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Máquinas Eléctricas I Transformadores 14-11-2002 http://www.fe.up.pt/~leec2005 1-12 Transformadores Os transformadores são máquinas eléctricas estáticas que elevam ou abaixam uma determinada tensão alternada. 1. Princípio de funcionamento O funcionamento do transformador baseia-se nos fenómenos de mútua indução entre dois circuitos electricamente isolados, mas magneticamente ligados. Um transformador é constituído por dois circuitos enrolados sobre um núcleo comum (daí magneticamente ligados) coberto por verniz (daí electricamente isolados). Este núcleo é chapeado para diminuir as induções de fuga (perdas) e deve ter alta permeabilidade e pequena relutância para melhorar a ligação magnética. Para uma melhor explicação do funcionamento do transformador, vamos considerá-lo ideal. É aplicada uma tensão V1 ao circuito primário. Esta tensão criará uma corrente Iµ (corrente magnetizante) desfasada em atraso 90º da tensão, porque o circuito é puramente indutivo, visto termos desprezado as resistências ôhmicas. Por sua vez, esta corrente, ao passar pelo circuito, cria um fluxo magnético com a mesma fase da corrente que se concentra totalmente no núcleo, já que consideramos as dispersões magnéticas nulas. Em contrapartida, este fluxo de valor máximo Φ, induz em cada espira que o abraça uma força electromotriz (f.e.m.) de valor máximo EM. Segundo a lei de Lenz, a direcção desta f.e.m. é tal de modo a que produza uma corrente que crie um fluxo que contrarie o fluxo Φ. Sendo assim, a f.e.m. produzida tem que estar desfasada 180º em relação a V1, ou seja, 90º em atraso com respeito ao fluxo Φ. Portanto cria-se no enrolamento primário uma f.e.m. E1 de valor máximo 11 NEE M ⋅= em que N1 é o número de espiras no enrolamento primário. Analogamente, o mesmo fluxo induz no enrolamento secundário uma f.e.m. E2 de valor máximo 22 NEE M ⋅= . Dividindo as duas equações obtemos a chamada razão de transformação ou relação de transformação: 2 1 2 1 2 1 2 1 N N E E NE NE E E M M =⇔⋅ ⋅= Se o circuito secundário estiver ligado a uma carga, a f.e.m. E2 faz percorrer uma corrente I2 pelo circuito, desfasada em relação à f.e.m. de um ângulo φ2, dependente da componente não resistiva da carga. Esta corrente, pelo mesmo processo acima descrito, altera o fluxo no núcleo, o que por sua vez altera as f.e.m.s induzidas. Isto provoca um desequilíbrio entre a tensão V1 e a f.e.m. E1, o que faz o primário absorver mais corrente, sendo a corrente total agora I1 = I’1 + Iµ. Esta corrente adicional I’1 (corrente primária de reacção) induz uma força magnetomotriz (f.m.m.) Transformador ideal: - resistências eléctricas dos enrolamentos nulas - perdas no ferro nulas - dispersões magnéticas nulas Máquinas Eléctricas I Transformadores 14-11-2002 http://www.fe.up.pt/~leec2005 2-12 de modo a equilibrar a f.m.m. induzida pela corrente I2 para restabelecer o equilíbrio entre a tensão V1 e a f.e.m. correspondente. Observando o seguinte diagrama fasorial, verifica-se que a resultante das f.m.m.s é N1 Iµ, o que origina o fluxo inicial. Verifica-se também que o desfasamento entre a tensão e a corrente primária depende do desfasamento entre a tensão e a corrente secundária. Quando o secundário trabalha com uma carga reduzida, ou seja, com uma corrente secundária reduzida, a corrente de reacção também é