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Apostila Cruz Alta Gestão (1)

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SISTEMA DE EDUCAÇÃO GAÚCHO - SEG
INSTITUTO BRASILEIRO DE GESTÃO E NEGÓCIOS- IBGEN
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO “LATO SENSU” EM FORMAÇÃO PEDAGÓGICA PARA DOCENTES DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA E TECNOLÓGICA
DISCIPLINA: GESTÃO E PLANEJAMENTO NO ENSINO PROFISSIONAL TÉCNICO E TECNOLÓGICO
CRUZ ALTA/RS DIAS: 18 E 19 DE MARÇO DE 2016 TURMA: 05
PROFESSORA: ILZA CRISTIANI (MESTRE EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO)
ENDEREÇO ELETRÔNICO: ilzacristiani@gmail.com
EMENTA: Concepção da docência, elaboração de currículo, planejamento, organização do tempo e espaço, gestão de classe, interação grupal, gestão dos diferentes espaços escolares.
OBJETIVOS: 
 - Potencializar a reflexão crítica sobre a prática docente na educação profissional; 
 - Promover condições que possibilitem a construção do conhecimento;
 - Privilegiar os saberes pedagógicos para a atuação profissional; 
 - Investir na formação de recursos humanos capacitados para exercer a docência nas instituições escolares;
 - Reconhecer a importância do planejamento;
 - Propiciar a compreensão de que o desenvolvimento profissional abrange também a dimensão pessoal e institucional.
PROGRAMA: 
- A docência.
- Concepção de currículo.
- A importância do planejamento na instituição escolar
- Gestão de Classe ou sala de aula
- Interação grupal
- Organização do tempo e espaço na escola
AVALIAÇÃO:
Constituirão critérios de avaliação:
- Participação assídua e efetiva dos alunos nas atividades propostas (20 pontos).
- Cumprimento pontual e responsável das atividades propostas: leituras, trabalhos individuais, trios, grupos, produções e posicionamentos (20 pontos).
- Demonstração da construção de conhecimento da disciplina através de trabalho avaliativo (40 pontos).
- Autoavaliação do aluno e avaliação do trabalho docente da profª. ILZA (20 pontos).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO SEG:
- ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez, 2013.
- FONSECA, D. M. da (org) Administração educacional: um compromisso democrático. Campinas: Papirus, 2001.
- HERNANDEZ, F; VENTURA.M. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegra: Artemed, 1998.
- RAYS, O. A. O conceito de aula: um dos saberes necessários à práxis pedagógica. 
- ______, Educação: ensaios reflexivos. Santa Maria: Pallotti, 2002.
SUGESTÕES DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA PROFª. ILZA
- ALVES, Rubem. O Desejo de Ensinar e a Arte de Aprender Campinas: Fundação EDUCAR D’Paschoal, 2004. 
- _________________. Ao professor com o meu carinho. Editora Bestbolso, 2003.
- _______________. A alegria de ensinar. Editora Papirus, 2005.
- ACÚRCIO, Marina Rodrigues Borges. A gestão da escola. Porto Alegre, Artemed, 2004.
BOLZAN, Doris Pires Vargas. Formação de Professores: compartilhando e reconstruindo conhecimentos. Porto Alegre: Mediação, 2002.
- CARVALHO, Marlene A. Formação de professores e práticas docentes: olhares contemporâneos. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
- COLOMBO, Sonia Simões... [et al.]. Gestão Educacional uma nova visão. Porto Alegre, Artemed, 2004.
- DEMO, Pedro. Ser professor é cuidar que o aluno Aprenda. Porto Alegre: Mediação, 2005.
- GANDIN, Danilo. A prática do planejamento. Petrópolis: Vozes, 2000
- HOFFMANN, Jussara. Avaliar respeitar primeiro educar depois. Porto Alegre: Mediação, 2012.
- IDANEZ, M. J. A. Como animar um grupo: princípios básicos e técnicos. Petrópolis: Vozes, 2004.
- LUNARDI, Algemir. Gestão de Pessoas. Ed. Qualit Mark, 2019.
- KONDER, Leandro. A questão da ideologia. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
- LIBANEO, José Carlos. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2010.
- MARQUES, Mario Osório. Formação do profissional da educação. Ijuí: Editora Unijui, 2004.
- NUNES, Celia Maria Fernandes. O professor e os Saberes Docentes. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010.
- NUZZI, Ronaldo. Estratégias imprescindíveis para o sucesso de uma instituição de ensino. Campinas, SP: 2009.
