Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM EM CLÍNICA CIRÚRGICA CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS: PÓS OPERATÓRIO SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI MARIA TEREZINHA HONORIO 2019 Os cuidados pós-operatório: são aqueles realizados após a cirurgia, até a alta. 2 Subdivide-se em: Pós-operatório imediato (POI): Desde a recuperação pós anestésica até 24-48 horas após a cirurgia: Pós operatório mediato: após as 24 horas até 7 dias Pós- operatório tardio: após 7 dias. CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS: PÓS OPERATÓRIO SMELTZER& BARE, 2018 Imagens: www.fotosearch.com.br Os cuidados pós-operatório: são aqueles realizados após a cirurgia até a alta. 3 CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS: PÓS OPERATÓRIO ObjeBvo: visam ajudar o recém operado a normalizar suas funções com conforto, de forma rápida e segura. O enfermeiro é o responsável pelo planejamento e gerenciamento dos cuidados de enfermagem. SMELTZER& BARE, 2018 Imagens: www.fotosearch.com.br 4 Os cuidados pós-operatórios compreendem: ajuda conBnua para a recuperação dos efeitos da anestesia (funções motoras e sensoriais); Implementação de medidas que levem ao auto cuidado, o gerenciamento do regime terapêuBco, visando a alta e a recuperação plena. SMELTZER& BARE, 2018 Imagens: www.fotosearch.com.br avaliação do estado fisiológico; 5 tratamento da dor; Monitorização quanto as complicações; Os cuidados pós-operatórios compreendem: SMELTZER& BARE, 2018 Imagens: www.fotosearch.com.br Cuidados pós-operatório na admissão do cliente na clínica: • o enfermeiro deve receber o cliente na clínica, oferecendo apoio psicológico para o cliente e família, propiciando as informações necessárias; • transferir o cliente da maca para o leito com cuidado, sem movimentos bruscos; • monitorar a respiração e instalar O2, quando prescrito; • avaliar o nível de consciência, a orientação no tempo e espaço; • avaliar a capacidade para movimentar as extremidades; • avaliar o local da cirurgia e os sistemas de drenagem da ferida; 6 CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS: PÓS OPERATÓRIO SMELTZER& BARE, 2018 Cuidados pós-operatório na admissão do cliente na clínica: • Conectar todos os tubos de drenagem por gravidade ou por aspiração, e monitorar o sistema de drenagem; • posicionar o cliente de forma a promover conforto, segurança (cabeça lateralizada, grades) e expansão pulmonar; • avaliar as linhas de infusão venosa observando permeabilidade, gotejamento e tipo de solução; 7 CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS: PÓS OPERATÓRIO SMELTZER& BARE, 2018 Cuidados pós-operatório na admissão do cliente na clínica: • monitorar os sinais vitais - controlar pulso, PA e respiração: na 1ª hora: de 15 em 15 minutos; na 2ª e 3ª hora: de 30 em 30 minutos; seguindo o controle conforme estabilidade. controlar temperatura de 4 em 4 horas após estabilidade. • observar a pele quanto a calor, umidade, e coloração; 8 CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS: PÓS OPERATÓRIO SMELTZER& BARE, 2018 • avaliar intensidade e características da dor (verificar última administração de analgésico); • posicionar a campainha ao alcance do cliente; • disponibilizar cuba-rim, comadre ou papagaio; • Avaliar débito urinário no sistema de drenagem fechada; estimular a micção espontânea e verificar presença de globo vesical; • reforçar a necessidade de iniciar exercícios de respiração profunda, mobilização no leito, exercícios com membros inferiores. 9 CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS: PÓS OPERATÓRIO SMELTZER& BARE, 2018 10 CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS: PÓS OPERATÓRIO Imagem: www.fotosearch.com.br AVALIANDO O CLIENTE NO PÓS OPERATÓRIO O Que já sabemos… 1. Que parâmetros clínicos são importantes na avaliação do cliente no pós operatório (PO)? 