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5 Aeroelasticidade Elementar As estruturas dos aviões sendo extremamente flexíveis, estão sujeitas a distorções devido aos grandes carregamentos aplicados. Quando estes são provocados por forças aerodinâmicas que dependem da geometria da estrutura e da orientação dos vários componentes estruturais em relação ao escoamento exterior então as ditas distorções estruturais provocaram alterações nas cargas aerodinâmicas dando estas origem a mais distorções e por aí em diante. Esta interacção entre forças elásticas e forças aerodinâmicas denota-se por aeroelasticidade. Dois tipos diferentes de problemas de aeroelasticidade podem ocorrer. Um envolve a interacção atrás aludida. Estas podem apresentar tendências de divergência numa estrutura muito flexível provocando falhas ou podem inversamente, numa estrutura adequadamente rígida, convergirem para uma condição de equilíbrio. Neste tipo de problemas sistemas estáticos ou dinâmicos de forças aerodinâmicas e elásticas produzem esses problemas aeroelásticos conotados com os nomes de divergência ou inversão de controlo (control reversal). O segundo tipo de problemas, envolve tanto a inércia da estrutura como as forças já faladas. Sistemas dinâmicos de cargas, onde as rajadas têm um papel importante, induzem oscilações de componentes estruturais. No caso da frequência natural ou de ressonância do componente encontrar-se na região da frequência das cargas aplicadas, então as amplitudes das vibrações podem divergir de tal maneira que provocam falhas estruturais. Têm-se assim fenómenos que estão intimamente ligados com a fadiga dos materiais, tais como o buffeting, flutter e o dynamic response. Pode-se assim sumarizar os vários fenómenos aeroelásticos em árvore, Figura 5-1 5.1 Distribuição de cargas e divergência A redistribuição de cargas aerodinâmicas e a divergência estão intimamente ligadas por fenómenos aeroelásticos. É essencial assim conhecer-se as distribuições de cargas aerodinâmicas a que os componentes estão sujeitos numa fase de desenho destes. Por exemplo, a distorção de uma asa pode provocar alterações significativas na distribuição de sustentação, em relação às calculadas considerando que as asas são rígidas, principalmente em situações de grandes cargas como por exemplo em regimes de rajadas e de manobras. Assim, observe-se que como os Engenheiros Aerodinâmicos necessitam de conhecer a incidência da asa em todas as secções desta ao longo da envergadura, a torção da asa devido a fenómenos aeroelásticos terá que ser estudada igualmente. Figura 5-2 Considere-se o caso de uma asa simples com o centro de torção atrás do centro aerodinâmico (Figura 5-2). O momento provocado pela sustentação em relação ao centro de torção faz aumentar o ângulo de ataque o que produz um aumento na sustentação e por aí em diante. Para uma velocidade, denominada velocidade de divergência, abaixo de um valor crítico os aumentos de sustentação convergem para uma situação de equilíbrio estável onde o momento torsional provocado pelas forças aerodinâmicas em relação ao c.t.1 é equilibrado pela rigidez torsional da asa. O processo de cálculo da distribuição de sustentação necessita assim da distribuição da sustentação ao longo da asa. Para uma asa direita (sem ângulo de flecha), a redistribuição da sustentação causa usualmente um movimento outward spanwise do centro de pressões resultando em aumentos dos momentos de flexão em relação à raiz. Para o caso de uma asa com ângulo de flecha uma redução na incidência das secções dos bordos devido a deflexões de flexão causa o movimento do centro de pressões para a raiz da asa. Todas as superfícies aerodinâmicas de uma aeronave sofrem então esta redistribuição de sustentação devido à distorção elástica. 5.1.1 Divergência torsional da asa (caso bidimensional) Figura 5-3 O problema mais comum em termos de divergência é a divergência torsional de uma asa. É prático considerar o caso de uma asa de área S sem ailerons e inserido num escoamento 2D conforme o ilustrado na Figura 5-3. A rigidez torsional da asa, que irá ser representada por uma mola torsional de rigidez K, opõe-se ao momento do vector da sustentação, L, e ao momento de picada M0 actuando no centro aerodinâmico da secção da asa. Para se verificar o equilíbrio de momentos da secção em relação ao c.a.2, tem-se 1 c.t. centro de torção 2 c.a. centro aerodinâmico qKLecM =+0 Equação 5.1 onde ec é a distância do c.a. em relação ao ponto em que se considera a mola aplicada, expressa em termos da corda, c, e q é a torção elástica da asa. Da aerodinâmica e substituindo na expressão anterior, tem-se : )(C )( 2 1 2 1 2 1 L0 2 2 0, 2 0 qaaqr rr + =¾=+ =¾= L LM, LM C KecC cCSV SCVLScCVM ou então tendo em conta que a é o ângulo inicial de incidência, ou seja a incidência de uma asa para umas