reduzida e a corrente total do primário tende para a corrente magnetizante com um desfasamento de 90º. Quando o transformador trabalha em plena carga, ou seja, quando a corrente secundária é elevada, a corrente de reacção também o é e pode-se praticamente desprezar a corrente magnetizante e relacionar I1 e I2 por: 1 2 2 1 1122 ' 1122 N N I IININININ =⇔=⇔= Fig.2. Diagrama fasorial 2. Modelo matemático O modelo de um transformador ideal é representado pelo seguinte esquema: ===== === Za I Ua IIU UIU U UI I UI I UZ a I I N N U U 2 2 22 212 221 1 22 1 22 1 1 21 1 2 2 1 2 1 Os cálculos laterais indicam como se pode transferir uma impedância de um lado para o outro sem alterar o esquema equivalente. Mais tarde se verá que dá muito jeito transferir todas as impedâncias para um só lado. Mas para ser mais fiel ao transformador verdadeiro, o modelo tem que simular as imperfeições de maior importância do transformador. Estas são: ¾ Os dois enrolamentos apresentam resistência. Existem perdas por efeito de Joule (Pj) ¾ Existem perdas no núcleo do transformador devido a correntes de Foucault (Pf) ¾ Existem perdas por histerese (Ph) ¾ Existem fluxos de fuga nos dois enrolamentos (Pb) Para pormenores sobre electromagnetismo ver Apêndice A: Electromagnetismo U1 U2 N2 N1 Z Impedância Z referida ao primário ou vista pelo primário Máquinas Eléctricas I Transformadores 14-11-2002 http://www.fe.up.pt/~leec2005 3-12 U1 U2 N2 N1 Z R0 jX0 jX1 R1 jX21=a2jX2 R21=a2R2 I1 I2 I21=I2/a U21=aU2 Z1 Z0 Z21 U1 U2 N2 N1 Z R0 a2 jX0 a2 jX12=jX1/a2 R12=R1/a2 jX2 R2 I12=aI1 I2 I2 U12=U1/a Z02 Z2 Z12 As perdas de Joule dos enrolamentos do transformador são representadas por resistências em série com o circuito em cada lado. As correntes de Foucault e de histerese são provocados no núcleo e por isso, são representadas pela resistência R0 Os fluxos de fuga provocam uma f.e.m. desfasada 90º em relação à corrente percorrida e por isso são representados por uma bobine em série com o circuito em cada lado. A reactância X0 está no modelo devido à corrente magnetizante Iµ. O ramo que contem esta bobine é percorrido por esta corrente que, como vimos, era necessária para a criação do fluxo e em nada conta para a alimentação da carga. Vamos aplicar a regra de referir um dos lados ao outro: • Referir as impedâncias ao primário (Fig.1): • Referir as impedâncias ao secundário (Fig.2): Este esquema é de difícil análise devido ao nó criado pela impedância Z0 ou Z02. De notar que a corrente que passa por esse ramo é muito menor que a corrente total, já que, por norma, a impedância Z0 ou Z02 é muito maior do que as outras impedâncias Z1 e Z21, ou Z12 e Z2, respectivamente. Deste modo, é possível simplificar o esquema, sem elevar muito o erro, mudando o ramo que contem a impedância Z0 ou Z02 para antes da impedância Z1 ou Z12: U1 U2 N2 N1 Z R0 jX0 jX1 R1 jX2 R2 I1 I2 Máquinas Eléctricas I Transformadores 14-11-2002 http://www.fe.up.pt/~leec2005 4-12 U1N U20 R02 jX02 jX2t R2t I12=aI10 I10 U2=U1N a U20 I2=0 U1 U2 N2 N1 Z R0 a2 jX0 a2 jX12=jX1/a2 R12=R1/a2 jX2 R2 I12=aI1 I1 I2 Z2t U1 U2 N2 N1 Z R0 jX0 jX1 R1 jX21=a2jX2 R21=a2R2 I1 I2 I21=I2/a U21=aU2 Z1t Fig.3. Circuito equivalente simplificado “em L” do transformador referido ao primário Fig. 4. Circuito equivalente simplificado “em L” do transformador referido ao secundário Está claro que se pode unir as impedâncias