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1 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FLÁVIA RAMOS DIREITOS SOCIAIS E SUA EFETIVIDADE Palhoça 2 2017 FLÁVIA RAMOS DIREITOS SOCIAIS E SUA EFETIVIDADE Artigo Científico apresentado ao Curso de Graduação em Direito da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial para aprovação. Prof. Alexandre Botelho, MSC. Palhoça 2017 3 RESUMO O presente artigo tem o objetivo de exemplificar os direitos sociais e de como deveriam ser efetivados de fato em sociedade, como está descrito em lei. De fato, os direitos sociais são essenciais para a garantia da estabilidade do ser humano e para a sua sobrevivência em alguns casos. Esses direitos tem o intuito de manter a igualdade entre os povos que vivem em sociedade. São cruciais para que um país consiga crescer em qualidade de vida e em desenvolvimento econômico e social. Com a opinião de alguns autores, conseguimos ter alguma base de quais necessidades esses direitos são tirados, e de como a sua concessão é necessária para garantir condições de uma vida digna, e o surgimento igualdades entre os indivíduos. Enfim, nessa proposição os direitos argumentados no exposto, serão o direito à educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdência social, maternidade e assistência aos desamparados, previstos no artigo 6º da Constituição da República Federativa do Brasil. Palavras-chave Direitos Sociais. Igualdade. Social. 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 5 2. DESENVOLVIMENTO 5 2.1 ABORDAGEM HISTÓRICA DOS DIREITOS SOCIAIS 6 2.2 FINALIDADE DOS DIREITOS SOCIAIS 6 2.3 DIREITOS SOCIAIS 7 2.3.1 DIREITOS À EDUCAÇÃO 8 2.3.2 DIREITO À SAÚDE 8 2.3.3 DIREITO À ALIMENTAÇÃO 9 2.3.4 DIREITO AO TRABALHO 10 2.3.5 DIREITO À MORADIA 10 2.3.6 DIREITO AO TRANSPORTE 10 2.3.7 DIREITO AO LAZER 11 2.3.8 DIREITO À SEGURANÇA 11 2.3.9 DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL 11 2.3.10 DIREITO E PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA 12 2.3.11 ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS 13 3. CONCLUSÃO 15 REFERÊNCIAS 16 5 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objeto o estudo da relevância da aplicabilidade dos direitos sociais obtidos na promulgação da Constituição Federal de 1988. O tema ao qual me propus a analisar com o intuito de reconhecer, dentre os direitos sociais adquiridos, os direitos de livre expressão, educação, moradia, atitudes, reunião. Em vista do parâmetro delineado, constitui-se como objetivo geral deste trabalho proporcionar dúvidas e possíveis soluções quanto a sua efetividade desse direitos diante a sociedade. Por certo não se estabelecerá um ponto final em referida discussão, pois hoje, mesmo com esse grande avanço nos direitos, a situação continua precária. A análise do objeto do presente estudo incidirá sobre as diretrizes teóricas propostas por Norberto Bobbio, na obra Era dos Direitos, José Afonso da Silva, na obra Curso de Direito Constitucional Positivo, Ana Paula de Barcellos na obra A Eficácia Jurídica dos Princípios constitucionais. O princípio da dignidade da pessoa humana, Cláudia Ramalho em sua obra Desafios para o Lazer como prática social cidadã, Jayme Benvenuto Lima Junior em sua obra Os Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais e Ronei Plácido Ribeiro, na Monografia Direitos Sociais na Constituição de 1988 e sua efetividade jurisdicional, entre outras fontes de pesquisa. O trabalho em questão irá se desenvolver por meio de pesquisas bibliográficas e através destas se estabelecerá uma cronologia didática apresentando a trajetória histórica dos direitos sociais, a finalidade de seu surgimento e a garantia da eficácia do direito social à sociedade. 6 DESENVOLVIMENTO Os direitos sociais são necessários para todos os indivíduos da sociedade, seja ele de maior ou menor renda financeira. Eles resguardam a liberdade da pessoa. O direito quando efetivado é muito importante para a segurança, a dignidade, a sobrevivência e o lazer. 