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MANEJO de vacas leiteiras 1 “...O leite produzido por uma vaca é considerado como subproduto de sua função reprodutiva e ambos são dependentes de uma dieta controlada.” Manejo Alimentar Nutrição Animal Mantença Crescimento Reprodução Produção Alimentos Volumosos Pasto Silagem Cana picada Feno Etc. Concentrados Milho Sorgo Caroço de Algodão Farelos Etc. 5 6 7 8 ......2. Princípios básicos da alimentação de vacas de leite PRIORIDADES NA ALOCAÇÃO DOS NUTRIENTES: MANTENÇA → GESTAÇÃO → PRODUÇÃO → RESERVAS CORPORAIS PRODUÇÃO DE LEITE ↔ RESERVAS CORPORAIS, PODE VARIAR EM FUNÇÃO: . Potencial produtivo . Estado corporal . Estágio da lactação 9 Condição corporal em um ciclo lactacional Widiman et al. (1982): 1 = extremamente magra 2 = moderadamente magra 3 = em bom estado 4 = moderadamente gorda 5 = extremamente gorda Recomenda-se: Ao parto = 3,5 No pico = 2,5 Final da lactação =3,0 a 3,5 → MONITORAMENTO DEVE SER REALIZADO DURANTE A LACTAÇÃO “ A eficiência com que as reservas corporais de energia são acumuladas nas vacas leiteiras é maior durante a lactação (principalmente no terço final da lactação) DO QUE NO PERÍODO SECO” (Waltner et al., 1993). 10 IMPOSSÍVEL PREVENIR A FASE DE BALANÇO ENERGÉTICO NEGATIVO, ações de manejo devem ser adotadas para minimizar a extensão e magnitude dessa fase. Assim toda atenção deve ser dada ao conforto animal, a sanidade e a formulações de dietas para vacas no pré e pós-parto Portanto: Alimentação de vacas inclui: - Formulação de dietas - Fornecimento de dietas (quantidade e frequência) - Sistemas de agrupamentos (número de grupo, critério de agrupamento, tamanho do grupo) - Instalações - Conforto térmico - Sistema de monitoramento no consumo 11 3. Alimentação de vacas não lactantes (secas) 3.1 Fase de recuperação : Final da lactação até 3 semanas antes do parto - Fase onde ocorre o processo de involução da glândula mamária - Aumento da exigência de gestação - Ideal que já estejam com condição corporal (> 3,0 a 3,5) - Ganho de peso nos últimos 60 dias antes do parto: 0,60 a 0,70 kg/dia (NRC, 2001) Objetivo: Recuperar a vaca para a próxima lactação 12 3.2 Fase de preparação : - Também denominado de fase inicial do período de transição - Período de transição: 21 dias antes do parto + 21 dias depois do parto 13 ...3.2 Fase de preparação (início do período de transição) → PRINCIPAIS OBJETIVOS DA FASE DE PREPARAÇÃO: - Fornecer nutrientes para atender mantença, crescimento fetal, crescimento corporal; - Preparar o sistema digestivo para a transição; - Permitir transição minimizando os problemas de saúde 14 RECOMENDAÇÕES GERAIS Vacas com adequada condição corporal Maximizar conforto e consumo de matéria seca: ingestão de matéria seca diminui 5 a 7 dias antes do parto (30% em termos práticos) Monitorar consumo e condição corporal 15 ....RECOMENDAÇÕES GERAIS Aumentar densidade energética => minimizar balanço energético negativo Fornecimento de concentrado em no máximo 50% da dieta (adaptação gradual) – vacas de alta produção de leite. Uso de dieta completa (volumoso + concentrado) Utilizar a mesma forragem utilizada na lactação Níveis mais elevados de energia e proteína para novilhas 16 17 Fisiologia da Glândula Mamária no Período Seco Duração - 55 a 60 dias: 3 