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A Teoria Piagetiana de Aquisição da linguagem 
A TEORIA PIAGETIANA DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM 
 
Edilene Picanço Bacelar 
Leilian dos Santos Garcia 
Maria do Socorro Araújo Pastana 
Ângela Brito Ferreira 
 
RESUMO: O artigo aborda conceitos e características da teoria piagetiana de 
aquisição da linguagem, destacando o construtivismo-cognitivista: linguagem 
vinculada à cognição, detalhando o estudo das concepções centrado nas habilidades 
intelectuais humanas, onde Piaget tenta nos explicar como se desenvolve a 
inteligência nos seres humanos. 
 
PALAVRAS-CHAVES: Piaget, construtivismo-cognitivista, linguagem. 
 
ABSTRACT: Thepaper discussesconcepts andfeatures ofPiaget's theoryof language 
acquisition, emphasizing cognitive-constructivism: language linkedto 
cognition,detailing thestudy of conceptsfocused onhuman intellectualabilities, 
whichPiagetis trying toexplain howintelligencedevelopsin humans 
 
KEYWORDS: Piaget, constructivism-cognitive, language. 
 
 
I – INTRODUÇÃO 
A teoria piagetiana da aquisição da linguagem centrada na capacidade cognitiva 
busca entender o desenvolvimento natural da criança. Tendo como base e 
finalidade a inteligência, que começa a se organizar por meio de uma ação lógica 
sobre o biológico, isto é, os atos biológicos são adaptados ao meio físico. 
Este estudo torna-se relevante por produzir reflexões acerca da aquisição da 
linguagem segundo Piaget, o que possibilita o aprofundamento dos estudos teóricos 
sobre o desenvolvimento da linguagem. Esta pesquisa é direcionada aos 
acadêmicos e pesquisadores da área de Letras interessados nas diversas 
concepções de linguagem. 
O objetivo principal que norteia a pesquisa é desenvolver subsídios teóricos sobre a 
aquisição da linguagem a partir dos estudos de Piaget, e os objetivos específicos 
apresentados para defesa da pesquisa são: descrever a teoria piagetiana sobre a 
aquisição da linguagem; estabelecer relação entre o desenvolvimento do 
conhecimento de Piaget e o desenvolvimento da linguagem; Ressaltar a 
possibilidade de novas discussões sobre as teorias de aquisição da linguagem. 
Esta pesquisa é de cunho bibliográfico, qualitativa e descritiva, para sua realização 
utilizou-se o procedimento de levantamento de dados através das técnicas de 
resumo, fichamento e resenha. Para fundamentar este trabalho foram selecionados 
os autores Jean Piaget e Noam Chomsky. 
Este estudo está organizado em duas seções, a primeira seção trata do 
“Construtivismo-Cognitivista: linguagem vinculada à cognição”, tendo como 
subtópicos ‘O sujeito e o ambiente; Estágios de desenvolvimento e a Linguagem 
como ferramenta’. A segunda seção tem como titulo “Resultados e Discussão”, e 
em seguida serão apresentadas as conclusões do trabalho. 
 
2 – CONSTRUTIVISMO – COGNITIVISTA: LINGUAGEM VINCULADA À COGNIÇÃO 
Do estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade física, movimento 
e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que denominou epistemologia 
genética, isto é, uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural 
da criança. 
Segundo Piaget, as habilidades intelectuais humanas são formadas basicamente por 
meio da ação, ressalta que a interação entre o organismo e o ambiente é o 
principal impulso para o desenvolvimento do conhecimento. 
Inhelder nos esclarece o que Piaget pensa sobre a linguagem: 
 
Para Piaget (1966), a linguagem faz parte de uma organização cognitiva mais geral 
que mergulha suas raízes na “ação e nos mecanismos sensório-motores mais 
profundos do que o fato lingüístico”; em particular, é um dos elementos de um 
feixe de manifestações que repousam na função semiótica, na qual participam o 
jogo simbólico, a imitação diferida e a imagem mental. (INHELDER, 1983, p.170) 
 
Desta forma, Piaget entendia o cognitivo como uma adaptação, que organiza a 
função de estruturar o universo do individuo, relacionando o pensamento e os 
objetos, onde a capacidade cognitiva irá construir mentalmente as estruturas 
capazes de serem aplicadas às do meio. Quando tais conquistas cognitivas se 
unem, superando a inteligência sensória e motora, a caminho da inteligência pré-
operatória de fases posteriores, surge a possibilidade de a criança adotar os 
símbolos públicos da comunidade mais ampla em lugar de seus significantes 
pessoais, ou seja, a linguagem se torna possível, já que a linguagem é entendida, 
por Piaget, como um sistema simbólico de representações, assim como outros 
aspectos da função simbólica geral. 
 
