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AULA 1 e 2

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE 
SAÚDE DA MULHER NO 
BRASIL
Daiane Govoni Orviedo Piccini
AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE 
DA MULHER 
 Como surgiram?
 O que são?
HISTÓRIA DE DISCRIMINAÇÃO À 
MULHER
HISTÓRIA DE DISCRIMINAÇÃO À 
MULHER
 Até 1830 Os homens podiam matar as mulheres 
adúlteras. Dispositivo legal que permitia ao marido 
“emendar a mulher das más manhãs pelo uso de 
chibatas”;
 Código Civil - 1916: Para proteger a família, a 
mulher deveria ter autorização do marido para 
poder trabalhar (Em vigor até 2002);
 “Crime em legítima defesa da honra”: homens que 
matavam as mulheres adúlteras eram absolvidos.
PRINCIPAIS CONQUISTAS DAS 
MULHERES
 1827: Surge a primeira lei sobre educação das 
mulheres, permitindo que frequentassem as escolas 
elementares.
 As instituições de ensino superior eram proibidas
às mulheres.
 A educação feminina restringia-se ao aprendizado 
das boas maneiras e das prendas domésticas.
PRINCIPAIS CONQUISTAS DAS 
MULHERES
 Em 1832 tem início o ensino oficial de Obstetrícia 
para mulheres.
 Na faculdade de medicina do Rio de Janeiro, 
diplomou-se em 1834 a mais célebre das parteiras, 
francesa de nascimento, Maria Josefina Matilde 
Durocher, que vestia-se como homem, porque 
exercia uma “profissão masculina”. 
PRINCIPAIS CONQUISTAS DAS 
MULHERES
 Em 1849, a Faculdade de Medicina da Bahia
passou a aceitar mulheres e em 1887 formou a 
gaúcha Rita Lobato Freitas, que teve coragem de 
enfrentar a resistência e o machismo.
PRINCIPAIS CONQUISTAS DAS 
MULHERES
 No código eleitoral Provisório, de 24 de fevereiro 
de 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, 
o voto feminino no Brasil foi assegurado, após 
intensa campanha nacional pelo direito das 
mulheres ao voto.
PRINCIPAIS CONQUISTAS DAS 
MULHERES
 Chegada e difusão da pílula anticoncepcional no 
Brasil, 1962 - 1972:
Saúde das mulheres - Linha do tempo das 
conquistas
AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE 
DA MULHER 
 Surgiram pela necessidade de garantia de 
igualdade de direitos das mulheres.
 Políticas pública são um conjunto de ações do 
governo que irão produzir efeitos específicos. 
 São criadas para que se resolvam os problemas da 
sociedade, e por repercutirem na economia e na 
sociedade são de interesse do governo e dos 
pesquisadores que trabalham junto para encontrar 
explicações e planos de ações para resolução 
desses problemas.
AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE 
DA MULHER 
 Em 1986, realizou-se no Brasil a VIII Conferência 
Nacional de Saúde, um dos eventos sociais sobre a 
saúde da população brasileira mais significativos, 
que contou com a participação de todos os setores 
da sociedade.
AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE 
DA MULHER 
 Nesse evento, estiveram presentes os movimentos 
de mulheres que foram imprescindíveis para 
determinar um novo conceito sobre saúde-doença, 
muito mais abrangente do que aquele que havia 
até aquele momento.
CONCEITO SOBRE SAÚDE E DOENÇA DA 
MULHER ANTES DA DÉCADA DE 80
 O conceito mais aceito e exposto sobre o que é a 
saúde da mulher abordava aspectos da biologia e 
da anatomia do corpo feminino.
 A saúde da mulher restringia-se apenas à saúde 
materna ou à ausência de doenças associadas à 
reprodução humana, o que justifica ações restritas 
à manutenção da saúde durante o processo 
gestacional, à prevenção de câncer cérvico-uterino 
e mamário, além da prevenção de gravidez 
indesejável e doenças sexualmente transmissíveis.