primeiras semanas do PS ocorre a reabsorção do leite; 2 semanas para desenvolvimento das células secretoras de leite; 3 a 4 semanas para nova partida da secreção láctea e a preparação de um colostro Recuperação da função secretora da glândula mamária 18 CONCLUSÃO: vaca seca não está descansando!!!!! Compilacao de resultados de pesquisas de experimentos visando a diminuicao do periodo seco em vacas de leite Fonte Duracao do periodo seco em estudo Resultados Sorensen & Enevoldsen (1991) 10, 7 e 4 semanas 25,1; 24,5 e 22 kg/dia Rastani et al (2005) 56 e 28 dias 42,4; 37,9 kg/dia Grummer et al (2006) 30 e 60 dias Queda de 6% na lactacao seguinte 19 20 4. Alimentação de vacas lactantes 4.1 Fases 4.1.1 Até 21 dias após o parto 2ª- fase do período de transição Intensa mobilização de reservas corporais Essencial para altas produções de leite Maximizar conforto e consumo Monitoramento intenso do consumo e condição corporal Grande correlação desta fase com: - Produção de leite durante a lactação - Desempenho reprodutivo - Sanidade 21 4.1.2 Dos 21 até 100 dias após o parto Fase onde ocorre pico de produção (4 – 6 semanas de lactação) Fase onde ocorre pico de consumo (10 – 12 semanas de lactaç) Ainda ocorre mobilização de reservas corporais Fase onde reinicia a atividade ovariana Momento ideal para cobertura fértil 22 4.1.3 Dos 100 até 200 dias após o parto Balanço energético nulo Início da recuperação da condição corporal 4.1.4 Dos 200 até 300 dias após o parto Balanço energético positivo Melhor fase para recuperação da condição corporal → Nesta fase: maior partição de nutrientes p/ acúmulo de reservas corporal - queda na produção de leite - não há grande concorrência com gestação - Ideal: vaca no final da lactação → escore corporal de 3 a 3,5 → manter até o parto 23 4.2.1 Agrupamento: O Objetivo é minimizar a variação dentro dos lotes; Prática de manejo eficaz em todos os sistemas de produção de leite Grande impacto produtivo e econômico Decisões quanto ao agrupamentos de vacas: 1) Número de grupos 2) Tamanho dos grupos 3) Critério de agrupamento 24 4.2.2 Fornecimento de alimentos 4.2.2.1 Métodos de fornecimento (concentrado e volumoso) 4.2.2.2 Frequência 4.2.2.3 Quantidade de ração concentrada 25 4.2.2.1 Métodos de Fornecimento do Alimento A) Concentrado Separado do Volumoso - Mais comum nos sistemas de produção de leite no Brasil - A ração concentrada pode ser fornecida em grupos ou individual - Críticas do fornecimento individual de ração concentrada: . Maior demanda de mão-de-obra . Dificulta a ordenha (em caso de fornecimento na ordenha) . Fermentação ruminal indesejável em caso de consumo excessivo por refeição (> 3 kg/vaca/dia). 26 b) Dieta completa Conceito: mistura quantitativa de todos os ingredientes da dieta, suficiente para prevenir a separação e seleção pelo animal, formulada para atender as necessidades nutricionais do animal e manter o funcionamento normal do rúmen. “O Uso de dietas completas reduz a ênfase na atenção individual e direciona-se os esforços no sentido de manejar as vacas em grupo” (Ensminger et al., 1990) 27 4.2.2.2 Frequência Aumento da producao de leite com aumento da frequencia de alimentacao Fonte Frequencia Resultados Campel e Merilan (1961 2 para 4 vezes ao dia Aumento de 1,6 kg/dia Gibson (1984) 1;2;4 Aumento 2,7% no leite e 7,3 % na gordura Klusmeyer et al (1990) 2;4 vezes ao dia 1,4 kg/dia Macleod et al (1994) 2;3;6 vezes ao dia Saiu de 28,6 para 30,1 kg/dia 28 4.2.2.3 Quantidade de ração concentrada Programa deve incluir duas fases: Primeira fase: do parto até o pico de produção de leite Alimentação mais liberal Assim deve-se desafiar as vacas para atingirem seu potencial no pico de lactação e permitir as mesmas melhores condições na fase de balanço energético negativo. 