- OLIVEIRA, Djalma Pinho Rebouças de. Planejamento: conceitos, metodologia e prática. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2006.
- PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. São Paulo: Ática, 2008.
 - PERRENOUD, Philippe. 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.
- PIMENTA, Selma Garrido (org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, 2009, p. 15.
- PLACO, Vera Maria de Souza. As relações interpessoais na formação de professores. São Paulo: Loyola, 2002.
- RAMOS, Marise N. Possibilidades e Desafios na Organização do Currículo Integrado. São Paulo: Cortez, 2005.
- SACRISTÁN, Gimeno. A construção da diversidade e suas práticas. Porto Alegre: Artemed, 2009.
- SAVIANE, Demerval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações
 Editora: Autores Associados, 2005.
- SANTOS Boaventura de Souza. Para uma pedagogia do conflito. In: FREITAS, Ana Lúcia Souza de; MORAES, Salete Campos de (Orgs.). Contra o desperdício da experiência: a pedagogia do conflito revisitada. Porto Alegre: Redes, 2009.
- SILVA, José Barbosa. Valorização dos saberes docentes. Belo Horizonte: Autentica, 2007.
- TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2010.
- VASCONSELOS, Celso dos Santos. Planejamento. São Paulo: Libertad, 2000.
- VEIGA, I. P. A. Perspectiva para a formação do professor hoje. Campinas: Papirus, 2002.
- ---------, Ilma Passos Alencastro. (Orgs).Quem sabe faz a hora de construir o projeto político-pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2007.
- TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2012.
- VIEIRA, S. L. Gestão da escola – Desafios a enfrentar. Sofia L. Vieira (org.). Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2007, 141 p.
- ZIEGER, Lílian. Escola um lugar para ser feliz. Canoas: Editora ULBRA, 2004.
1- A DOCÊNCIA (Celso Vasconcelos)
 A sala de aula é um espaço riquíssimo de possibilidades de inúmeras aprendizagens. Aprender é condição humana, todas as aprendizagens se originam em contextos de interação, comunicação e empatia. Aprender é um ato simbólico que se dá pela via da identificação numa relação assimétrica e simétrica. Uma relação que coloca o professor como alvo de identificações, como um personagem a ser imitado de modo inconsciente. 
 Aprender é aprender com alguém, sendo necessário o circuito entre a necessidade e a satisfação, o receber e o dar, o sentir e o agir. A sala de aula é um diálogo ativo, sobre um relacionamento do qual este mesmo diálogo faz parte. Inúmeras vezes a figura do professor vem a representar os objetos internos, através dos quais os conflitos são vividos (RAMOS, 2001, p. 44). 
 Ensinar e aprender são indissociados; não se pode pensar em um sem estabelecer uma relação com o outro. O ensino e a aprendizagem supõem uma aceitação de limites por parte dos professores e dos alunos, um posicionamento frente às diferenças de como ser professor e como fazer, para que o conhecimento circule e não provoque impasses frente às demandas dos alunos.
 O trabalho docente contribui com a formação, construção e reconstrução de conhecimentos necessários ao aluno para tornar-se um profissional competente responsável, comprometido e, sobretudo humano.
 Pela natureza do trabalho docente concentrar-se em ensinar como contribuição ao processo de humanização dos alunos historicamente situados, torna-se necessário desenvolver nos alunos conhecimentos e habilidades que possibilitem construir seus saberes e fazeres docentes a partir dos desafios que o ensino como prática social lhe exige, o que lhe possibilita criar sua própria identidade. 
 Entretanto a relação dos docentes com os saberes não se reduz a uma função de transmissão dos conhecimentos já constituídos. Sua práticaintegra diferentes saberes, com os quais o corpo docente mantém diferentes relações. Pode-se definir o saber docente como um saber plural, formado pelo amálgama, mais ou menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares, curriculares e experiências (TARDIF, 2006, p. 36).
