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Lei nº 8112-1990 comentada – 2013 – Aula 00.pdf AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, Futuros Servidores Concursados da TST! Antes de iniciarmos nossa preparação para o Concurso da TST, cujo edital acabou de sair do forno, com explicações teóricas e exercícios, gostaria de fazer uma rápida apresentação. Meu nome é Henrique Esteves Campolina Silva, mineiro de Belo Horizonte, funcionário de carreira do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), aprovado no concurso de 1989 para o Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais (TAMG), que, após sua extinção em 2004, foi fundido ao TJMG. Hoje, no TJMG, estou responsável pela Gerência de Suprimento e Controle Patrimonial, já tendo respondido pela Gerência de Compra de Bens e Serviços. Já fui designado para compor várias Comissões Permanentes de Licitação e venho atuando como Pregoeiro nos principais certames licitatórios do TJMG e do extinto TAMG, desde a implantação desta modalidade de licitação em 2002. Sou instrutor interno da Escola Judicial Edésio Fernandes – EJEF, pertencente ao quadro do TJMG, nos cursos de Formação e Capacitação de Pregoeiros, Sistema de Registro de Preços e Legislação de Licitação e Contratos Administrativos. Sou bacharel em Direito e em Engenharia Civil, ambas as graduações obtidas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pós-graduado em Letras: Português e Literatura pelas Faculdades Integradas de Jacarepaguá/RJ. AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 2 Sejam bem vindos à aula 00 (demo) do Curso sobre a Noções da Lei nº 8.112/1990 p/TST– Teoria e Exercícios, onde abordaremos o tópico “Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações” constante nos conteúdos programáticos para os seguintes cargos do Edital TST nº 01/2012 (Banca: Fundação Carlos Chagas): � Analista Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidades: - Análise de Sistemas - Suporte em Tecnologia da Informação - Medicina (do Trabalho). � Técnico Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidade: - Programação Cronograma de nossas AULAS SEMANAIS, com os respectivos títulos da Lei 8.112/90 a serem abordados: � Aula 00 (Demo) - Agora: � Título I: Das Disposições Preliminares � Aula 01: � Título II: Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição � Aula 02: � Título III: Dos Direitos e Vantagens � Aula 03: � Título IV: Do Regime Disciplinar � Título V: Do Processo Administrativo Disciplinar � Aula 04: � Título VI: Da Seguridade Social do Servidor � Título VII (Todos os artigos deste título encontram-se revogados) � Título VIII: Das Disposições Gerais � Título IX: Das Disposições Transitórias e Finais AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 3 A principal ideia da formatação destas aulas é embutir aos futuros servidores concursados as premissas, definições, determinações e princípios contidos nesta legislação, intercalados com exercícios (questões comentadas de concursos anteriores), que também objetivam a familiarização de todos com os dizeres, abordagens e reflexões que envolvem essas avaliações. Por sabermos da complexidade e extensão das matérias exigidas nessas provas, buscaremos percorrer a legislação de forma tranquila, concatenada e interligada, fazendo constantes remissões aos dispositivos legais, visando facilitar a memorização dos assuntos tratados, através de uma linguagem simples e direta. Desta forma, poderemos trazer informações de outros ramos do Direito, enriquecendo os estudos e formando uma boa base teórica para encararmos com tranquilidade e sabedoria as concorridas provas de concurso. Como é sabido por todos, as provas de concurso cobram a literalidade da legislação, motivo que transcreveremos cada dispositivo abordado para melhor memorização do texto legal1: Todos os artigos estarão negritados, neste tipo de formatação, visando facilitar suas localizações para leituras e consultas durante possíveis futuras revisões rápidas da matéria. Em virtude de tal formatação, eliminaremos, inclusive, as aspas que sinalizam a transcrição ipsis litteris2 do texto. Traremos diversas questões de concursos, objetivando a familiarização de todos com os dizeres, abordagens e reflexões que envolvem essas avaliações. Transcreveremos os enunciados, para que vocês possam tentar resolvê-las e, em seguida, traremos as resoluções com todas as explicações necessárias ao bom entendimento. Nesta aula demonstrativa, iniciaremos os estudos do Título I: Das Disposições Preliminares da Lei Federal nº 8.112 de 11 de dezembro de 1990. A maioria das questões que traremos será retirada de concursos elaborados pela própria FCC, visando prepará-los para suas formas de abordagem e cobrança de nossas matérias nas provas. 1 “Texto legal”: é uma expressão usualmente utilizada para referir-se a um texto extraído de alguma legislação (leis, decretos, portarias, medidas provisórias, etc.) 2 Ipsis litteris expressão latina que significa transcrição literal do texto, mesmas palavras e letras. AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 4 Traremos, também, questões de outras bancas, que ajudarão na fixação dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Priorizaremos aquelas com opções de respostas, por ser do mesmo estilo da FCC. Mas isto não impedirá de analisarmos questões tipo Certo/Errado, caso entendamos que elas trarão boas e pertinentes reflexões das matérias estudadas. Serão muitas questões! Observação: Percebam que o conteúdo programático do edital menciona Lei nº XXX e alterações, cuja expressão se justifica em virtude de diversos dispositivos destas normas, os longos dos anos, terem sofrido alterações em seus textos originais (modificações, inclusões e revogações), decorrentes de novas normas. Para facilitar os estudos de vocês e não trazer repetições ao longo dos textos de nossas análises e explicações, faremos as referências a estas legislações posteriores em notas de rodapé. Bom curso para todos nós !!! Críticas e sugestões poderão ser enviadas para: henriquecampolina@pontodosconcursos.com.br Prof. Henrique Campolina Junho/2012 AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 5 1. A Estrutura da Lei Federal nº 8.112/1990 Em 11 de dezembro de 1990, o então Presidente da República Fernando Collor sancionou a Lei Federal nº 8.112. Ementa3 da Lei Federal nº 8.112/1990: Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Objetivando nos familiarizarmos com o objeto de estudo que será inicialmente analisado nesta aula demonstrativa, apresentamos a estrutura da Lei 8.112/90 (em títulos e capítulos), para entendermos a lógica trazida pelos legisladores: Título I: Das Disposições Preliminares Título II: Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição Capítulo I - Do Provimento Capítulo II - Da Vacância Capítulo III - Da Remoção e da Redistribuição (Remoção e Redistribuição) Capítulo IV - Da Substituição Título III: Dos Direitos e Vantagens Capítulo I - Do Vencimento e da Remuneração Capítulo II - Das Vantagens Capítulo III - Das Férias Capítulo IV - Das Licenças Capítulo V - Dos Afastamentos Capítulo VI - Das Concessões Capítulo VII - Do Tempo de Serviço Capítulo VIII - Do Direito de Petição Título IV: Do