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CHOQUES SBV II Circulation É uma anormalidade do sistema circulatório que resulta em oxigenação e perfusão inadequados Causas: Pneumotórax Tamponamento cardíaco - dx pela Tríade de Beck Estase da jugular Hipotensão Abafamento das bulhas cardíacas TIPOS DE CHOQUE Cardiogênico: Pode ser causada por: Traumatismo fechado do coração Tamponamento cardíaco Embolia gasosa IAM + trauma Suspeitar de traumatismo fechado se a desaceleração rápida for o mecanismo da lesão torácica Monitorização constante por ECG Neurogênico: Resulta de lesão externa de medula espinal a nível de coluna cervical e/ou torácica alta Alto potencial de envolver o sistema respiratório devido proximidade com o centro da respiração Séptico: Não cogitado em politraumas, a menos que o paciente demore muitas horas para chegar à sala de trauma Obstrutivo: Pode ser provocado por pneumotórax hipertensivo (por reduzir retorno venoso) ou tamponamento cardíaco (por inibir contratilidade e débito cardíaco) Deve ser considerado nos doentes com lesões potenciais acima do diafragma Hemorrágico: Principal causa de choque em pacientes politraumatizados FISIOPATOLOGIA DA PERDA SANGUÍNEA DC = FC x VS O volume sistólico (VS) é influenciado principalmente por: Pré-carga Contratilidade Pós-carga Respostas circulatórias precoces à perda sanguínea como mecanismo de compensação Progressiva vasoconstrição > para preservar o fluxo sanguíneo para rim, coração e cérebro Se não for revertido, o dano celular progride e pode provocar: Alterações na permeabilidade endotelial Edema tecidual Morte celular Tratamento envolve: Reverter o estado de choque Oxigenação/Ventilação adequados Reposição de fluidos apropriada Interrupção da hemorragia CLÍNICA DO CHOQUE HEMORRÁGICO Realizada administração de fluidos para reposição de volume Sinais precoces de perda volume: Taquicardia Idosos podem não apresentar por ter resposta cardíaca às catecolaminas limitada Usuários de bloqueadores beta-adrenérgicos podem não ter Marca-passo limita a capacidade de aumento da frequência cardíaca Vasoconstrição periférica e cutânea TODO paciente traumatizado que está frio e taquicárdico está em choque, até que se prove que o contrário. Pulso fraco Exames a pedir para Dx: Hematócrito Se muito baixo detectado logo após o traumatismo, sugere perda sanguínea maciça ou anemia preexistente Normal: não descarta perdas sanguíneas significativas [Hemoglobina] Gasometria Défice de base Lactato (úteis para determinar presença e gravidade do choque) Avaliações seriadas desses parâmetros podem ser utilizadas para monitorar a resposta do doente ao tratamento Pesquisa da causa do choque: Focos / Locais mais prováveis: Tórax Abdome Pelve Retroperitônio Ossos longos (principalmente fêmur) Uso do FAST na emergência RX, lavagem peritoneal diagnóstica, sondagem vesical HEMORRAGIA Perda aguda de volume sanguíneo Volume sanguíneo = 7% do peso corporal em adultos, e 8 a 9% em crianças Obs: Em obesos, o volume sanguíneo é calculado de acordo o peso ideal Classes: CLASSE I: perda de até 15% do volume sanguíneo Sintomas mínimos Não precisa de reposição Mecanismos compensatórios conseguem reestabelecer o volume CLASSE II: perda de 15 a 30% do volume sanguíneo Taquicardia (>100bpm), taquipneia, hipotensão Aumento do tônus e da resistência vascular periférica CLASSE III: perda de 30 a 40% do volume sanguíneo Taquicardia acentuada (>140bpm), taquipneia (>24rpm), alteração do estado mental, queda da pressão sistólica Geralmente requer transfusão sanguínea A prioridade é interromper a hemorragia CLASSE IV: perda >40% Ameaça imediata à vida Taquicardia acentuada, diminuição da pressão sistólica, pressão do pulso pinçada (pressão diastólica não mensurável), débito urinário desprezível, nível de consciência deprimido Exige transfusão rápida Intervenção cirúrgica imediata Provoca um edema nas partes moles traumatizadas Leva a ativação de resposta inflamatória sistêmica e produção/liberação de citocinas OUTRAS CONDUTAS NO CHOQUE HEMORRÁGICO Dilatação gástrica: Especialmente em crianças Pode ser causa de hipotensão inexplicada ou arritmias cardíacas (bradicardias, por estímulo vagal) Doente inconsciente: aumenta risco de aspiração de conteúdo gástrico Conduta: descompressão estomacal Introdução de tubo naso/orogástrico conectado a equipamento de aspiração para remoção do conteúdo gástrico Sondagem vesical: Avaliação da presenta de hematúria(indica retroperitônio como possível foco hemorrágica) e