certas condições de voo, se a asa fosse considerada rígida, então, ))(( 2 1 0 2 qqaar K C ec cCSV LM, =+ + Arranjando a expressão obtém-se: ÜÝ ÛÌÍ Ë +=ÜÝ ÛÌÍ Ë - aararq LML C eCScVCSecVK 0, 22 2 1 2 1 ÜÝ ÛÌÍ Ë - ÜÝ ÛÌÍ Ë + = ar aarq L L M CSecVK C eCScV 2 0, 2 2 1 2 1 Equação 5.2 A equação anterior mostra que a divergência ocorre, isto é q quando, ar = LCSecVK 2 2 1 Assim a velocidade de divergência é : ÜÝ ÛÌÍ Ë = ar L D CSec KV 2 Equação 5.3 Observa-se da equação anterior que VD pode ser aumentada se considerarmos uma asa com uma maior rigidez ou se diminuirmos ec . A primeira hipótese implica um maior custo e peso do avião de tal maneira que os projectistas preferem desenhar uma estrutura com um centro de flexibilidade o mais para a frente possível. No caso deste coincidir com o c.a. ou estiver à frente, então a asa é estável para todas as velocidades. 5.1.2 Divergência torsional da asa (asa finita) Figura 5-4 Considere-se o caso mais simples de uma asa sem flecha tendo um eixo de flexibilidade quase perpendicular ao plano de simetria do avião (Figura 5-4). Assume-se igualmente que as secções transversais da asa permanecem sem distorção perante cargas aplicadas. Aplicando-se a teoria das faixas na sua maneira usual; ou seja observe-se um elemento infinitesimal de corda c e de envergadura dz actuando independentemente do resto da asa e considere-se o seu equilíbrio. Assim da Figura 5-4 e desprezando o peso da asa, tem-se, 00 =D+D+-ÜÝ ÛÌÍ Ë + MLecTz dz dTT d Equação 5.4 onde T é o binário aplicado em qualquer secção da envergadura z, e DL e DM0 são a sustentação e momento de picada no elemento actuando no seu centro aerodinâmico. Quando dz se aproxima de zero tem-se: 00 =++ dz dM dz dL ec dz dT Equação 5.5 Sabendo-se da aerodinâmica que )( 2 1 2 1 2 0, 22 0 qaadrdr + =D¾=D Lm CccVLzCcVM onde Cm,0 é o coeficiente de momento local em relação ao centro aerodinâmico. Além disso, da teoria de torção T=GJdq/dz. Substituindo-se as expressões anteriores na Equação 5.5 obtém-se: GJ CcV GJ C ecV GJ C ecV dz d m ll 0, 222222 2 2 2 1 2 1 2 1 raarqarq - ÜÝ ÛÌÍ Ë - = ÜÝ ÛÌÍ Ë + Equação 5.6 Obtém-se assim uma equação diferencial de segunda ordem em relação a q que apresenta uma solução do tipo: GJ C ecV C e C zBzA l l m ÜÝ ÛÌÍ Ë =¾ ßß ßß à Þ ÏÏ ÏÏ Ð Î + -+= arla a llq 22 20, 2 1 cossin Equação 5.7 sendo A e B constantes a determinar pelas condições de fronteira que são q=0 para z=0 (raiz da asa) e dq/dz=0 para z=s já que o binário é nulo para a ponta da asa. Assim obtém-se, tan 0,0, la a a a ß ßß ß à Þ ÏÏ ÏÏ Ð Î + ÜÝ ÛÌÍ Ë =¾ßß ßß à Þ ÏÏ ÏÏ Ð Î + ÜÝ ÛÌÍ Ë = l m l m C e C A C e C B Assim tem-se, ( ) 1-z)cos(z)s)sin(tan(0, llla a q + ßß ßß à Þ ÏÏ ÏÏ Ð Î + ÜÝ ÛÌÍ Ë = l m C e C Equação 5.8 ßà ÞÏÐ Î -- ßß ßß à Þ ÏÏ ÏÏ Ð Î + ÜÝ ÛÌÍ Ë = 1cos )(cos0, s zs C e C l m l la a q Equação 5.9 Assim para uma situação de divergência onde q tende para infinito cosls=0 e assim: ( ) =+= 0,1,2,...,n para 2 12 pl ns Equação 5.10 O valor mais pequeno obtém-se então para n=0 correspondendo assim uma velocidade de divergência VD: ÜÝ ÛÌÍ Ë =Ã=Ã= ap pplpl l D C sec GJV s s 22 2 2 2 2 2 42 Equação 5.11 Soluções matemáticas análogas à expressão (Equação 5.10) são raramente aplicadas com a exactidão necessária para asas ou superfícies de cauda. No entanto, elas indicam da ordem de grandeza da velocidade de divergência. De facto quando o declive a lC bidimensional é usado, os resultados estimados são conservativos no que toca VD . Mostra-se que quando se usa o valor a LC tridimensional, os valores obtidos para a velocidade de divergência são bastantes próximos dos calculados com métodos mais sofisticados. A distribuição de sustentação numa asa direita, tendo em conta a torção elástica, é achada introduzindo uma relação entre o ângulo de incidência e a sustentação, de tal forma que: ( )qaa += ll CC onde q é o ângulo de torção elástico. 5.1.3 Divergência em asas com flecha (swept wing divergence ) No cálculo de velocidades de divergência de asas direitas, os eixos de flexibilidade forma considerados como sendo aproximadamente perpendiculares ao plano de simetria do avião. A flexão dessas asas não apresenta nenhuma influência na divergência, sendo esta apenas dependente da torção. Contudo isto não é o caso de uma asa com flecha onde os eixos da envergadura estão inclinados em relação ao plano de simetria do avião. Considere-se a figura seguinte (Figura 5-5). Figura 5-5 A distribuição da sustentação faz com que na asa apareça um momento flector dirigido para a frente do avião fazendo com que a ponta da asa tenda a subir. Os pontos A e B situados numa linha perpendicular ao eixo de referência apresentado irão deflectir aproximadamente a mesma quantidade, mas esta será maior que a deflexão do ponto A´ o que significa que a flexão irá reduzir a incidência do escoamento a montante da asa. O respectivo incremento negativo de sustentação opõe-se à torção elástica reduzindo assim a possibilidade de ocorrer a divergência da asa. De facto a velocidade de divergência de asas com flecha é tão elevada que não a divergência não apresenta perigo para o projecto para este tipo de asas. Em 1948 Diederich e Budiansky mostraram que as asas que apresentassem ângulos de flecha moderados ou altos nunca divergiam. O oposto é então verdade para asas com flecha negativa onde as deflexões devido à flexão têm um efeito destabilizador e onde as velocidades de divergência são bastante baixas. 