Regime Disciplinar Capítulo I - Dos Deveres Capítulo II - Das Proibições Capítulo III - Da Acumulação Capítulo IV - Das Responsabilidades Capítulo V - Das Penalidades 3 O artigo 5º da Lei Complementar nº 95, de 26/02/1998, que dispõe sobre a elaboração das leis (regulamento decorrente do parágrafo único do artigo 59 da CF), define ementa: “Art. 5º A ementa será grafada por meio de caracteres que a realcem e explicitará, de modo conciso e sob a forma de título, o objeto da lei.” AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 6 Título V: Do Processo Administrativo Disciplinar Capítulo I - Disposições Gerais Capítulo II - Do Afastamento Preventivo Capítulo III - Do Processo Disciplinar Título VI: Da Seguridade Social do Servidor Capítulo I - Disposições Gerais Capítulo II - Dos Benefícios Capítulo III - Da Assistência à Saúde Capítulo IV - Do Custeio Título VII: Da Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público (Todos os artigos encontram-se revogados) Título VIII: Das Disposições Gerais Título IX: Das Disposições Transitórias e Finais 2. A Lei Federal nº 8.112/1990 2.1. Comando Constitucional Vamos, inicialmente, entender a motivação que levou à promulgação da Lei nº 8.112/1990. Encontraremos o comando constitucional no art. 39 de nossa Lei Maior. Vejam comigo (transcrição que não pertencer a Lei estudada não será negritada): Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Além disto, nossa Carta Magna já traz algumas regras em relação à Administração Pública, que, obviamente, não poderão ser contraditas nas normas infraconstitucionais. Vejam exemplos destas disposições da CF/1988: � Caput do art. 37: Princípios da Legalidade, da Impessoalidade, da Moralidade, da Publicidade e da Eficiência (o famoso “LIMPE”); � Incisos I, II, III e IV do art. 37: Regras básicas para ingresso no serviço público; AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 7 � Inciso VI do art. 37: Direito sobre livre associação sindical aos servidores públicos; � Inciso XVI do art. 37: Vedação sobre acumulação remunerada de cargos públicos; � Art. 40: Regime de previdência de servidores; � Art. 41: Regras sobre estabilidade de servidores. E foi exatamente a Constituição de 1988 que trouxe a exigência de regime jurídico único para os servidores públicos (A Emenda Constitucional 19/1998 modificou o transcrito art. 39, mas o STF (ADIN 2.135-4) retornou com o texto original). 2.2. Título I – Das Disposições Preliminares Não se assustem ou desanimem ao constatarem que traremos conceitos e definições existentes em outras legislações (Constituição, Código Civil, Leis Ordinárias e Complementares, dentre outras). Não estaremos “viajando na maionese” nem perdendo o foco de nosso objeto de estudo. Todas as remissões e citações que encontrarão ao longo de nossas aulas buscarão agregar conhecimentos que facilitarão a resolução das questões, conforme poderão constatar durante as análises de questões presentes em cada aula. Nosso principal objetivo é prepará-los para as formas de cobrança de assuntos ligados à nossa matéria, que aparecem nos concursos. Voltando à Lei 8.112/90, cuja ementa já foi aqui ultrapassada, deparamos com o Título I, cujo Capítulo Único (Das Disposições Preliminares) só possui 4 artigos, que traremos conjuntamente, para, depois, tecermos nossos comentários e análises. Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público. Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 8 Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei. Inicialmente, o art. 1º reforça a ementa, ratificando os destinatários da Lei (servidores públicos civis da União,das autarquias e das fundações públicas federais), instituindo o: “Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União” Apesar de serem artigos curtos e com interpretações simples e diretas, trazem alguns conceitos que precisamos abordar para iniciar nossos estudos sobre esta Lei: O que significa “Regime Jurídico”? Trarei uma didática definição, retirada do sítio do Wikipédia: REGIME JURÍDICO “Regime jurídico é o conjunto de direitos, deveres, garantias, vantagens, proibições e penalidades aplicáveis a determinadas relações sociais qualificadas pelo Direito.”4 O regime jurídico também é chamado de estatuto, daí decorre a denominação servidor público estatutário. Seguindo no curto art. 1º encontramos outro conceito: Servidor Público Civil da União. Sempre que falamos em servidor público, surgem as eternas dúvidas entre as definições de agentes (políticos, administrativos, honoríficos, delegados e credenciados), de servidores (públicos e temporários) e de empregados públicos. 4 Fonte: Sítio do Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Regime_jurídico) AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 9 Porém, antes de abordarmos estes conceitos, vamos às diferenciações entre cargo, emprego e função, que são ocupados e desempenhados pelos agentes. Cargo Menor parcela de poder do Estado previsto em numero certo e ocupado por servidor público (espaço preenchido por um servidor público). Emprego Unidade ocupada por quem possui vinculo contratual regido pela CLT. Função Atribuição ou conjunto de atribuições que a administração confere a cada categoria profissional, ou comete individualmente a determinados servidores para a execução de serviços eventuais ou temporários. Para a definição de Agente Público, buscaremos os artigos 1º e 2º da Lei nº 8.429/1992: AGENTE PÚBLICO Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do DF, dos Municípios, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual. Ao falar sobre os agentes públicos, gosto de trazer a classificação e definições do ilustre prof. Hely Lopes de Meirelles5, em virtude do seu forte caráter didático. Confiram comigo: � Agente Político: componentes do governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, empregos, funções, mandatos ou comissões para o exercício de atribuições constitucionais. Exemplos: Presidente da República, Ministros, Senadores, Governadores e Prefeitos. 5 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 33. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2007. AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 10 � Agente Administrativo: aqueles que se vinculam ao Estado ou às suas Entidades ou órgãos por relações profissionais, sujeitos a hierarquia funcional, e ao regime próprio da entidade a que servem. Podem ser: servidores públicos e temporários ou empregados públicos. � Agente Honorífico: cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar, mesmo que transitoriamente, determinados serviços ao Estado, em razão de sua condição cívica. Exemplos: Jurados e Mesários. � Agente Delegado: aqueles que recebem incumbência de execução de determinada atividade, obra ou serviço que o realizarão em nome próprio. Exemplos: notários e registradores, intérpretes, leiloeiros, tradutores, concessionários e permissionários. � Agente Credenciado: credenciados pelo Estado para representá-lo em situação especifica que demandam conhecimentos especializados. Exemplo: Físico brasileiro representando o país numa convenção científica internacional Esta classificação não é consenso na Doutrina, mas é importante gravarmos que todas estas pessoas, no exercício de suas