra mais antigo no Brasil caberá ao 
Ministro (1ªC – Ministro da Defesa; 2ªC – Comandante da Marinha, Exército ou Aeronáutica) 
competente designar um Almirante-de-Esquadra da reserva para ser o encarregado do IPM. 
Parte da doutrina de PP Militar defende que este dispositivo não possui aplicação prática. 
Obs.: a questão da hierarquia aplica-se também ao APF, ao IPD e ao IPI. Não é exclusivo do IPM. 
A seguir analisaremos os possíveis encarregados e escrivães de acordo com o investigado: 
a) Investigado civil ou praça 
• Encarregado: preferencialmente, Capitão. Nada impede que seja um Tenente. Os 
aspirantes a oficial, os guardas, os cadetes não podem ser encarregados, pois não são 
oficiais. 
• Escrivão: subtenente, suboficial ou sargento 
b) Investigado oficial 
• Encarregado: oficial de posto superior ou oficial mais antigo do mesmo posto. 
• Escrivão: no mínimo, segundo tenente. Não precisa ser de posto superior e nem o mais 
antigo no mesmo posto. 
c) Investigado oficial de posto superior ou mais antigo que o encarregado 
Art. 10, § 5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a 
existência de indícios contra oficial de posto superior ao seu, ou mais antigo, 
tomará as providências necessárias para que as suas funções sejam 
delegadas a outro oficial, nos termos do § 2° do art. 7º. 
Quando o encarregado, no curso do IPM, descobre envolvimento de oficial de posto 
superior ao seu ou mais antigo no mesmo posto, não poderá continuar nas 
investigações. Deve informar seu superior para que continue ou delegue a um oficial 
superior ao investigado ou mais antigo se no mesmo posto. 
d) Infrator oficial-geral 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 25 
 
O fato deve ser comunicado ao Ministro da Defesa (1ªC) ou Comandante (2ªC) para que 
tome providências. 
Art. 10, § 4º Se o infrator for oficial general, será sempre comunicado o fato 
ao ministro e ao chefe de Estado-Maior competentes, obedecidos os trâmites 
regulamentares. 
3.4.4. Dispensabilidade 
Assim como ocorre no IP comum, o IPM também é dispensável. Ou seja, a ação penal 
poderá ocorrer independentemente da existência de um IPM, nos termos do art. 28 do CPPM. 
Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência 
requisitada pelo Ministério Público: 
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou 
outras provas materiais; 
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, 
cujo autor esteja identificado; 
c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar. 
 
A doutrina e a jurisprudência entendem que o IPM será dispensável em qualquer hipótese, 
não apenas nos casos do art. 28. 
 PRESIDÊNCIA DO IPM E INVESTIGAÇÃO PELO MPM 
A presidência do IPM será sempre do encarregado, tratando-se de autoridade militar da ativa 
(salvo o caso citado do §5º). 
Como já vimos acima, o MPM possui poder de investigação militar. Inclusive, por promotor 
de justiça estadual que exerça atividade junto a auditória militar estadual ou distrital. 
 VÍCIOS DO IPM 
Eventuais vícios no IPM não contaminam futura ação penal, desde que a justa causa não 
seja viciada. 
4. NOTITIA CRIMINIS 
 CONCEITO 
É a comunicação de um crime militar à autoridade competente. 
 ESPÉCIES 
4.2.1. Imediata ou espontânea 
Alguém dentro da própria instituição militar toma conhecimento da prática do delito militar. 
 
 
CS de PROCESSO PENAL MILITAR 2019.1 26 
 
4.2.2. Mediata 
O comandante toma conhecimento do delito por alguém de fora da instituição militar. Por 
exemplo, o MPM requisita investigação. 
4.2.3. Coercitiva 
Ocorre quando o agente é preso em flagrante. 
 NOTITIA CRIMINIS INQUALIFICADA 
Trata-se da denúncia anônima. É o mesmo procedimento do Processo Penal Comum. 
5. INSTAURAÇÃO DO IPM 
No DPP Comum o IP pode ser instaurado por portaria (quando não há flagrante) ou através 
de um APF (quando há flagrante). 
Como vimos acima, o IPM será instaurado apenas quando não houver situação de 
flagrância, desde que não seja crime de deserção e de insubmissão, por meio de portaria. 
 CRIME DE AÇÃO PENAL MILITAR PÚBLICA INCONDICIONADA 
Destaca-se que nos crimes militares não existe ação penal privada e nem crimes de ação 
penal pública condicionada à representação do ofendido ou de seu representante legal. 
Aqui, tanto os crimes contra a honra quanto os crimes de dano simples serão de ação penal 
pública incondicionada. 
Assim, o IPM poderá ser instaurado: 
• Ex officio 
• Requisição do MPM 
No CPP há previsão de requisição de instauração de IP pelo juiz (embora haja discussão 
acerca da recepção), não há tal possibilidade no CPPM. 
 CRIME DE AÇÃO PENAL MINLITAR CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO 
GOVERNO FEDERAL 
A representação federal poderá ser feita pelo Ministro da Justiça, pelo Ministro da Defesa e 
pelo Presidente da República, a depender do caso concreto, nos termos do art. 31 do CPMM. 
Art. 31. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141 do Código Penal Militar, a 
ação penal; quando o agente for militar ou assemelhado, depende de 
requisição, que será feita ao procurador-geral da Justiça Militar, pelo 
Ministério a que o

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