 
 
 
2.1 – O SUJEITO E O AMBIENTE 
Nos estudos sobre aquisição da linguagem, destaca-se o interesse em saber como a 
criança aprende a língua em que dominará para se comunicar com o meio em que 
vive. 
Piaget ressalta que o individuo aprende do individual para o coletivo, por isso é 
importante a relação do sujeito com ambiente, pois segundo a sua teoria a 
aquisição e o desenvolvimento da linguagem são processos derivados do 
desenvolvimento do raciocínio na criança. Propõe-se que o sujeito constrói 
estruturas com base na experiência com o mundo físico, ao interagir e ao reagir 
biologicamente a ele, no momento dessa interação. 
A teoria piagetiana tem como base a interação do sujeito com mundo, portanto o 
sujeito cognoscente constrói o real por meio da ação, relacionando-se ao objeto, 
espaço, tempo e causalidade. Assim, a criança constitui sua inteligência através de 
sua interação com mundo, com esquemas mentais que possibilitam apreender a 
realidade, segundo Fiorin (2008, p.222): 
 
Para ele, a criança constrói o conhecimento com base na experiência com o mundo 
físico, isto é, a fonte do conhecimento está na ação sobre o ambiente. (...) está 
interação é entre a criança e o mundo. (...) Seu interesse não é pela linguagem per 
se, mas a linguagem como porta para a cognição. 
 
Portanto, Piaget fala que todo o conhecimento começa por uma assimilação pelas 
estruturas e esquemas do sujeito dos dados que recebe do exterior. Estas 
estruturas e esquemas são os meios que permitem o conhecimento. Tal assimilação 
implica, por sua vez, a sua modificação. A acomodação consiste na modificação 
destas estruturas ou esquemas para se adaptarem aos novos dados que emergem 
da interação com o meio. 
A inteligência surge então como o conjunto das estruturas e esquemas de que um 
organismo dispõe em cada fase do seu desenvolvimento. Assim, a adaptação do 
organismo constitui a expressão do equilíbrio atingido entre a assimilação e a 
adaptação. Filgueiras (2002) concorda com Piaget e diz: “é que a fim de acomodar 
é necessário que o sujeito antes se desequilibre estruturalmente, enquanto 
conjunto de esquemas, para se equilibrar novamente”. Tal equilíbrio somente se dá 
a partir do processo de assimilação-acomodação por meio da interação. 
Por isso, importante é também salientar a importância da análise de um ser que se 
reconstrói ao longo do tempo, tendo sempre presente as premissas básicas de 
totalidade, transformação e auto-regulação, estruturadas em torno de um 
desenvolvimento, e que subjazem a qualquer processo educativo. As dimensões 
que mais interessam a este trabalho passam, sem dúvida, pelos aspectos 
cognitivos e lingüísticos que estão na base de toda esta espiral materializada num 
modelo desenvolvimentista. 
 
2.2 – ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO 
Um conceito essencial da epistemologia genética é o egocentrismo, que explica o 
caráter mágico e pré-lógico do raciocínio infantil. A maturação do pensamento rumo 
ao domínio da lógica consiste num abandono gradual do egocentrismo. Com isso se 
adquire a noção de responsabilidade individual, in dispensável para a autonomia da 
criança. 
Segundo
Piaget, há quatro estágios do desenvolvimento cognitivo. O primeiro é o 
estágio sensório-motor, que vai até os 2 anos. Nessa fase, as crianças adquirem a 
capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas 
ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a 
percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta. 
O estágio pré-operacional vai dos 2 aos 7 anos e se caracteriza pelo surgimento da 
capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de 
símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se 
colocar no lugar de outra pessoa. 
O estágio das operações concretas, dos 7 aos 11 ou 12 anos, tem como marca a 
aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge à lógica nos processos 
mentais e a habilidade de discriminar os objetos por similaridade e diferenças. A 
criança já pode dominar conceitos de tempo e número. 
Fiorin (2008, p.222) destaca que: 
 
(...) que o desenvolvimento cognitivo passa por períodos, estágios: sensório-motor, 
pré-operatório, operações concretas e operações formais. Os estágios piagetianos 
são universais (gerais e invariáveis) e, em cada um, a criança desenvolve 
capacidades necessárias para o estágio seguinte, provocando mudanças 
qualitativas no desenvolvimento. 
 