29 Segunda fase: após o pico de lactação Depende: Contribuição do volumoso; Exigência nutricional ; Mantença e produção de leite Situação reprodutiva e condição corporal Preço do leite, preço dos alimentos concentrados; Taxa de substituição do volumoso pelo concentrado; Preço do volumoso. 30 Resposta produtiva da suplementação concentrada em pastagens de gramínes tropicaisPastagens Trat. kg/dia (% PB) Prod. Leite (Kg/dia) Dias Pangola 0 ; 2 10 ; 11,6 180 kikuiiu 0 ; 3 (9%) 7,4 ; 9,4 120 Elef. (napier) 0; 2; 4 (17%) 8,6 ; 10,4 ; 10,6 150 Decumbens 0; 2; 4 (18%) 10,4 ; 11,9 ; 13,4 176 Napier 0; 2 (18%) 13,1 ; 14,4 180 Coast cross 3;6 (20,6%) 17,3 ; 20,5 280 Elef. (napier) 0; 2 (18%) 11,9 ; 13,4 150 Elef. (paraiso) 0; 1,5; 3 (20%) 15,6 ; 18,4 ; 20,8 100 Brizantha 0; 2 (20%) 8,1 ; 10,6 420 Tobiatã 0; 2 (20%) 8,7 ; 12,8 420 31 Números de Ordenhas Frequência estimula a produção 1p/ 2 40% 2p/ 3 15 a 25% 3 p/ 4 5 a 10% Aumento da producao de leite com aumento da frequencia de ordenhas 33 Fonte Frequencia Resultado Amos et al. (1985) 2 ordenhas x 3 ordenhas 25,2% Erdman e varner (1995) 1 ordenha x 2 ordenhas 2 ordenhas x 3 ordenhas 3 ordenhas x 4 ordenhas 6,2 kg 3,5 kg 4,9 kg Ruas et al (2006) 1 ordenha x 2 ordenhas 24,5% Intervalo de Ordenhas Intervalo ideal aquele que proporciona o mesmo intervalo de horas entre as ordenhas; Dificuldade de mão-de-obra Admiti-se intervalo de 8 a 12 hs 35 SISTEMAS DE CRIAÇÃO O QUE É? COMO PODEM SER DIVIDIDOS? QUAL O MELHOR? Classificação dos Sistemas de Produção de Leite 1º Critério relacionado com a composição genética do rebanho: Sistemas que utilizam Gado Zebu Sistemas que utilizam Gado Mestiços Sistemas que utilizam Gado Europeu 36 2º Critério relacionado a intensificação dos recursos produtivos Sistemas intensivos: Sistemas semi-intensivos: Sistemas extensivos: ? Diversos são os fatores que levam um produtor à escolher um tipo de sistema de criação Terra Mão-de-obra Capital Produtividade Raça Clima 37 Pirâmide de prioridades 11. Instalações 10. Melhoramento animal 9. Suplementação na seca 8. Adubação de manutenção 7. Colocar os animais 6. Divisão de piquetes 5. Adubação de plantio 4. Seleção da forragem 3. Preparo do solo 2. Calagem 1.Análise do solo * Escrituração zootécnica Criação Extensiva 38 Tipos de instalações de sistemas confinados Tie-Stall Lousing-house Free-Stall 39 Sistemas de confinamento a) Tie Stall (tipo convencional) Foi um dos primeiros modelos usados Área coberta, concretada e baias individuais, onde os animais ficam presos O animal é solto por algumas horas, em piquete Manejo individualizado Utiliza camas Usado em pequenos rebanhos (< 60 vacas) 40 Desvantagens: falta de conforto alta incidência de mastite leite de pior qualidade remoção de dejetos é difícil Piso de borracha (2 cm) Espaço 0,8 a 1,2 m /animal Tie Stall41 