Z1 e Z21 ou Z12 e Z2 numa única impedância: ttt jXRZZZ 112111 +=+= ttt jXRZZZ 222122 +=+= Para determinar estas impedâncias, basta apenas fazer dois ensaios: em vazio (circuito aberto) e em curto-circuito. • Ensaio em vazio: O valor lido pelo wattímetro é P10. Visto que foi aplicada uma tensão nominal no primário, U20 terá o valor nominal de U2 (U2N).Fig. 5. Montagem para o ensaio em vazio Fig. 6. Circuito equivalente do transformador para o ensaio em vazio W A V U20 U1N I10 V Máquinas Eléctricas I Transformadores 14-11-2002 http://www.fe.up.pt/~leec2005 5-12 W A V I2C U1C I1C A U1C R02 jX02 jX2t R2t I1C2=aI1C I1C U1C2=U1C a I2C Com este ensaio podemos calcular: ¾ A razão de transformação: 20 1 U U a N= ¾ Perdas no ferro: Para este modelo simplificado, no ensaio em vazio, a corrente percorrida nas impedâncias exteriores ao núcleo (Z2t) é nula, logo todas as perdas serão resultantes de perdas do núcleo, ou perdas no ferro ( 10PPFE = ). ¾ Factor de potência: absorvidaaparentepotência absorvidaactivapotência)cos( 101 10 10 ← ←== IU P N ϕ ¾ R0 e X0: { { { { mmmm aaaa ma ma ma I UX I aU X aI U a X I U a X X I UR I aUR aI U a R I U a RR jaIaIjIIaaII jIIIjII jIIIjII 1 0 20 0 20 2 0 2 20 2 0 02 1 0 20 0 20 2 0 2 20 2 0 02 10101010012 10121012 jXporpassakcorrente 2 Rporpassakcorrente 212 10101010 jXporpassakcorrenteRporpassakcorrente 0 ))sin()cos(( )sin()cos( )sin()cos( 0202 00 =⇔=⇔=⇔== =⇔=⇔=⇔== +=+== +=+= +=+= ϕϕ ϕϕ ϕϕ • Ensaio em curto-circuito O Wattímetro lê o valor P1C. A tensão U1C é tal que motive a corrente nominal em ambos os enrolamentos. Fig.7. Montagem para o ensaio em curto-circuito Fig.8. Circuito equivalente do transformador para o ensaio em curto-circuito Máquinas Eléctricas I Transformadores 14-11-2002 http://www.fe.up.pt/~leec2005 6-12 Com este ensaio podemos calcular: ¾ Tensão de curto-circuito nominal: N C CC U U u 1 1= Tensão de curto-circuito nominal é, portanto, a razão entre a tensão necessária para percorreram as correntes nominais no circuito em curto-circuito, e a tensão nominal. Também pode ser determinado de outras formas, como por exemplo: XR N Nt N j N NtNt NN NNtt NN NNtt N Ntt B t N Nt N Nt N C N C CC jee S IXj S P S IjXIR IU IIjXR IU IIjXR U IjXR Z Z U IZ U IZ U U U Uu +=+=+=+= =+=+====== 2 2 22 22 2 22 2 22 22 2222 22 2222 2 222 2 2 2 22 2 22 2 21 1 1 Estes dois últimos termos têm como nome: queda óhmica nominal ( eR ) e queda indutiva nominal ( eX ). ¾ R1t, X1t e perdas nominais no cobre: Em geral, a impedância Z02 é muito maior que Z2t o que faz percorrer pelo ramo de Z02 uma corrente muito pequena. Se a desprezarmos, temos PFE.C = 0 e I2C = I1C2 o que resulta: cobrenonominaisperdas.1 2 2 2 22 2 21 2 2 21 1 2 2 212 2 221 ←=−= += = =⇔== JNCFEJNC ttt C C t C C tCtCtC PPPP XZX I UZ I PRIRIRP Para referir as impedâncias para o primário, basta multiplicar por a2. A impedância tttt jXRZaZ 112 2 1 +== é chamada impedância combinada de fugas. Diagrama Fasorial Um diagrama fasorial representa as grandezas de um circuito de uma forma fasorial, mostrando facilmente a relação entre as fases, e se for feito à escala, a relação entre os módulos. Vamos ver como é um diagrama fasorial para um ensaio em vazio de um transformador: Fig.9. Circuito equivalente do transformador para o ensaio em vazio U1 U2 N2 N1 R0 jX0 jX1 R1 jX2 R2 I1 I2=0 E1 E2 Im Ia I0 I21 = 0 Máquinas Eléctricas I