Movimentos 
internacionais pelos 
direitos das mulheres
NOVO CONCEITO SOBRE SAÚDE E 
DOENÇA DA MULHER
 Em seu sentido mais abrangente, a saúde da mulher 
é resultante das condições de alimentação, 
habitação, educação, renda, meio ambiente, 
trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, 
acesso e posse da terra e acesso a serviços de 
saúde.
PAISM 1984
 Em 1984, o MS elaborou o Programa de 
Assistência Integral à Saúde da Mulher – PAISM.
 Que marcou um novo tempo e uma forma de 
eleição de prioridades assistenciais à população 
feminina no Brasil e foi integrado aos princípios e 
às diretrizes propostos pelos SUS, como 
universalidade, integralidade, descentralização, 
hierarquização, regionalização.
PAISM 1984
 Incorporaram-se ainda ações educativas, 
preventivas, de diagnóstico, tratamento e 
recuperação, que englobavam o todo do ciclo de 
vida da mulher: ginecologia, pré-natal, parto, 
puerpério, climatério, planejamento familiar, 
Infeções Sexualmente Transmissíveis, câncer de 
colo de útero e de mama e violência sexual.
PAISM 1984
 Apesar do progresso e ampliação da assistência à 
mulher, a área técnica de saúde da mulher 
percebeu que algumas questões importantes das 
mulheres não estavam sendo abrangidas pelo 
programa:
 Como infertilidade e reprodução assistida, saúde 
da mulher na adolescência, doenças crônico-
degenerativas, saúde ocupacional, saúde mental, 
doenças infecto-contagiosas, atenção às mulheres 
rurais, deficientes, negras, indígenas, presidiárias
e lésbicas e a discussão sobre a mulher e o meio 
ambiente.
PAISM 2004
 O Ministério da Saúde, considerando que a saúde 
da mulher é prioridade, elaborou o documento 
“Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da 
Mulher – Princípios e Diretrizes”, em parceria com 
diversos setores da sociedade, em especial com o 
movimento de mulheres, o movimento negro e o de 
trabalhadoras rurais, sociedades científicas, 
pesquisadores e estudiosos da área, organizações 
não-governamentais, gestores do SUS e agências 
de cooperação internacional. 
PAISM 2004
 Nesse sentido, reflete o compromisso com a 
implementação de ações de saúde que contribuam 
para a garantia dos direitos humanos das 
mulheres e reduzam a morbimortalidade por 
causas preveníveis e evitáveis.
PAISM 2004
 Incorpora, num enfoque de gênero, a integralidade 
e a promoção da saúde como princípios 
norteadores e busca consolidar os avanços no 
campo dos direitos sexuais e reprodutivos, com 
ênfase na melhoria da atenção obstétrica, no 
planejamento familiar, na atenção ao abortamento
inseguro e no combate à violência doméstica e 
sexual. 
PAISM 2004
 Agrega, também, a prevenção e o tratamento de 
mulheres vivendo com HIV/aids e as portadoras de 
doenças crônicas não transmissíveis e de câncer 
ginecológico. 
 Além disso, amplia as ações para grupos 
historicamente alijados das políticas públicas 
(atenção às mulheres rurais, com deficiência, 
negras, indígenas, presidiárias e lésbicas) nas suas 
especificidades e necessidades.
 Participação nas discussões e atividades sobre 
saúde da mulher e meio ambiente. 
MORTALIDADE DE MULHERES EM 
IDADE FÉRTIL
No Brasil, as principais causas de morte da 
população feminina são:
 Doenças cardiovasculares, destacando-se o infarto 
agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral; 
 Neoplasias, principalmente o câncer de mama, de 
pulmão e o de colo do útero; 
 Doenças do aparelho respiratório, marcadamente 
as pneumonias (que podem estar encobrindo casos 
de aids não diagnosticados); 
 Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas, 
com destaque para o diabetes.
MORTALIDADE DE MULHERES EM 
IDADE FÉRTIL
 Internacionalmente, corresponde aos óbitos de 
mulheres na faixa de 15 a 49 anos de idade.
