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Apostila-para-Professores-Conhecimentos-Pedagógicos

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CR CURSOS PREPARATÓRIOS 
WWW.crcursosprepatorios.com Página 1 
 
INDICE 
1-Modelos de Ensino 02 
2- Teoria de Piaget 10 
3-Vygotsky e o Desenvolvimento humano 12 
4- Teoria de Henry Wallon 17 
5-Prática Educativa de Zabala 18 
6-Relações de Interação em sala de aula 22 
7- Libaneo – Didática 26 
8- Emília Ferreiro e Ana Teberosky 34 
9-Tendências Pedagógicas 37 
10- Perrenoud – 10 Competências para ensinar 43 
11-Sknner – A máquina de Aprender 56 
12-Jussara Huffman – Avaliação Mediadora 59 
13-Brincar (Kishimoto, Macedo, Bruner, Chateau) 70 
14-Diretrizes Curriculares Nacionais para Ensino Infantil 75 
15-Brougere a Cultura e o Brincar 83 
16-Pilares da Educação 87 
17-Construtivismo em sala de Aula 90 
18-Construção de conhecimento – Celso Vasconcelos 95 
19- (88 ) Exercícios com respostas 105 
 
 
 
 
 
 
 
CR CURSOS PREPARATÓRIOS 
WWW.crcursosprepatorios.com Página 2 
 
 
Conhecimentos Pedagógicos 
 
1-Modelos de Ensino: Empirismo, Inatismo e 
Construtivismo 
Muito se vem questionando sobre os problemas educacionais da atualidade, 
como a falta de interesse dos alunos e as dificuldades de aprendizado. 
Juntamente a esses questionamentos, alguns modelos de ensino surgem, cada 
qual com sua característica própria, buscando compreender o processo de 
ensino-aprendizagem. Entre eles temos: o Inatismo, o Empirismo e o 
Construtivismo. 
Modelo Clássico de Educação 
Por mais que possa haver problemas nesses modelos de ensino, todos, 
aparentemente, surgiram como uma possível solução ao sistema arcaico ao 
qual se baseava o modelo clássico de educação, também conhecido de 
“modelo cafézinho”, no qual partia-se do pressuposto de que a informação era 
transmitida de professor para aluno (da mesma maneira que um garçom serve 
um café para um cliente). 
Nesse sistema, infelizmente ainda enraizado em alguns professores, esquece-
se, de acordo com Carraher (1986) a “importância de estimular o raciocínio, o 
pensamento ativo, a reflexão e a descoberta pelo aluno” (p. 15), lembrando-se, 
tão somente da “transmissão” do conteúdo. Dessa forma, se um aluno não 
aprendeu, foi por algum problema dele, e não do professor, ou do método de 
ensino, fazendo com que fossem diagnosticadas muitas “deficiências” 
cognitivas em crianças as quais a psicologia e a neurologia diagnosticariam, 
mais adiante, como saudáveis. 
Empirismo- Sinteticamente, podemos dividir os novos modelos de ensino em 
três. O primeiro deles, o Empirismo, parte do princípio de que o homem é uma 
tabula rasa, um ser absolutamente passivo, uma folha em branco, e o 
professor, no caso, representa a transmissão do conhecimento e do saber. Ou 
seja, o aluno, nada sabendo, só consegue “adquirir” conhecimento através de 
aulas ministradas pelos mestres.Representantes do Empirismo: Locke, Hume, 
Pavlov, Skinner e Mager. 
Inatismo - De acordo com as teorias do Inatismo, o segundo dos modelos, os 
seres já nascem sabendo tudo, entretanto, esse conhecimento está em estado 
CR CURSOS PREPARATÓRIOS 
WWW.crcursosprepatorios.com Página 3 
 
latente, cabendo ao professor, tão somente, retirá-lo dos alunos, estimulando 
uma liberdade sem limites para que estes se desenvolvam. 
Construtivismo -Já no modelo Construtivista de ensino, baseado nos 
fundamentos teórico-metodológicos de Piaget e Vigotsky, procura-se entender 
o ensino como uma relação dialética entre sujeito e objeto, ou seja, já não se 
pode separar o processo de ensino do processo de aprendizado, ambos se dão 
em conjunto. Assim, só é possível ensinar quando há alguém aprendendo. 
Nessa perspectiva, considera-se o ser humano como sendo um sujeito que já 
tem alguma coisa consigo, todas as crianças sabem coisas, e esse 
conhecimento prévio deve ser aproveitado no processo de ensino-
aprendizagem (termo que reflete essa posição construtivista). 
Nesse contexto, a função do educador é de “criar as condições para que o 
aluno possa exercer a sua ação de aprender” (WEISZ, 2002, p. 23). O 
professor é um mediador entre o conhecimento (objeto) e o aluno (sujeito), 
favorecendo a relação dialética entre ambos. 
Contribuindo significativamente para as bases teórico-metodológicas do 
Construtivismo, Jean Piaget, biólogo, filósofo, psicólogo e epistemólogo (mas 
não pedagogo, propriamente), ficou bastante conhecido entre os educadores 
por seus estudos na área da inteligência humana e do processo de construção 
do conhecimento. 
Parte-se do princípio de que o processo de aprendizagem é uma construção 
pessoal, resultante de experiências vividas sob a forma de um processo 
complexo e multifacetado. Assim, o que se ensina, na maioria das vezes, é 
diferente daquilo que se aprende, já que, como dissemos anteriormente, a 
criança já traz algo consigo, fazendo com que apreenda o mundo com “as 
estruturas de pensamento que (…) já possui” (VASCONCELOS, 2010. p. 72). 
Contribuindo com as idéias de Piaget, sem ao menos conhecê-lo, o psicólogo 
bielo-russo, Vigotsky, muito contribuiu para o processo de ensino-
aprendizagem da visão construtivista, introduzindo o conceito de Zona de 
Desenvolvimento Proximal, cuja definição seria a distância entre o Nível De 
Desenvolvimento Potencial (o que pode ser realizado com a ajuda de alguém 
mais experiente) e o Nível De Desenvolvimento Real (aquilo que pode ser 
executado sem o auxílio de outra pessoa). 
Com isso, caberia ao professor o papel de provocar os “avanços que não 
ocorreriam espontaneamente” (OLIVEIRA, 1995. p 62), estimulando o 
desenvolvimento de seu “tutelado”. 
Com essas visões construtivistas do processo de ensino-aprendizagem, a sala 
de aula toma outra forma, fazendo com que os alunos tenham melhores 
CR CURSOS PREPARATÓRIOS 
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relações com o conhecimento, uma vez que desenvolvem capacidade de 
“estabelecer relações inteligentes entre os dados, as informações e os 
conhecimentos já construídos” (WEISZ, 2002. p.36). 
O professor deve despertar no aluno, pois, a vontade de descobrir coisas 
novas, trabalhando como importante mediador entre o conhecimento e o 
sujeito, de modo a tentar apagar os obsoletos métodos do sistema clássico de 
ensino. 
 
Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire 
É a ultima obra de Paulo Freire, publicada em vida. Apresenta propostas de 
práticas pedagógicas necessárias à educação como forma de construir a 
autonomia dos educandos, valorizando e respeitando sua cultura e seu acervo 
de conhecimentos empíricos junto à sua individualidade. 
Freire introduz Pedagogia da Autonomia explicando suas razões para analisar 
a prática pedagógica do professor em relação à autonomia de ser de saber do 
educando. 
Enfatiza a necessidade de respeito ao conhecimento que o aluno traz para a 
escola, visto ser ele um sujeito social e histórico e da compreensão de que 
“formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de 
destrezas”. 
Define essa postura como ética e defende a ideia de que o educador deve 
buscar essa ética, a qual chama de “ética universal do ser humano”, essencial 
para o trabalho docente. “ Não podemos nos assumir como sujeitos da procura, 
da decisão, da ruptura, da opção, como sujeitos históricos, transformadores, a 
não ser assumindo-nos como sujeitos éticos (...) E por essa ética inseparável 
da prática educativa, não importa se trabalhamos com crianças, jovens ou com 
adultos, que devemos lutar”. 
Como eixo norteador de sua prática pedagógica Freire defendeque “formar” é 
muito mais que formar o ser humano em suas destrezas, atentando para a 
necessidade de formação ética dos educadores, conscientizando-os sobre a 
importância de estimular os educando a uma reflexão critica da realidade em 
que está inserida. 
Enfatiza alguns aspectos primordiais, porém nem sempre adotados pela 
sociedade atual,como:simplicidade, humanismo, bom senso (ética em geral)e 
esperança,já que na sua visão o capitalismo leva a sociedade a um 
consumismo exarcebado e a uma alienação coletiva, através, principalmente 
dos veículos de comunicação em massa. 
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WWW.crcursosprepatorios.com Página 5 
 