5.2 Eficiência de controlo e inversão A flexibilidade da maior parte das superfícies aerodinâmicas, asas e caudas horizontais e verticais, afecta adversamente o seu controlo das superfícies de controlo nestas existentes, ailerons, rudder e elevators. Por exemplo, a deflexão para baixo de um aileron causa uma torção da asa no sentido de baixar o bordo de ataque que por sua vez faz diminuir a incidência do aileron. Assim esta torção tende a reduzir o aumento de sustentação provocado pela deflexão do aileron diminuindo o valor do ângulo de rolamento em relação ao que se teria se para o caso de uma asa rígida. O momento torçor aerodinâmico da asa devido à deflexão dos ailerons aumenta com o quadrado da velocidade mas o momento elástico de recuperação é constante já que depende apenas da flexibilidade torsional da estrutura da asa. Assim, os ailerons ficam menos eficientes à medida que a velocidade aumenta até uma velocidade crítica denotada por aileron reversal speed, onde as deflexões dos ailerons não provocam nenhum rolamento. Para velocidades acima desta os movimentos dos ailerons têm de ser os inversos para se obter os efeitos desejados, por exemplo um incremento da sustentação implica uma deflexão para cima dos ailerons. De um modo semelhante, mas menos crítico, tem-se a situação de perda de controlo e até menos de inversão deste, para o caso do rudder e elevator. Estes problemas são mais complicados visto existirem também deformações dos pontos de ligação entre as fuselagens e as caudas o que poderá ser tão importante como as deformações das caudas em si. 5.2.1 Eficiência de controlo dos ailerons e reversão (caso bidimensional) Ilustrar-se-á este problema investigando o caso de uma asa com um aileron inserido num escoamento 2D. Na Figura 5-6 uma deflexão x produz variações DL e DM0 na sustentação e momento de picada da asa; estes por sua vez provocam uma torção elástica q, da asa. Assim, SVCCL LL 2 2 1 rxxqa ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë + =D Equação 5.12 onde x LC é a taxa de variação do coeficiente de sustentação com o ângulo de aileron. Assim, ScV C M M 20,0 2 1 rxx =D Equação 5.13 Figura 5-6 Onde x 0,MC é a taxa de variação do coeficiente de momento de picada com a variação dos ailerons. O momento produzido por estes incrementos da sustentação e de momento de picada é equilibrado por um incremento do binário DT em relação ao eixo de flexão. Assim, ßà ÞÏÐ Î +ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë + ==D xxxxqarq 0,2 2 1 MLL CeCCScVkT Equação 5.14 Isolando q desta equação tem-se: ÜÝ ÛÌÍ Ë - ßà ÞÏÐ Î +ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë + = ar xxxxqarq L MLL CSceVK C e CCScV 2 0,2 2 1 2 1 Equação 5.15 Substituindo na Equação 5.12 obtém-se: x ar xaxrr ßß ßß ß à Þ ÏÏ ÏÏ Ï Ð Î ÜÝ ÛÌÍ Ë - ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë +ÜÝ ÛÌÍ Ë ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë =D L LLM CSceVK C K CCScV SVL 2 0,2 2 2 1 2 1 2 1 Equação 5.16 O aumento da sustentação é assim uma função linear da deflexão do aileron e torna-se nulo, ou seja ocorre a inversão de controlo, quando a velocidade de inversão, Vr, é, 0 2 1 0,2 =ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë +ÜÝ ÛÌÍ Ë ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë xaxr LLM CKC C ScV Equação 5.17 ÜÝ ÛÌÍ Ë ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë - = axr x LM L r CCScV CK V 0,2 2 1 Equação 5.18 Pode-se definir a eficiência dos ailerons para velocidades abaixo de Vr em termos de DLR produzido por uma deflexão de um aileron numa asa rígida. Assim, RL L ons dos ailereficiência D D= Equação 5.19 SVCL LR 2 2 1 rxx =D Equação 5.20 Substituindo a Equação 5.20 e a Equação 5.16 na Equação 5.19 obtém-se : xar xaxr ßà ÞÏÐ Î ÜÝ ÛÌÍ Ë - ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë +ÜÝ ÛÌÍ Ë ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë = LL LLM CCSceVK CKC C ScV aileronsdoseficiência 2 0,2 2 1 2 1 Equação 5.21 Pode-se expressar a equação anterior em termos da velocidade de divergência Vd e a velocidade de inversão de controlo Vr usando a Equação 5.3 e a Equação 5.18; assim tem-se: 2 2 2 2 1 1 d r V V V V aileronsdoseficiência - - = Equação 5.22 Observe-se assim que quando Vd=Vr, que ocorre para e CC ML ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë -= xx 0, , o aileron é de controlo totalmente efectivo para todas as velocidades. Essa situação ocorre pois a torção nose-down causada pela deflexão dos ailerons é cancelada pela torção nose-up produzida pelo incremento da sustentação. Apesar desta análise ser baseada em fenómenos 2D esta poderá ser utilizada para dar respostas aproximadas para asas finitas. O método é aplicar estas relações para um perfil representativo da asa e usar as propriedades locais da asa (3D) nas fórmulas. 