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Introdução às obrigações

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INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
 
Prof. Ricardo 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES ............................................ 1 
1. Considerações iniciais ................................................................................ 1 
2. Conceito de obrigação ................................................................................ 2 
3. Importância do direito das obrigações ........................................................ 2 
4. Diferenças entre Direitos Reais e Direitos Obrigacionais ............................ 2 
5. Figuras híbridas entre Direitos Pessoais e Reais (também denominadas 
obrigações ambulatórias ou de cunho real) .................................................... 3 
6. Elementos constitutivos das obrigações ..................................................... 4 
6.1. Elemento subjetivo................................................................................ 4 
6.2. Elemento Objetivo................................................................................. 4 
6.3. Vínculo Jurídico ou Elemento material .................................................. 5 
7. Fontes das obrigações ................................................................................ 6 
 
 
 
 
 
1. Considerações iniciais 
 
 Toda obrigação é, em sentido amplo, a sujeição a uma regra de conduta. 
Essas regras de conduta, porém, podem ser de várias ordens: religiosas, morais 
ou de mera cortesia. Assim, podemos observar que nem todas as obrigações 
que surgem têm relevância jurídica. 
 Dizemos isso porque nem todas as obrigações podem ser exigidas 
através do Poder Judiciário. Toma-se como exemplo a obrigação de pagar 
dízimo (sujeição a uma regra de conduta de ordem religiosa), essa obrigação 
não pode ser exigida através de do Judiciário, portanto não é juridicamente 
relevante. 
 As obrigações juridicamente relevantes estão num conceito mais restrito 
de obrigação, como se verá adiante. 
 
2. Conceito de obrigação 
 
Obrigação, em sentido estrito, ou seja, obrigação juridicamente relevante 
é o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o direito de exigir 
do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação. 
Corresponde a uma relação de natureza pessoal, de crédito e débito, de caráter 
transitório (extingue-se pelo cumprimento), cujo objeto consiste numa prestação 
economicamente aferível. 
 O Direito das Obrigações é um complexo de normas que rege relações 
jurídicas de ordem patrimonial, que se estabelecem de pessoa a pessoa, 
colocando-as, uma em face da outra, como credora e devedora. 
 
3. Importância do direito das obrigações 
 
 Rege todas as relações jurídicas de natureza econômica, vinculando os 
bens das pessoas (garantia), como devedores, como garantia comum dos seus 
credores. 
 Quanto aos bens: pessoa física = insolvente; pessoa jurídica = falência. 
 
 
4. Diferenças entre Direitos Reais e Direitos Obrigacionais 
 
 DIREITOS REAIS DIREITOS 
OBRIGACIONAIS 
a) Quanto ao 
sujeito 
Há somente sujeito 
ativo (proprietário). 
Sujeito passivo é toda a 
comunidade. 
Oponibilidade erga 
omnes. 
Sujeito determinado ou 
determinável. 
Sujeito ativo = credor. 
Sujeito passivo = 
devedor (solvens). 
b) Quanto ao objeto Incidem sobre uma 
coisa (res). Objeto de 
propriedade. Objeto: 
material e intelectual, 
por ex., autoria, marca 
etc. 
Exigem o cumprimento 
de determinada 
prestação. 
Uma obrigação de dar, 
fazer ou não fazer. 
Há direito de sequela, 
ex. art. 1.228, CC. 
c) Quanto à 
duração 
São perpétuos, não se 
extinguem pelo não 
uso, exceto os casos 
previstos em lei. Ex.: 
desapropriação, 
usucapião etc. 
Propriedade: plena e 
exclusiva (art. 1.231, 
CC/2002). 
São transitórios e se 
extinguem pelo 
cumprimento ou por 
outros meios, ex. morte. 
d) Quanto à 
formação 
Só podem ser criados 
pela lei, sendo seu 
número limitado e 
regulado por esta 
(numerus clausus), vide 
art. 1. 225, CC/2002. 
Resultam da vontade 
das partes, sendo 
ilimitado o número de 
contratos inonimados 
(numerus apertus). 
Pode resultar também 
da lei. 
e) Quanto ao 
exercício 
São exercidos 
diretamente sobre a 
coisa, sem necessidade 
de existência de um 
sujeito passivo. 
Exige uma figura 
intermediária, que é o 
devedor. 
f) Quanto à ação Pode ser exercida 
contra quem quer que 
detenha a coisa. 
A ação pessoal é 
dirigida somente contra 
quem figura na relação 
jurídica como sujeito 
passivo. 
Oponibilidade intra 
partes. 
 