 O processo da identidade do professor menciona os saberes necessários a prática docente:
 - a experiência: a experiência de um professor se dá por meio da sua construção social, mudanças históricas da profissão, exercício profissional em diferentes escolas, a não valorização social e financeira dos professores, as dificuldades de estar diante de turmas de crianças e jovens turbulentos em escolas precárias, como também, pelo cotidiano docente, num processo permanente de reflexão sobre sua prática;
- o conhecimento: o conhecimento não deve ser entendido simplesmente como informação, mas sim, como o trabalho das informações através de sua classificação, análise e contextualização. A finalidade da educação profissional é possibilitar o trabalho dos alunos quanto aos conhecimentos científicos e tecnológicos, a fim de desenvolver habilidades para operá-los, revê-los e reconstruí-los com sabedoria;
- saberes pedagógicos: constituem-se no relacionamento do professor/aluno, na importância da motivação e do interesse dos alunos no processo de aprendizagem e das técnicas de ensinar, bem como, os saberes científicos, a experiência dos professores. Sendo assim, os profissionais da educação, em contato com os diferentes saberes sobre a educação profissional técnica e tecnológica, podem encontrar instrumentos para se interrogarem e alimentarem suas práticas, confrontá-los e produzir assim, os saberes pedagógicos.
 A ação docente é atividade profissional que se dá calcada pelas relações individuais e coletivas que se processam nas relações indivíduo/indivíduo (professor-aluno, professor-professor), indivíduo e grupo (professor-turma, professores-colegas) e nas relações grupo e grupo (alunos-professores, pais e professores),
 É pressuposto básico que o docente da educação profissional seja, essencialmente, um sujeito da reflexão e da pesquisa, aberto ao trabalho coletivo e à ação crítica e cooperativa, comprometido com sua atualização permanente na área de formação específica e pedagógica, que tem plena compreensão do mundo do trabalho e das redes de relações que envolvem as modalidades, níveis e instâncias educacionais, conhecimento da sua profissão, de suas técnicas, bases tecnológicas e valores do trabalho, bem como dos limites e possibilidades do trabalho docente que realiza e precisa realizar.
 Entende-se que se trata de um profissional que sabe o que, como e por que fazer e que aprendeu a ensinar, para desenvolver idônea e adequadamente outros profissionais. Tem papel e compromisso como educador, independentemente de outra atividade que venha a ter, contribuindo, assim, como participante ativo, para o desenvolvimento da educação profissional.
 Deve, portanto, ter capacidade para elaborar estratégias; estabelecer formas criativas de ensino e aprendizagem; prever as condições necessárias ao desenvolvimento da educação profissional, considerando suas peculiaridades, as circunstâncias particulares e as situações contextuais em que se desenvolve; realizar um trabalho mais integrado e interdisciplinar; promover transposições didáticas contextualizadas e vinculadas às atividades práticas.
 O perfil profissional do docente da educação profissional engloba, além das especificidades das atividades pedagógicas relativas ao processo de ensino e aprendizagem neste campo, as dimensões próprias do planejamento, organização, gestão e avaliação desta modalidade educacional 
 O perfil do docente da educação profissional precisa dar conta de três níveis de complexidade:
a) desenvolver capacidades de usar, nível mais elementar relacionado à aplicação dos conhecimentos e ao emprego de habilidades instrumentais;
 b) desenvolver capacidades de produzir, que requer o uso de conhecimentos e habilidades necessários à concepção e execução de objetivos;
c) desenvolver capacidades de inovar, nível mais elevado de complexidade relacionado às exigências do processo de geração de novos conhecimentos e novas soluções tecnológicas. 
 O trabalho docente é o conjunto das atividades desenvolvidas pelo professor na escola, levando-se em conta os fins e objetivos da instituição escolar. O desenvolvimento do trabalho docente, além de estar vinculado aos objetivos da instituição onde o professor atua, depende também do nível de ensino e dos aspectos conjunturais e estruturais da sociedade, envolvendo o processo de ensino presente na sala de aula e o processo de aprendizagem dos alunos.
O professor do Ensino Técnico não é concebido como um profissional da área da educação, mas um profissional de outra área e que nela também leciona. Por sua vez, as agências formadoras também encontram dificuldades na definição dos currículos para os cursos e programas de formação desse professor, considerando-se, sobretudo, a variada gama de disciplinas dos cursos técnicos, os diferentes setores da economia aos quais se referem, as características do aluno e do próprio quadro docente responsável pela formação desse futuro professor (OLIVEIRA, 2006). 
 Em se tratando de educação profissional, a formação do professor se dá por meio do trabalho e implica a análise de duas dimensões: a constituição de professor da educação profissional pelo trabalho específico e a constituição do professor pelo trabalho pedagógico. Isso significa que o professor de educação profissional precisa conhecer o trabalho que vai ser ensinado, e que, ao lecionar, ele também aprende, estabelecendo-se a complementaridade entre essas duas dimensões do âmbito profissional e do âmbito pedagógico.