5.2.2 Eficiência de controlo e inversão (asa finita) Observe-se a Figura 5-7 e atente-se que a deflexão do aileron de um ângulo x produz uma velocidade de rolamento p rad/sec tendo o sentido mostrado. O ângulo de incidência da asa produz em qualquer secção z é assim reduzido devido a p de uma quantidade pz/V. A deflexão do aileron para baixo representada na figura, coincide com uma deflexão para cima na outra asa reforçando assim a velocidade de rolamento. A incidência da asa oposta é assim aumentada devido ao sentido da velocidade de rolamento p. Para efeito de estudo dos ailerons considerar-se-á a sustentação anti simétrica e o momento de picada produzido pelas deflexões dos ailerons. Assim na Figura 5-7(b) as forças e os momentos são variações em relação às condições de voo niveladas. A sustentação DL na faixa considerada na Figura 5-7(b) é dada por, Figura 5-7 ßà ÞÏÐ Î +ÜÝ ÛÌÍ Ë - =D xx rqadr )(2 1 112 zfc V zc zcVL a Equação 5.23 onde x 1c é a taxa de variação local de coeficiente de sustentação com o ângulo dos ailerons. A função fa(z) representa as forças dos ailerons e momentos ao longo da envergadura; para 0zs1 , fa(z)=0 e para s1 z s, fa(z)=1. O momento de picada DM0 no elemento é dado por, xxdr )(2 1 ,22 0 zf c zcVM a om =D Equação 5.24 onde x 0,mc é a taxa de variação do coeficiente de momento de picada local com o ângulo dos ailerons. Considerando o equilíbrio dos momentos da Figura 5-7(b) obtém-se, desprezando o peso da asa, 00 =D+D+ MLeczdz dTd Equação 5.25 ou substituindo DL e DM0 na expressão anterior, tem-se: 0)( 2 1)( 2 1 0,22112 = +ßà ÞÏÐ Î +ÜÝ ÛÌÍ Ë - + xxrxx rqar zf c cVzfc V zc ceV dz dT a m a Equação 5.26 Substituindo T pela expressão da teoria de torção elástica ( T=GJ dq/dz ) obtém-se: ßà ÞÏÐ Î - - = + xxxx r a r qa rq )()(2 1 2 1 0,11 2222 2 2 zfczfce V zc e GJ cV GJ c ceV dz d a m a l Equação 5.27 Denotando , 2 22 2 1 la r = GJ c ceV l obtém-se: xxx a lrlqlq )(1 0,1 1 2 22 2 2 zfc e c cV z dz d a m ßà ÞÏÐ Î + -=+ Equação 5.28 Pode ser demonstrado que a solução da Equação 5.28 satisfazendo as condições de fronteira q=0 para z=0 e dq/dz=0 para z=s é a seguinte: { } xllllxx a ll lq ßà ÞÏÐ Î ----ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë + -ÜÝ ÛÌÍ Ë -= z s ss szzfc e c cs z z V p a ml l sin cos )(sin)(cos1)(11 cos sin 1 1 0, Equação 5.29 onde cosl(z-s1)=0 quando z<s1 . A variação ao longo da envergadura do coeficiente de sustentação total local é dado por, xxqaa )(zf c V pzc c a ll l +ÜÝ ÛÌÍ Ë -+ = Equação 5.30 onde q é dado pela Equação 5.29 e a é o ângulo de incidência (vulgo ângulo de ataque da asa) para condições de voo estacionárias. A eficiência dos ailerons é medida em termos do ângulo da ponta da asa por unidade de deslocamento do aileron durante um rolamento estacionário. Nesta condição, os momentos de rolamento devido à deflexão dos ailerons, x, a torção da asa e o amortecimento provocado pelas forças aerodinâmicas encontram-se em equilíbrio de tal forma que através de Figura 5-7(a), da Equação 5.23 e notando que os ailerons em asas opostas ambos contribuem para o rolamento, tem-se, 0)(0)( 2 12 0 2 = +ÜÝ ÛÌÍ Ë - Ã=ßà ÞÏÐ Î +ÜÝ ÛÌÍ Ë - × xxqaxxqar zfcVpzczdzzfcVpzccV alls all Equação 5.31 Substituindo q da Equação 5.29 nesta última equação obtém-se: { } ×× -=ÔÔã ÔÔâ á ÔÔÓ ÔÔÒ Ñ ßà ÞÏÐ Î ----ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë + - s a l a ml l s l zdzzfczdzz s ss szzfc e c css z V psc 0 1 1 0, 0 )(sin cos )(sin)(cos1)(11 cos sin xxxll llxx a ll l a Assim: { } ×× =ãâ á ÓÒ Ñ -ßà ÞÏÐ Î ----ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë + s ls a l a ml zdz ss zc V ps zdzzfcz s ss szzfc e c 00 1 1 0, cos sin)(sin cos )(sin)(cos1)(1 ll l axll llxxx E querendo-se a eficiência dos ailerons, (ps/V)/x, esta é dada por: { } ÜÝ ÛÌÍ Ë - ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë ---+ ÜÝ ÛÌÍ Ë - = ÜÝ ÛÌÍ Ë À ã âáÓÒ Ñ -ßà ÞÏÐ Î ----ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë + = ÜÝ ÛÌÍ Ë × × 1tan 2 1 cos cos1 cos cos cos sin )(sin cos )(sin)(cos1)(1 0, 2 1 2 211 0 0 1 1 0, s s c ce ss s sc cs s V ps zdz ss zc zdzzfcz s ss szzfc e c V ps m l l l s l s a l a ml l l x all l x a l l x ll l a xll llxx x Equação 5.32 Sabe-se que a velocidade de inversão de controlo dos ailerons ocorre quando a eficiência destes é nula. Assim, da equação anterior tem-se, que para se obter Vr o numerador precisa de se anular, obtendo-se então uma equação transcendental: ( ) 0cos1 2 coscos 1 0,21 2 2 1 0, =ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë -+-ÜÜÝ ÛÌÌÍ Ë + s c e ss ss c e c mml lxlllxx Equação 5.33 Existem outros métodos para a obtenção das velocidades de divergência e de inversão de controlo baseados em procedimentos matriciais e energéticos. 