2.1 ABORDAGEM HISTÓRICA DOS DIREITOS SOCIAIS O surgimento dos direitos sociais, se fez a partir da promulgação da Constituição de 1988. Assim, existiu a necessidade de algumas exigências em relação a mão de obra escrava e jornadas de trabalho excessivas que existiam, reivindicando assim o fim delas. No século XIX, os movimentos socialistas contribuíram significativamente para o fortalecimento desses direitos. Foi nessa época também, que surgiu a expressão social que era entendida como a busca da justificação das dificuldades para a efetivação do justo social e também, a maneira de encontrar os meios para a solução do mesmo. Enquanto o liberalismo, declarado pela Revolução Francesa, assegurava a liberdade e o fim do Estado absolutista, os movimentos sociais buscavam proporcionar uma vida social digna para as pessoas. (LIMA JÚNIOR, 2001) No Brasil, os direitos sociais, mesmo que de modo mínimo, surgiram em 1824, com base no modelo das declarações de direito da Revolução Francesa de 1789. A constituição de 1934 foi a primeira a proclamar uma ordem econômica e social. Apesar disso, somente na Constituição de 1988 engrandeceu estes direitos ao plano de direitos fundamentais do cidadão. 2.2 FINALIDADE DOS DIREITOS SOCIAIS Os Direitos Sociais são reconhecidos no âmbito internacional em documentos como a Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948 e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966, bem como pela Constituição de 1988. Os constituintes americanos relacionaram os direitos do indivíduo ao bem comum da 7 sociedade. Os constituintes franceses pretendiam afirmar primária e exclusivamente os direitos dos indivíduos. Bem diversa será a idéia na qual se inspirará a Constituição jacobina, que é encabeçada pelo art. 1º, no qual se diz: ''Finalidade da sociedade é a felicidade comum''; essa Constituição põe em primeiro plano o que é de todos em relação ao que pertence aos indivíduos, o bem do todo em relação ao direito das partes. (BOBBIO, 1992, p. 84) Diante disto, a Constituição deveria ter como objetivo próprio o bem comum da sociedade. E a partir do surgimento dos direitos sociais, poderia se alavancar uma esperança ao que se chamava de trabalho escravo e vida miserável. Os problemas poderiam desaparecer caso tudo corresse da forma em que estava descrito em lei. A efetivação dos direitos sociais tem como finalidade proporcionar aos indivíduos da sociedade a garantia de respeito à vida, à liberdade, à igualdade e a dignidade, para que todos possam desenvolver sua individualidade de maneira estável. 2.3 DIREITOS SOCIAIS Os direitos sociais até então, são efeitos de muitos movimentos sociais históricos que buscaram pelos direitos e dignidade do ser humano. Com isso, todos têm direito de exigir seus direitos sociais, e a sua efetividade. Naturalmente a expressão “segurança”, quando citada, assume de forma natural o sentido de garantia, proteção e bem estar. Sob a postura da segurança social temos a definição expressa que a define através da aplicabilidade de vários meios que garantam aos indivíduos e suas famílias condições sociais dignas. (SILVA, 2000). Em à relação dos direitos sociais, José Afonso da Silva (2011, p. 286-289) explica: Assim, podemos dizer que os direitos sociais, como dimensão dos direitos fundamentais do homem, são prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normasconstitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais. São portanto, direitos que se ligam ao direito de igualdade. 8 Conforme está descrito no artigo 6º da Constituição Federal do Brasil, são direitos da sociedade, a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. 2.3.1 DIREITOS À EDUCAÇÃO Diante do artigo 205 da Constituição, que garante o direito à educação, é exposto que mesmo que o indivíduo tem garantia, mas que é também dever do Estado e da família com a cooperação da sociedade, estabelecendo que: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. O direito a educação é um direito fundamental para todos os cidadãos brasileiros amparados pela nossa Constituição Federal de 1988, no seu artigo 6º, portanto é um direito humano fundamental que tem um lugar de destaque na lista dos direitos humanos, e consequentemente é um direito indispensável que os brasileiros exerçam a sua cidadania. Entres todos os direitos, o direito a educação é indispensável. 