2. Como se avalia a ventilação pulmonar de uma pessoa no PO? 3. Que alterações podem acontecer na Estabilidade hemodinâmica no PO? Explique. 4. Que alterações de temperatura podem ocorrer no pós operatorio? Qual o significado delas? 5. Que fatores podem alterar o estado mental no PO? 6. Como a função gastrointestinal pode ser afetada no PO? 12 § muitos clientes cirúrgicos vivenciam algum grau de dor no PO; A enfermagem deve avaliar o efeito terapêuBco da analgesia prescrita. § fatores que influenciam a experiência de dor: afeBvos, emocional, cogniBvo, experiências anteriores; § a dor, a sua intensidade e o nível de tolerância do cliente dependem: - local da incisão; - natureza do procedimento cirúrgico; - extensão do trauma; - anestésico uBlizado (cefaléia pós raquianestesia que pode aparecer até o 7º dia); SMELTZER& BARE, 2018 Avaliando e tratando a dor: Outras avaliações importantes no pós-operatório: 13 Avaliando e tratando a dor: - posicionamento/imobilidade; - Bpo de incisão e compressão pelo curaBvo; - retenção urinária; - a dor intensa esBmula a resposta ao estresse afetando o sistema cardíaco e imunológico. n quando os impulsos da dor são transmiBdos, aumenta a tensão muscular e a vasoconstrição local. A isquemia na área afetada provoca esBmulação dos receptores da dor. Quando esses impulsos chegam ao SNC, aBva a aBvidade simpáBca aumentando a demanda do miocárdio e o consumo de O2, deixando o cliente mais susce]vel a insuficiência cardiovascular e a infecção. Avaliações importantes no pós-operatório: 14 n complicações como deiscência de sutura, evisceração, podem ocorrer com clientes obesos, desnutridos, e ou que promovam esforços extremos de tosse. n a hemorragia é uma grave complicação cirúrgica por isso a importância de monitorar o local da incisão e os sinais vitais. n Deve-se atentar a sinais de choque hipovolêmico: Pele fria, úmida e pálida, freqüência cardíaca aumentada, respiração rápida e profunda, temperatura baixa, PA baixa, oliguria e agitação. Importante: manter acesso venoso e MMII elevados a 20º (quando não for contra-indicado). SMELTZER& BARE, 2018 Avaliar a incisão cirúrgica 15 Avaliando e tratando a incisão cirúrgica: n é importante monitorar as drenagens na incisão e drenos, os aspectos da incisão e periincisionais. Drenos com pressão negaBva deve-se atentar para a sua efeBvidade, observar presença de abaulamento, drenagem de sangue vivo atentando para a caracterísBca da mesma, Bpo de escoamento (borbulha, jato..) SMELTZER& BARE, 2008 A figura mostra uma deiscência de sutura 16 SMELTZER& BARE, 2008 IMPLEMENTAÇÃO DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM 17 SMELTZER& BARE, 2008 ESTUDO DE CASO ESTUDO DE CASO • A paciente A.B.C. uma mulher branca de 49 anos foi admitida no setor de emergência de um hospital da grande Florianópolis com história de cinco dias de dor abdominal progressiva, no qual havia iniciado como desconforto epigástrico. Estava acompanhada de náuseas, porém sem vômitos. Alegava ainda o uso de Sulfametoxazol/ Trimetoprima e ácido acetilsalicílico por três dias sem prescrição médica. Relata que há dois anos teve episódio agudo idêntico ao apresentado atualmente sendo diagnosticado diverticulite que foi tratada com antibioticoterapia durante 10 dias com melhora dos sintomas. Os hábitos diários consistem em alimentar-se basicamente de lanches: empadas, coxinhas. Raramente come saladas e frutas. Bebe cerca de dois copos de água por dia, urina mais ou menos três vezes no dia com aspecto concentrado e fétido e evacua a