 Conduzir uma sala de aula requer competências básicas que não podem ser desconsideradas. Ser professor exige saber, saber fazer e, sobretudo, saber ser. A dimensão saber é, talvez, a mais valorizada nos meios educacionais – é a competência técnica, que simboliza o domínio dos conteúdos básicos, das diferentes áreas do ensino e do fazer profissional. 
A competitividade do mundo contemporâneo, as transformações céleres dos conhecimentos, as novas tecnologias que surgem em espaços curtos de tempo e a necessidade de constante atualização nos impulsionam ao estado de além, na busca por uma aprendizagem continuada. Os nossos alunos merecem, e esperam de nós, informações atuais – o tempo não espera! As verdades universais estão em revisão e novos paradigmas surgem como respostas a novos desafios.
 Aqui resida o grande diferencial - SABER SER PESSOA JUNTO A OUTRAS PESSOAS. Perceber-se como mediador de relações interpessoais significativas. Acreditar-se ensinante e aprendente, porquanto aprendente e ensinante somos nós e os nossos alunos, nas relações que se desencadeiam entre as quatro paredes de uma sala de aula. Ser ou tornar-se pessoa, nas trocas pedagógicas – eis o grande desafio de ser professor! 
2- CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO (João Carlos Libâneo)
Pela origem etimológica, é uma palavra de origem latina Scurrere que designa caminho a percorrer, refere-se a um percurso a ser realizado. É a estrada que devemos percorrer para chegar a um destino. Pode-se dizer que a palavra currículo está bem apropriada para referir-se ao conjunto de conhecimentos e práticas que a educação realiza nas instituições educacionais. Por este olhar, currículo pode ser um objeto a ser definido e estudado, como diz Silva (2009), algo a ser descoberto e descrito. 
É uma caminhada dentro do processo de ensino e aprendizagem que vai ajustando os conteúdos a realidade dos alunos. O currículo envolve também:
 Questões de poder tanto nas relações professor/aluno e administrador/professor quanto em todas as relações que permeiam o cotidiano da escola ou fora dela,ou seja, envolve relações de classes sociais (classe dominante e classe dominada) e questões raciais, étnicas e de gênero, não se restringindo a uma questão de conteúdos (SILVA, 2007, p11)
 Veiga complementa:
Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-los, portanto produção, transmissão e assimilação são processos que compõem uma metodologia de construção coletiva do conhecimento escolar ou seja o currículo propriamente dito ( VEIGA, 2002, p. 7).
 Silva assim se expressa:
 O currículo é um dos locais privilegiados onde se entrecruzam saber e poder, representação e domínio, discurso e regulação. São também no currículo que se condensam relações de poder que são cruciais para o processo de formação de subjetividades sociais. Em suma, currículo, poder e identidades sociais estão mutuamente implicados. O currículo corporifica relações sociais (SILVA, 2010, p. 23).
 Sacristán afirma que:
O currículo é a ligação entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à educação; entre o conhecimento e cultura herdados e a aprendizagem dos alunos; entre a teoria (idéias, suposições e aspirações) e a prática possível, dadas determinadas condições (SACRISTÁN, 2009). 
 
 O currículo não é estático, ele foi e continua sendo construído. A organização do currículo deve procurar viabilizar uma comunicação entre todas as áreas do conhecimento. 
 O currículo escolar é um elemento importante para o planejamento do professor, pois pode organizar os conteúdos e as atividades, contudo ele é um recurso para o educador e não uma lei rígida ou um mandamento a ser seguido metodologicamente, ele pode ser usado como um norte para a práxis pedagógica, com flexibilidade de ajustes para melhor atender as reais necessidades dos educandos. 
As instâncias de determinação escolar do currículo atuam com desigual poder de influência real e de ordenação explícita sobre os diferentes âmbitos do currículo: os conteúdos, a metodologia, a avaliação, a organização e a inovação (SACRISTÁN, 2008).
 Em cada escola do nosso país, seja ela pública ou particular, de educação básica ou técnica existe uma equipe pedagógica, esta equipe vai trabalhar em conjunto para elaborar seu currículo escolar onde vão discutir sobre os conteúdos que vão ser aplicados dentro da sala de aula, nas mais variadas disciplinas dos cursos. 
 No planejamento curricular da escola profissional, técnica ou tecnológica deve constar: os objetivos da disciplina, os conteúdos necessários para cada curso e a critérios avaliativos dos alunos e professores.