 No Brasil a faixa etária analisada é de 10 a 49 
anos de idade. 
◼ Início cada vez mais precoce da puberdade, assim como da 
atividade sexual.
MORTALIDADE DE MULHERES EM 
IDADE FÉRTIL
 Em pesquisa realizada nascapitais brasileiras e no 
Distrito Federal, em 2016, analisando óbitos em 
mulheres de 10 a 49 anos (ou seja, mulheres em 
idade fértil), as 10 primeiras causas de morte 
encontradas foram as seguintes:
MORTALIDADE DE MULHERES EM 
IDADE FÉRTIL
1. Câncer de colo do útero
2. Diabetes
3. Doença isquêmica do coração
4. Doença hipertensiva
5. Neoplasia de órgãos digestivos
6. Acidente de trânsito
7. Câncer de mama
8. Homicídios
9. HIV+
10. Acidente vascular cerebral
SITUAÇÃO DA SAÚDE DA MULHER
 A mortalidade associada ao ciclo gravídico-
puerperal e ao aborto não aparece entre as 10 
primeiras causas de óbito nessa faixa etária. 
 No entanto, a gravidade do problema é 
evidenciada quando se chama atenção para o fato 
de que a gravidez é um evento relacionado à 
vivência da sexualidade, portanto não é doença, 
e que, em 92% dos casos, as mortes maternas são 
evitáveis.
MORTALIDADE MATERNA
MORTALIDADE MATERNA
 É um bom indicador para avaliar as condições de 
saúde de uma população. 
 A partir de análises das condições em que e como 
morrem as mulheres, pode-se avaliar o grau de 
desenvolvimento de uma determinada sociedade.
 Razões de Mortalidade Materna elevadas são 
indicativas de precárias condições 
socioeconômicas, baixo grau de informação e 
escolaridade, dinâmicas familiares em que a 
violência está presente e, sobretudo, dificuldades
de acesso a serviços de saúde de boa qualidade.
MORTALIDADE MATERNA
 Morte materna é a morte de uma mulher durante a 
gestação ou até 42 dias após o término da 
gestação, independentemente da duração ou da 
localização da gravidez.
 É causada por qualquer fator relacionado ou 
agravado pela gravidez ou por medidas tomadas 
em relação a ela. Divididas em Causas Obstétricas 
Diretas ou Indiretas. 
 São descritas no capitulo XV (CID-10).
MORTALIDADE MATERNA
 Mortes por Causas Maternas que não são mortes 
maternas recebem o código:
◼ 096 (de 42 dias a 1 ano após o término da gestação) e o
◼ 097 (1 ano ou mais após o término da gestação)
 Não é considerada morte materna a que é 
provocada por fatores acidentais ou incidentais.
CAPÍTULO XV CID-10
MORTALIDADE MATERNA POR 
CAUSAS OBSTÉTRICAS
 As mortes maternas por Causas Obstétricas podem 
ser de 2 tipos:
 Obstétricas Diretas
 Obstétricas Indiretas
MORTE MATERNA OBSTÉTRICA 
DIRETA
 É aquela que ocorre por complicações obstétricas 
durante a gravidez, parto ou puerpério devido a 
intervenções, omissões, tratamento incorreto ou a 
uma cadeia de eventos resultantes de qualquer 
dessas causas.
 São responsáveis por 2/3 dos óbitos maternos, 
denotando a baixa qualidade da atenção 
obstétrica e do planejamento familiar prestados às 
mulheres brasileiras. 
 Corresponde aos óbitos codificados na CID 10 
como:
MORTE MATERNA OBSTÉTRICA 
DIRETA
 Gravidez ectópica, mola hidatiforme, aborto e as 
complicações destes agravos (infecções, hemorragias, 
etc).
 Hipertensão gestacional, pré-eclampsia, eclampsia, 
tromboses, infecções.
 Diabetes mellitus gestacional.
 Ruptura prematura de membranas, descolamento 
prematuro de placenta, hemorragias, obstrução do 
trabalho de parto, ruptura de útero, complicações 
pulmonares ou cardíacas devido ao trabalho de parto, 
complicações da anestesia, infecção puerperal, etc.