5.3 Introdução ao ‘flutter’ Foi definido anteriormente flutter como a instabilidade dinâmica de um corpo elástico num escoamento. É encontrado mais frequentemente em estruturas de aviões sujeitas a elevadas cargas aerodinâmicas, tais como as asas, as caudas e superfícies de controlo. O flutter ocorre à velocidade crítica de flutter Vf , que é definida como a velocidade mais baixa à qual uma dada estrutura irá oscilar com movimento harmónico permanente. Velocidades abaixo e acima da velocidade crítica representam respectivamente, condições de estabilidade e instabilidade (divergente), no que toca a oscilações estruturais. Geralmente um sistema elástico possuindo só um grau de liberdade não pode ser instável a menos que existam algumas características mecânicas peculiares como forças das molas ou amortecedores negativas. Contudo, é possível sistemas com dois ou mais graus de liberdade serem instáveis sem possuírem características impróprias. As forças associadas com cada grau de liberdade individual podem interagir provocando oscilações divergentes para certas diferenças de fase. O flutter de uma asa na qual os modos de torsão e flexão são acoplados é um exemplo importante deste tipo de instabilidade. Alguma indicação da natureza física do flutter torsão – flexão pode ser dada pela exanimação das forças de inércia e sustentação durante a oscilação combinada de torsão e flexão na qual os movimentos individuais têm são desfasados de 90 graus. Numa flexão pura ou oscilação torsional pura as forças aerodinâmicas produzidas pela incidência efectiva da asa opõe-se ao movimento; a incidência geométrica na flexão pura permanece constante e assim não afecta a força de amortecimento aerodinâmico enquanto que na torção pura, a incidência geométrica produz forças aerodinâmicas que se opõem ao movimento durante meio ciclo, mas favorece durante o outro meio ciclo de tal modo que o seu efeito é nulo. Assim as oscilações de flexão pura ou torsão pura são rapidamente amortecidas. Este não é o caso na oscilação combinada quando a torsão máxima ocorre a flexão nula e vice-versa, isto é 90 graus de diferença de fase. Considere a asa ilustrada na Figura 5-8 em vários estágios de oscilação flexão- torsão. Na posição de flexão nula a torção da asa causa uma incidência geométrica positiva e assim as forças aerodinâmicas actuam na mesma direcção do movimento da asa. Uma situação semelhante mas contrária existe quando a asa se move para baixo; uma incidência geométrica negativa devido à torsão da asa provoca uma força aerodinâmica para baixo. Segue-se que em todos os estágios as forças associadas ao ângulo de incidência têm um efeito destabilizador. A uma certa velocidade Vf, esta acção destabilizadora torna-se maior que as forças estabilizadoras e a oscilação diverge. Em casos práticos as oscilações de flexão e torsionais não serão desfasadas mais do que 90 graus de fase, contudo aplicam-se os mesmos princípios básicos. Figura 5-8 O tipo de flutter descrita acima no qual dois tipos de movimento oscilatório interagem de tal modo que o movimento resultante é divergente e conhecido por flutter clássico. Outros tipos de flutter, flutter não-clássico, podem envolver um único tipo de movimento. Por exemplo o stalling flutter de uma asa ocorre a altas incidências onde, para posições particulares do eixo torção, ao longo da envergadura, ocorrem oscilações de torsão auto-excitadas, as quais acima de uma dada velocidade divergem. Outra forma de flutter não- clássica, aileron buzz, ocorre velocidades subsónicas elevadas e está associada a ondas de choque na asa à frente do aileron. Se o aileron oscila para baixo, o escoamento que passa na superfície superior da asa acelera, intensificando o choque resultando numa redução da pressão na camada limite antes do choque. O aileron, assim, tende a ser puxado para a sua posição neutral. A baixas frequências estas variações de pressão são desfasadas de 180 graus contrariando assim a oscilação. A frequências mais elevadas a componente da pressão aparece em fase com a velocidade do aileron, excitando-o. Se forem maiores que todas as outras forças amortecedoras ocorre uma oscilação a altas frequências com só um tipo de movimento, rotação do aileron em torno da dobradiça, i.e. aileron buzz. Pode ser evitado com a utilização de control jacks, ou reforçando estruturalmente o aileron para garantir que a sua frequência natural seja elevada. Buffeting é produzido normalmente em aviões com cauda por turbilhões causados por escoamentos pobres vindos da esteira da asa, atacando a cauda a uma frequência igual à sua frequência natural; uma oscilação razoável com um grau de liberdade pode então ocorrer. O problema pode ser aliviado colocando correctamente a cauda e limpando a aerodinâmica do avião. 