 O fracasso educacional deve-se em particular a técnicas de ensino 
ultrapassadas e sem conexão com o 6 contexto social e econômico do aluno, 
pois a escola ainda é um dos mais importantes aparelhos ideológicos do 
Estado. Apresenta um proposta de humanização do professor como norteador 
do processo sócio-educativo, construindo uma consciência critica com relação 
a manipulação política que fazem com todas as camadas sociais, mas 
sobretudo com as de baixa renda. 
Paulo Freire enfatiza a necessidade de uma reflexão critica sobre a prática 
educativa, sem a qual a teoria pode se tornar apenas discurso e a prática uma 
reprodução alienada sem questionamentos. Defende ainda que a teoria deve 
ser adequada à prática cotidiana do professor que passa a ser um modelo 
influenciador de seus educandos, ressaltando que na verdadeira formação 
docente devem estar presentes a prática da criticidade ao lado da valorização 
das emoções. 
O autor afirma que o professor deverá também conduzir a maneira de pensar, 
sendo a prática em si um testemunho rigoroso de decência e pureza. Defende 
a “disponibilidade ao risco, a aceitação do novo e a utilização de um critério 
para a recusa do velho”, estando presente a rejeição a qualquer tipo de 
discriminação. 
Ainda destaca a importância de propiciar condições aos educandos em suas 
socializações com os outros e com o professor, de testar a experiência de 
assumir-se como um ser histórico e social, que pensa, que critica, que opina, 
que tem sonhos, se comunica e que dá sugestões. 
A educação é uma forma de transformação da realidade que não é neutra e 
nem indiferente ,mas que tanto pode destruir a ideologia dominante como 
mantê-la. Freire ressalta o quanto um determinado gesto do educador pode 
repercutir na vida de um aluno ( afetividade e postura ) e da necessidade de 
reflexão sobre o assunto, pois segundo ele ensinar exige respeito aos saberes 
do educando. 
Construção de um conhecimento em parceria com o educando depende da 
relevância que o educador dá ao contexto social. Paulo Freire reafirma a 
necessidade dos educadores criarem as condições para a construção do 
conhecimento pelos educandos, como parte de um processo em que professor 
e aluno não se reduzam à condição de objeto um do outro, porque ensinar não 
é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria 
produção ou a sua construção. 
Segundo o autor, essa linha de raciocínio existe por sermos seres humanos e, 
dessa maneira, temos consciência de que somos inacabados, o que nos instiga 
a pesquisar, perceber criticamente e modificar o que está condicionado, mas 
não determinado, passando então a sermos sujeitos e não apenas objetos da 
nossa história. 
CR CURSOS PREPARATÓRIOS 
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O papel do educador na visão de Paulo Freire A importância da prática 
pedagógica segundo Paulo Freire se faz necessário também em pedagogos 
conservadores, fazendo uma alusão entre a formação docente e o ato de 
cozinhar, pois este que parece ser tão simples exige do cozinheiro com o uso 
do fogo e seu equilíbrio da temperatura evitar tanto que a comida não queime e 
que não haja risco de incêndio. Ressaltando ainda que a reflexão crítica sobre 
a prática se torna uma exigência da relação teoria/prática sem a qual pode 
tornar-se uma prática ativista. 
Há portanto de se compreender que é preciso que o educador sintetize seu 
aprendizado no que diz respeito ao ensinar, ele precisa saber que ensinar é 
transferir conhecimento, criando possibilidades para sua produção ou sua 
construção no aprendizado do aluno. 
Portanto, afirma Paulo Freire “ que forma se forma e re-forma ao formar e 
quem é formado forma-se e forma ao ser formado.”( pg. 23). Ao descobrir a 
arte de ensinar podemos deflagrar no aprendiz uma curiosidade crescente 
fazendo com que ele se torne cada vez mais criador de sua própria história e 
de seu aprendizado. 
O educador ao buscar formas de ensinar melhor e de repassar seu conteúdo, 
pode utilizar de métodos que possibilite ao discente uma melhor compreensão 
no que diz respeito ao aprendizado. Ensinar vai além de conteúdos ou de 
métodos rigorosos onde o educando pode utilizar-se do seu cotidiano não se 
prendendo somente ao livro didático. É exatamente neste sentido que ensinar 
não se esgota no tratamento de objeto ou de conteúdo, superficialmente 
criticamente é possível. 
Pensar é fundamental no cotidiano de um educador, cabe a ele saber fazer o 
seu pensamento transparecer, e que ao transmitir o aluno não só possa 
entendê-lo, captá-lo. É bom lembrar que o professor orientador, deixe fluir 
ideias; ideias essas que ajudam muito ao educador repassar melhor seus 
conteúdos. 
Ao falar da necessidade da pesquisa no ensino, cita-se até mesmo indagações 
como “ Ensino porque busco, por que indago e me indago” (pg. 29), a 
importância da pesquisa visa não só conhecer o já conhecido, mas procurar 
desvendar o desconhecido. 
A importância de pesquisar vai além do conhecimento do educador afinal há de 
se perceber a necessidade de aguçar a curiosidade do aluno para discutir a 
realidade, 8 aproveitando para estabelecer uma intimidade entre o saber do 
professor e a necessidade de conhecimento do discente. 
Quem se propõe a ensinar deve-se buscar sempre no ponto de vista ético, ter 
atenção e ver com olhar crítico o ato de ensinar, isso é claro só acontece 
quando se tem aguçado a curiosidade de saber se o trabalho está sendo feito 
ou não. 
CR CURSOS PREPARATÓRIOS 
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Ao se tratar do respeito ao homem, o ensino deve buscar adquirir o objetivo da 
aprendizagem meios eficazes, que com a ajuda da ética darão maior resultado. 
Quando você toma consciência do seu próprio pensamento, automaticamente 
conseguirá fazer certo, mas para tal deve haver prática testemunhal. Ensinar 
exige risco, aceitação do novo, rejeição a qualquer forma de discriminação. 
Para se ensinar deve-se ter certeza de uma coisa: você estará assumindo 
desafios, e estará diante do fato de convencer os discentes a aceitar o 
desconhecido, deve estar preparado para uma possível rejeição, seja ela das 
mais diferentes formas. A reflexão crítica é um ponto primordial que o educador 
tem que sempre inserir na sua ação pedagógica, pois mediante essa relação 
se fará uma formação permanente dos professores. 
A curiosidade sobre o pensar seria a mola propulsora entre a reflexão crítica 
sobre a prática de hoje ou de ontem que pode melhorar a próxima prática 
(Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia, pg 39). É incoerente dizer que se pode 
mudar se você não está aberto a essa mudança cotidiana na ação docente, o 
reavaliar é uma ponte de comunicação, entre essa criticidade. Segundo o 
professor Paulo Freire, envolve o pensamento, dinâmico, dialético entre a 
prática e a ação. 
Além da reflexão crítica faz-se necessário o reconhecimento e valorização da 
identidade cultural do educando, pois todo indivíduo chega ao seio escolar já 
trazendo consigo uma bagagem cultural, não se pode restringir apenas ao 
conhecimento dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, cada um 
deve ser consciente do seu papel. 
Ao nos assumirmos não estamos excluindoos outros, significa assumir-se 
como ser histórico, social, pensante, transformador e criador. A construção de 
um saber junto ao educando depende da importância que o educador dá a 
parte social, a comunidade à qual ele trabalha para conseguir aproximar os 
contextos à realidade vivida. 
O docente capacitado deve sempre disponível aos seus alunos. É bom lembrar 
que ele precisa sempre estar atento à curiosidades e perguntas dos alunos, o 
professor deve sempre ensinar a aprender e não só transferir conhecimento, 
tornar-se um ser crítico é fundamental na sua profissão. 
O profissional da área da educação deve ser discreto não fazendo 
comparações discriminatórias mais sim fazer uso do bom senso que orienta o 
educador a ser parcial e evitar determinados pontos críticos no seu cotidiano. 
Partindo do fato de que o homem não é perfeito, ele está constantemente em 
busca de completar o inacabado existente em sua personalidade. 
Portanto o professor deve ter cuidado ao observar sua disciplina, lembrando 
que cada aluno é um ser em processo de construção e que perdura por toda 
CR CURSOS PREPARATÓRIOS 
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sua vida. Existe uma profunda diferença entre o ser condicionado e o ser 
determinado. 
O ser inacabado abre possibilidades de heranças sociais e culturais que os 
construirão na sua formação docente e discente, não se inventando da 
influência de forças sociais. Somos seres condicionados, inacabados e por 
isso, sabemos que podemos ir além, esta é a diferença entre o ser 
condicionado e o ser determinado. 
Assim como as barreiras são difíceis para o cumprimento de nossa tarefa 
histórica de mudar o mundo, sabemos também que os obstáculos modificam-
se. 
O educador deve sempre buscar na sua ética como respeitar a curiosidade do 
educando, como professor é um exemplo diante do seu alunado, uma fonte de 
conhecimento, o mesmo não pode negar nenhuma informação para o 
educando, afinal é preciso deixar claro que a transgressão da ética jamais pode 
ser vista ou entendida como virtude ou como reflexão de uma docência. 
O que Freire quer dizer é que se alguém se torna machista, racista, classista 
dentre outros, mas que se assuma como transgressor da natureza humana 
(pg.60). 
A prática está a todo momento na vigilância do docente, pois ele deve buscar 
revê- la com bom senso. Ele é quem vai direcionar de forma negativa ou 
positiva o comportamento do educador diante da turma e dos possíveis 
problemas que venham a surgir em sala. 
Deve haver bom senso nas situações cotidianas, ao saber que o aluno faltou 
por motivo de saúde, que o outro não entregou o trabalho, porque um parente 
faleceu; o mesmo deve ser compreensivo e maleável em relação a realidade 
do aluno. Para ensinar é necessário que o educador observe a realidade a que 
ele está inserido incluindo seus conteúdos programáticos a fim de está 
adaptado ao seu dia a dia. 
O professor deve ter consciência que poderá dar sua aula que programou se 
conseguir adequá-la a vida de seus alunos. A alegria e a esperança são 
necessárias a atividade educativa. É na esperança que acreditamos no 
potencial dos alunos, ficando esperançosos quanto a sua capacidade de 
aprender e a capacidade dos professores de ensinar. 
Ter esperança que o ensino os mudarão 10 e os transformarão em seres 
autônomos e participantes do meio em que vivem. Ser desesperançosos não 
pode ser parte integrante do ser humano, pois ela traz a anulação do mesmo, 
imobilizando-o. 
Temos que tornar menos complexo o futuro para assim deslumbrarmos um 
horizonte melhor para todos, fazendo uso da alegria do aprender e ensinar. É 
CR CURSOS PREPARATÓRIOS 
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preciso não aceitar o determinismo como um modo de explicação das 
desigualdades no mundo, mas como sujeitos interventores. 
Não se usa a adaptação sem a intervenção da realidade. 
Como educadores deve-se conhecer seus alunos, não podendo desconsiderar 
os saberes dos grupos populares e a realidade histórico-político social vivida 
por eles, pois todos estão inseridos num ciclo de aprendizagem. A essa atitude, 
corresponde a expulsão do opressor de dentro do oprimido. 
Mudar é difícil mas, é possível e é a partir disto que o professor deve 
programar sua ação político-pedagógica. O exercício da curiosidade convoca a 
imaginação, a instituição, as emoções, a capacidade de conjeturar, de 
comparar. 
O fundamental é que professores e alunos saibam que a postura é dialógica, 
ou seja, aberta, curiosa, indagadora e não apassivada enquanto fala ou 
enquanto ouve. O que importa é que professores e alunos se assumam 
etiológicamente curiosos. 
Mas, não podemos esquecer que a curiosidade, assim como a liberdade deve 
está sujeita a limites eticamente assumidos por todos. Ensinar é uma 
especificidade humana, claro que diferente dos homens os animais tentam 
perpetuar suas espécies, sua descendência, mas isso se dá de forma instintiva. 
Para o homem ensinar é um ato especifico e inerente do ser humano. É um 
dom que deve ser exercido com respeito, liberdade, e segurança em si mesmo. 
O educador legítimo é dono de um grande coração que pertence ao homem. 
Ao se estar diante de uma turma de alunos, independentemente da série, como 
educador deverá demonstrar muita segurança naquilo que está apresentando 
aos mesmos. Com esta confiança ficará perceptível sua competência 
profissional e com certeza estarão propensos ao aprendizado. Quando se esta 
diante de uma classe deve-se ter compromisso. 
Estar comprometido com sua profissão, com seus alunos e com sua prática. 
Paulo Freire diz que no ponto de vista dos interesses dominantes, não há 
dúvida de que a educação deve ser uma prática embelezadora e ocultadora da 
verdade.( Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire, pg. 99). 
Todo educador deve ter por certo o peso da responsabilidade que carrega 
sobre os ombros. Por meio da educação os tão desvalorizados professores têm 
o poder de mudar o mundo sem usar uma arma, sem ferir a nenhuma vida. 
O educador deve buscar junto a sua turma algo muito importante: a liberdade, 
não qualquer liberdade e sim uma feita de confiança e de respeito entre 
professores e alunos. Lembrando que a autoridade do mestre jamais deve ser 
esquecida nem desvalorizada e tão pouco exagerada. Devendo existir 
cumplicidade, paciência e amizade. 
CR CURSOS PREPARATÓRIOS 
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O professor só atinge seu objetivo em sala se tomar consciência de que deve 
escutar, estar aberto a ouvir. Ter consciência de que não é dono da verdade, 
detentor de toda resposta. Só se terá bons resultados se estiver disposto a 
ouvir. Assim aprenderá a falar e conseguirá entender. O discurso ideológico 
anestesia a mente, confunde a curiosidade, distorce a percepção dos fatos, das 
coisas, dos acontecimentos. 
Para Freire não se pode aceitar, nem ouvir passivamente frases como: o negro 
é geneticamente inferior ao branco; em defesa de sua honra o marido matou 
sua mulher; e outros ( Pedagogia da Autonomia- Paulo Freire pg- 132, 133). O 
educador deve apresentar sua aula certa de uma ideologia libertadora, que 
ajude os seus alunos a serem verdadeiramente cidadãos no futuro. 
Havendo diálogo o ensino talvez aconteça. Se há dialogo, possivelmente se 
encontre respostas, se levante questionamentos e encontre soluções possíveis 
para a realidade que se tem nas escolas públicas do país. 
Com a abertura que o dialogo permite é fácil a juventude perceber as 
dificuldades encontradas nas escolas da atualidade. Ensinar vai lhe exigir um 
ato de grande humildade querer bem aos demais educadores, respeitando 
acima de tudo a personalidade, a práxis e a maneira do outro se postar diante 
dos colegas e alunado. 
 