MORTE MATERNA OBSTÉTRICA 
DIRETA
 Neoplasia de placenta.
 Transtornos mentais associados ao puerpério.
 Osteomalácia puerperal.
MORTE MATERNA OBSTÉTRICA 
INDIRETA
 É aquela resultante de doenças que existiam antes 
da gestação ou que se desenvolveram durante esse 
período, não provocadas por causas obstétricas 
diretas, mas agravadas pelos efeitos fisiológicos 
da gravidez.
 Corresponde aos óbitos codificados na CID 10 
como:
MORTE MATERNA OBSTÉTRICA 
INDIRETA
 Hipertensão pré-existente, doenças cardíacas e 
renais pré-existentes ou adquiridas.
 Diabetes mellitus pré-existente.
 Desnutrição na gravidez.
 Doenças infecciosas e parasitárias complicando a 
gravidez, anemia, doenças endócrinas.
 Tétano.
 HIV.
MORTE MATERNA NÃO 
OBSTÉTRICA
 Morte materna não obstétrica é a resultante de 
causas incidentais ou acidentais não relacionadas 
à gravidez e seu manejo.
 Estes óbitos não são incluídos no cálculo da razão 
de mortalidade materna.
 Ex. acidentes de trânsito.
CONCEITOS BÁSICOS
Nativivo ou Nascido Vivo:
 Expulsão ou extração completa do corpo da mãe, 
independentemente da duração da gravidez, de 
um produto de concepção que, depois da 
separação, respire ou apresente quaisquer outros 
sinais de vida, tais como batimentos do coração, 
pulsações do cordão umbilical ou movimentos 
efetivos dos músculos de contração voluntária, 
estando ou não cortado o cordão umbilical e 
desprendida a placenta.
CONCEITOS BÁSICOS
Óbito Fetal:
 Morte do produto da gestação antes da expulsão 
ou de sua extração completa do corpo materno, 
independentemente da duração da gravidez. 
Indica o óbito o fato de depois da separação, o 
feto não respirar nem dar outro sinal de vida, como 
batimentos do coração, pulsações do cordão 
umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de 
contração voluntária.
CONCEITOS BÁSICOS
Abortamento:
 Expulsão ou extração de um produto da concepção, 
sem sinais de vida, com <500 gramas e/ou 
estatura ≤25cm ou <22 semanas de gestação. 
CONCEITOS BÁSICOS
 Razão de Mortalidade Materna Relaciona as 
mortes maternas obstétricas diretas e indiretas com 
o número de nascidos vivos, e é expresso por 
100.000 nascidos vivos. 
 Freqüentemente, a razão de mortalidade materna 
é chamada de “taxa” ou “coeficiente”. Contudo, 
ela só poderia ser designada assim se o seu 
denominador fosse o número total de gestações. 
 Na impossibilidade de obtenção desse dado, 
utiliza-se por aproximação o número de nascidos 
vivos, o que torna mais adequado o uso da 
expressão “razão”.
CONCEITOS BÁSICOS
 O cálculo da razão deve ser feito sempre para a 
mesma área e a mesma unidade de tempo, e o seu 
resultado deve ser multiplicado por “K” (seguindo 
padrão internacional adotado, k = 1 00.000). 
NOTIFICAÇÃO DO ÓBITO 
MATERNO
 A notificação do óbito se faz pelo preenchimento e 
encaminhamento da Declaração de Óbito gerada 
na fonte notificadora para a Secretaria Municipal 
de Saúde.
 15/12/1999 – Portaria n.º 1.399 - estabelece que 
a vigilância epidemiológica da mortalidade infantil 
e materna é uma das atribuições do município, 
cabendo a ele garantir estrutura e equipes 
compatíveis com o exercício dessas atividades.