5. Figuras híbridas entre Direitos Pessoais e Reais (também denominadas 
obrigações ambulatórias ou de cunho real) 
 
Obrigação propter rem: é a que recai sobre uma pessoa, por força de 
determinado direito real. Só existe em razão da situação jurídica do obrigado, de 
titular do domínio ou de detentor de determinada coisa (Vide art. 1.277, 
CC/2002). 
Exemplos: 1) obrigação imposta aos proprietários e inquilinos de um prédio de 
não prejudicarem a segurança, o sossego e a saúde dos vizinhos (CC, art. 
1.277); 2) pagamento de condomínio (cota condominial); 3) a obrigação de o 
proprietário de um imóvel de indenizar o terceiro que, de boa-fé, realizou 
benfeitorias sobre o mesmo; 4) IPTU, IPVA etc. 
 
Título de crédito ao portador: o crédito adere ao título passando a ser exigível 
por quem o porte. Então o portador tem a determinação inicial do credor. O 
credor será aquele que, portando o título no momento oportuno, exige aquele 
crédito. Por isso, diz-se que há ambulatoriedade excepcional. 
 
 
6. Elementos constitutivos das obrigações 
 
A obrigação compõe-se de três elementos essenciais. Quais sejam: o 
subjetivo, o vínculo jurídico e o objetivo. Eis, a seguir, uma breve explanação 
sobre estes elementos. 
 
6.1. Elemento subjetivo: 
 É o elemento subjetivo, ou seja, são os sujeitos da obrigação. Será 
sempre determinado ou determinável. Pode ser: 
a) Sujeito ativo (credor) (accipiens): é ele que detém o direito de ação; 
b) Sujeito passivo (devedor) (solvens). Este só é sujeito na ação de 
consignação em pagamento (Vide arts. 334 a 345, CC/2002; arts. 890 a 
900, CPC). 
 Os sujeitos da obrigação, tanto o ativo como o passivo, podem ser pessoa 
natural como jurídica, de qualquer natureza, bem como as sociedades de 
fato. 
 Devem ser determinados ou, ao menos, determináveis. 
 No contrato de doação, por exemplo, o donatário, às vezes, é 
indeterminado, mas determinável no momento do seu cumprimento, pelos 
dados nele constantes. Ex. o vencedor de um concurso, o melhor aluno 
de uma classe etc. 
 Se não forem capazes serão representados ou assistidos por seus 
representantes legais (art. 1.634, do Código Civil de 2002), dependendo 
ainda, em alguns casos, de autorização judicial. 
 
 
6.2. Elemento Objetivo: 
 É o objeto, sempre de valor econômico. Pode ser determinado ou 
determinável (art. 104, II, CC/2002). 
 
 Objeto imediato. É sempre uma conduta humana, por ex., dar, fazer ou 
não fazer. Denomina-se prestação ou objeto imediato. 
 Objeto mediato. O objeto da prestação, ou seja, o objeto mediato da 
obrigação. Descobre-se este através da pregunta: dar, fazer ou não fazer 
o quê? 
 Tal objeto tem que ser lícito, possível, determinado ou determinável (CC, 
art. 104, II) e suscetível de apreciação econômica. 
 