5.3.1 Acoplamento Foi visto que o flutter clássico da asa de um avião envolve a interacção de movimentos torsionais e de flexão. Separados, nenhum dos movimentos causará instabilidade, mas juntos, e a amplitudes e fases críticas um movimento excitará o outro; diz-se assim que os dois movimentos estão acoplados. Podem ocorrer várias formas de acoplamento : inercial, aerodinâmico e elástico. A secção transversal de uma asa de comprimento pequeno é mostrada na Figura 5-9. O centro de gravidade encontra-se a uma distância cg do centro de flexão, onde c é a corda da asa e m é a massa da mesma. Se todo o comprimento da corda for sujeito a uma aceleração vertical para cima de y&& , então esta sofre um força de inércia em sentido contrário de m y&& , actuando no centro de gravidade, produzindo um momento torçor anti-horário de m y&& gc torcendo a asa. O movimento vertical induz então um movimento de torsão devido às forças de inércia, i.e. acoplamento inercial. Uma aceleração angular a&& em torno do centro de flexão provoca uma aceleração linear de gca&& o que corresponde a uma força de inércia de mgca&& no centro de gravidade. Assim acelerações angulares geram forças que produzem translação, novamente acoplamento inercial. È de notar que o momento torçor de inércia devido à aceleração linear unitária (mgc) é igual à força de inércia devido à aceleração unitária (mgc); o acoplamento inercial possui assim simetria. Figura 5-9 Acoplamento aerodinâmico está associado com as alterações da sustentação produzidas pela rotação e translação da asa. Uma mudança na incidência da asa, isto é rotação da asa, induz uma mudança da sustentação que causa translação enquanto que a velocidade de translação y& , resulta numa mudança efectiva na incidência da asa, o que causa rotação da asa. Estas forças aerodinâmicas, que oscilarão em condição de flutter, actuam num ponto análogo ao centro aerodinâmico de uma asa em movimento estacionário; este é conhecido por centro de independência. Considere agora que a secção da asa mostrada na Figura 5-10, e suponha que a rigidez da asa é representada por um mola de rigidez k posicionada no centro de flexão. Suponha ainda que o deslocamento da asa é definido pela deflecção vertical y de um ponto arbitrário O (Figura 5-10(a)) e a rotação a em torno de O (Figura 5-10(b)). Na Figura 5-10(a) o deslocamento vertical produz uma força na mola que causa um momento torçor horário (kyd) na secção da asa em torno de = resultando num aumento da incidência a. Na Figura 5-10(b) a rotação horária a em torno de O resulta numa força na mola kda actuando para cima na secção da asa produzindo assim translações na direcção positiva de y. Assim a translação e rotação estão acopladas pela rigidez elástica da asa, a chamando-se então acoplamento elástico. È de reparar que, como no caso do acoplamento inercial, o acoplamento elástico possui simetria uma vez que o momento devido a uma translação unitária (kd) é igual à força produzida por uma rotação unitária (kd). Assim , se o ponto arbitrário escolhido O coincidir com o eixo de flexão, d = 0 e o acoplamento desaparece. Do afirmado anteriormente pode se r visto que o flutter será evitado por tentativa de desacoplar os dois tipos de movimento. Assim o acoplamento inercial é evitado se o centro de gravidade coincidir com o eixo de flexão enquanto que o acoplamento aerodinâmico é evitado se o centro independência coincidir com o centro de flexão. Assim, eliminar-se-ia também o acoplamento elástico uma vez que o ponto O na Figura 5-10 iria ser geralmente o centro de independência. Infelizmente, em casos práticos, o centro de independência encontra-se à frente do eixo de flexão enquanto que o centro de gravidade se encontra por trás, o que favorece o flutter. Figura 5-10 5.3.2 Determinação da velocidade crítica de flutter Considere uma secção de asa com corda c oscilando harmonicamente num escoamento de velocidade V e densidade re tendo deslocamentos, velocidades e acelerações instantâneas de , rotação , aaa &&& ,, , e translação , yyy &&&,, . A oscilação provoca uma redução na sustentação estacionária pelo que, a sustentação da oscilação actua para baixo. A sustentação para baixo provocada por aaa &&& ,, é respectivamente aar aar aar �� �� �� &&&& && ���� �� LVcl LVcl LcVl = = = 23 22 2 Em que ��� ��� lll ,, , são coeficientes adimensionais análogos ao declive da curva de sustentação em movimento estacionário. De forma similar forças verticais para baixo devido à translação são yL