2.3.2 DIREITO À SAÚDE A saúde é essencial, pois toda pessoa, independente da sua renda e social, tem direito à vida. E nisso, se encaixa o direito à saúde, para situações de tratamentos à doenças e acidentes. Podemos analisar no artigo 196, da Constituição a forma que o Estado reconhece esse direito: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 9 econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. A lei 8.080 de 1990, fala sobre as características para a promoção, assistência e recuperação da saúde, a coordenação e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências, e a lei 8.142 de 1990, que dispõe sobre a participação da comunidade no Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Essas leis regulamentam esses princípios, reafirmando a saúde como direito universal e vital do ser humano. Há um problema quanto a não efetividade da saúde pública, pois, há uma superlotação nos hospitais e nos postos de saúde. Existe também a falta de medicamentos e materiais essenciais para esses locais recebam os doentes e os que necessitam de saúde pública. 2.3.3 DIREITO À ALIMENTAÇÃO Em 2010 foi aprovada a Emenda Constitucional nº 64, que inclui a alimentação no artigo 6º da Constituição Federal. No entanto, isso não quer dizer que necessariamente será garantido esse direito na prática. Isso ainda é um desafio a ser encarado. Esse direito está inserido na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948: Art. 25. 1.Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade. A previsão da alimentação como um direito possui importante conquista para os que não possuem renda para sustento. A alimentação passa a ser um direito social, situada na Constituição Federal, essa preocupação deve fazer parte de todo programa de saúde pública do governo. Isso quer dizer que o Estado não poderá mais ficar parado e terá que encontrar um jeito de garantir alimentação para os que necessitam. 10 2.3.4 DIREITO AO TRABALHO Ao afirmar o trabalho como direito social, a Constituição ampara o direito ao trabalho, mas também e principalmente o direito ao emprego, como garantia de igualdade, liberdade e inclusão na sociedade. Um marco importante para que o trabalho pudesse ser protegido de forma integral por leis estatais foi a Revolução Industrial, onde o trabalho era realizado de forma escrava com duração de até dezoito horas diárias, muito mal remunerado e em condições prejudiciais na qual o homem tinha que acompanhar o ritmo da máquina de forma constante. A Constituição atual incluiu normas trabalhistas no que se diz respeito aos Direitos Sociais. Como se percebe, à medida que as Constituições foram se evoluindo, os direitos trabalhistas evoluíram também. A Constituição hoje defende o trabalho como indispensável e essencial para uma vida com dignidade. 2.3.5 DIREITO À MORADIA Esse direito foi inserido na Constituição pela Emenda Constitucional de nº 26, de 2000. A busca de um lugar para moradia é desde os tempos antigos uma necessidade do ser humano, principalmente aos cidadãos de renda inferior. Esse direito foi um avanço para os indivíduos que possuem uma maior necessidade de auxílio do Estado para a sobrevivência, e principalmente a moradia. Por isso, a efetivação de projetos sociais feitos pelo Estado, ajudam nesse ponto. Famílias que não tem renda alguma para sobrevivência própria e familiar. Ainda há muito o que ser feito em relação ao auxílio e efetivação de direitos de moradia, pois como podemos observar ainda existem muitas famílias sem assistência adequada. 2.3.6 DIREITO AO TRANSPORTE O transporte tem grande importância em nossa sociedade. Pois é com a efetivação desse direito que o povo pode chegar ao trabalho, à escola, aos compromissos de lazer. Por isso, sua existência e qualidade devem ser cobradas por todos, sejam usuários de transporte público ou não. O transporte é um direito essencial, que não pode ser visto como qualquer direito público, pois, todos precisam ter acesso e o governo tem que disponibiliza esse serviço. Assim como os demais direitos que asseguram o 6º artigo da Constituição, o 11 direito ao transporte necessita de mais atenção. Pois como já dito em outro momento, é essencial para o acesso dos indivíduos da sociedade. E também, tem que haver uma certa atenção do poder público, pois as situações atuais estão precárias e necessitam de mudanças. 