cada quatro dias. Trabalha durante todo o dia como secretária e não faz atividade física. Dorme cercade 5 horas diárias e julga insuficiente para seu descanso, pois acorda sempre muito cansada. Sem antecedentes de doenças infecciosas, cirurgias e neoplasia familiar. É portadora de Diabete Mellitus do tipo II diagnosticado há três anos, Faz uso de hipoglicemiante oral (glibenclamida) duas vezes ao dia. Seu exame físico revelou regular estado geral, Peso: 80 kg, Altura: 1,60 m, temperatura axilar 37.2ºC, pulso de 88bpm, P.A 120/80 mmHg, R: 15 mpm, glicemia capilar 130 mg/dl. Eupneica, havia uma leve tensão abdominal, principalmente na fossa ilíaca esquerda e especialmente à palpação profunda. As radiografias de tórax e abdome estavam normais. Foi internada para acompanhamento com prescrição de antibioticoterapia sem melhora dos sintomas. No sétimo dia de internação foi então submetida à laparotomia, através de incisão mediana supra infra umbilical. Foram identificados inúmeros divertículos no sigmóide. A cirurgia consistiu basicamente na retirada da parte do intestino onde se encontram os divertículos e posterior reanastomose das partes que restaram do Intestino. A cirurgia durou aproximadamente três horas e ocorreu sem intercorrências. Não houve quebra de técnica asséptica. O estudo anatomopatológico revelou divertículos falsos sem ulceração e com processo inflamatório agudo. ESTUDO DE CASO • Admitida na unidade de Clínica Cirúrgica no POI, sonolenta, responde a estímulos verbais quando interrogada, , mantém queixa dor (graduação 8 na escala numérica) no local da incisão. Ao exame físico encontra-se sonolenta, pouco comunicativa PA: 110X 60 mmhg; FC 102 b.p.m; FR 12 mpm [Valores referência GELBECK, 2013_ PAS: 125 A 130 mmHg; PAD: 65 a 80 mmHg; FC: 60 a 90 b.p.m.; FR: 12-20 i.r.p.m (20-40 anos), 16-25 i.r.p.m (+ 40 anos)], respiração superficial com SO2 95%; força muscular diminuída. Recebeu oxigenioterapia em máscara a 3l/ min, Mantém fluidoterapia em MSD com SGF a 28 gts/min, incisão cirúrgica em região mediana do abdômen com curativo limpo e seco, cateter peridural para analgesia pós operatória, MMII com força muscular bilateralmente preservada. Após 15 min, na clínica cirúrgica, apresentava-se mais sonolenta, com respiração superficial, não respondia aos comandos, FR: 10 mpm,. Foi colhida gasometria arterial que mostrou SO2 82% (mesmo com 02 suplementar), PH baixo, paCO2 alto e PaO2 baixo. ESTUDO DE CASO • RESPONDA: • Que complicação pós operatória está sendo desenvolvida pela paciente? Explique os parâmetros clínicos que você utilizou para chegar a essa conclusão? • Quais as possíveis causas dessa complicação? • Por que a morfina está prescrita no POI? • Elabore os diagnósticos de enfermagem neste POI? • Liste as intervenções de enfermagem específicas para cada diagnóstico. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Alívio da dor no câncer. Brasília: SNAS/ DPS/CC, 1991. 2. BRUNNER, L.S.; SUDDARTH, D.S. Tratado de Enfermagem Médico- Cirúrgica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 3. SALUM, A.M.C; PARANHOS, W.I; SILVA, S.C. Discussão de casos clínicos e cirúrgicos: uma importante ferramenta para a atuação do enfermeiro. São Paulo: Atheneu, 2009. OUTROS CUIDADOS IMPORTANTES NO PÓS OPERATÓRIO 23 Encorajando a mobilização: n bene`cios da deambulação precoce: - aumenta a venBlação e reduz a estase de secreções brônquicas prevenindo atelectasia e pneumonias; - reduz a distensão abdominal pelo aumento do tônus do trato gastrintesBnal e da parede abdominal que esBmula a peristalse; - reduz a possibilidade de trombose, tromboflebite e de embolia, pois previne estase sangüínea e aumenta a velocidade de circulação nas