c y clyL c yVclyL c y cVl yyyyyy && && & & ������ =¾=¾= 322 rrr Assim a força aerodinâmica total na secção da as devido ao movimento oscilatório é dado por aaa ��� &&&&&& ������ LLLyLyLyLL yyy +++++= Equação 5.34 Foi visto anteriormente que deslocamentos de translação e rotação produzem momentos em torno de qualquer ponto. Assim o momento (nose up) total da secção da asa é aaa ��� &&&&&& ������ MMMyMyMyMM yyy +++++= Equação 5.35 onde se tem, c cmM c VcmM c VcmM c y clyM c yVclyM c yVclyM yyyyyy araaraara rrr && && & & && && & & 4322 4322 =¾=¾= =¾=¾= No qual se tem m � , etc. são análogos aos coeficientes de momento de movimento de picada estacionário. Considere agora a secção da asa mostrada na Figura 5-11. A secção da asa oscila em torno de uma posição intermédia e a rigidez torsional e à flexão são representadas por molas de rigidez k e k � respectivamente. Suponha que o deslocamento instantâneo relativamente ao ponto intermédio é y que é tomado positivo para baixo. Em adição às forças aerodinâmicas da Equação 5.34 e da Equação 5.35 a secção da asa experimenta forças e momentos inerciais e elásticos. Assim se a massa da secção for m e IO for o momento de inércia em torno do ponto O , as equações instantâneas de equilíbrio de forças e momentos podem ser escritas da seguinte forma Figura 5-11 0=-+- kymgcymL a&&&& Equação 5.36 0=-+- aa kymgcIM o &&&& Equação 5.37 Substituindo par L e M da Equação 5.34 e da Equação 5.35 obtém-se ( ) ( ) ( ) 0=--+--+-- aaa ��� LLLmgcyLkyLyLm yyy &&&&&& ������ Equação 5.38 ( ) ( ) ( ) 0=-+--+---- aaa �� MKMMIyMyMyMmgc aaoyyy &&&&&& ������ Equação 5.39 Os termos envolvendo y na equação da força e a na equação do momento são conhecidos como termos directos enquanto que os que contêm a na equação das forças e y na equação do momento são conhecidos por termos de acoplamento. A velocidade crítica de flutter está contida na Equação 5.38 e na Equação 5.39 dentro dos termos ���� ��� MMMMLLLL yyyy ,,,,,,, . . O seu valor corresponde à condição de que estas equações representam movimento harmónico simples. Acima desta velocidade crítica as equações representam movimento oscilatório divergente enquanto que a velocidades inferiores representam movimento oscilatório amortecido. Para movimento harmónico simples iwtiwt eeyy 00 aa =¾= Substituindo esta expressão nas relações anteriores e rescrevendo-as em termos matriciais obtém-se ( ) 0)()( )( 0 0 22 22 =ãâ á ÓÒ Ñ ßßà Þ ÏÏÐ Î -+-----+ --+-+--- aqwwww wwww ��� ��� y MkMiMIMMiMmgc LLiLmgcLkLiLm oyyy yyy ������ ������ Equação 5.40 A solução da Equação 5.40 é obtida facilmente por um computador havendo vários métodos disponíveis. Um método representa o movimento do sistema a uma velocidade V por � � � � tiwtiw eeyy �� =¾= �� aa 00 em que d+iw é uma das raízes complexas do determinante da Equação 5.40. Para qualquer velocidade V a parte imagináriaw dá a frequência da oscilação do sistema enquanto drepresenta a taxa de crescimento exponencial. A baixas velocidades a oscilação decai (d é negativo) e a altas velocidade diverge (d é positivo). Taxa de crescimento nulo corresponde à velocidade crítica de flutter Vf que pode ser calculado obtendo d para uma gama de velocidades e determinando Vf para d = 0. 5.3.3 Prevenção do flutter Foi visto anteriormente que o flutter pode ser evitado eliminando acoplamento inercial, aerodinâmico e elástico fazendo coincidir o centro de gravidade com o centro de independência e centro de flexão. Pode ser achado através dos termos de acoplamento na Equação 5.38 e na Equação 5.39. Na Equação 5.39 o acoplamento inercial é yMmgc ffff+ no qual yM fifi é usualmente muito mais pequeno do que mgc. Assim o acoplamento inercial pode ser virtualmente eliminado por ajuste da posição do centro de gravidade da secção da asa através de balanço de massa de modo a coincidir com o eixo de flexão, i.e. gc = 0. O termo do acoplamento aerodinâmico yM y &fl desaparece, como foi visto , quando o centro de independência coincide com o eixo de flexão. Os termos Myy e affi &�L são muito pequenos e podem ser desprezados de modo a que a Equação 5.38 e a Equação 5.39 ficam reduzidas a ( ) ( ) 0=--+-- a LyLkyLyLm yyy &&& !!! Equação 5.41 ( ) ( ) 0=-+-- aaa "# MKMMI aao &&& $$$ Equação 5.42 O termo restante, L % a, não pode ser eliminado uma vez que a força vertical requerida para manter o voo é produzida pela incidência da asa. A Equação 5.42 governa o movimento torsional da secção da asa e não contém termos de acoplamento pelo que, uma vez que todos os coeficientes são positivos a velocidades abaixo da velocidade de divergência da secção da asa, qualquer oscilação produzida, diga-se por ex. uma rajada, irá decair. Também , pela Equação 5.41, irá aparecer uma oscilação vertical que será mantida pelo termo L % a.. Contudo, oscilações rotacionais, como foi visto pela Equação 5.41, decaem de