atividades, são consideradas agentes públicos. Os agentes honorífico, delegado e credenciado também são chamados de particulares em colaboração com o Poder Público. Os destinatários da Lei 8.112/90 e nosso objeto de estudo estão contidos nos agentes administrativos e precisamos diferenciá-los dos empregados públicos: Agentes Públicos Administrativos Regime Possuem: Servidor Público Estatutário (Regime Jurídico) Cargos Empregado Público Celetista (CLT) Empregos Para a definição de servidor, não podemos esquecer o que o art. 2º da Lei 8.112/92 traz: “servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público”. Aqui, a Lei, expressamente (art. 3º) conceitua cargo público: AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 11 CARGO PÚBLICO Conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Em seguida, a norma traz requisitos/características dos cargos públicos: � Acessíveis a todos os brasileiros; � Criados por lei � Com denominação própria; � Com vencimento pago pelos cofres públicos e � Provimento em caráter efetivo ou em comissão. Feitas estas considerações e análises iniciais, já podemos começar a nos aventurar em questões de concursos já realizados. Certo? Então vamos nos exercitar um pouco! Não se acostumem com o nível de dificuldade mais ameno destas questões. Estamos, numa aula demo, abordando o início da Lei nº 8.112/90 (apenas 4 artigos). Com o passar do curso e o incremento do conteúdo de nossas aulas, perceberão a necessidade de uma boa preparação para encararmos com tranquilidade e sabedoria as bem elaboradas questões que a FCC coloca em seus concursos. AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 12 QUESTÕES PROPOSTAS (Título I da Lei 8.112/90) Questão 1 (FCC – TRT-6ª Região – Técnico Judiciário – 2012) – A Constituição Federal previu, em seu artigo 37, inciso IX, a possibilidade de contratação por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos da lei. Partindo-se do pressuposto de que não foi realizado concurso público para a contratação de servidores temporários, é correto afirmar que os admitidos (A) ocupam cargo efetivo. (B) ocupam emprego. (C) ocupam emprego temporário. (D) desempenham função. (E) desempenham função estatutária. Questão 2 (FCC – TJ-RJ – Analista Judiciário – 2012) – As pessoas que exercem atos por delegação do Poder Público, tais como os serviços notariais e de registro podem ser consideradas (A) servidores públicos estatutários, caso tenham prestado concurso público. (B) empregados públicos, desde que tenham prestado concurso público. (C) particulares em colaboração com o Poder Público, sem vínculo empregatício. (D) funcionários públicos lato sensu, na medida em que se submetem à fiscalização do Poder Público. (E) agentes públicos estatutários, desde que recebam remuneração do Poder Público. Questão 3 (FCC – TRF-2ª Região – Técnico Judiciário – 2012) – Em sentido amplo, "agentes públicos" são todos os indivíduos que, a qualquer título, exercem uma função pública, remunerada ou gratuita, permanente ou transitória, política ou meramente administrativa, como prepostos do Estado. Diante deste conceito, considere: AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 13 I. Pessoas que recebem a incumbência da administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do poder público habilitante. II. Particulares que recebem a incumbência de exercer determinada atividade, obra ou serviço público e o fazem em nome próprio, por sua conta e risco, sob a permanente fiscalização do respectivo Poder Público. As descrições acima correspondem, respectivamente, à seguinte classificação de agentes públicos: (A) delegados e políticos. (B) administrativos e políticos. (C) honoríficos e servidores públicos. (D) credenciados e delegados. (E) honorários e credenciados. Questão 4 (FCC – TRT-8ª Região – Técnico Judiciário – 2010) – Sobre cargo público é correto afirmar: (A) Cargo público e emprego público são expressões sinônimas. (B) Os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e aos estrangeiros, na forma da lei. (C) Cargo em Comissão pode ser provido em caráter permanente. (D) Nem todo cargo tem função, mas a toda função corresponde um cargo. (E) A criação de cargo pode se feita por decreto do Chefe do Poder Executivo. Questão 5 (FCC – TRE-AP – Analista Judiciário – 2006) – Dentre os particulares em colaboração com o Poder Público, é certo que os mesários eleitorais integram a categoria dos (A) servidores públicos temporários contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária de interesse público. (B) agentes delegados que exercem função pública, em seu próprio nome, sem vínculo empregatício, porém sob fiscalização do Poder Público. (C) agentes políticos e prestam atividades típicas de governo segundo normas constitucionais. (D) empregados públicos estatutários convocados para prestar, transitoriamente, determinado serviço público junto aos órgãos eleitorais. (E) agentes honoríficos e, em que pese não serem servidores públicos, desempenham uma função pública. AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 14 Questão 6 (FCC – TRF-1ª Região – Analista – 2001) – Diz-se que os agentes públicos de colaboração são as pessoas que (A) prestam serviços, sob regime de dependência à Administração Pública direta, autárquica ou fundacional pública, sob relação de trabalho profissional transitório ou definitivo. (B) detêm os cargos de elevada hierarquia da organização da Administração Pública, ou seja, que ocupam cargos que compõem a cúpula da estrutura constitucional. (C) se ligam, por tempo determinado à Administração Pública para o atendimento de necessidades de excepcional interesse público, sob vínculo celetista. (D) se ligam, contratualmente às empresas paraestatais da Administração indireta, sob um regime de dependência e mediante uma relação de trabalho, não eventual ou avulso. (E) prestam serviços à Administração por conta própria, por requisição ou com sua concordância, exercendo função pública, mas não ocupando cargo ou emprego público. GABARITO Questão 1 2 3 4 5 6 Resposta D C D B E E Agora vamos resolvê-las, para que possam conferir suas respostas, aproveitando para trazer novas explicações e conceitos que reforçarão o aprendizado dos primeiros artigos da Lei Federal nº 8.112/1990. AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 15 QUESTÕES RESOLVIDAS (Título I da Lei 8.112/90) Questão 1 (FCC – TRT-6ª Região – Técnico Judiciário – 2012) – A Constituição Federal previu, em seu artigo 37, inciso IX, a possibilidade de contratação por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos da lei. Partindo-se do pressuposto de que não foi realizado concurso público para a contratação de servidores temporários, é correto afirmar que os admitidos (A) ocupam cargo efetivo. (B) ocupam emprego. (C) ocupam emprego temporário. (D) desempenham função. (E) desempenham função estatutária. Resolução: Apesar de ser uma questão de resolução direta, é um bom momento para trazermos o texto legal do inciso IX do artigo 37 da CF/88, que diz: IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; Inicialmente percebemos que os contratados do enunciado não ocuparão cargos ou empregos. Então já eliminamos as opções de resposta A, B e C. Em relação ao