monitoração do débito urinário (perfusão renal, por conseguinte) Contraindicação absoluta para inserção de cateter transuretral antes da confirmação de integridade da uretra: Presença de sangue no meato uretral Próstata deslocada cranialmente, móvel ou não palpável Acesso vascular: Inserção de dois cateteres periféricos (no adulto, calibre mínimo = 16) Veias do antebraço e antecubitais Para infusão rápida de grandes volumes: cateter curto e calibroso Em casos de hemorragia maciça e hipotensão grave: usar líquidos aquecidos e bombas de infusão rápida Reposição volêmica inicial: Soluções eletrolíticas aquecidas: promove expansão intravascular transitória e contribui para estabilização do volume vascular por meio da reposição das perdas que ocorreram para o interstício e compartimento intracelular Ringer lactato = Soro fisiológico = 1 a 2 L (adulto) e 20ml/kg (crianças) Infusão de fluidos não substitui controle definitivo da hemorragia Tipos de resposta à reposição volêmica inicial: Resposta rápida: Grupo de pacientes que respondem rápido à reposição volêmica e permanecem hemodinamicamente normais após o término da reposição inicial. Geralmente perda inicial <20% Não é indicado reposição adicional de soros e nem infusão imediata de sangue Resposta transitória: Respondem à reposição inicial rápida, mas quando reduz a velocidade para os níveis de manutenção, têm deterioração da perfusão periférica Indica sangramento persistente ou reanimação inadequada Sangue e derivados indicados Geralmente perda inicial entre 20 e 40% Requer controle da hemorragia por cirurgia ou angiografia Identifica doentes que ainda estão sangrando e exigem rápida intervenção cirúrgica Resposta mínima ou ausente: Falta de resposta à administração Necessidade de intervenção definitiva imediata Hemorragia exsanguinante Débito urinário: Pode ser usado como monitor do fluxo sanguíneo renal Normal: 0,5ml/kg/h (adultos), 1ml/kg/h (crianças) e 2ml/kg/h (crianças < 1 ano) Incapacidade de manter esses níveis ou decréscimo do débito > reanimação inadequada Equilíbrio ácido-base: Doentes com choque hipovolêmico > alcalose respiratória (pela taquipneia) seguida de acidose metabólica (decorrente do metabolismo anaeróbico pela perfusão inadequada e produção de ác. Lático) Pode ser tratada com infusão de líquidos e sangue (em paciente normotérmicos) Reposição de Sangue: Pacientes com resposta transitória mínima ou sem resposta (geralmente aqueles em hemorragia classes III ou IV) necessitam de sangue e derivados Principal objetivo: reestabelecer a capacidade de transporte de O2 A realização de todas as provas cruzadas demora em torno de 1 hora: Pacientes que estabilizam: selecionar o sangue com todas elas Pacientes desestabilizados: providenciar apenas sangue compatível ABO e Rh, depois completar as provas cruzadas Quando não disponível sangue tipo específico, usar concentrados de hemácias tipo O em pacientes com hemorragia exsanguinante Mulheres em idade fértil: usa Rh- (evitar sensibilizações) Evitar hipotermia aquecendo os cristaloides a 39ºC antes do uso Hemoderivados não pode aquecer no microondas, só por passagem pelos aquecedores Retransfusão sanguínea (autotransfusão): dispositivos que retransfundem o sangue drenado pelo dreno de tórax É anticoagulado com solução de citrato de sódio Coleta deve ser realizada em qualquer hemotórax volumoso Transfusãomaciça: >10 unidades em 24 horas Chamada de reanimação de controle de danos Coagulopatia: hemorragias consomem fatores de coagulação, então pode faltar e dar coagulopatia em até 30% dos gravemente traumatizados na admissão Uma pequena parcela de pacientes precisa de administração de cálcio (suplementação excessiva é nociva, sempre guiar pela dosagem de cálcio ionizado) Aumento da pressão sanguínea pode não significar que o débito cardíaco também esteja aumentando e nem que o paciente está recuperando do choque IDOSOS Muitos tem depleção de volume preexistente (pelo uso crônico de diuréticos ou por desnutrição) Tolera mal a hipotensão por perda sanguínea Bloqueadores beta-adrenérgicos podem mascarar a taquicardia Tratamento: reanimação precoce e agressiva, monitoração cuidadosa ATLETAS Tem volume sanguíneo aumentado de 15 a 20% Tem débito cardíaco aumentado até 6x Pulso de repouso é em torno de 50bpm Alta capacidade de compensar a perda sanguínea GRAVIDEZ Hipervolemia fisiológica da gravidez Necessário uma perda sanguínea maior para manifestar anormalidades
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