Lembre-se: 
 Objeto lícito é o que não contraria a lei, a moral e os bons costumes. 
 Nula será a obrigação se o objeto for ilícito, impossível ou indeterminável 
(art. 166, II, CC/2002). 
 A impossibilidade pode ser física ou jurídica. 
 Impossibilidade física:Há impossibilidade física sempre que a prestação 
avençada ultrapassar as forças humanas; 
 Impossibilidade jurídica: Sempre que a estipulação disser respeito a 
prestação proibida por lei, como nos exemplos: a alienação de herança 
de pessoa viva ou de bens públicos não dominicais (CC, arts. 100 e 426). 
 
6.3. Vínculo Jurídico ou Elemento material: 
 É o vínculo jurídico (obrigatio) (coercibilidade e juridicidade) existente 
entre eles. É o emprego da força exercido pelo Estado, através da lei ou de ação 
(judiciário). 
 
 O vínculo jurídico resulta de diversas fontes e sujeita o devedor a uma 
determinada prestação em favor do credor. 
 Divide-se em débito e responsabilidade. 
 O primeiro, também denominado vínculo espiritual ou pessoal, une o 
devedor ao credor e exige que aquele cumpra pontualmente a obrigação. 
 O segundo, o vínculo material, confere ao credor não satisfeito o direito 
de exigir judicialmente o cumprimento da obrigação, submetendo àquele 
os bens do devedor. 
 Há desta forma, de um lado o dever da pessoa obrigada (debitum), e de 
outro a responsabilidade, em caso de inadimplemento. 
 A responsabilidade é, portanto, o dever de indenizar ou ressarcir danos 
causados pelo descumprimento da obrigação. É a exigibilidade jurídica, 
isto é, o momento em que o credor pode exigir em juízo o pagamento da 
dívida. Efetuar a execução para obter o pagamento da dívida, contra o 
devedor inadimplente. 
 O sujeito passivo deve e também responde, de forma coativa, pelo 
cumprimento da obrigação. 
 Pode existir, também, o desmembramento desses elementos, como no 
caso da fiança, ou ainda débito sem responsabilidade, como ocorre na 
obrigação natural. 
 
 Ex. de obrigação sem responsabilidade: é o caso das dívidas prescritas, 
as do jogo etc. 
Obs. O devedor, nestes casos, não pode ser condenado a cumprir a 
prestação, isto é, ser responsabilizado, embora continue devedor. 
 Ex. de responsabilidade sem obrigação: o caso do fiador, que é 
responsável pelo pagamento do débito somente na hipótese de 
inadimplemento da obrigação por parte do afiançado, este sim 
originariamente obrigado ao pagamento, por ex., dos aluguéis. 
 
 
7. Fontes das obrigações: 
 
 As obrigações e suas fontes correspondentes compõem a estrutura 
básica do direito contratual. 
 A obrigação resulta: 
a) Da vontade do Estado, por intermédio da lei; 
b) Da vontade humana, ou vontade individual, manifestada no: 
 contrato, pois surge de um acordo (manifestação de vontades); na 
 declaração unilateral; ou na 
 prática de um ato ilícito. 
 
EXEMPLOS: 
 Exemplos de obrigações impostas pela lei: prestar alimentos aos 
parentes (art. 1.694, CC/2002); o empregador indenizar os danos 
causados por seu empregado (art. 932, CC/2002); a obrigação propter 
rem imposta aos vizinhos (art. 1.277, CC/2002) etc. 
 Exemplos de declaração unilateral: O Título VII, do Livro das 
Obrigações, prevê quatro espécies de atos unilaterais: promessa de 
recompensa, gestão de negócios, pagamento indevido e enriquecimento 
sem causa (arts. 854 a 886, do CC/2002). Também o Título ao portador, 
previsto no Cap. II, do Título VIII, arts. 904 a 909, CC/2002. 
 
Pode ser: 
 
 Lícita – quando a manifestação da vontade obedece à lei; 
 Ilícita – quando advém de desvio de conduta. Ex. Uma colisão de carro 
etc. 
No primeiro caso, a lei é a fonte imediata da obrigação; no segundo, a 
mediata. Porque está sempre presente, mediata ou imediatamente, alguns a 
consideram a única fonte das obrigações.

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