desempenho de função, a condição de estatutário está relacionada aos servidores públicos. Logo, a opção D também está incorreta. Portanto, nossa alternativa de resposta deverá ser a letra D. Gabarito: D AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 16 Questão 2 (FCC – TJ-RJ – Analista Judiciário – 2012) – As pessoas que exercem atos por delegação do Poder Público, tais como os serviços notariais e de registro podem ser consideradas (A) servidores públicos estatutários, caso tenham prestado concurso público. (B) empregados públicos, desde que tenham prestado concurso público. (C) particulares em colaboração com o Poder Público, sem vínculo empregatício. (D) funcionários públicos lato sensu, na medida em que se submetem à fiscalização do Poder Público. (E) agentes públicos estatutários, desde que recebam remuneração do Poder Público. Resolução: Lembram-se da definição de agentes delegados que trouxemos na aula? Releiam para ajudar na memorização: � Agente Delegado: aqueles que recebem incumbência de execução de determinada atividade, obra ou serviço que o realizarão em nome próprio. Exemplos: notários e registradores, intérpretes, leiloeiros, tradutores, concessionários e permissionários. Mas como disse na aula, há divergência entre as classificações dos agentes públicos e que os honoríficos, delegados e credenciados também são chamados de particulares em colaboração com o Poder Público. A constatação da inexistência do vínculo empregatício pode ser claramente feita na definição acima: realizarão as atividades em nome próprio. Desta forma, a alternativa C deverá ser marcada por nós. Gabarito: C AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 17 Questão 3 (FCC – TRF-2ª Região – Técnico Judiciário – 2012) – Em sentido amplo, "agentes públicos" são todos os indivíduos que, a qualquer título, exercem uma função pública, remunerada ou gratuita, permanente ou transitória, política ou meramente administrativa, como prepostos do Estado. Diante deste conceito, considere: I. Pessoas que recebem a incumbência da administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do poder público habilitante. II. Particulares que recebem a incumbência de exercer determinada atividade, obra ou serviço público e o fazem em nome próprio, por sua conta e risco, sob a permanente fiscalização do respectivo Poder Público. As descrições acima correspondem, respectivamente, à seguinte classificação de agentes públicos: (A) delegados e políticos. (B) administrativos e políticos. (C) honoríficos e servidores públicos. (D) credenciados e delegados. (E) honorários e credenciados. Resolução: Vejam como é importante o candidato ter bom conhecimento destas classificações. Esta questão, também de resolução simples e direta, foi retirada de um concurso realizado em 2012 e traz, expressamente, os conceitos dos agentes credenciado (I) e delegado (II) Gabarito: D Questão 4 (FCC – TRT-8ª Região – Técnico Judiciário – 2010) – Sobre cargo público é correto afirmar: (A) Cargo público e emprego público são expressões sinônimas. (B) Os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e aos estrangeiros, na forma da lei. (C) Cargo em Comissão pode ser provido em caráter permanente. AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 18 (D) Nem todo cargo tem função, mas a toda função corresponde um cargo. (E) A criação de cargo pode se feita por decreto do Chefe do Poder Executivo. Resolução: Conforme vocês poderão constatar ao longo de nosso curso, costumo explorar as questões ao máximo analisando todas as alternativas de resposta e não apenas o gabarito. Vejam esta resolução para ilustrar o que estou dizendo: vamos esmiuçar cada opção: “(A) Cargo público e emprego público são expressões sinônimas.” Assertiva errada: Podemos constatar estas diferenças ao compararmos o art. 3º de nossa Lei-Objeto de Estudo (Lei 8.112/90) com o art. 3º da CLT6 (Decreto-Lei nº 5.452, 1º de maio de 1943). Confiram comigo: “Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Parágrafo único: Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.” (Lei nº 8.112/90) “Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.” (CLT) “(B) Os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e aos estrangeiros, na forma da lei.” Assertiva CORRETA: Precisamos, após a transcrição do art. 3º da Lei 8.112/90, verificar se existe a possibilidade do acesso dos estrangeiros na forma da lei, para tecermos nossa conclusão sobre a correção desta opção de resposta. Para isto, recorreremos ao art. 37 (caput e inciso I) da Constituição Federal/1988, cuja atual redação foi dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 04 de junho de 1998, que diz: 6 CLT: Consolidação das Leis do Trabalho AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 19 “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;” (grifos meus) Mas é preciso cautela ao analisarmos este ponto, uma vez que o STJ entende que a modificação trazida pela EC 19/98 tem eficácia limitada e aplicabilidade indireta. Vejam a ementa do Recurso Ordinário em Mandado de Segurança nº 2003/0159388-2 (RMS 16.923/MG): “CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO – NORMA QUE ASSEGURA O ACESSO DE ESTRANGEIRO A CARGO PÚBLICO - ART. 37, INCISO I DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – EFICÁCIA LIMITADA – APLICABILIDADE MEDIATA – REGULAMENTAÇÃO IMPOSITIVA – RECURSO DESPROVIDO I– O art. 37, inciso I da Magna Carta é norma de eficácia limitada e de aplicabilidade mediata ou indireta. Logo, necessita que o legislador edite lei complementar ou ordinária, de modo a assegurar a integração de sua eficácia, sem a qual o direito não pode ser exercido. II– A regulamentação da circunstância pelo legislador ordinário em hipóteses como a presente não é facultativa, mas impositiva. Isto significa dizer que o legislador encontra-se obrigado a emitir a lei e, enquanto assim não o fizer, o direito reclamado não pode ser exercido. III– No caso dos autos, a Lei nº 6.815/80, que define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, não contém em seu bojo dispositivo referente ao procedimento pelo qual deve atravessar o estrangeiro, de modo a permitir o exercício do seu direito de ocupar um cargo público no Brasil. IV– Recurso desprovido.” (grifos meus) Desta forma, não basta o Estatuto do Estrangeiro (Lei nº 6.815/1980), devendo ser editado o regulamento abordando a situação existente no caso concreto a ser abordado. Para nossa questão, podemos marcar esta alternativa como CORRETA. “(C) Cargo em Comissão pode ser provido em caráter permanente.” Assertiva errada: Podemos encontrar a incorreção desta frase no final próprio parágrafo único do art. 3º. Vejam, se o provimento poderá em caráter efetivo ou em comissão, percebe-se que o servidor comissionado não poderá ser provido permanentemente: “Parágrafo único: Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.” (Art. 3º da Lei nº 8.112/90) AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 20 “(D) Nem todo cargo tem função, mas a toda função corresponde um cargo.” Assertiva errada: Aqui ocorre exatamente o contrário. Se o cargo é o conjunto de atribuições e responsabilidades, conforme diz a Lei, obviamente, seu ocupante possuirá funções a exercer. Já para a função