2.3.7 DIREITO AO LAZER Além de ser reconhecido como direito social, o direito ao lazer é reconhecido como direito urbanístico. O lazer é necessário para que o ser humano possa descansar, se relacionar com outras pessoas, realizar atividades físicas, esportes, ou seja, tenha um momento de folga após do trabalho para recarregar as energias. Tanto para os adultos, o lazer também é destinado às crianças e aos adolescentes, que usam esse direito para criar, brincar, incentivando assim a sua criatividade e ajudando no seu desenvolvimento. Cláudia Ramalho (2008) declara que é dever das instituições sociais garantir o direito ao lazer. As instituições, como família, escola, empresa, igreja, clube, centro cultural e outras, tem o dever de criar oportunidades de diferentes tempos e espaços educativos para que elas possam vivenciar diversificados conteúdos culturais do Lazer com autonomia. O Estado deve cumprir seu papel na regulamentação do Lazer e o dever de prover as condições mínimas necessárias para que todas as crianças e suas famílias tenham acesso aos bens culturaisde Lazer disponíveis na sociedade. . 2.3.8 DIREITO À SEGURANÇA A segurança no meio dos direitos sociais mostra a finalidade de induzir o poder público a fornecer condições de segurança para que a sociedade exerça suas ações de forma segura. O problema com a segurança pública tem gerado muita polêmica nos tempos atuais. A sociedade não se sente mais segura na própria residência, onde deveria ser o lugar mais seguro. Apenas se vê notícias de assaltos, violência e crimes. O Estado tem o poder e a obrigação de dar segurança a todos, inserindo atividades de prevenção ao crime. 2.3.9 DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL No Brasil, o trabalhador que contribui mensalmente para a Previdência Social é 12 chamado de segurado e tem benefícios e serviços oferecidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como a aposentadoria, a pensão por morte, salário-maternidade, auxílio-doença, entre outros. O artigo 201 garante ao trabalhador e sua família: A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. Esses direitos são assegurados para todos que contribuem para a Previdência Social. Atualmente, houve algumas modificações que fizeram com que os cidadãos ficassem intrigados. Mas não como não é o foco deste artigo, não irei me prolongar. A Lei 8.742/93, por meio de seu artigo 2º, estabelece os objetivos da assistência social: A assistência social tem por objetivos: I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente: a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; e e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família; Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais. O Parágrafo Único desse artigo estabelece a finalidade da assistência social, levando à dignidade ao cidadão e direito aos serviços de qualidade. 2.3.10 DIREITO E PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA Esse direito além de constar no 6º artigo da Constituição Federal do Brasil, está 13 descrita no inciso XVIII do 7º artigo, que assegura licença à gestante, sem o prejuízo do emprego e do salário, com duração de cento e vinte dias. Nesse quesito, dá para que notar o aumento do período que a gestante tem a mais para a licença. Além do mais, se assegura também a estabilidade provisória que começa na confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. É necessário se entender que esse direito é apenas para as mulheres inscritas no sistema de previdência social. E não se abrange apenas as que estiverem empregadas, mas também, aquelas que são autônomas e estão vinculadas a esse sistema. O inciso XIX do 7º artigo se prevê a licença paternidade. Essa lei ainda não foi editada, sendo assim, o pai tem fixado cinco dias para afastamento. Houve uma ampliação de licença, pois o artigo 473, inciso III, da Consolidação das Leis do Trabalho previa apenas um dia de afastamento remunerado. 