NOTIFICAÇÃO DO ÓBITO 
MATERNO
 28/05/2003 - Portaria n.º 653 - estabelece que o 
óbito materno passa a ser considerado evento de 
notificação compulsória, tornando obrigatória a 
investigação, por parte de todos os municípios, 
dos óbitos de mulheres em idade fértil cujas 
causas possam ocultar o óbito materno.
NOTIFICAÇÃO DO ÓBITO 
MATERNO
 05/06/2008 - Portaria GM No 1119 -
Regulamenta que a Vigilância de Óbitos Maternos 
deve ser realizada por profissionais de saúde 
designados pelas autoridades de vigilância em 
saúde da esfera municipal, estadual, do Distrito 
Federal e federal para todos os eventos 
confirmados ou não, independentes do local de 
ocorrência.
NOTIFICAÇÃO DO ÓBITO 
MATERNO
 05/06/2008 - Portaria GM No 1119 - Estabelece 
prazo de 120 dias a partir da ocorrência do óbito 
para que a equipe de vigilância de óbito materno 
responsável por concluir o levantamento dos dados 
que compõem a investigação,envie o material ao 
comitê de morte materna de referência para 
estudo e remeta a ficha-síntese da investigação 
epidemiológica ao gestor do Sistema de 
Informação sobre Mortalidade.
NOTIFICAÇÃO DO ÓBITO 
MATERNO
 No Brasil, 2 fatores dificultam o real monitoramento 
do nível e da tendência da mortalidade materna:
 Subinformação
 Sub-registro
NOTIFICAÇÃO DO ÓBITO 
MATERNO
 Subinformação é o preenchimento incorreto das 
declarações de óbito, quando se omite que a morte 
teve causa relacionada à gestação, ao parto ou ao 
puerpério. 
 Isso ocorre pelo desconhecimento dos médicos 
quanto ao correto preenchimento da declaração de 
óbito e quanto à relevância desse documento como 
fonte de dados de saúde.
NOTIFICAÇÃO DO ÓBITO 
MATERNO
 Sub-registro é a omissão do registro do óbito em 
cartório, frequente nas regiões Norte, Nordeste e 
Centro-Oeste, seja pela dificuldade de acesso aos 
cartórios, pela existência de cemitérios irregulares 
ou à falta de informação da população quanto à 
importância da declaração de óbito como 
instrumento de cidadania.
COMITÊS DE MORTALIDADE 
MATERNA
 Os comitês de morte materna são organismos de 
natureza interinstitucional, multiprofissional e 
confidencial que visam analisar todos os óbitos 
maternos e apontar medidas de intervenção para 
a sua redução na região de abrangência. 
 Representam, também, um importante instrumento 
de acompanhamento e avaliação permanente das 
políticas de atenção à saúde da mulher. 
COMITÊS DE MORTALIDADE 
MATERNA
 Têm uma atuação técnico-científica, sigilosa, não 
coercitiva ou punitiva , com função eminentemente 
educativa e de acompanhamento da execução de 
políticas públicas.
COMITÊS DE MORTALIDADE 
MATERNA - OBJETIVOS
 Participação na correção das estatísticas oficiais 
facilitando o fortalecimento dos sistemas de 
informações; 
 Divulgação de relatórios para todas instituições e 
órgãos competentes que possam intervir na 
redução das mortes maternas. 
 Promoção da discussão de casos clínicos nos comitês 
hospitalares; 
COMITÊS DE MORTALIDADE 
MATERNA - OBJETIVOS
 Promoção do debate sobre a persistência dos 
índices altos de Morte Materna a partir de 
evidências epidemiológicas; 
 Promoção do debate sobre a problemática da 
mortalidade materna através da realização de 
eventos de prevenção, de programas de 
reciclagem e de educação continuada e da 
produção de material educativo.
 hemorragia grave (especialmente durante e depois do 
parto)
 hipertensão na gestação
 Infecções puerperais
 parto obstruído e outras causas diretas
 complicações de abortos
 coágulos sanguíneos (embolias)
PRINCIPAIS CAUSAS DE 
MORTALIDADE MATERNA
 As altas taxas de mortalidade materna representam 
ainda um desafio à saúde pública em nosso país. 