pública, como vimos, não há necessidade de correspondência com um cargo. “(E) A criação de cargo pode se feita por decreto do Chefe do Poder Executivo.” Assertiva errada: Também já estudamos este ponto. Cargo decorre de lei, não podendo ser criado pelo decreto citado nesta alternativa. Gabarito: B Questão 5 (FCC – TRE-AP – Analista Judiciário – 2006) – Dentre os particulares em colaboração com o Poder Público, é certo que os mesários eleitorais integram a categoria dos (A) servidores públicos temporários contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária de interesse público. (B) agentes delegados que exercem função pública, em seu próprio nome, sem vínculo empregatício, porém sob fiscalização do Poder Público. (C) agentes políticos e prestam atividades típicas de governo segundo normas constitucionais. (D) empregados públicos estatutários convocados para prestar, transitoriamente, determinado serviço público junto aos órgãos eleitorais. (E) agentes honoríficos e, em que pese não serem servidores públicos, desempenham uma função pública. Resolução: Outra questão de resolução direta. Já podemos, após nossos estudos, rapidamente identificar a opção correta: Letra E Vamos relembrar a classificação dos agentes públicos honoríficos? Leiam aí: AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 21 � Agente Honorífico: cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar, mesmo que transitoriamente, determinados serviços ao Estado, em razão de sua condição cívica. Exemplos: Jurados e Mesários. Gabarito: E Questão 6 (FCC – TRF-1ª Região – Analista – 2001) – Diz-se que os agentes públicos de colaboração são as pessoas que (A) prestam serviços, sob regime de dependência à Administração Pública direta, autárquica ou fundacional pública, sob relação de trabalho profissional transitório ou definitivo. (B) detêm os cargos de elevada hierarquia da organização da Administração Pública, ou seja, que ocupam cargos que compõem a cúpula da estrutura constitucional. (C) se ligam, por tempo determinado à Administração Pública para o atendimento de necessidades de excepcional interesse público, sob vínculo celetista. (D) se ligam, contratualmente às empresas paraestatais da Administração indireta, sob um regime de dependência e mediante uma relação de trabalho, não eventual ou avulso. (E) prestam serviços à Administração por conta própria, por requisição ou com sua concordância, exercendo função pública, mas não ocupando cargo ou emprego público. Resolução: Se ajuntarmos as definições dos agentes honoríficos, delegados e credenciados, que, conforme falamos, também são chamados de agentes públicos de colaboração, chegaremos a um resultado que poderá, facilmente ser reescrito conforme a alternativa de reposta E, que é nosso gabarito de resposta. Gabarito: E AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 22 Futuros Servidores Concursados da TST, Precocemente, termina aqui nossa aula demonstrativa. Como disse no início, o presente curso objetiva, através de uma linguagem simples e direta, percorrer toda a legislação abordada, imputando conhecimentos suficientes para vocês resolverem as questões das provas. Digo precocemente, porque as demais aulas abordarão cuidadosa e minuciosamente o restante da Lei nº 8.112/90, que é composta por 253 artigos (com seus incisos, parágrafos e alíneas). O objetivo da presente demonstração é, caso tenham saboreado este “gostinho inicial” e se identificaram com minha didática, convidá-los a compartilhar nosso estudo desta legislação. Grande abraço a todos e espero encontrá-los no curso, Henrique Campolina Junho/2012 AULA 00 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 23 BIBLIOGRAFIA MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 33ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2007. ROCHA, Daniel Machado da (Coordenador); LUCARELLI, Fábio Dutra e MACHADO, Guilherme Pinho. Comentários à Lei do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União. 2ª ed. Florianópolis: Conceito Editorial, 2012. Wikipédia – Enciclopédia Livre (www.wikipedia.com.br) CRETELLA NETO, José. Dicionário de Processo Civil. 1ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1999. ._Lei nº 8112-1990 comentada – 2013 – Aula 00.pdf Lei nº 8112-1990 comentada – 2013 – Aula 01.pdf AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, Futuro Servidor Concursado do TST! É com grande satisfação que o recebo para, juntos, percorremos todo o nosso conteúdo programático do Curso sobre Noções da Lei nº 8.112/1990 p/TST – Teoria e Exercícios e ficarmos mais perto da almejada vaga no quadro efetivo de pessoal do TST, para um dos seguintes cargos: � Analista Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidades: - Análise de Sistemas - Suporte em Tecnologia da Informação - Medicina (do Trabalho). � Técnico Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidade: - Programação Lembrem-se, visando auxiliar a memorização do texto legal1, que: Todos os artigos estarão negritados, neste tipo de formatação, visando facilitar suas localizações para leituras e consultas durante possíveis futuras revisões rápidas da matéria. Em virtude de tal formatação, eliminaremos, inclusive, as aspas que sinalizam a transcrição ipsis litteris2 do texto. Quaisquer dúvidas sobre a matéria ou sobre algum exercício, cujas explicações e comentários não ficaram muito claros para você, não deixe de entrar no Fórum deste curso e inserir seu questionamento. Gostaria de relembrar a todos que temos um compromisso em percorrer todos os artigos e dispositivos constantes em nosso conteúdo programático. Bom curso para todos nós !!! Críticas e sugestões poderão ser enviadas para: henriquecampolina@pontodosconcursos.com.br Prof. Henrique Campolina Julho/2012 1 “Texto legal”: é uma expressão usualmente utilizada para referir-se a um texto extraído de alguma legislação (leis, decretos, portarias, medidas provisórias, etc.) 2 Ipsis litteris expressão latina que significa transcrição literal do texto, mesmas palavras e letras. AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 2 1. A Estrutura da Lei Federal nº 8.112/1990 (continuação) 1.1. Título II – Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição DO PROVIMENTO Antes de entrarmos nas disposições deste capítulo, traremos 2 definições de Provimento de Cargo Público de renomados professores e juristas: - Provimento de Cargo Público é “Ato de designação de alguém para titularizar cargo público”3 - "Provimento de cargo público é o suprimento formal da necessidade pública havida e demonstrada na sua vacância, conferindo-se a alguém a condição de titular responsável pelo desempenho das atribuições e das funções que lhe são inerentes."4 O provimento poderá possuir duas situações diferentes: � Ingresso da pessoa física pela primeira vez no serviço público, isto é, não havia qualquer anterior entre o servidor e a Administração; OU � A pessoa física que preenche o cargo já possuía algum vínculo com a Administração. Estas circunstâncias, ao longo dos anos, receberam as denominações de: Provimento Originário: também chamado de provimento autônomo. Gosto de falar que o provimento originário independe de qualquer relação pré-existente entre o particular e a Administração, uma vez que o pré-requisito de aprovação em concurso, como ocorre na nomeação (única forma de provimento originário atualmente permitida pela CF/1988 – inciso II do art. 375), rompe esta relação passada. 