2.3.11 ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS Os benefícios de assistência aos desamparados são diferentes dos direitos que tem como base a Previdência Social. Esses benefícios são para concedidos aqueles que contribuem para o sistema. O auxílio-gás e o programa de renda mínima às famílias carentes da Lei 9.533 de 1997, unidos no Programa Bolsa Família instituído pela Lei 10.836, do ano de 2004, são exemplos de benefícios assistenciais, não precisando de contribuição. Mesmo esses benefícios sendo essenciais e úteis para tantas famílias que necessitam de amparo, muitas famílias não têm esse acesso e nem recebem esse direito. O benefício de maior importância é sem dúvida o de prestação continuada. Que está descrito no Artigo 203 da Constituição: A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 14 No inciso V, está mais explicado esse benefício. Que garante ao portador de deficiência e ao idoso que não possuem meios de auto sobrevivência, um salário mínimo de benefício mensal. Esses são apenas alguns benefícios de tantos que podem e precisam ser feitos, pois existem muitas pessoas que estão em situações desesperadoras de sobrevivência que precisam de amparo do Estado. 15 3 CONCLUSÃO O presente artigo teve como objetivo único e direto, a compreensão e a definição dos direitos sociais quando efetivados na sociedade. Esse tema parece bastante fácil de se compreender, pois, poderia eu expressar isso nessa conclusão, mas existe mais do que apenas a compreensão de cada um dos direitos para os indivíduos da nossa sociedade. É uma ingenuidade pensarmos que cada um desses direitos descritos no 6º artigo da Constituição está tendo efetividade na vida do povo da nação brasileira. A ideia de direito social nos da noção de um direito que é disponível para todos a qualquer momento de modo simples. Mas não é. Existe a dificuldade de o cidadão encontrar a real efetividade de cada um dos seus direitos que são expressamente oferecidos pela Constituição. Existiram para que esses direitos existissem, muitos movimentos sociais, muita luta. Mas ainda existe muito o que encarar, falta muito o que ser feito para que o povo esteja completamente amparado. Não somente o povo de baixa renda necessita desses direitos, mas sim, todo e qualquer cidadão. É necessário a inclusão de programas de assistência médica mais ampla, transporte público adequado a alta demanda dos usuários, assistência aos estudantes que necessitam de uma educação de qualidade para um futuro digno, amparo para os necessitados que não possuem auto sustento. A lei tem que garantir a efetividade desses direitos que foram garantidos a partir da aprovação da Constituição de 1988. Porém, isso não é um caso que será corrigido e posto em prática tão facilmente,é necessário a intervenção do estado para que ele faça valer seu posicionamento a partir da lei que já foi imposta, mas que por diversos momentos não são efetivos. 16 REFERÊNCIAS BARCELLOS, Ana Paula de. A Eficácia Jurídica dos Princípios constitucionais. O princípio da dignidade da pessoa humana. . Rio de Janeiro, Renovar, 3ª ed. 2011. BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1992. LIMA JUNIOR, Jayme Benvenuto. Os Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais. Rio de Janeiro: Renovar, 2001. RAMALHO, Claudia. Desafios para o Lazer como prática social cidadã, 2014. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 18. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. SILVA, José Afonso de. Curso de Direito Constitucional Positivo. 34. ed., São Paulo: Malheiros, 2011. RIBEIRO, Ronei Plácido. DIREITOS SOCIAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 E SUA EFETIVIDADE JURISDICIONAL.73 f. Monografia - Curso de Direito. Fundação Universidade Federal de Rondônia, 2016. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: <http://www.ohchr.org/EN/UDHR/Documents/UDHR_Translations/por.pdf> Acesso em: 17 de junho de 2017. Direito ao transporte. Disponível em: <http://guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1246&Itemid=2 90> Acesso em: 17 de junho de 2017. Direito humano à alimentação adequada e soberania alimentar. Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/consea/comunicacao/artigos/2014-1/direito-humano-a- alimentacao-adequada-e-soberania-alimentar> Acesso em: 17 de junho de 2017. 17 Direitos sociais: direito à moradia. Disponível em: <http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12892&revista_cad erno=9> Acesso em: 23 de junho de 2017. Planalto. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>
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