 O currículo diz respeito à seleção, seqüência e dosagem de conteúdos da cultura a serem desenvolvidos em situações de ensino e aprendizagem. Compreende conhecimentos, idéias, hábitos, valores, convicções, técnicas, recursos, artefatos, procedimentos, símbolos etc. dispostos em conjuntos de matérias/disciplinas escolares e respectivos programas, com indicações de atividades/experiências para sua consolidação e avaliação.
 A organização curricular consiste, portanto, no conjunto de atividades desenvolvidas pela escola, na distribuição das disciplinas/áreas de estudo (as matérias, ou componentes curriculares), por série, grau, nível, modalidade de ensino e respectiva carga-horária – aquilo que se convencionou chamar de “grade curricular”. Compreende também os programas, que dispõem os conteúdos básicos de cada componente e as indicações metodológicas para seu desenvolvimento. 
 A organização curricular supõe a organização do trabalho pedagógico. Isto quer dizer que o saber escolar, organizado e disposto especificamente para fins de ensino e aprendizagem, compreende não só aspectos ligados à seleção dos conteúdos, mas também os referentes a métodos, procedimentos, técnicas, recursos empregados na educação da escola profissional.
 De acordo com Libâneo há três tipos de currículo:
- O CURRÍCULO REAL: aquele que realmente acontece em sala de aula, no exercício diariamente da docência dos profissionais da educação em decorrência de um projeto pedagógico e dos planos de ensino.
- O CURRÍCULO OCULTO: são atitudes e valores construídos pelas relações sociais e pelas rotinas do cotidiano escolar. Representa tudo o que os alunos constroem diariamente em meio às várias práticas, atitudes, comportamentos, gestos e percepções, presentes no meio social e escolar. O currículo está oculto porque ele não se manifesta claramente, não é prescrito, não aparece no planejamento do professor, embora se constitua importante fator de aprendizagem.
- O CURRÍCULO FORMAL, OFICIAL OU PRESCRITO: estabelecido pelos sistemas de ensino, expresso em diretrizes curriculares, na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), nos objetivos e nos conteúdos das áreas ou disciplinas de estudo, nas modalidades e níveis de ensino.
 O currículo pode ser entendido como um “artefato social e cultural” (LUNARDI, 2004) uma vez que é constituído por um conjunto de práticas locais, globais, encadeadas, desencadeadas, conflituosas e integradas. 
 É a escola inteira que deve ser motivadora; portanto, é a escola toda que deve se tornar educadora. A esse respeito, o enriquecimento do currículo não pode se restringir a mero acréscimo de disciplinas a serem estudadas, mas a uma verdadeira transformação da escola num lugar desejável pelo aluno, aonde ele não vá apenas para preparar-se para a vida, para profissionalizar-se, mas para vivê-la efetivamente (PARO, 2007, p. 11).
3- A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR (Ilma Passos)
 O trabalho docente é uma atividade consciente e sistemática, em cujo centro está a aprendizagem ou o estudo dos alunos sob a direção do professor.
 Planejar é prever e organizar as ações com determinadas finalidades, para se conseguir atingir mudanças. O planejamento tem como principal função garantir a coerência entre as atividades que o professor faz com seus alunos e as aprendizagens que pretende proporcionar a eles.
 O planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social. A escola, os professores e os alunos são integrantes da dinâmica das relações sociais; tudo o que acontece no meio escolar está atravessado por influências econômicas, políticas e culturais que caracterizam a sociedade de classes. 
 Isso significa que os elementos do planejamento escolar – objetivos, conteúdos, métodos – estão recheados de implicações sociais, têm um significado genuinamente político. Por essa razão, o planejamento é uma atividade de reflexão acerca das nossas opções e ações; se não pensarmos sobre o rumo que devemos dar ao nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos interesses dominantes na sociedade.
 Planejamento Escolar é o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. É um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social (LIBÂNEO, 2010).
 A ação de planejar é uma atividade consciente de previsão das ações docentes, fundamentadas em opções político-pedagógicas, e tendo como referência permanente situações didáticas concretas (isto é, a problemática social, econômica, política e cultural que envolve a escola, os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que interagem no processo de ensino).