 Não conseguimos alcançar a Meta dos Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio para 2015.
MORTALIDADE MATERNA
Objetivos de Desenvolvimento do 
Milênio
Objetivos de Desenvolvimento do 
Milênio
 Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio surgiram 
da Declaração do Milênio das Nações Unidas, adotada 
pelos 191 estados membros no dia 8 de 
setembro de 2000.
 Criada em um esforço para sintetizar acordos 
internacionais alcançados em várias cúpulas mundiais ao 
longo dos anos 90 (sobre meio 
ambiente e desenvolvimento, direitos das 
mulheres, desenvolvimento social, racismo, etc.), a 
Declaração trouxe uma série de compromissos concretos 
que, se cumpridos nos prazos fixados, segundo 
os indicadores quantitativos que os acompanham, 
deveriam melhorar o destino da humanidade neste século.
Meta dos Objetivos do Milênio
 5: reduzir a mortalidade materna, que precisaria 
baixar de 64 para 35 óbitos para cada 100 mil
nascidos vivos até 2015.
 Em 2015, Brasil teve 57,6 óbitos por 100 mil 
nascidos vivos.
 3.1 Até 2030, reduzir a taxa de mortalidade 
materna global para menos de 70 mortes por 100 
mil nascidos vivos
PRINCIPAIS DETERMINANTES
 Os fatores determinantes operam em vários níveis, 
englobando o menor status social e as condições 
socioeconômicas das mulheres, que definem o 
acesso à educação, bens e serviços, incluindo 
serviços de saúde.
▪ Baixa qualidade da assistência prestada.
▪ Oferta insuficiente de profissionais capacitados 
para atuar na atenção obstétrica e neonatal.
▪ Reconhecimento restrito da magnitude da 
questão enquanto problema de Saúde Pública.
▪ Precárias condições sócio-econômicas.
▪ Baixa escolaridade 
PRINCIPAIS DETERMINANTES
 Como desafios para a redução da mortalidade 
materna no Brasil, destacam-se as complicações 
por aborto, a violência contra a mulher e a 
feminização da epidemia de HIV, que sinalizam 
para a necessidade de fortalecer a rede de 
atenção à mulher.
67
MORTALIDADE MATERNA
Santa Catarina
 Tem indicadores abaixo da média brasileira em 
relação à mortalidade materna.
 Enquanto o Brasil, em 2015, teve 57,6 óbitos por 
100 mil nascidos vivos de mulheres por causas 
ligadas à gestação, SC teve 30,9 óbitos por 100 
mil nascidos vivos. 
PRINCIPAIS DETERMINANTES
 Políticas e programas públicos de saúde da Mulher
 Acessibilidade a assistência no pré natal, parto e 
puerpério
 Referenciamento para centros de especialidades
 Tratamento das emergências obstétricas
 Capacitação técnica do profissional de saúde
COMPLICAÇÕES POR ABORTO
COMPLICAÇÕES POR ABORTO
 A situação de ilegalidade na qual o aborto é 
realizado no Brasil afeta a existência de 
estatísticas confiáveis que subsidiem a 
implementação de políticas públicas mais precisas 
para as diferentes realidades regionais e faixas 
etárias, nas quais a gravidez indesejada é mais 
prevalente.
COMPLICAÇÕES POR ABORTO
 O aborto realizado em condições de risco 
freqüentemente é acompanhado de complicações 
severas, agravadas pelo desconhecimento desses 
sinais pela maioria das mulheres e da demora em 
procurar os serviços de saúde, que na sua maioria 
não está capacitado para esse tipo de 
atendimento.
COMPLICAÇÕES POR ABORTO
 As complicações imediatas mais freqüentes são a 
perfuração do útero, a hemorragia e a infecção, 
que podem levar a graus distintos de morbidade e 
mortalidade. 
 Pesquisa realizada no Brasil, em 2016, estimou que 
20% dos abortos são clandestinos e realizados por 
profissional médico em clínicas, e 50% dos abortos 
são domiciliares, realizados pela própria mulher 
ou por curiosas e apresentam complicações.