modo a que a força de sustentação L % a seja uma força (amortecida) (decaying) e não consegue manter a oscilação vertical. Na prática não é sempre possível evitar o flutter eliminando os termos de acoplamento. Contudo, aumentar a rigidez estrutural, mesmo que haja penalização devido ao aumento de peso, aumenta a velocidade crítica de flutter. Outra forma é colocar o centro de gravidade da secção da asa o mais perto possível do centro de flexão. Assim nas asas com motores, estes são colocados em pods bem à frente do eixo de flexão da asa. 5.3.4 Determinação experimental da velocidade de flutter A análise anterior cingiu-se ao modelo de flutter com dois graus de liberdade. Na prática a estrutura de um avião pode oscilar em muitas direcções. Por exemplo uma asa tem modos de oscilação fundamentais de torsão e flexão aos quais são sobrepostos os modos secundários. É possível ainda que as oscilações de flexão da fuselagem produzam mudanças na curvatura da asa afectando assim a sustentação da asa e as superfícies de controlo oscilarem em torno das dobradiças produzindo forças aerodinâmicas nas superfícies principais. As equações do movimento para um avião actual são muito complexas com um número N, de equações de movimento diferentes ( N pode ser tão alto como 12). Sendo assim, N equações de movimento acopladas. A uma dada velocidade, a solução das N equações corresponde a N valores diferentes de d+iw correspondendo a N modos de oscilação. Outra vez, como no caso de dois graus de liberdade, a velocidade crítica de flutter para cada modo pode ser encontrada calculando d para uma gama de velocidades e determinando o valor da velocidade para a qual se tem d = 0. Uma abordagem semelhante é usada experimentalmente num avião actual. O avião é posto a voar a uma velocidade estável e posto a oscilar ou por explodir um pequeno detonador na asa ou por superfícies de controlo ou por control jerk súbito. As oscilações resultantes são registadas e analisadas para determinar a taxa de decaimento. O procedimento é repetido para valores de velocidade maiores com pequenos incrementos. Os decaimentos medidos são representados em função da velocidade , resultando numa curva que é ilustrada na Figura 5-12. Esta curva é então extrapolada para o ponto de decaimento nulo correspondendo à velocidade crítica de flutter Vf. Esta abordagem requer uma estimação preliminar o mais apurada possível da velocidade de flutter uma vez que as oscilações induzidas acima da velocidade de flutter divergem conduzindo provavelmente a resultados catastróficos. Outro trabalho experimental envolve testes em túneis de vento em modelos de flutter, em que os resultados servem para verificar a validade dos resultados teóricos. Figura 5-12 5.3.5 Flutter nas superfícies de controlo Se uma superfície de controlo oscila em torno das dobradiças, são induzidas forças oscilantes na superfície central. Por exemplo, se uma asa oscila em flexão ao mesmo tempo que o aileron oscila em torno da dobradiça, pode ocorrer flutter originado na diferença de fase entre os dois movimentos. De forma semelhante pode ocorrer o flutter do elevador e rudder quando a fuselagem oscila devido à flexão. Outras formas de flutter em superfícies de controlo envolvem mais de dois tipos de movimento. Incluído nesta categoria estão a flexão da asa/rotação do aileron/tab e rotação do elevador/flexão da fuselagem/picada de corpo rígido e translação do avião completo. Pode ser mostrado que o flutter de superfícies de controlo pode ser evitado eliminando o acoplamento inercial entre a superfície de controlo e o movimento da superfície principal. Isto pode ser conseguido por equilíbrio de massas na superfície de controlo onde se colocam pesos na superfície de controlo à frente da linha de hinge. Todos os aviões recentemente construídos são sujeitos na vida de protótipo a um teste de ressonância terrestre para determinar os modos actuais e as frequências naturais. Os objectivos principais destes testes são a verificação da precisão dos modos calculados normalmente em que as previsões de flutter são baseadas e mostrar algumas particularidades não previstas no comportamento vibratório do avião. Normalmente o avião encontra-se num sistema de vibração de baixa frequência ou mesmo em cima dos seus esvaziados. Excitadores electrodinâmicos são montados aos pares nas asas e na cauda com acelerómetros como aparelhos de medição. O procedimento teste serve normalmente para descobrir as frequências de ressonância registando amplitudes e diferenças de fase de um certo número de acelerómetros numa dada gama de frequências. Tendo-se obtido as frequências de ressonância o avião é então excitado a cada uma dessas frequências individualmente sendo registados todos os valores dos acelerómetros simultaneamente.
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