 O planejamento escolar tem, assim, as seguintes funções:
- explicitar princípios, diretrizes e procedimentos de trabalho docente que assegurem a articulação entre as tarefas da escola e as exigências do contextosocial e do processo de participação democrática;
- expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, político-pedagógico e profissional, as ações efetivas que o professor irá realizar em sala de aula, através de objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas de ensino;
- assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho docente, de modo que a previsão das ações docentes possibilite ao professor a realização de um ensino de qualidade e evite a improvisação e rotina;
 - prever objetivos, conteúdos e métodos a partir da consideração das exigências propostas pela realidade social, do nível de preparo e das condições sócio-culturais e individuais dos alunos;
- assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente, uma vez que torna possível inter-relacionar, num plano, os elementos que compõem o processo de ensino: os objetivos (para que ensinar), os conteúdos (o que ensinar), os alunos e suas possibilidades (a quem ensinar), os métodos e técnicas (como ensinar) e a avaliação, que está intimamente relacionada aos demais;
- atualizar o conteúdo do plano sempre que é revisto, aperfeiçoando-o em relação aos progressos feitos no campo de conhecimentos, adequando-os às condições de aprendizagem dos alunos, aos métodos, técnicas e recursos de ensino que vão sendo incorporados na experiência cotidiana;
- facilitar a preparação das aulas: selecionar o material didático em tempo hábil, saber que tarefas professor e alunos devem executar replanejar o trabalho frente a novas situações que aparecem no decorrer das aulas.
 O grande desafio que se coloca é:
Mudar a mentalidade de que fazer planejamento é preencher formulários (mais ou menos sofisticados). Antes de mais nada , fazer planejamento é refletir sobre os desafios da realidade da escola e da sala de aula, perceber as necessidades, resignificar o trabalho, buscar formas de enfrentamento e comprometer-se com a transformação da prática (VASCONSELOS, 2000).
 É importante que o professor tenha registrado as suas intenções, procurando agir pedagogicamente de forma coerente com os objetivos elencados em seus planos de trabalho.
 Se um educador deseja ser um profissional reflexivo, que pensa criticamente sobre sua prática pedagógica e se desenvolve profissionalmente com esse processo, ele precisa registrar seu planejamento do ensino. 
 O planejamento da ação pedagógica ou planejamento didático deve explicitar: 
- as intenções educativas – por meio dos conteúdos e dos objetivos educativos, ou das expectativas de aprendizagem; 
- como esse ensino será orientado pelo professor – a operacionalização. As atividades de ensino e aprendizagem que o professor seleciona para coordenar em sala de aula, com o propósito de cumprir suas intenções educativas, o tempo necessário para desenvolvê-las; 
- como será a avaliação desse processo com critérios claros e de fácil entendimento pelos alunos.
TODO O PLANEJAMENTO DEVE TER COERÊNCIA COM AS AÇÕES EDUCATIVAS, DEVE SER FLEXÍVEL, SER REGISTRADO, TER CONTEÚDOS (EMENTAS), OBJETIVOS E O PROCESSO AVALIATIVO BEM DISCIPLINADO.
4- GESTÃO DE CLASSE OU SALA DE AULA (Celso Vasconcelos)
A gestão de classe tem como objetivo principal garantir a formação do sujeito. Através dela devemos estimular comportamentos positivos nos alunos, encorajando realizações acadêmicas, comportamento docente e discente adequados, garantindo a aprendizagem.
A gestão de classe concentra-se na importância de preparar o aluno para a vida, para o trabalho, para assumir responsabilidades. Com uma gestão bem sucedida, professores podem gerenciar suas salas de aula de uma forma melhor e mais efetiva.
Essa gestão consiste num conjunto de regras e de disposições necessárias para criar e manter um ambiente ordenado favorável tanto ao ensino quanto à aprendizagem. A gestão da classe depende do contexto. É verdade que seus grandes princípios podem ser aplicados de maneira geral, mas a definição da ordem muda segundo as atividades propostas, o tempo disponível, a organização material e social, assim como em função do padrão de comunicação privilegiado.
A gestão da classe como uma atividade fundamentalmente cognitiva, baseada na antecipação pelos professores, da trajetória provável das atividades da aula e no conhecimento das conseqüências dessas mesmas atividades sobre as situações de aprendizagem. Destaca que o planejamento da gestão da classe começa não somente com o trabalho de preparação, mas também com a implantação e a comunicação de regras, de procedimentos, de relações e de expectativas em face dos alunos assim que se inicia uma nova disciplina.