COMPLICAÇÕES POR ABORTO
 O aborto realizado em condições inseguras está 
entre as principais causas de morte materna e é 
causa de discriminação e violência institucional
contra as mulheres nos serviços de saúde. 
 Violência que pode traduzir-se no retardo do 
atendimento, na falta de interesse das equipes em 
escutar e orientar as mulheres ou mesmo na 
discriminação explícita com palavras e atitudes
condenatórias e preconceituosas. 
COMPLICAÇÕES POR ABORTO
 Pela representação simbólica da maternidade, 
como essência da condição idealizada do ser 
mulher e da realização feminina, o aborto pode 
sugerir uma recusa da maternidade e por isso 
pode ser recebido com muitas restrições por parte 
dos profissionais de saúde.
COMPLICAÇÕES POR ABORTO
 No entanto, pouco se faz para evitar que o aborto 
se repita, haja vista que as mulheres que tiveram 
complicações de aborto estão entre as pacientes 
mais negligenciadas quanto aos cuidados de 
promoção da saúde reprodutiva e, via de regra,nem são encaminhadas a serviços e profissionais 
capacitados.
PESQUISA NACIONAL DE ABORTO 
DE 2016
 A pesquisa se baseou em um levantamento 
domiciliar que combina técnica de urna e 
entrevistas face-a-face com mulheres de 18 a 39 
anos, com amostra representativa do Brasil urbano. 
 Os resultados indicam que o aborto é um 
fenômeno frequente e persistente entre as 
mulheres de todas as classes sociais, grupos 
raciais, níveis educacionais e religiões.
PESQUISA NACIONAL DE ABORTO 
DE 2016
 Em 2016, quase 1 em cada 5 mulheres, aos 40 
anos já realizou, pelo menos, um aborto. 
 Em 2015, foram, aproximadamente, 416 mil 
mulheres. 
 Há, no entanto, heterogeneidade dentro dos grupos 
sociais, com maior frequência do aborto entre 
mulheres de menor escolaridade, pretas, pardas e 
indígenas, vivendo nas regiões Norte, Nordeste e 
Centro-Oeste. 
CASOS PREVISTOS EM LEI
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
 Qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que 
cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou 
psicológico à mulher, tanto na esfera pública 
quanto privada.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
 Violência Física: Quando faz uso da força para 
ferir (queimaduras, cortes, empurrões, socos, tapas, 
beliscões, etc).
 Violência Sexual: Quando se obriga a pessoa a 
presenciar ou participar de atos de natureza 
sexual sem o seu consentimento, através de ameaça 
ou violência.
 Violência Psicológica: Quando existe rejeição, 
desrespeito, humilhação ou intimidação.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
 Violência Moral: Quando são feitas ameaças, 
acusações e xingamentos.
 Violência Patrimonial: Quando há destruição ou 
dano aos pertences/à casa da mulher.
Violência contra a mulher - O Promotor 
Responde!
IBGE Explica • Informações Estatísticas de 
Gênero
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
 Sob diversas formas e intensidades, a violência 
contra as mulheres é recorrente e presente em 
muitos países, motivando graves violações de 
direitos humanos e crimes hediondos.
 Assédio, exploração sexual, estupro, tortura, 
violência psicológica, agressões por parceiros ou 
familiares, perseguição, feminicídio. 
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
 Mesmo com legislação específica, a violência 
contra a mulher ainda é um problema em todo país. 
 A omissão da denúncia por parte das mulheres é 
um dos fatores que dificulta a atuação dos órgãos 
competentes na punição do crime.
LEGISLAÇÃO – LEI MARIA DA 
PENHA
 Em agosto de 2006, foi sancionada a Lei 11.340, 
conhecida como Lei Maria da Penha, visando 
incrementar e destacar o rigor das punições para 
esse tipo de crime. 
 A lei Maria da Penha, é considerada um marco na 
história do combate à violência contra as mulheres, 
além de ser reconhecida pela ONU como uma das 
3 melhores legislações do mundo no enfrentamento 
a esse tipo de crime. 