Teorias de Piaget, desenvolvimento da linguagem e da 
escrita 
JEAN PIAGET (1896-1980) foi um dos investigadoresmais influentes do séc. 
20 na área da psicologia do desenvolvimento. Piaget acreditava que o que 
distingue o ser humano dos outros animais é a sua capacidade de ter um 
pensamento simbólico e abstrato.· Piaget acreditava que a maturação biológica 
estabelece as pré-condições para o desenvolvimento cognitivo. As mudanças 
mais significativas são mudanças qualitativas (em gênero) e não qualitativas 
(em quantidade).· 
Existem 2 aspectos principais nesta teoria: 
1. O processo de conhecer biologico 
2. Os estádios/ etapas pelos quais nós passamos à medida que adquirimos 
essa habilidade. 
O comportamento é controlado através de organizações mentais denominadas 
“esquemas”, que o indivíduo utiliza para representar o mundo e para designar 
as ações.· 
CR CURSOS PREPARATÓRIOS 
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Essa adaptação é guiada por uma orientação biológica para obter o balanço 
entre esses esquemas e o ambiente em que está. (equilibração). 
Assim, estabelecer um desequilíbrio é a motivação primária para alterar as 
estruturas mentais do indivíduo.· 
Piaget descreveu 2 processos utilizados pelo sujeito na sua tentativa de 
adaptação:• assimilação e acomodação. 
A perspectiva de Piaget é frequentemente comparada com a de Lev Vygotsky 
(1896-1934), que olhou mais para a interacção social como fonte primária da 
cognição e do comportamentoTeoria de Piaget sobre o Desenvolvimento 
Cognitivo 
Conceitos-chave 
• Organização e adaptação 
– Organização: à medida que aumenta a maturação da criança, elas 
organizam padrões físicos ou esquemas mentais em sistemas mais complexos. 
– Adaptação: capacidade de adaptar as suas estruturas mentais ou 
comportamento para se adaptar às exigências do meio. 
• Assimilação e acomodação 
– Assimilação: moldar novas informações para encaixar nos esquemas 
existentes. 
– Acomodação: mudança nos esquemas existentes pela alteração de antigas 
formas de pensar ou agir. 
• Processo desenvolvimental 
– Equilibração: tendência para manter as estruturas cognitivas em 
equilíbrio.Estádios de Desenvolvimento 
• Estádio sensório-motor ( do nascimento aos 2/3 anos) - a criança 
desenvolve um conjunto de "esquemas de acção" sobre o objecto, que lhe 
permitem construir um conhecimento físico da realidade. Nesta etapa 
desenvolve o conceito de permanência do objecto, constrói esquemas 
sensório-motores e é capaz de fazer imitações, construindo representações 
mentais cada vez mais complexas• 
Estádio pré-operatório (ou intuitivo) (dos 2/3 aos 6/7 anos) - a criança inicia a 
construção da relação causa e efeito, bem como das simbolizações. É a 
chamada idade dos porquês e do faz-de-conta 
CR CURSOS PREPARATÓRIOS 
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.• Estádio operatório-concreto (dos 6/7 aos 10/11 anos) - a criança começa a 
construir conceitos, através de estruturas lógicas, consolida a conservação de 
quantidade e constrói o conceito de número. Seu pensamento apesar de 
lógico, ainda está preso aos conceitos concretos, não fazendo ainda 
abstracções. 
• Estádio operatório-formal (dos 10/11 aos 15/16 anos) - fase em que o 
adolescente constrói o pensamento abstracto, conceptual, conseguindo ter em 
conta as hipóteses possíveis, os diferentes pontos de vista e sendo capaz de 
pensar cientificamente. 
 