Transformadores 14-11-2002 http://www.fe.up.pt/~leec2005 7-12 φω φω rr rr rr rrr rr rr rrr 22 11 22 11111 01 2 0 )( 0 NjE NjE UE IjXREU II I III ma −= =− = ++−= = = += Fig.10. Diagrama fasorial para um ensaio em vazio e respectivas equações Os vectores (fasores) não estão à escala, mas a ideia mantém-se. A corrente I0 é composta pelas duas correntes Ia e Im. Essa corrente que também é igual a I1 passa pela impedância Z1 = R1 + jX1 o que provoca uma queda de tensão. A f.e.m. E1 será igual, em módulo, a U1 menos essa queda de tensão, mas com fase oposta. Como não há corrente no secundário, a tensão U2 é igual a f.e.m. induzida E2. Vamos fazer agora uma análise mais complexa, colocando uma carga no secundário. Fig.11. Circuito equivalente do transformador para o ensaio com uma determinada carga φω φω rr rr rrr rr rrr rrr 22 11 22222 212 11111 0211 )( )( NjE NjE IjXREU IaI IjXREU III −= =− +−= −= ++−= += Agora temos um circuito com carga. Já existe uma corrente no secundário cuja fase depende do factor de potência de Z. A corrente I1 é agora a soma da corrente I0 com a corrente que vai para o secundário I21. Existem perdas no secundário o que provoca uma queda de tensão igual a E2 – U2. De notar que: 1 2 2 1 21 2 2 1 2 1 I I U U I I E E N Na ≠≠=== Compara este diagrama com o da fig.2. Fig.12. Diagrama fasorial para um ensaio com carga e respectivas equações I0=I1 Ia Im -E1 R1I1 jX1I1 U1 E2=U2 φ U1 U2 N2 N1 R0 jX0 jX1 R1 jX2 R2 I1 I2 E1 E2 Im Ia I0 Z I21 I0 -E1 R1I1 jX1I1 U1 E2 φ I1 I21 U2 I2 R2I2 jX2I2 1ϕ 2ϕ Máquinas Eléctricas I Transformadores 14-11-2002 http://www.fe.up.pt/~leec2005 8-12 Fig.13. Excerto do diagrama fasorial da fig.12 Este excerto da parte inferior do diagrama da fig.12. é importante pelo facto de deduzir uma aproximação. Se considerarmos que o vector 2E r é praticamente igual à sua componente horizontal na fig. 13, podemos aproximá-lo por: ϕϕ sincos 222222 IXIRUE ++≈ Todas as variáveis desta equação são escalares, e não vectores. Perdas Qualquer que seja a máquina eléctrica, ela tem perdas. Quanto maiores as perdas, pior o aproveitamento da máquina. A grandeza que mede o seu aproveitamento é o rendimento. O rendimento é calculado pela expressão: pu u abs u PP P P P +==η em que Pu é igual à potência útil, Pabs é igual à potência absorvida e Pp é igual às perdas. No caso do transformador, as perdas são as perdas no cobre ( PJ ) e as perdas no ferro ( PFE ). Seguindo as grandezas da fig.11, a potência útil é igual a potência activa fornecida à carga, logo: )cos( 222 ϕIUPu = A potência absorvida é a potência fornecida ao transformador, logo: )cos( 111 ϕIUPabs = As perdas no cobre são as potências dissipadas nas resistências R1 e R2, logo: 2 22 2 11 IRIRPJ += As perdas no ferro são a potência dissipada na resistência R0. logo: 2 0 aFE IRP = Portanto, a equação do rendimento pode ser reescrita da seguinte forma: 2 0 2 22 2 11222 222 111 222 )cos( )cos( )cos( )cos( apu u abs u IRIRIRIU IU PP P IU IU P P +++=+=== ϕ ϕ ϕ ϕη Para o caso dos circuitos equivalentes simplificados, a fórmula é naturalmente mais simples, por isso, fica para vocês fazerem. A fig. 13 representa a curva característica do rendimento, dependendo de I2. Nela se repara que o rendimento é máximo quando as perdas no cobre são iguais às perdas no ferro e que o valor da corrente para esse rendimento é menor que o valor da corrente