3 MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27ª ed. SP: Malheiros, 2010 4 ROCHA, Carmem Lúcia Antunes. Princípios Constitucionais dos Servidores Públicos. SP: Saraiva, 1999 5 “II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;” (inciso II do art. 37 da CF/1988) AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 3 Provimento Derivado: forma de provimento mais ampla, visto que a legislação regulamenta diversas hipóteses, quando presente um vínculo anterior. São formas de provimento derivado: promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução. Com esta breve introdução, podemos seguir em frente na Lei: Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público: I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito anos; VI - aptidão física e mental. § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. § 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.6 O artigo 5º atende ao comando constitucional contido no inciso I do art. 37: “I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;7 Fiz questão de transcrever este inciso constitucional, que foi alterado pela Emenda Constitucional nº 19/1998, para já alertá-los que o inciso I do art. 5º da Lei nº 8.112/1990 precisa de uma ressalva, uma vez que a restrição para estrangeiros ocuparem cargos públicos foi afastada de nossa Lei Máxima. Percebam, também, que esta previsão (acesso aos estrangeiros) necessita de lei que trate a matéria. 6 Incluído pela Lei nº 9.515, de 20/11/1997 7 Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998 AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 4 Dito isto, precisamos memorizar os requisitos básicos para investidura em cargo público: � Nacionalidade brasileira (lembrando a ressalva dos “estrangeiros”); � Gozo dos direitos políticos; � Quitação com as obrigações militares e eleitorais; � Nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; � Idade mínima de dezoito anos; � Aptidão física e mental. IDADE MÍNIMA PARA INVESTIDURA EM CARGO A lei estabelece a idade mínima (18 anos), não afastando possibilidade de limite mínimo superior a este, desde que devidamente justificado, compatível e necessário à natureza do cargo a ser preenchido. Em relação à idade, podemos buscar a Súmula nº 683 do STF, que diz: “O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.”8 Quanto à aptidão física e mental, embora possa parecer um requisito subjetivo e genérico, refere-se às condições necessárias ao desempenho das funções inerentes ao cargo a ser provido. Desta forma, poderá haver avaliações físicas (caso as atividades a serem desempenhadas exijam tais esforços) e mentais (exames psicotécnicos). Aproveitando o ensejo, visto os exames psicotécnicos suscitarem muitas polêmicas, importante salientarmos que o STF julgando constitucional a realização de tais exames, desde que seus critérios de avaliação estejam previamente fixados e divulgados. Também é necessária a motivação e justificação dos resultados dos exames considerados “inaptos”. Seguindo no art. 5º, constatamos que a Lei nº 8.112/1990 continua a obedecer aos comandos constitucionais positivados no artigo 37. A reserva de vagas assegurada a pessoas portadoras de deficiência. Confiram: 8 Fonte: Sítio oficial do Supremo Tribunal Federal (www.stf.jus.br) AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 5 “VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;”9 O limite de até 20% trazido pela Lei nº 8.112/1990 não pode ser analisado de forma absoluta, uma vez que a legislação que trata do acesso e participação das pessoas portadoras de deficiência (Lei nº 7.853, de 24/10/1989 e o Decreto nº 3.298, de 20/12/1999) assegura uma reserva mínima de 5%. Vejam: “Art. 37. Fica assegurado à pessoa portadora de deficiência o direito de se inscrever em concurso público, em igualdade de condições com os demais candidatos, para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que é portador. § 1º O candidato portador de deficiência, em razão da necessária igualdade de condições, concorrerá a todas as vagas, sendo reservado no mínimo o percentual de cinco por cento em face da classificação obtida.”10 Desta forma, os editais de concurso deverão prever esta reserva entre 5% e 20% das vagas disponíveis para as pessoas portadoras de deficiências. O art. 207 da CF/1988, após a entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 11/1996, traz a previsão legal para a possibilidade de universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais proverem seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros: Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. § 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. § 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica. Para finalizarmos este importante dispositivo legal, é importante trazermos outra Súmula nº 266, agora do STJ, datada em 22/05/2002: “O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público.”11 9 Inciso VIII do art. 37 da CF/1988 10 Art. 37 (caput e §1º) do Decreto nº 3.298/1999 11 Fonte: Sítio oficial do Superior Tribunal de Justiça (www.stj.jus.br) AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 6 Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder. Estas autoridades competentes são: � Presidente da República; � Ministros; Poder Executivo � Dirigentes de autarquias e fundações públicas; � Presidente do Senado Federal; Poder Legislativo � Presidente da Câmara dos Deputados; � Presidentes dos Tribunais - Poder Judiciário; � Presidente do Tribunal de Contas; � Procurador-Geral da República - Ministério Público Federal. Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. Novamente vou citar o prof. Celso Antonio Bandeira de Mello: POSSE “Ato de aceitação do cargo e um compromisso de bem- servir.”12 Art. 8º São formas de provimento de cargo público: I - nomeação; II - promoção; III – ascensão e IV – transferência13 V - readaptação; VI - reversão; VII - aproveitamento; VIII - reintegração; IX - recondução. 12 MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27ª ed. SP: Malheiros, 2010. 13 Revogados pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997 – incisos III e IV AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 7 Importante, neste ponto, a memorização das formas de provimento de cargo público originária (nomeação) e derivadas (promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução), que serão abordadas individualmente a seguir, com a identificação de requisitos, características e demais disposições essenciais para diferenciação entre cada forma. Nomeação Art. 9º A nomeação far-se-á: I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos.14 Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. Costuma-se falar que a nomeação é a forma de provimento inicial para os cargos federais subordinados ao Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União (Lei nº 8.112/1990). NOMEAÇÃO “Ato formal, emanado do poder público, que atribui determinado cargo a pessoa geralmente estranha aos quadros do funcionalismo.”15 Já podemos identificar e diferenciar as nomeações destinadas a duas situações com características bem diversas: � Regime estatutário do servidor investido em cargo efetivo e � Regime estatutário do ocupante de cargo em comissão de livre provimento e exoneração. Conforme estamos analisando, o regime estatutário do servidor público (para ambas as situações) é regido pelas disposições constitucionais contidas nos 14 Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997 – inciso II e parágrafo único 15 CRETELLA JUNIOR, José. Tratado de Direito Administrativo: o pessoal da administração pública. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005. AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 8 artigos 37, 38, 39, 40 e 41, que são regulamentadas pelo nosso objeto de estudo desta aula: a Lei nº 8.112/90. Trazemos, agora, um quadro comparativo com as principais diferenças entre estas 2 situações, baseado em informações retiradas do anexo do artigo “Não existe regime jurídico único na Administração Pública Brasileira”, de autoria de Valéria Salgado e Antonio Teixeira Leite16: NOMEAÇÃO ASPECTOS EM CARÁTER EFETIVO EM COMISSÃO Natureza Unilateral, imposto pelo Estado, cuja característica principal é a submissão às disposições estatais, aceitas no ato da investidura no cargo efetivo. Regido em grande parte por regras de natureza estatutária, sendo-lhes aplicadas regras dos empregados do setor privado no caso da previdência. Atribuições Públicas Exercem atividades finalísticas e de meio dos órgãos da Administração Direta, Autarquias e Fundações. Exercem atribuições de direção, chefia e assessoramento. Forma de acesso Por concurso público de provas ou provas e títulos. Livre nomeação, independente de concurso público. Estabilidade Estabilidade ao cargo efetivo, após estágio probatório (garantida na CF). Não tem estabilidade. Exoneração /Demissão Somente é possível por: - processo administrativo, - sentença judicial, - procedimento de avaliação (mediante disposições legais) ou - por excesso de despesa (CF:41§1º) Cargo Vitalício: só é possível por sentença judicial transitada em julgado (CF: art. 95 I) Livre exoneração. Organização dos cargos Em carreiras ou cargos isolados, criados por lei. Cargos não são distribuídos em classes, não havendo carreira. Funções de confiança São exclusivas de servidores públicos (CF: art. 37 XV) Não podem ser acumulados com cargo em comissão. Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade. Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Adm. Pública Federal e seus regulamentos.17 16 Artigo “Não existe regime jurídico único na Administração Pública Brasileira”, retirado do sítio oficial do MPOG: Gestão Pública (www.gespublica.gov.br) 17 Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997 AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 9 Não é à toa que estamos todos aqui estudando para um concurso público, afinal é a principal porta de acesso aos quadros da administração pública brasileira. O concurso público é a encarnação do princípio constitucional da impessoalidade: através de critérios de avaliação objetivos (provas e/ou títulos), com livre acesso a todos os interessados que preenchem os requisitos objetivos de inscrição, são escolhidas (aprovadas) as pessoas que irão ingressar nos quadros de pessoal da administração pública. Já trouxemos, em nota de rodapé, a transcrição do artigo 37-II da CF/1988 que traz a determinação constitucional da prévia aprovação em concurso público para investidura em cargo ou emprego público. Concurso Público Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.18 (Regulamento19) Algumas disposições contidas neste artigo devem ficar bem memorizadas por todos vocês: � O concurso será composto: - apenas de provas ou - de provas e títulos; � Poderá ser realizado em 2 etapas; � Inscrição do candidato condicionada ao pagamento do valor (edital); � Estipulação do valor da inscrição quando indispensável ao custeio do concurso; � Possibilidade de isenção da taxa de inscrição (edital). Este artigo ocasionou a edição de um regulamento para a citada isenção, que, atualmente em vigor, encontra-se no Decreto nº 6.593/2008, que regulamenta 18 Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997 19 Regulamento constante no Decreto nº 6.593, de 02/10/2008 AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 10 o art. 11 da Lei nº 8.112, quanto à isenção de pagamento de taxa de inscrição em concursos públicos realizados no âmbito do Poder Executivo federal20. Apesar de não constar expressamente em nosso conteúdo programático, é importante conhecermos o teor deste regulamento, que, em virtude de sua pequena extensão, transcreveremos a seguir, para facilitar o estudo e a visão globalizada desta disposição. Decreto nº 6.593/2008: Art. 1º Os editais de concurso público dos órgãos da administração direta, das autarquias e das fundações públicas do Poder Executivo federal deverão prever a possibilidade de isenção de taxa de inscrição para o candidato que: I - estiver inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico, de que trata o Decreto nº 6.135/2007; e II - for membro de família de baixa renda (Decreto nº 6.135/2007). § 1º A isenção mencionada no caput deverá ser solicitada mediante requerimento do candidato, contendo: I - indicação do NIS21, atribuído pelo CadÚnico; e II - declaração de que atende à condição estabelecida no inciso II do caput. § 2º O órgão ou entidade executor do concurso público consultará o órgão gestor do CadÚnico para verificar a veracidade das informações prestadas pelo candidato. § 3º A declaração falsa sujeitará o candidato às sanções previstas em lei, aplicando-se, ainda, o disposto no parágrafo único do art. 10 do Decreto nº 83.936/1979. Art. 2º O edital do concurso público definirá os prazos limites para a apresentação do requerimento de isenção, assim como da resposta ao candidato acerca do deferimento ou não do seu pedido. Parágrafo único. Em caso de indeferimento do pedido, o candidato deverá ser comunicado antes do término do prazo previsto para as inscrições. Art. 3º Este Decreto também se aplica aos processos seletivos simplificados para a contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, de que trata o art. 37, inciso IX, da Constituição. Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data da publicação. (03/10/08) Importante gravarmos a importância do edital do concurso, que é o instrumento hábil para determinar e prever as “regras do jogo”, em conformidade, é claro, com a legislação pertinente. 20 Ementa do Decreto nº 6.593, de 02/10/2008 21 NIS: Número de Identificação Social AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 11 Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. § 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação. § 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. Aqui encontramos outras regulamentações para a realização, acompanhamento e gestão dos concursos públicos: � Validade: de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período; � Publicidade do edital: no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação. Novamente a lei remete ao edital a fixação das regras do concurso (validade e condições de realização). Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. Precisamos analisar esta vedação legal (acerca de novos concursos) com cautela e à luz do novo entendimento do Supremo Tribunal de Justiça (e isto serve para todos vocês que poderão se encontrar numa situação destas em algum concurso já prestado ou a realizar). O direito à nomeação de candidatos aprovados em concurso, historicamente, foi defendido pela Corte do STF como expectativa de direito à nomeação, que apenas se tornava direito, quando o candidato aprovado era preterido em nomeação de outro candidato, sem observância da classificação final do concurso. AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 12 Felizmente, hoje, nossos Ministros do STF estão “evoluindo seus entendimentos”22 e já existem julgados que trazem o direito à nomeação do candidato aprovado. Assim, caso o candidato aprovado dentro das vagas definidas no edital do concurso terá assegurado o direito à nomeação. Nada mais justo, não acham? Afinal, ao se estipular as vagas, entende-se que a administração pública traçou todo um planejamento, que deverá conter um levantamento dos cargos vagos e impacto financeiro-orçamentário oriundo com as novas nomeações. Se o edital é a “regra do jogo” e vincula todos os jogadores e árbitros (candidatos, administração pública e banca gestora do concurso), nada mais justo que a administração seja obrigada a preencher todas as vagas apontadas no edital, caso existam candidatos aprovados para efetivação de tal procedimento. Dito isto, voltemos à vedação contida no último “Ponto Importante”, para salientar que tendo sido nomeados candidatos aprovados para todas as vagas previstas no edital do concurso anterior, mesmo este estando válido, haverá a possibilidade da administração publicar novo concurso. Infelizmente, o “jeitinho brasileiro” (que costumo chamar, ao lado da famigerada prática de “levar vantagem em tudo”, das 2 piores chagas sociais de nosso país) já encontrou uma forma de driblar o novo entendimento do STF: os famosos concursos com vagas destinadas ao “Quadro de Reserva”, que, em teoria, desobriga a administração a nomear os candidatos melhores classificados nos concursos. Mas esta é uma discussão para outro momento, vamos nos ater a nossa matéria. Posse e Exercício Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. 22 Coloquei a expressão “evoluindo o entendimento”, por ser uma das principais justificativas que nossas principais Cortes e Colegiados federais (STF, STJ, TCU, etc) utilizam quando há uma mudança de paradigma, jurisprudência ou forma de decidir as questões por eles analisadas e julgadas. AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 13 § 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento.23 § 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo será contado do término do impedimento. § 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica. § 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação. § 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. § 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo. O artigo 13 traz importantes disposições acerca da posse, que é exclusividade do provimento de cargos por nomeação, possibilitando ao empossado sua ausência desde que haja procuração específica para tal substituição, devendo ocorrer no prazo de 30 dias (a partir da publicação). O termo de posse, que deverá ser assinado pelo servidor/procurador, conterá as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. O prazo da posse (30 dias) poderá ser postergado, caso o servidor esteja em licença (hipóteses elencadas neste dispositivo). É necessária a apresentação, no ato da posse, da declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio. O empossando também deverá declarar o exercício, ou não, de outro cargo, emprego ou função pública. Quando a lei diz que o provimento tornar-se-á sem efeito quando não ocorrer a posse no prazo aqui estabelecido, significa que não haverá necessidade de exoneração ou demissão do servidor nomeado. Apenas ficando sem efeito aquele ato de provimento (nomeação). Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial. Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo. 23 Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997 - §§ 1º, 2º e 4º AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 14 Já trouxemos as observações referentes às avaliações mentais e físicas que serão submetidas os potenciais e futuros servidores públicos.Vamos em frente: Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.24 § 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. § 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18. § 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício. § 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação. Aqui temos outro importante conceito: “exercício”. EXERCÍCIO “Efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.” ENTRAR EM EXERCÍCIO Prazo de 15 dias, contados da data da posse, para o servidor empossado. Lembramos, ainda, que a autoridade competente do órgão ou entidade dará o exercício ao nomeado/designado no local onde este exercerá suas atividades. Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do servidor. Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão competente os elementos necessários ao seu assentamento individual. Cada servidor deverá possuir uma pasta, que conterá as informações de sua vida funcional. Como não poderia deixar de ser, as informações referentes ao 24 Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997 – caput e §§ AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações P/TST – Teoria e Exercícios Professor: HENRIQUE CAMPOLINA Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 15 seu exercício (entrada, suspensão, interrupção, reinício, etc.) deverão ser anotadas neste histórico. Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.25 Outro dispositivo de interpretação, entendimento e aplicação imediatos: a contagem de tempo de serviço não é interrompida com promoções. Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.26 § 1º Na hipótese do servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento. § 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput. Outro artigo com interpretação e aplicação direta: caso o servidor deva ter exercício em outro município (remoção, redistribuição, requisição, cessão ou exercício provisório), a Lei lhe concede um prazo de 10 a 30 dias da data de publicação do ato para entrada em exercício na nova sede. Apesar de o servidor poder declinar de tais prazos, o prazo de 10 dias lhe garante um período mínimo para providenciar as mudanças, uma vez que, em via de regra, o prazo é estipulado pela Administração, que considerará as situações de cada caso concreto (distâncias do deslocamento, situações familiares, facilidades/dificuldades da mudança, etc.). Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente.27 § 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, 25 Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997 26 Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997 – todo o artigo 27 Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991 – caput e §2º AULA 01 Noções da Lei nº 8.112/1990 e Alterações
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