LEGISLAÇÃO – LEI MARIA DA 
PENHA
 Alterou o código penal brasileiro, tornando mais 
rígidas as penas para casos de violência doméstica. 
 Prevê que o agressor pode ser preso em flagrante 
ou ter a prisão preventiva decretada. 
 Penas alternativas deixaram de ser punição para 
os crimes praticados com violência doméstica contra 
à mulher e a pena máxima para a lesão corporal 
praticada nessas condições passou a ser de 3 
anos.
LEGISLAÇÃO – LEI DO 
FEMINICÍDIO
 Em março de 2015 foi sancionada a Lei do 
Feminicídio 13.104/2015, que altera o código 
penal para prever o homicídio de mulheres por 
questão de gênero (feminicídio) como um tipo de 
homicídio qualificado e considerado crime 
hediondo. 
LEGISLAÇÃO – LEI DO 
FEMINICÍDIO
 Isso quer dizer que quando o crime de homícidio é 
praticado contra a mulher, por questão de genêro, 
envolvendo violência doméstica e familiar e/ou 
menosprezo ou discriminação à condição de 
mulher, é considerado qualificado. 
 Os homicídios qualificados têm pena que vai de 12 
a 30 anos, enquanto os homicídios simples prevêem
reclusão de 6 a 20 anos.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
 O Brasil registrou 1 estupro a cada 11 minutos em 
2015. 
 Calcula-se que estes sejam apenas 10% do total 
dos casos que realmente acontecem. Ou seja, o 
Brasil pode ter a medieval taxa de quase meio 
milhão de estupros a cada ano.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
 Cerca de 70% das vítimas de estupro são crianças 
e adolescentes. 
 Quem mais comete o crime são homens 
próximos às vítimas.
 Há, em média 10 
estupros coletivos notificados todos os dias no 
sistema de saúde do país.
 30% dos municípios não fornecem estes dados ao 
Ministério. Ou seja, esse número ainda não 
representa a totalidade.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
 A cada 7,2 segundos 1 mulher é vítima de 
violência física. 
 O assassinato de mulheres negras aumentou (54%) 
enquanto o de brancas diminuiu (9,8%).
 Somente em 2015, a Central de Atendimento a 
Mulher – Ligue 180, realizou 749.024 
atendimentos, ou 1 atendimento a cada 42 
segundos. 
 Desde 2005, são quase 5 milhões de atendimentos. 
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
 2 em cada 3 universitárias brasileiras disseram já 
ter sofrido algum tipo de violência (sexual, 
psicológica, moral ou física) no ambiente 
universitário. 
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E 
SUAS CAUSAS
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E 
SUAS CAUSAS
 É comum os homens serem valorizados pela força e 
agressividade
 Muitos maridos, namorados, pais, irmãos, chefes e 
outros homens acham que têm o direito de impor
suas opiniões e vontades às mulheres e, se 
contrariados, recorrem à agressão verbal e física.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E 
SUAS CAUSAS
 Com base em construções culturais desse tipo, que 
vigoram há séculos, muitos ainda acham que os 
homens são ‘naturalmente superiores’ às 
mulheres, ou que eles podem mandar na vida e 
nos desejos delas, e que a única maneira de 
resolver um conflito é apelar para a violência.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E 
SUAS CAUSAS
AÇÕES PARA MUDAR O QUADRO DE 
VIOLÊNCIA
 Envolver os homens na superação dessa cultura 
violenta;
 Reconhecer e dar atenção para as formas institucionais 
de violência perpetradas pelo Estado; 
 Assegurar o protagonismo das mulheres por meio de 
políticas públicas de educação, autonomia econômica e 
financeira, equidade no trabalho doméstico e no 
trabalho remunerado; 
 Cobrar respostas do Poder Público e da iniciativa 
privada nesse sentido; 
 Garantir o investimento na expansão com qualidade 
da rede de atenção e enfrentamento à violência
O Desafio da Igualdade

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