VYGOTSKY E O DESENVOLVIMENTO HUMANO 
O que é Desenvolvimento Humano? 
A noção de desenvolvimento está atrelada a um contínuo de evolução, em que 
nós caminharíamos ao longo de todo o ciclo vital. Essa evolução, nem sempre 
linear, se dá em diversos campos da existência, tais como afetivo, cognitivo, 
social e motor. 
Este caminhar contínuo não é determinado apenas por processos de 
maturação biológicos ou genéticos. O meio (e por meio entenda-se algo muito 
amplo, que envolve cultura, sociedade, práticas e interações) é fator de 
máxima importância no desenvolvimento humano. 
Os seres humanos nascem “mergulhados em cultura”, e é claro que esta será 
uma das principais influências no desenvolvimento. Embora ainda haja 
discordâncias teóricas entre as abordagens que serão apresentadas adiante 
sobre o grau de influência da maturação biológica e da aprendizagem com o 
meio no desenvolvimento, o contexto cultural é o palco das principais 
transformações e evoluções do bebê humano ao idoso. Pela interação social, 
aprendemos e nos desenvolvemos, criamos novas formas de agir no mundo, 
ampliando nossas ferramentas de atuação neste contexto cultural complexo 
que nos recebeu, durante todo o ciclo vital. 
Perspectivas de Estudo do Desenvolvimento humano (Ribeiro, 2005): 
Na Psicologia do Desenvolvimento, temos algumas perspectivas diversas. 
 Para os teóricos Ambientalistas, entre eles Skinner e Watson (do 
movimento behaviorista), as crianças nascem como tábulas rasas, que vão 
aprendendo tudo do ambiente por processos de imitação ou reforço. 
 Para os teóricos Inatistas, como Chomsky, as crianças já nascem com 
tudo que precisam na sua estrutura biológica para se desenvolver. Nada é 
aprendido no ambiente, e sim apenas disparado por este. 
 Para os teóricos Construcionistas, tendo como ícone Piaget, o 
desenvolvimento é construído a partir de uma interação entre o 
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desenvolvimento biológico e as aquisições da criança com o meio. Temos 
ainda uma abordagem Sociointeracionista, de Vygotsky, segundo a qual 
o desenvolvimento humano se dá em relação nas trocas entre parceiros 
sociais, através de processos de interação e mediação. 
 Temos a perspectiva Evolucionista, influenciada pela teoria de Fodor, 
segundo a qual o desenvolvimento humano se dá no desenvolvimento das 
características humanas e variações individuais como produto de uma 
interação de mecanismos genéticos e ecológicos, envolvendo experiências 
únicas de cada indivíduo desde antes do nascimento. 
Ainda existe a visão de desenvolvimento Psicanalítica, em que temos como 
expoentes Freud, Klein, Winnicott e Erikson. Tal perspectiva procura entender 
o desenvolvimento humano a partir de motivações conscientes e inconscientes 
da criança, focando seus conflitos internos durante a infância e pelo resto do 
ciclo vital 
A sua teoria tem raízes na teoria marxista do materialismo dialéctico, ou seja, 
que as mudanças históricas na sociedade e a vida material produzem 
mudanças na natureza humana.· 
Vygotsky abordou o desenvolvimento cognitivo por um processo de orientação. 
Em vez de olhar para o final do processo de desenvolvimento, ele debruçou-se 
sobre o processo em si e analisou a participação do sujeito nas atividades 
sociais.· 
Ele propôs que o desenvolvimento não precede a socialização. Ao invés, as 
estruturas sociais e as relações sociais levam ao desenvolvimento das funções 
mentais.· Ele acreditava que a aprendizagem na criança podia ocorrer através 
do jogo, da brincadeira, da instrução formal ou do trabalho entre um aprendiz e 
um aprendiz mais experiente.· 
O processo básico pelo qual isto ocorre é a mediação (a ligação entre duas 
estruturas, uma social e uma pessoalmente construída, através de 
instrumentos ou sinais). 
Quando os signos culturais vão sendo internalizados pelo sujeito é quando os 
humanos adquirem a capacidade de uma ordem de pensamento mais elevada. 
Ao contrário da imagem de Piaget em que o indivíduo constrói a compreensão 
do mundo, o conhecimento sózinho, Vygostky via o desenvolviemnto cognitivo 
como dependendo mais das interacções com as pessoas e com os 
instrumentos do mundo da criança 
.• Esses instrumentos são reais: canetas, papel, computadores; ou símbolos: 
linguagem, sistemas matemáticos, signos. 
Um pressuposto básico de Vygotsky é a de que durante o curso do 
desenvolvimento, tudo aparece duas vezes 
CR CURSOS PREPARATÓRIOS 
WWW.crcursosprepatorios.com Página 14:• 1º a criança entra em contacto com o ambiente social, o que ocorre ao nível 
interpessoal. 
• Depois a criança entra em contacto com ela própria, num nível intrapessoal. 
A teoria do Vygotsky tem como princípio a análise nos seguintes fatores 
do desenvolvimento, que são: 
o filogenético (a espécie humana tem sua própria história), 
ontogenético (o indivíduo tem sua história), 
sociogenético (o sujeito deve ser considerado em sua relação sócio-cultural) 
microgenético (o desenvolvimento do indivíduo é singular, cada um tem seu 
tempo de assimilação). 
Para Vygotsky o desenvolvimento humano se dá de fora para dentro. É porque 
eu aprendo que eu me desenvolvo. O fato de aprender é que vai nortear o 
rumo do desenvolvimento humano e o caminho deste desenvolvimento está 
intimamente ligado ao fator cultural. 
O desenvolvimento deve ser olhado de maneira prospectiva, para aquilo que 
deve ser aprendido, reconhecendo-se que todo mundo é modificável 
através da mediação. 
Não se deve olhar o sujeito de maneira retrospectiva, como se ele fosse um 
sujeito estático, aliás, se o trabalho educacional realizado com a pessoa 
humana não respeitar sua potencialidade e vê-lo retrospectivamente, a 
pessoa assumirá a postura estática. 
“Cole e Werstch (1996), consideram a mediação como o fato central da 
psicologia de Vygotsky” (Revista Portuguesa de Educação).É imprescindível 
aos educadores, professores, pedagogos, supervisores, psicopedagogos e 
diretores de unidade escolar cognitivistas adeptos da teoria do 
Vygotsky, compreender que todo mundo é modificável através da 
mediação, é claro que esta compreensão exige gostar de gente, e 
acreditar no potencial humano, compreensão esta, que é fruto das 
relações deste profissional mediador ao longo de seu próprio 
desenvolvimento humano 
AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
A linguagem é, antes de tudo, social. Portanto, sua função inicial é a 
comunicação, expressão e compreensão. Essa função comunicativa está 
estreitamente combinada com o pensamento. A comunicação é uma espécie 
de função básica porque permite a interação social e, ao mesmo tempo, 
organiza o pensamento. 
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A linguagem egocêntrica 
A progressão da fala social para a fala interna, ou seja, o processamento de 
perguntas e respostas dentro de nós mesmos – o que estaria bem próximo ao 
pensamento, representa a transição da função comunicativa para a função 
intelectual. Nesta transição, surge a chamada fala egocêntrica. Trata-se da fala 
que a criança emite para si mesmo, em voz baixa, enquanto está concentrado 
em alguma atividade. Esta fala, além de acompanhar a atividade infantil, é um 
instrumento para pensar em sentido estrito, isto é, planejar uma resolução para 
a tarefa durante a atividade na qual a criança está entretida (Ribeiro, 2005). 
A fala egocêntrica constitui uma linguagem para a pessoa mesma, e não uma 
linguagem social, com funções de comunicação e interação. Esse “falar 
sozinho” é essencial porque ajuda a organizar melhor as idéias e planejar 
melhor as ações. É como se a criança precisasse falar para resolver um 
problema que, nós adultos, resolveríamos apenas no plano do pensamento / 
raciocínio. 
O declínio da vocalização egocêntrica é sinal de que a criança 
progressivamente abstrai o som, adquirindo capacidade de “pensar as 
palavras”, sem precisar dizê-las. Aí estamos entrando na fase do discurso 
interior. Se, durante a fase da fala egocêntrica houver alguma deficiência de 
elementos e processos de interação social, qualquer fator que aumente o 
isolamento da criança, iremos perceber que seu discurso egocêntrico 
aumentará subitamente. Isso é importante para o cotidiano dos educadores, 
em que eles podem detectar possíveis deficiências no processo de 
socialização da criança. (Ribeiro, 2005) 
O papel do brinquedo no desenvolvimento 
Para Vygotsky, o brinquedo exerce enorme influência na promoção do 
desenvolvimento infantil, apesar de não ser o aspecto predominante da 
infância. Para ele, o termo brinquedo refere-se essencialmente ao ato de 
brincar, à atividade. Embora mencione modalidades diferentes de brinquedos, 
como jogos esportivos, seu foco é o estudo dos jogos de papéis ou 
brincadeiras de faz-de-conta (mamãe e filhinha, por exemplo), típicas de 
crianças que aprendem a falar e, portanto, já são capazes de representar 
simbolicamente e envolver-se em situações imaginárias. A característica 
definidora do brinquedo, por excelência, é a situação imaginária. 
A imaginação é uma função da consciência que surge da ação. É atividade 
consciente, um modo de funcionamento psicológico especificamente humano, 
não presente na consciência da criança muito pequena (com menos de três 
anos) e inexistente nos animais. 
A criança muito pequena quer a satisfação imediata de seus desejos. Ela não 
consegue agir de forma independente daquilo que vê, há uma fusão entre o 
que é visto e seu significado, um exemplo é a seguinte situação: “Tânia está 
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sentada. Pede-se à criança que repita a frase: Tânia está de pé. Ela mudará a 
frase para: Tânia está sentada”. 
É na idade pré-escolar que ocorre a diferenciação entre o campo de significado 
e o campo de visão. O pensamento passa, de regido pelos objetos externos, a 
regido pelas idéias. A criança começa a utilizar materiais para representar a 
realidade ausente. Por exemplo, um cabo de vassoura representa um cavalo. 
Diz o autor: “A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente daquilo que 
vê. 
A brincadeira é uma forma de resolver um impasse: a necessidade de ação da 
criança, com gratificação imediata versus a impossibilidade de executar essas 
ações na vida real e lidar com desejos que só podem ser satisfeitos no futuro. 
Essa contradição é explorada e resolvida temporariamente através do 
brinquedo. 
Para Vygotsky, o brinquedo é o mais alto nível de desenvolvimento pré-escolar. 
“A criança desenvolve-se, essencialmente, através da atividade de brinquedo” 
(p. 117), diz ele. E mais adiante: “Na idade escolar, o brinquedo não 
desaparece mas permeia a atitude em relação à realidade” (p. 118). A 
instrução e o aprendizado na escola também estão avançados em relação ao 
desenvolvimento cognitivo. Tanto o brinquedo quanto a instrução escolar criam 
uma zona de desenvolvimento proximal. 
 