nominal. É obvio que em circuito aberto (em vazio) e em curto-circuito o rendimento é nulo, visto queem circuito aberto não há potência útil porque não há corrente, e em curto-circuito não há potência útil porque não há carga. Fig.14. Curva de característica do rendimento I2 η η max I2N PJ = PFE vazio c.c. 22 IR r 22 IjX r ϕsin22 IXϕcos22 IR 2U r 2E r 2I r ϕ ϕ Máquinas Eléctricas I Transformadores 14-11-2002 http://www.fe.up.pt/~leec2005 9-12 Exemplo Como exemplo veremos um transformador trifásico e faremos a comparação entre o monofásico e o trifásico. As suas características são as seguintes: Dyn5, 1000 kVA, 50 Hz, 15000±5% / 400V Ensaia-se o transformador em vazio pelo lado BT (baixa tensão), visto ser mais fácil aplicar uma tensão de 400 V do que 15000 V. Os resultados foram os seguintes: Ensaio em vazio A1 15.5 A A2 14.0 A A3 15.3 A W1 850 W W2 680 W W3 410 W V 400 V (tensão composta) De notar que um transformador em vazio não é um sistema equilibrado porque os circuitos magnéticos não conseguem ser iguais para as fases montadas em cada coluna do núcleo. A potência em vazio, ou seja, as perdas no ferro, é a soma das potências de cada fase: WPPFE 19404106808500 =++== Passemos agora para o ensaio em curto-circuito. Sabemos (e se não sabemos, passamos a saber) que a tensão de curto-circuito é aproximadamente 5% da tensão nominal, o que pode variar de transformador para transformador. Relembremos também que, para um ensaio em curto-circuito, é preciso aplicar no primário uma tensão que provoque a circulação de correntes nominais nos enrolamentos. Ou seja, no lado primário percorrerá uma corrente de valor nominal ao ser aplicada uma tensão de valor igual a 5% do valor de tensão nominal. Deste modo, vejamos de que lado é mais vantajoso aplicar essa tensão: Nota: Para transformadores monofásicos, só haveria tensão simples, uma potência e uma corrente. As perdas no ferro seriam iguais à única potência. V A1 A2 A3 W1 W2 W3 r s t n R S T Máquinas Eléctricas I Transformadores 14-11-2002 http://www.fe.up.pt/~leec2005 10-12 Lado Tensão (U1N) Corrente : N N N U SI 1 1 3 ⋅= 1 Tensão de c.c : NCC Uu 1%5 ⋅= AT 15000 AI N 5.38150003 1000000 1 =×= VuCC 7501500005.0 =×= BT 400 AI N 4.14434003 1000000 1 =×= VuCC 2040005.0 =×= Está claro que é muito mais fácil arranjar uma fonte de alimentação de 750 V que possa debitar 38.5 A do que uma de 20 V que possa debitar 1443.4 A. Assim sendo, a alimentação é feita pelo lado AT. As leituras foram as seguintes: Ensaio em curto-circuito A1 34.5 A A2 34.0 A A3 34.6 A W1 4250 W W2 4020 W W3 4160 W V 660 V (tensão composta U) As perdas no cobre serão a soma das potências lidas: WPJ 12430416040204250 =++= A corrente que passa por fase é, em média: AI 4.346.340.345.341 =++= Mas afinal I1 não é a corrente nominal!! Sendo assim, nem U é a tensão de curto-circuito, nem as perdas no cobre nominais são PJ. Por uma regra simples, pode-se converter todos os valores para valores nominais. 