42 Tie Stall43 44 b) Loose Housing Interessante e ainda pouco usado no Brasil Alternativa para contornar a desvantagem de capital mobilizado do Free Stall Área de descanso coletivo, sombreada Corredores de circulação concretados Área sombreada varia de 4,00 a 5,75 m2/animal 45 Pode ter acesso a um piquete (recomendado) Utiliza cama Permite também a máxima automação das atividades de alimentação e limpeza. Loose Housing 46 47 Loose Housing48 c) Free Stall Área coberta, concretada e com baias individuais de livre acesso pelos animais Área de circulação é de 4,00 a 5,75 m2/animal Área de descanso é de 2,80 m2/animal (varia com o tamanho do animal) Utiliza cama Recomendado acesso a um piquete Áreas de alimentação → 20 cm de cocho 49 Free Stall 50 51 Free Stall 52 Tipos de Ordenha A ordenha pode ser realizada de forma manual ou mecanizada A escolha do tipo de ordenha depende de vários fatores: Número de vacas em lactação Capacidade de investimento do produtor Disponibilidade de pessoas capacitadas para realizar a ordenha Nível de produção das vacas 53 1 - Ordenha Manual Sistema mais antigo de ordenha Muito frequente em pequenos rebanhos O investimento em equipamentos é baixo Exige maior esforço do ordenhador A estrutura para realizar a ordenha manual geralmente é bastante simples É comum “peiar as vacas” (amarrar as pernas traseiras) no momento da ordenha manual. 54 2 - Ordenha mecanizada Possibilita a extração do leite mais rápida do que a ordenha manual Bem realizada - tem menor risco de contaminação Feita em um local específico, a sala de ordenha, que pode variar tanto no tipo quanto na dimensão 55 2.1 - Ordenha com balde-ao-pé Tipo mais simples e mais barato de ordenha mecanizada Podendo ser empregada tanto em galpões simples (mais comum) quanto em salas com fosso Mais frequente em rebanhos pequenos até 50 vacas 56 57 2.2 - Ordenha tipo espinha-de-peixe Animais ficam posicionados diagonalmente em relação ao fosso de ordenha Facilita a visualização do úbere e dos tetos Vacas ocupam menor espaço na lateral do fosso Pode ser unilateral ou bilateral Rebanho de 30 a 300 vacas Espaço ocupado 1,2 a 1,5m/vaca 58 2.3 - Ordenha tipo tandem (fila indiana) As vacas ficam dispostas uma à frente da outra, em posição paralela ao fosso Modelo que possibilita a ordenha mecanizada com bezerro ao pé As vacas ocupam espaço maior na lateral do fosso - difícil adotá-lo em rebanhos grandes Espaço ocupado 0,9 a 2,3m/vaca 59 2.4 - Ordenha tipo lado-a-lado As vacas ficam em posição perpendicular ao fosso, uma ao lado da outra Com esse posicionamento há redução no espaço ocupado por vaca durante a ordenha Desvantagem: as vacas ficam de costas para o fosso, o que dificulta a visualização completa do úbere e dos tetos. Mais de 400 vacas 60 Modelo rotatoria ou carrossel 61 SALA DE ORDENHA Como decidir pelo tamanho do equipamento Número de vacas ordenhadas Produção média por vaca que se deseja alcançar Tempo de ordenha desejado Disponibilidade de mão de obra Disponibilidade de capital Quanto menor o tempo de ordenha desejado maior o número de unidades de ordenha U = n/(t*d) n- num. total de vacas a serem ordenhadas t- tempo em horas de duração da ordenha d- número de vacas ordenhadas/hora/unidade (5 a10) 62
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