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO DE HENRY WALLON 
A criança, para Wallon, é essencialmente emocional e gradualmente vai 
constituindo-se em um ser sócio-cognitivo. O autor estudou a criança 
contextualizada, como uma realidade viva e total no conjunto de seus 
comportamentos, suas condições de existência. 
Segundo GALVÃO (2000), Wallon argumenta que as trocas relacionais da 
criança com os outros são fundamentais para o desenvolvimento da pessoa. 
As crianças nascem imersas em um mundo cultural e simbólico, no qual ficarão 
envolvidas em um "sincretismo subjetivo", por pelo menos três anos 
 Durante esse período, de completa indiferenciação entre a criança e o 
ambiente humano, sua compreensão das coisas dependerá dos outros, que 
darão às suas ações e movimentos formato e expressão. 
Antes do surgimento da linguagem falada, as crianças comunicam-se e 
constituem-se como sujeitos com significado, através da ação e interpretação 
do meio entre humanos, construindo suas próprias emoções, que é seu 
primeiro sistema de comunicação expressiva. 
Estes processos comunicativos-expressivos acontecem em trocas sociais 
como a imitação. Imitando, a criança desdobra, lentamente, a nova capacidade 
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que está a construir (pela participação do outro ela se diferenciará dos outros) 
formando sua subjetividade. Pela imitação, a criança expressa seus desejos de 
participar ese diferenciar dos outros constituindo-se em sujeito próprio. 
allon propõe estágios de desenvolvimento, assim como Piaget, porém, ele não 
é adepto da idéia de que a criança cresce de maneira linear. O 
desenvolvimento humano tem momentos de crise, isto é, uma criança ou um 
adulto não são capazes de se desenvolver sem conflitos. A criança se 
desenvolve com seus conflitos internos e, para ele, cada estágio estabelece 
uma forma específica de interação com o outro, é um desenvolvimento 
conflituoso. 
 
No início do desenvolvimento existe uma preponderância do biológico e após o 
social adquire maior força. Assim como Vygotsky, Wallon acredita que o social 
é imprescindível. A cultura e a linguagem fornecem ao pensamento os 
elementos para evoluir, sofisticar. A parte cognitiva social é muito flexível, não 
existindo linearidade no desenvolvimento, sendo este descontínuo e, por isso, 
sofre crises, rupturas, conflitos, retrocessos, como um movimento que tende ao 
crescimento. 
De acordo com GALVÃO (op.cit.), no primeiro ano de vida, a criança interage 
com o meio regida pela afetividade, isto é, o estágio impulsivo-emocional, 
definido pela simbiose afetiva da criança em seu meio social. A criança começa 
a negociar, com seu mundo sócio-afetivo, os significados próprios, via 
expressões tônicas. As emoções intermediam sua relação com o mundo. 
Do estágio sensório-motor ao projetivo (1 a 3 anos), predominam as atividades 
de investigação, exploração e conhecimento do mundo social e físico. No 
estágio sensório-motor, permanece a subordinação a um sincretismo subjetivo 
(a lógica da criança ainda não está presente). Neste estágio predominam as 
relações cognitivas da criança com o meio. 
Wallon identifica o sincretismo como sendo a principal característica do 
pensamento infantil. Os fenômenos típicos do pensamento sincrético são: 
fabulação, contradição, tautologia e elisão. 
Na gênese da representação, que emerge da imitação motora-gestual ou 
motricidade emocional, as ações da criança não mais precisarão ter origem na 
ação do outro, ela vai “desprender-se” do outro, podendo voltar-se para a 
imitação de cenas e acontecimentos, tornando-se habilitada à representação 
da realidade. Este salto qualitativo da passagem do ato imitativo concreto e a 
representação é chamado de simulacro. No simulacro, que é a imitação em 
ato, forma-se uma ponte entre formas concretas de significar e representar e 
níveis semióticos de representação. Essa é a forma pela qual a criança se 
desloca da inteligência prática ou das situações para a inteligência verbal ou 
representativa. 
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Dos 3 aos 6 anos, no estágio personalístico, aparece a imitação inteligente, a 
qual constrói os significados diferenciados que a criança dá para a própria 
ação. Nessa fase, a criança está voltada novamente para si própria. Para isso, 
a criança coloca-se em oposição ao outro num mecanismo de diferenciar-se. A 
criança, mediada pela fala e pelo domínio do “meu/minha”, faz com que as 
idéias atinjam o sentimento de propriedade das coisas. A tarefa central é o 
processo de formação da personalidade. Aos 6 anos a criança passa ao 
estágio categorial trazendo avanços na inteligência. No estágio da 
adolescência, a criança volta-se a questões pessoais, morais, predominando a 
afetividade. Ainda conforme GALVÃO, é nesse estágio que se intensifica a 
realização das diferenciações necessárias à redução do sincretismo do 
pensamento. Esta redução do sincretismo e o estabelecimento da função 
categorial dependem do meio cultural no qual está inserida a criança. 
 