1 SN é a potência nominal das três fases. Para analisar só uma fase divide-se SN por 3. U1N é a tensão composta, ou seja, entre 2 fases. Para analisar a tensão simples divide-se U1N por 3 . A corrente I1N já é de só uma fase. Reduz-se todas as grandezas a uma só fase: 31 113 1 3 NU NS NINI NUNS =⇔= . V A1 A2 A3 W1 W2 W3 R S T n s r t Máquinas Eléctricas I Transformadores 14-11-2002 http://www.fe.up.pt/~leec2005 11-12 A relação entre a corrente nominal e a corrente obtida é: 119.1 4.34 5.38 1 1 == I I N Para obter a tensão de curto-circuito basta multiplicar por esta razão: 5.738119.1660 1 1 =×=⋅= I I Uu NCC V Como a potência segue uma relação quadrática com a corrente ( P = RI2 ), multiplica-se a potência obtida pelo quadrado da razão para obter as perdas no cobre nominais: 5.15569119.112430 2 2 1 1 =×= = I IPP NJJN W Sabe-se que a potência total é igual às resistências totais vezes o quadrado da corrente que passa por essas resistências. Se considerarmos as resistências de cada fase iguais, assim como as correntes que passam por elas, é fácil calcular essas resistências: Ω=×==⇔= Ω=×==⇔= 501.3 4.343 12430 3 3 501.3 5.383 5.15569 3 3 22 1 1 2 11 22 1 1 2 11 I P RIRP I P RIRP J J N JN NJN Como era de esperar, os valores são iguais das duas maneiras. De notar que este valor é a resistência dos enrolamentos referida ao primário (R1t do esquema da fig.3). A impedância Z1t do esquema da fig.3 que aqui designaremos por Z1 é calculada através da simples lei de Ohm. É igual à razão entre a tensão (simples) aplicada numa das fases do primário e a corrente que a percorre: Ω=== 08.11 4.34 3660 1 1 I UZ s Já agora, X1 será: Ω=+= 51.1021211 RZX Qual a tensão no secundário quando o transformador estiver a ¾ de plena carga com 0.8cos 2 =ϕ indutivo? ¾ Usamos a fórmula derivada da fig. 13: 22222222 sincos ϕϕ IXIRUE ++≈ . ¾ ¾ de plena carga equivale a dizer que passa uma corrente no secundário de valor igual a ¾ da corrente nominal no secundário. ¾ A razão de transformação é 5.37400/15000 ==a ¾ Ω== 0022.0/ 212 aRR ¾ Ω== 0075.0/ 212 aXX ¾ A fórmula pode ser reescrita da seguinte forma: 222222220 sin4 3cos4 3 ϕϕ NNS IXIRUU ++= ¾ Substituindo os valores: VU U S S 2.224 6.04.14434 30075.08.04.14434 30022.0 3 400 2 2 = ×××+×××+= ¾ Finalmente, o resultado deve ser dado em tensão composta: VU 38832.2242 =×= Nota: Se o factor de potência fosse capacitivo, a fórmula seria ϕϕ sincos 222222 IXIRUE −+≈ e a tensão U2 poderia ser maior do que U20 porque uma carga capacitiva fornece energia reactiva ao transformador. Máquinas Eléctricas I Transformadores 14-11-2002 http://www.fe.up.pt/~leec2005 12-12 Qual o rendimento a 7/8 de plena carga com 0.9cos 2 =ϕ capacitivo? JFE PPIU IU ++= )cos(3 )cos(3 222 222 ϕ ϕη Em regime nominal o rendimento é: JNFEN N JNFENN NN PPS S PPIU IU ++=++= )cos( )cos( )cos(3 )cos(3 2 2 222 222 ϕ ϕ ϕ ϕη A 7/8 de plena carga o rendimento é: { %3.98983.0 8 71556919409.0 8 71000000 9.0 8 71000000 8 7)cos( 8 7 )cos( 8 7 22 cargadadependenão 2 2 == ⋅++⋅⋅ ⋅⋅ = ⋅++⋅⋅ ⋅⋅ = JNFEN N PPS S ϕ ϕ η Qual o rendimento máximo para 1000 A? Nestas condições, o rendimento é máximo quando 1cos 2 =ϕ . %7.98987.0 4.1443 100015569194011000 3 4003 11000 3 4003 )cos(3 )cos(3 2 222 222 == ⋅++⋅⋅⋅ ⋅⋅⋅ =++= JFE PPIU IU ϕ ϕη Qual o rendimento máximo dos máximos? O rendimento é máximo quando as perdas no cobre são iguais às perdas no ferro e quando 1cos 2 =ϕ . Quando a primeira condição se verifica, verifica-se também a seguinte relação: JN FE N FEJ P P I IPP =⇒= 2 2 JN FE N N N N NNN P PSS I ISS IUS IUS ⋅= →⋅=⇒ = = casoneste 2 2 22 22 3 3 { %9.98989.0 194019401 5.15569 19401000000 1 5.15569 19401000000 )cos( )cos( 2 2 == ++⋅⋅ ⋅⋅ =++⋅ ⋅= = FEP JFE PPS S ϕ ϕη 2 2 2 =⇒ = = N JNJ NJN J I IPP RIP RIP
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