 Na educação profissional leva-se em conta a constante atualização, existem alguns aspectos a ser considerados ao ensinar algo ou ao promover desenvolvimento de competências e habilidades a alguém, principalmente quando falamos de aprendizes:
- verificar se o que vai ser ensinado e aprendido é necessário para sua inserção naquele mercado de trabalho;
- ampliar, no que for viável, o escopo de ensinamentos visando à formação mais global do aluno aprendiz;
- confirmar se os alunos conhecem o assunto que se pretende ensinar; 
- especificar de forma clara os resultados que se quer alcançar;
- selecionar e organizar experiências de aprendizagem;
- avaliar o desempenho dos alunos de acordo com os resultados esperados.
A análise e resolução destes aspectos incidem na construção estratégica do modo de ensinar. Assim, para ter a educação profissional como uma estrutura fundamentada, é primordial responder às seguintes questões:
- para onde vou? Determinação do objetivo que se quer atingir, onde se quer chegar.
- O que ou quem está formando? Analisar o público que recebe esta informação para utilizar a melhor forma de falar com ele.
- como chegarei lá? De que forma vou atingir o meu objetivo? Planejamento: ferramentas e métodos que serão utilizados para atingir o objetivo determinado.
- Como saber se chegou? Qual o resultado do meu trabalho? Monitoração das ações. Critérios para mensuração de resultados.
A educação profissional realizada com competência desenvolve no aluno a percepção “do quê e do por quê?” dos fatos. Faz com que ele aprenda “como fazer” e ainda estimula o “querer, a determinação” em realizar. Assim, aqui temos a prática do famoso CHA: CONHECIMENTO, HABILIDADE E ATITUDES.
É missão de a educação profissional ser a ação educativa que desenvolve competências para o trabalho. Assim, os jovens profissionais estarão preparados para suprir as necessidades das empresas e da sociedade, que necessita de trabalhadores capacitados e engajados no crescimento pessoal e também do nosso país.
5 - INTERAÇÃO GRUPAL (Claudia Zimermann)
 A interação grupal é um processo de socialização entre dois ou mais indivíduos que fazem parte de um grupo. Ela possui características que direcionam os indivíduos desse grupo a um objetivo comum. Ela também possui três características (coesão, cooperação e liderança), que afetam diretamente os indivíduos desse mesmo grupo.
- Coesão: pode ser definida como a quantidade de pressão exercida sobre os integrantes de um grupo a fim de que continuem nele. É resultante das forças que agem sobre um membro para que ele permaneça no grupo;
- Cooperação: associação de pessoas trabalhando juntas em prol de um ou mais objetivos. É a ação conjunta de dois ou mais indivíduos a fim de influir nos resultados de uma ou mais pessoas. Membros de um grupo formam coalizões quando isto lhes parece oportuno, quando os resultados podem ser mais compensadores.
- Liderança: durante décadas acreditou-se na figura do líder nato, que apresentava as seguintes características: inteligência, criatividade, persistência, autoconfiança e sociabilidade. É certo que muitas destas características ajudam o indivíduo a desenvolver o potencial de liderança, mas não se pode afirmar que um indivíduo será líder por apresentar estas credenciais. 
 Essasrelações sociais ocorrem, inicialmente, no grupo familiar, um estágio de preparação para participar, mais adiante, das relações sociais mais amplas. A preparação do indivíduo significa, ao longo de sua existência, que ele irá internalizar apropriar-se da realidade objetiva. E esta será fundamental na sua formação psíquica, um processo em permanente construção. Ao nascer, o homem entra num cenário construído sem a sua participação. É o mundo social, a realidade objetiva, formada por um modo de organização política, econômica e jurídica da sociedade, de uma cultura produto da construção humana.
 Dentre os elementos que compõe a prática educativa pedagógica, a relação interpessoal de professores e alunos é um dos aspectos mais difíceis e conflituosos. Isto porque, além de sua capacidade de liderança de domínio técnico pedagógico dos conteúdos, e da própria natureza da docência, exige do professor o domínio dos processos de interação que perpassam toda a ação educativa no processo de ensino e aprendizagem.
 O professor às vezes, desavisado ou despreparado no domínio das relações interpessoais ou o professor inseguro e tímido, que não superou seus limites emocionais e afetivos, ou o professor equivocado, pensando que com atitudes autoritárias em sala de aula irá conseguir disciplina ou resultado no produto de aprendizagem dos alunos, terá grande dificuldade de “ensinar”, de lidar com a classe, com o grupo que será muito mais coeso quanto mais ameaçado pelo professor.