 
A Prática Educativa - Como ensinar. ZABALA 
Seu argumento consiste em uma atuação profissional baseada no pensamento 
prático, mas com capacidade reflexiva e que necessitamos de meios teóricos 
para que a análise da prática seja verdadeiramente reflexiva. 
 Parâmetros institucionais e organizados; 
 Tradições metodológicas, possibilidades reais dos professores; 
 Meios e condições físicas existentes. 
 Num modelo em que a aula se configura como um microssistema 
definido por determinados espaços, uma organização social, certas relações 
interativas, forma de distribuir o tempo e um determinado uso de recursos 
didáticos, numa interação entre todos os elementos. 
 Ao momento em que se produzem os processos educacionais, ela tem 
um antes e um depois: o planejamento e a avaliação dos processos 
educacionais. 
 Dentro de um modelo de percepção da realidade da aula, onde estão 
estreitamente vinculados o planejamento, a aplicação e a avaliação, teremos 
que delimitar a unidade de análise que representa este processo, ou seja, a 
atividade ou tarefa. Por exemplo: uma exposição, um debate, uma leitura, 
uma pesquisa bibliográfica. 
Atividades ou tarefas → unidade básica do processo de 
ensino/aprendizagem, cujas diversas variáveis apresentam estabilidade e 
diferenciação: relações interativas professor-aluno, e alunos, alunos; uma 
organização grupal, determinados conteúdos de aprendizagem, certos recursos 
didáticos, distribuição de tempo e de espaço, um critério avaliador. 
- Atividades ou tarefas são insuficientes para proporcionar uma análise dos 
diferentes estilos pedagógicos, é preciso ampliar esta unidade elementar e 
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identificar como nova unidade de análise, as seqüências de atividades ou 
sequências didáticas, que permitem a avaliação sob uma perspectiva 
processual, incluindo as fases de planejamento, aplicação e avaliação. 
 
- Desde o modelo aula magistral ( com a sequência: apontamentos ou 
manual, prova, qualificação) até o método de projetos (escolha do tema, 
planejamento, pesquisa...) têm como elementos indicador as atividades, que só 
adquirem personalidade diferencial conforme sua organização em seqüências 
ordenadas. 
- As variações Metodológicas da Intervenção na aula 
1 – Sequências de atividades – maneiras de encadear e articular as diferentes 
atividades ao longo de uma unidade didática. 
- Indicam a função que tem cada uma das atividades. 
2 – O papel dos professores e alunos ou alunos/alunos → clima de convivência 
de acordo com as necessidades de aprendizagem. 
3 – Organização social da aula – grandes grupos, grupos fixos e variáveis 
contribuem para o trabalho coletivo e pessoal. 
4 – Utilização dos espaços e do tempo – concretizam as diferentes formas de 
ensinar. 
5 – Organização dos conteúdos – provém da própria estrutura formal das 
disciplinas e formas organizativas globais e integradoras. 
6 – Uso dos materiais curriculares – importância que adquirem nas diferentes 
formas de intervenção (nas exposições, experimentação). 
7 – Sentido e papel da avaliação – entendida no seu sentido restrito de controle 
de resultados, como na concepção global do processo de 
ensino/aprendizagem. 
- A Função Social – finalidade (por que ensinar) 
· São colocadas as intenções educacionais, o que pretendemos que nossos 
alunos consigam; 
· C. Coll estabelece um agrupamento de capacidade: cognitivas, motoras, 
autonomia pessoal (afetiva), de relação interpessoal e de inserção e atuação 
social. 
- Os conteúdos – explicam as intenções educativas ( o que ensinar) 
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 Tudo que se tem que aprender para alcançar determinados objetivos: 
 Devemos falar de conteúdos de natureza variada: dados, habilidades 
técnicas, atitudes, conceitos, etc. 
 Coll propõe a classificação dos conteúdos em: 
a) conceituais – englobam: fatos, conceitos, princípios (“O que se deve saber”); 
b) procedimentos: dizem respeito a técnicas e métodos (“O que se deve saber 
fazer”); 
c) Atitudinais: abrangem valores, atitudes, normas (“Como se deve ser”). 
- Nãoé possível ensinar nada sem partir de uma idéia de como as 
aprendizagem se produzem (conhecer as teorias). 
- As formas de intervenção devem levar em conta a diversidade dos alunos, 
identificando o desafio de que necessitam, a fim de que se sintam estimulados 
em seu trabalho. 
- O Construtivismo 
 Estruturas cognitivas – esquemas de conhecimento. 
 Esquemas de conhecimentos depende: - nível de desenvolvimento e – 
conhecimentos prévios. 
 Papel ativo do aluno e do professor → atividade mental → sucessivos 
equilíbrio, desequilíbrio e reequilíbrio. 
 Zonas de desenvolvimento proximal. 
 Na perspectiva construtivistas, as atividades de ensino têm que integrar 
ao máximo os conteúdos e por mais específico que seja, sempre está 
associado a conteúdos de outra natureza. 
 Aprendizagem dos conteúdos atuais:- fatos, conhecimentos, situações, 
dados e fenômenos concretos e singulares, conhecimento estes indispensáveis 
para compreender informações e problemas. 
 Ensino baseado em exercícios de repetição mediante organizações 
significativas ou associações. 
 Aprendizagem de princípios e conceitos – Termos abstratos 
○ Ex de princípios:- leis, regras 
○ Ex de conceitos – densidade, impressionismo 
○ Implica em compreensão que vai além dos enunciados. 
○ Característica dos conteúdos conceituais – não estar acabado 
○ Processo de elaboração pessoal requerem compreensão do significado. 
 Aprendizagem dos conteúdos procedimentais:- destreza ou habilidades 
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○ É um conjunto de leis ordenadas e com um fim. 
○ Ex:- ler, desenhar, calcular, traduzir. 
○ São ações ou conjuntos de ações, que são o ponto de partida. 
○ Só se aprende fazer, fazendo e pela exposição do professor 
○ È exercitação múltipla, refletindo sobre a atividade (atuação). 
○ É preciso aplicá-los em contextos diferenciados. 
 Aprendizagem de conteúdos atitudinais:- valores, atitudes, normas 
○ Valores – Ideias éticas (solidariedade, liberdade, respeito) 
○ Atitudes – Tendências ou predisposições (cooperar, participar, ajudar) 
○ Normas – padrões ou regras de comportamento (conforme grupo social), 
análise dos fatores positivos e negativos, envolvimento afetivo e avaliação. 
 É necessário saber se a sequência didática programada para 
desenvolver determinado conteúdo serve para alcançar os objetivos previstos. 
 Para reconhecer a validade das sequências didáticas tendo em vista 
a concepção construtivista e a atenção à diversidade é interessante verificar 
se as atividades propostas: 
○ Permitem verificar os conhecimentos prévios; 
○ Os conteúdos são significativos e funcionais; 
○ Estão adequados ao nível de desenvolvimento; 
○ Representam desafios que permitam criar zonas de desenvolvimento 
proximal; 
○ Provoquem conflito cognitivo; 
○ Promovam uma atitude favorável à aprendizagem; 
○ Estimulam a autoestima; 
○ Ajudam a adquirir habilidades para aprender a aprender 
 
AS SEQUÊNCIAS DE CONTEÚDO – OUTRA UNIDADE DE ANÁLISE 
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 Definida como um conjunto ordenado de atividades estruturadas e 
articuladas para a consecução de um objetivo em relação a um conteúdo 
concreto. 
○ Ex:- conteúdo conceitual “componentes da paisagem” – será realizada uma 
série de atividades de ensino com objetivo de que no final da unidade a 
aprendizagem desse conteúdo, seja dominada por todos os alunos. 
 