Por volta dos 12 nos começa o estágio das operações formais. Essa fase marca a 
entrada na idade adulta, em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o 
domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que o habilita à experimentação 
mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar 
sobre hipóteses. De acordo com a tese piagetiana, ao atingir essa fase, o indivíduo 
adquire a sua forma final de equilíbrio, ou seja, ele consegue alcançar o padrão 
intelectual que persistirá durante a idade adulta. 
 
 
2.3 – A LINGUAGEM COMO FERRAMENTA 
Os estudos de Piaget, por sua vez, foram desenvolvidos tendo em vista a interação. 
Nessa interação, fatores internos e externos se inter-relacionam continuamente, 
formando uma complexa combinação de influências. Desta forma Piaget discorda 
das teorias inatistas, por desprezarem o papel do ambiente, e das concepções 
ambientalistas porque ignoram fatores maturacionais. 
A comunicação, de um modo geral, é um processo evolutivo. O papel da linguagem 
no desenvolvimento cognitivo tem sido discutido por diferentes teóricos. As 
propostas cognitivistas contemplam, em geral, uma abordagem racionalista, isto é, 
pressupõe alguma capacidade inata. 
Dentro das linhas cognitivistas, o interacionismo ou construtivismo entende a 
linguagem como uma forma de representação, porque permite ao sujeito evocar 
verbalmente objetos e acontecimentos ausentes, desta forma, as crianças 
constroem a linguagem, sendo esta considerada um instrumento. Um dos fatores 
indispensáveis para o surgimento da representação é a constância objetal, pela 
qual a criança consegue representar objetos ausentes. Esta proposta valoriza o 
aspecto motor, uma vez que pressupõe o surgimento do simbolismo após a 
passagem pelos estágios do período Sensório-Motor. 
O surgimento da linguagem parece apresentar estreitas relações com os aspectos 
cognitivos. A teoria piagetiana sugere que o desenvolvimento lingüístico depende 
do desenvolvimento da inteligência, sendo considerada uma forma de 
representação desta última. Para o teórico, o desenvolvimento cognitivo que irá 
possibilitar o nascimento do simbolismo. 
A função simbólica irá aparecer num conjunto de atividades essencialmente 
sensório-motoras. O autor considera estas como condutas de transição ou pré-
simbólicas e correspondem ao uso convencional dos objetos, aos esquemas 
simbólicos e ao esboço de aplicação de ações em outros objetos. Ainda que esteja 
relacionada aos comportamentos que vão além do domínio sensório-motor, estão 
voltadas de forma significativa na atividade do infante e não chegam ainda a 
representar por meio de símbolos propriamente ditos, ou seja, os objetos ou 
acontecimentos ausentes. Neste período ainda pode-se dizer, de acordo com a 
concepção piagetiana, que existe uma pré-linguagem. 
Em uma determinada etapa do desenvolvimento infantil, observam-se alguns 
comportamentos que poderiam ser identificados como uma simples brincadeira. No 
entanto, trata-se do jogo de faz-de-conta, um brincar ou jogar simbólicos. 
 
3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Segundo alguns estudiosos, a aprendizagem é um processo integrado que provoca 
uma transformação qualitativa na estrutura mental daquele que aprende. Essa 
transformação se dá por meio da alteração de conduta de um indivíduo, seja por 
Condicionamento Operante, experiência ou ambos, de uma forma razoavelmente 
permanente. As informações podem ser absorvidas através de técnicas de ensino 
ou até pela simples aquisição de hábitos. 
Outro conceito de aprendizagem é uma mudança relativamente durável do 
comportamento, de uma forma mais ou menos sistemática, ou não-adquirida pela 
experiência, pela observação e pela prática motivada. O ser humano nasce 
potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estímulos externos e internos 
para o aprendizado. Há aprendizados que podem ser considerados natos, como o 
ato de aprender a falar, a andar, necessitando que ele passe pelo processo de 
maturação física, psicológica e social. Na maioria dos casos a aprendizagem se dá 
no meio social e temporal em que o indivíduo convive; sua conduta muda, 
normalmente, por esses fatores e por predisposições genéticas. 
As teorias de Jean Piaget tentam nos explicar como se desenvolve a inteligência 
nos seres humanos. Convém esclarecer que as teorias de Piaget têm comprovação 
em bases científicas. Ou seja, ele não somente descreveu o processo de 
desenvolvimento da inteligência, mas, experimentalmente, comprovou suas teses. 
Resumir a teoria de Jean Piaget não é uma tarefa fácil. 
A teoria piagetiana não oferece aos educadores uma didática específica sobre como 
desenvolver a inteligência do aluno ou da criança. Ele nos mostra que cada fase de 
desenvolvimento apresenta características e possibilidades de crescimento da 
maturação ou de aquisições. O conhecimento dessas possibilidades faz com que os 
professores possam oferecer estímulos adequados a um maior desenvolvimento do 
indivíduo: 
 
Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta revolução no 
processo escolar (o professor transforma-se numa espécie de ‘técnico do time de 
futebol’, perdendo seu ar de ator no palco). (...) Quem quiser segui-lo tem de 
modificar, fundamentalmente, comportamentos consagrados, milenarmente (aliás, 
é assim que age a ciência e a pedagogia começa a tornar-se uma arte apoiada, 
estritamente, nas ciências biológicas, psicológicas e sociológicas). Onde houver um 
professor ‘ensinando’... aí não está havendo uma escola piagetiana (Lima, 1980, p. 
131). 
 
A partir das colocações anteriores, pode-se considerar que a teoria de Piaget 
complementa ao referir que interagir pressupõe, da perspectiva do sujeito, poder 
assimilar o objeto às suas estruturas, demanda que o sujeito tenha um esquema 
pelo qual o elemento exterior possa ser incorporado no mesmo. Não é uma 
interação qualquer que proporcionará o desequilíbrio e a acomodação, mas uma 
interação sujeito-objeto, a qual possui sentido para um aquele sujeito. 
Conseqüentemente, pode-se considerar este um processo individual. 
A teoria piagetiana percebe o desenvolvimento cognitivo construído a partir do 
biológico. Pois para ele, a inteligência começa a se organizar por meio de uma 
lógica da ação calcada sobre o biológico, ou seja, os atos biológicos são atos de 
adaptação ao meio físico.
Desta forma, pode-se concluir que Piaget entendia o 
cognitivo como uma adaptação, que organiza a função de estruturar o universo do 
indivíduo. Este conceito refere-se à relação entre o pensamento e os objetos, uma 
vez que a capacidade cognitiva irá construir mentalmente as estruturas capazes de 
serem aplicadas às do meio. 
 
4 – CONCLUSÃO 
A teoria piagetiana de aquisição da linguagem ressalta que todo ser humano 
passa a desenvolver suas habilidades a partir da interação, e o ambiente é o 
principal impulso para desenvolver o conhecimento da criança. Afirmando 
assim que a aprendizagem acontece através do que ela aprecia ao seu 
redor. Contudo para uma boa aprendizagem é evidente que devemos 
estimulá-la. 
Assim sendo, diante dos estudos realizados sobre aquisição da linguagem foi 
comprovado que não só para Piaget, mas com para outros estudiosos a 
linguagem é influenciada pelo ambiente. Portanto o ser humano nasce com a 
capacidade de aprender, necessitando apenas de estímulos externos, 
desenvolvendo assim a linguagem, abrindo caminhos para novas discussões 
a cerca da aquisição da linguagem. Dentre as teorias do conhecimento já 
pesquisadas é possível que a aquisição da linguagem seja a mais completa 
delas. Ela é completa não só porque abrange a aquisição de conhecimentos 
pelo homem desde o nascimento até a idade adulta, mas também porque 
ela procura responder quais são os processos desta aquisição. 
Sobre essa perspectiva, os objetivos, sem duvida, foram alcançados, pois 
fica claro que a linguagem vem ser um dos principais, se não o principal 
mecanismo para que as crianças desenvolvam suas aptidões. Além do que, a 
própria desenvoltura da linguagem pode e deve ser considerada parte de 
todo esse aprendizado. 
 
 
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 
 
INHELDER, B. Linguagem e conhecimento no quadro construtivista. In: PIATELLI-
PALMARINI, M. (Org.). Teorias da linguagem, teorias da aprendizagem: o debate 
entre Jean Piaget e Noam Chomsky. São Paulo: Cultrix: Editora da USP, 1983. 
 
FIORIN, José Luiz. (org.). Introdução Linguística: I. Objetos Teoricos. 5ª ed., 2ª 
reimpressão. São Paulo: Contexto, 2008. 
 
FILGUEIRAS, Karina Fideles. Psicopedagogia On-line, 2002. Um estudo sobre a 
lateralidade como fator influente na alfabetização. Disponível em: 
<http://www.psicopedagogia.com.br/download/lateralidade.doc>. 
 
LIMA, Lauro de Oliveira. Piaget para principiantes. 2. ed. São Paulo: Summus, 
1980. 284 p.

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