 O ensino é coletivo a aprendizagem é individual. Os fenômenos que ocorrem na sala de aula, no grupo: cooperação, coesão, comunicação, interação, diálogo, empatia, simpatia, antipatia, competição, organização, amizade, etc., não são aproveitados só com a aprendizagem do conteúdo, mas da própria vida: ética, cidadania, participação, liderança, compromisso, responsabilidade, cooperação etc. É em função da especificidade da educação escolar que o domínio da interação grupal é tão importante na formação do professor.
 Quando imaginamos uma sala de aula em um processo interativo, estamos acreditando que todos terão possibilidade de falar, levantar suas hipóteses e nas negociações, chegar a conclusões que ajudem o aluno a se perceber parte de um processo dinâmico de construção (João Carlos Martins -Série Idéias).
  É um processo e um instrumento por meio do qual se pretende ressaltar a importância da dimensão relacional social do processo pedagógico, ressignificando uma instância que foi, aos poucos, sendo foco menor diante das exigências de uma sociedade profundamente desenvolvida em ciência e tecnologia, mas defasada em humanização.
 Síndromes de carências afetivas, isolamentos e individualismo, depressões e ausência de um sentido existencial convivem, lado a lado, com as grandes conquistas humanas na área do conhecimento.
 Trabalhar as relações interpessoais segundo um enfoque pedagógico significa lembrar que a escola (ou a organização do trabalho) não é apenas, um espaço de instrução ou fazer profissional, mas um espaço de encontros (desencontros) que ocorrem em função do convívio entre pessoas de diferentes identidades, apesar de interligadas em um mesmo ambiente social e cultural.
 A interação grupal e o desenvolvimento interpessoal na formação de educadores significam, em primeira instância, reconhecer que as interações humanas têm repercussões significativas na aprendizagem e no desenvolvimento dos sujeitos delas participantes.
6 - A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E ESPAÇOS NA ESCOLA (Dóris Bolzan)
 A noção de tempo faz parte da vida do ser humano e remonta aos primórdios da humanidade. Isto significa que ele era, e ainda é, um meio de regulação da vida social e uma forma do ser humano se orientar no mundo. Se considerarmos as comunidades mais antigas, veremos que usavam os movimentos do sol, da lua, das marés, as quatro estações do ano, entre outros fenômenos da natureza como referências temporais. Com o desdobramento dos processos sociais e históricos, essas referências foram sendo substituídos, pelos relógios e calendários, símbolos reguladores mais precisos e objetivos da vida cotidiana na sociedade atual.
 O tempo escolar, tal como ocorre hoje nas escolas profissionais, com a distribuição de conteúdos, matérias e atividades e o estabelecimento de horários, é fruto de mudanças das concepções de educação escolar e das reformas educacionais.
 Refletindo sobre o tempo escolar e sua relação com as práticas educativas, concordamos com Santos (2009) quando este afirma que é necessária uma outra forma de conhecimento, compreensivo e íntimo que não nos separe e antes nos una pessoalmente ao que estudamos. 
 Consideramos de extrema relevância interrogar uma nova forma de se pensar o tempo docente, isto é, seus fazeres pedagógicos e a organização do tempo de seu trabalho no cotidiano escolar. 
RESPONDER NO GRUPO E ENTREGAR:
 - COMO OS PROFESSORES LIDAM COM O TEMPO? 
 - O TEMPO DOMINA O PROFESSOR, OU ACONTECE O CONTRÁRIO? 
 - DE QUAL TEMPO ESTE PROFESSOR DISPÕE PARA SE ORGANIZAR?
O tempo – por sua natureza social e pelas práticas que comporta – constitui-se como fator imprescindível nas reflexões que levam em conta a(s) sociedade(s) e os grupos que o constroem. Entendido enquanto componente escolar será determinante na compreensão da teia que compõe a relação pedagógica existente entre a prática docente e sua profissão (desconheço autor).
 Historicamente, a organização escolar tem visto o gerenciamento do tempo de forma linear e seqüenciada. Em termos práticos, estamos nos referindo à existência de calendários escolares, bimestres, trimestres, anos letivos, turnos, graus, seriação, lista de disciplinas, entre uma série de outros fatores.
 Dentro da escola existem ainda outros tempos, como o das rotinas escolares, dos intervalos, da sala de aula, dos gestores administrativos e pedagógicos, das equipes, o tempo individual etc.
 Hoje o tempo da escola profissional é concretizado por carga horária (horas aulas trabalhadas) de acordo com cada uma das disciplinas nos mais variados cursos profissionalizantes das escolas técnicas e profissionais.
Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente. (Cortar o tempo – Carlos Drummond)
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