 
AS RELAÇÕES INTERATIVAS EM SALA DE AULA:- o papel dos 
professores e alunos 
 A influência da concepção construtivista na estruturação das interações 
educativas na aula para facilitar a aprendizagem:- 
○ Planejar a atuação docente de forma flexível para permitir a adaptação às 
necessidades dos alunos; 
○ Contar com as contribuições e conhecimentos dos alunos; 
○ Ajudá-los a encontrar sentido no que estão fazendo; 
○ Estabelecer metas ao alcance dos alunos; 
○ Oferecer ajudas adequadas; 
○ Promover a atividade mental autoestruturante; 
○ Estabelecer ambientes que promovam a autoestima e o autoconceito; 
○ Promover canais de comunicação; 
○ Potencializar a autonomia; 
○ Avaliar os alunos conforme suas necessidades e seus esforços; 
○ Incentivar a autoavaliação; 
 É imprescindível prever situações que favoreçam diferentes formas de 
se relacionar e interagir (grupos, equipes fixas e móveis, assembleias, 
trabalhos de campos, etc.) 
PAPEL DOS AGRUPAMENTOS 
 Cada tipo de agrupamento comporta vantagens e inconvenientes, certas 
possibilidades e certas potencialidades educativas diferentes. 
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A Escola como grande grupo 
 As características da organização grupal estão determinadas pela 
organização e pela estrutura de gestão: relações interpessoais, papéis, 
responsabilidades, participações, etc. 
 Distribuição da escola em grupos/ classificações 
○ Classes homogêneas e heterogêneas; 
○ Conveniência dos grupos heterogêneos:- modelos diferentes de pensar e 
atuar, surgimentos de conflitos cognitivos, a possibilidade de receber ajuda de 
colegas; 
 Distribuição da escola em grupos/Classes móveis ou flexíveis:- 
○ Atender ao diferentes interesses (escolas que trabalham com créditos ou 
matérias opcionais); 
○ Atender as diferentes competências; 
Organização da Classe em grande grupo 
 Apropriado – ensino de conteúdos factuais 
 Limitado – ensino de conteúdos conceituais, porque não permitem inter-
relações, poucas oportunidades de conhecer o processo de elaboração mental 
que cada aluno segue. – Dificuldade de prestar a ajuda que o aluno precisa. 
 Útil aos conteúdos procedimentos para dar a conhecer a utilidade do 
procedimento, técnica ou estratégia, mais difícil poder propor atividades de 
aplicação e exercitação necessárias para cada aluno; 
 Conteúdos atitudinais podem ser feitos em grandes grupos porque o 
componente cognitivo destes conteúdos exigem trabalho de compreensão, mas 
os componentes afetivos e comportamentais dos conteúdos atitudinais exigem 
atividades que coloquem os alunos em situações problemáticas ou de conflitos. 
Situações que dificilmente podem se realizar em grande grupo, com exceção 
da assembleia de alunos. A assembleia é adequada, mas é insuficiente. 
Organização da classe em equipes fixas 
· Oferecem oportunidades para trabalhar conteúdos atitudinais; 
· Oferecem oportunidades de debates, de receber, e dar ajuda (solidariedade e 
cooperação); 
· Aceitação da diversidade; 
Organização da Classe em equipes móveis e flexíveis 
 Atender as características diferencias dos alunos; 
 Oportunidade de atenção personalidade do professor ao grupo; 
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 Período de tempo dos agrupamentos é limitado; 
 Eles poderão ser algumas vezes homogêneos e outras heterogêneos; 
 São adequados aos conteúdos procedimentais (matemática, artes) 
Trabalho individual 
 É oportuno porque a aprendizagem em última instância é sempre uma 
apropriação pessoal; 
 Ele será efetivo, uma vez entendido o conceito, realize atividades e 
exercícios que permitirão ampliar, detalhar, recordar, e reforça ou que foi 
aprendido; 
 É útil para memorização de fatos, para aprofundamentos de conceitos e 
para maioria dos conteúdos procedimentos em que se deve adaptar o ritmo e a 
proposição de atividades às características dos alunos. 
 Os Contratos de Trabalho (Freinet) – consiste em facilitar a tarefa do 
professor. O aluno faz um acordo com o professor. É imprescindível contar com 
materiais preparados e que as atividades sejam sequenciadas e progressivas. 
(Número de atividades que deveram fazer). 
Distribuição do tempo e do espaço 
 Distribuição tradicional 
 Os cantos e as pequenas oficinas,bibliotecas, sala ambiente; 
 Prédios grandes, são radicalmente contrários as propostas educativas 
pois é impossível promover determinadas atitudes, ou um bom clima afetivo 
onde não podem se sentir seguros, no anonimato. 
A distribuição do tempo não é o menos importante. 
 Devem variar de acordo com as atividades previstas e necessidades 
educacionais. 
A ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS 
 Diz respeito a relação e a forma de veicular os diferentes conteúdos 
conteúdos de aprendizagem que formam as unidades didáticas 
 Podemos encontrar propostas que rompem com a organização centrada 
por disciplinas (propostas metodológicas globalizadoras). 
 Nos métodos globalizados as disciplinas nunca são a finalidade do 
ensino, elas têm a função de proporcionar os meios ou instrumentos para 
realização dos objetivos educacionais; 
 Nos métodos globalizados a organização se realiza a partir da 
perspectivas de como os alunos aprendem; 
○ Nascem quando o aluno se transforma em protagonista do ensino. 
○ Ex;- centros de interesse, projetos, investigações do meio, projetos de 
trabalho (todos partem de uma situação real). 
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 As disciplinas com organizadoras dos conteúdos. 
 A fragmentação do saber e a diversificação do saber em múltiplas 
disciplinas; 
 Podemos estabelecer três graus de relações disciplinares:- 
1-) a multidiciplinaridade – conteúdos apresentados por matérias 
independentes uma das outra; 
2-) a interdisciplinaridade – interação entre dias ou mais disciplinas, integrando 
os conceitos idéias, metodologia; 
3-) a transdiciplinaridade – integração global, dentro de um sistema totalizador. 
 
OS MATERIAIS CURRICULARES E OUTROS RECURSOS DIDÁTICOS 
 São aqueles que proporcionam ao educador referências e critérios para 
tomar decisões, no planejamento e na intervenção no ensino e na avaliação; 
 Podem ser tipificados conforme;- 
1-) o âmbito de intervenção (planejamento da aula, grupo, classe, individual); 
2-) a intencionalidade da função (orientar, exemplificar, ilustrar); 
3-) os conteúdos e as maneiras de organizá-los (integradoras, globalizadoras, 
conteúdos procedimentos, conceituais); 
4-) suporte (quadro negro, papel, cadernos, fichas, livro didático) 
Observação:- Quanto aos conteúdos atitudinais, não existem suportes a serem 
usados com profusão, a não ser o vídeo e os textos. 
 Criticas ao livro didático e materiais curriculares:- 
 Esteriótipos culturais; 
 Proposições vinculadas a determinadas correntes ideológicas; 
 Não podem oferecer toda informação necessária para garantir a 
comparação; 
 Fomentam atitudes passivas do aluno; 
 Impedem o desenvolvimento de propostas mais próximas da realidade; 
 Não favorecem a comparação entre realidade e ensino escolar; 
 Não respeitam a forma nem o ritmo de aprendizagem do aluno 
(uniformização do ensino) 
 Fomentam as estratégias de memorização 
Observação:- Proceder a busca de referências e critérios para análise e 
confecção dos materiais curriculares. 
 