extremidades; SMELTZER& BARE, 2018 24 n Cuidados na deambulação precoce: - hipotensão ortostáBca (postural) devido a alteração no volume circulante; - posicionar (elevar) gradaBvamente o cliente ajuda o sistema circulatório a se adaptar: 1º- elevar a cabeceira, 2º-sentar no leito com as pernas para fora da cama; 3º levantar com o auxílio e acompanhar na caminhada, cuidando para que a caminhada não seja exausBva. n o controle da dor com analgésico facilita a mobilização. SMELTZER& BARE, 2018 Imagem: www.fotosearch.com.br 25 n Exercícios no leito devem ser incenBvados até que seja possível a deambulação: - exercícios com os braços, mãos e dedos; - exercícios com os pés e pernas (elevação, flexão e elevação); - exercícios de contração de abdômen e glúteos; n o controle da dor com analgésico facilita a mobilização. SMELTZER& BARE, 2018 Imagem: www.fotosearch.com.br 26 - manter grade no leito; - avaliar nível de consciência e ver possibilidade de devolver seus p e r t e n c e s p e s s o a i s : dentadura,equipamentos auditivos, lente de contato... - propiciar ambiente tranqüilo para repouso ( iluminação, ventilação...) - deixar a companhia a disposição do cliente e familiares; - orientar para que não faça movimentos bruscos e não tente levantar sem ajuda. SMELTZER& BARE, 2018 Mantendo o ambiente seguro: Avaliando e gerenciando a micção voluntária: • o enfermeiro deve avaliar frequentemente a presença de globo vesical ; • a anúria também pode ser um complicador no PO; • espera-se que o cliente urine dentro de 8 horas; • a retenção tem como causa: a anestesia e os opióides que interferem na percepção da bexiga cheia e na urgência de urinar, inibem a capacidade de iniciar a micção e esvaziar completamente a bexiga; • cirurgias abdominais, pélvicas e quadril podem aumentar probabilidade de retenção devido a dor; • o uso de papagaio e comadre e a posição deitada pode contribuir com a retenção. 27 SMELTZER& BARE, 2018 Avaliando e gerenciando a micção voluntária Algumas técnicas devem ser usadas para estimular a micção espontânea antes que aconteça o cateterismo,como: • deixar fluir água na torneira; • aplicar calor no períneo (quando não tiver contra-indicação); • aplicar água morna no períneo; • aquecer a comadre antes de posicioná-la; • utilizar cadeira higiênica (quando ele tiver condições de sair do leito); • quando o cateterismo é inevitável, deve-se optar pelo intermitente e pode ser repassado num intervalo de 4 a 6 horas até que o cliente inicie a micção espontânea. 28 SMELTZER& BARE, 2018 Prestando apoio emocional ao paciente e família: • A enfermeira deve estar atenta as necessidades de apoio emocional ao cliente e família; • Reorientar sobre a seqüência de cuidados a ser dado minimiza esta ansiedade. Informar sobre: • Importância e tempo de manutenção do equipamento como: sonda nasogástrica, sonda vesical e drenos, fluidoterapia; • quando poderá sair do leito; • quanto a importância de comunicar dor e desconfortos; • quando poderá se alimentar; • quanto a importância da micção espontânea; • quanto a possibilidade de visitas e de acompanhante. 29 SMELTZER& BARE, 2018 30 SOBECC- SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DO CENTRO CIRURGICO, RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO. Práticas recomendadas. 4 Ed. São Paulo. 2017. NETTINA, S. M. Prática de enfermagem. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2007. AULER JUNIOR, J. O. C.; MIYOSHI, E.; LEITÃO, F. B. P.; BELLO, C. N. Manual teórico de anestesiologia para o aluno de graduação. São Paulo: Atheneu. 2004. CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS SMELTZER, S.C., BARE, B.G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS
Compartilhar