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 Projeção estática (retroprojetor, slides) suporte e elementos 
esclarecedores de muitas idéias e facilitam o diálogo, ajudam a centrar a 
atenção, mas é preciso não pecar pelo excesso de uso. 
 Imagem de movimento – (filmes, gravações de vídeo). 
 Atuam como suporte nas exposições e como fonte de informação. 
 É importante ir gerando e cortando, para estabelecer com a classe 
 Suporte de Informática:- 
 Possibilidade de estabelecer um diálogo mais ou menos aberto entre o 
programa e o aluno: 
 Permite fazer simulações de técnicas e procedimentos; 
 Contribui para formação de conceitos. 
 Suporte Multimídia:- 
 Uso do disc laser, CDI ou CD-ROM (interessante ver a disposição) 
banco de dados de fácil acesso. 
Conclusão:- A existência de materiais curriculares diversificados facilitará a 
elaboração de propostas singulares. A pertinência dos materiais estará 
determinada pelo uso que se faça deles, nos diferentes contextos educativos. 
A AVALIAÇÃO 
 Não deve se limitar somente a avaliação do aluno, mas também o grupo 
/ classe, inclusive o professor ou a equipe docente, o processo de ensino é a 
própria forma de avaliação. 
 A avaliação inicial (diagnóstica); 
 A avaliação reguladora (como cada aluno aprende) modificação e 
melhora contínua do aluno; 
 A avaliação integradora (todo percurso do aluno) informe global do 
processo; 
 A avaliamos para o aperfeiçoamento da prática educativa; 
 Compartilhar objetivos – condições para avaliação formativa; 
 A informação dos resultados de aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
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JOSÉ CARLOS LIBANEO 
PROCESSO DIDÁTICO EDUCATIVO:UMA ANÁLISE 
REFLEXIVA SOBRE O PROCESSO DE ENSINO E A 
APRENDIZAGEM 
A didática é considerada arte e ciência do ensino, ela não objetiva apenas 
conhecer por conhecer, mas procura aplicar seus princípios com a finalidade 
de desenvolver no individuo as habilidades cognitivas para torná-los críticos e 
reflexivos. 
È dever do professor garantir uma relação didática entre ensino e 
aprendizagem, tendo em mente a formação individual da personalidade do 
aluno . 
Por meio da aula o docente organiza esse processo de ensino e transmite aos 
alunos o conhecimento adquirido durante seu processo de formação. 
O trabalho docente é parte integral do processo educativo aos quais os 
indivíduos são preparados para viver em sociedade, o educador deve formar 
alunos que sejam cidadãos ativos, reflexivos, críticos e participativos na 
sociedade em que vivem. A didática tem grande relevância no processo 
educativo de ensino e aprendizagem, pois ela auxilia o docente a desenvolver 
métodos que favoreça o desenvolvimento de habilidades cognoscitivas 
tornando mais fácil o processo de aprendizagem dos indivíduos. 
Didática - Libâneo 
Didática é considerada como arte e ciência do ensino, o objetivo deste artigo é 
analisar o processo didático educativo e suas contribuições positivas para um 
melhor desempenho no processo de ensino-aprendizagem. Como arte a 
didática não objetiva apenas o conhecimento por conhecimento, mas procura 
aplicar os seus próprios princípios com a finalidade de desenvolver no individuo 
as habilidades cognoscitivas, tornando-os críticos e reflexivos, desenvolvendo 
assim um pensamento independente. 
Nesse Artigo abordamos esse assunto acerca das visões de Libâneo (1994), 
destacando as relações e os processos didáticos de ensino e aprendizagem, o 
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caráter educativo e crítico desse processo de ensino, levando em consideração 
o trabalho docente além da organização da aula e seus componentes didáticos 
do processo educacional tais como objetivos, conteúdos, métodos, meios de 
ensino e avaliação. Concluímos o nosso trabalho ressaltando a importância da 
didática no processo educativo de ensino e aprendizagem. 
PROCESSOS DIDÁTICOS BÁSICOS, ENSINO E APRENDIZAGEM. 
A Didática é o principal ramo de estudo da pedagogia, pois ela situa-se num 
conjunto de conhecimentos pedagógicos, investiga os fundamentos, as 
condições e os modos de realização da instrução e do ensino, portanto é 
considerada a ciência de ensinar. Nesse contexto, o professor tem como papel 
principal garantir uma relação didática entre ensino e aprendizagem através da 
arte de ensinar, pois ambos fazem parte de um mesmo processo. 
Segundo Libâneo (1994), o professor tem o dever de planejar, dirigir e controlar 
esse processo de ensino, bem como estimular as atividades e competências 
próprias do aluno para a sua aprendizagem. 
A condição do processo de ensino requer uma clara e segura compreensão do 
processode aprendizagem, ou seja, deseja entender como as pessoas 
aprendem e quais as condições que influenciam para esse aprendizado. Sendo 
assim Libâneo (1994) ressalta que podemos distinguir a aprendizagem em dois 
tipos: aprendizagem casual e a aprendizagem organizada. 
a. Aprendizagem casual: É quase sempre espontânea, surge naturalmente 
da interação entre as pessoas com o ambiente em que vivem, ou seja, através 
da convivência social, observação de objetos e acontecimentos. 
b. Aprendizagem organizada: É aquela que tem por finalidade específica 
aprender determinados conhecimentos, habilidades e normas de convivência 
social. Este tipo de aprendizagem é transmitido pela escola, que é uma 
organização intencional, planejada e sistemática, as finalidades e condições da 
aprendizagem escolar é tarefa específica do ensino (LIBÂNEO, 1994. Pág. 82). 
Esses tipos de aprendizagem tem grande relevância na assimilação ativa dos 
indivíduos, favorecendo um conhecimento a partir das circunstâncias 
vivenciadas pelo mesmo. 
O processo de assimilação de determinados conhecimentos, habilidades, 
percepção e reflexão é desenvolvido por meios atitudinais, motivacionais e 
intelectuais do aluno, sendo o professor o principal orientador desse processo 
de assimilação ativa, é através disso que se pode adquirir um melhor 
entendimento, favorecendo um desenvolvimento cognitivo. 
Através do ensino podemos compreender o ato de aprender que é o ato no 
qual assimilamos mentalmente os fatos e as relações da natureza e da 
sociedade. Esse processo de assimilação de conhecimentos é resultado da 
reflexão proporcionada pela percepção prático-sensorial e pelas ações mentais 
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que caracterizam o pensamento (Libâneo, 1994). Entendida como fundamental 
no processo de ensino a assimilação ativa desenvolve no individuo a 
capacidade de lógica e raciocínio, facilitando o processo de aprendizagem do 
aluno. 
Sempre estamos aprendendo, seja de maneira sistemática ou de forma 
espontânea, teoricamente podemos dizer que há dois níveis de aprendizagem 
humana: o reflexo e o cognitivo. O nível reflexo refere-se às nossas sensações 
pelas quais desenvolvemos processos de observação e percepção das coisas 
e nossas ações físicas no ambiente. Este tipo de aprendizagem é responsável 
pela formação de hábitos sensório motor (Libâneo, 1994). 
O nível cognitivo refere-se à aprendizagem de determinados conhecimentos e 
operações mentais, caracterizada pela apreensão consciente, compreensão e 
generalização das propriedades e relações essenciais da realidade, bem como 
pela aquisição de modos de ação e aplicação referentes a essas propriedades 
e relações (Libâneo, 1994). De acordo com esse contexto podemos despertar 
uma aprendizagem autônoma, seja no meio escolar ou no ambiente em que 
estamos. 
Pelo meio cognitivo, os indivíduos aprendem tanto pelo contato com as coisas 
no ambiente, como pelas palavras que designam das coisas e dos fenômenos 
do ambiente. Portanto as palavras são importantes condições de 
aprendizagem, pois através delas são formados conceitos pelos quais 
podemos pensar. 
O ensino é o principal meio de progresso intelectual dos alunos, através dele é 
possível adquirir conhecimentos e habilidades individuais e coletivas. Por meio 
do ensino, o professor transmite os conteúdos de forma que os alunos 
assimilem esse conhecimento, auxiliando no desenvolvimento intelectual, 
reflexivo e crítico. 
Por meio do processo de ensino o professor pode alcançar seu objetivo de 
aprendizagem, essa atividade de ensino está ligada à vida social mais ampla, 
chamada de prática social, portanto o papel fundamental do ensino é mediar à 
relação entre indivíduos, escola e sociedade. 
O CARÁTER EDUCATIVO DO PROCESSO DE ENSINO E O ENSINO 
CRÍTICO. 
De acordo com Libâneo (1994), o processo de ensino, ao mesmo tempo em 
que realiza as tarefas da instrução de crianças e jovens, também é um 
processo educacional. 
No desempenho de sua profissão, o professor deve ter em mente a formação 
da personalidade dos alunos, não apenas no aspecto intelectual, como também 
nos aspectos morais, afetivos e físicos. Como resultado do trabalho escolar, os 
alunos vão formando o senso de observação, a capacidade de exame objetivo 
e crítico de fatos e fenômenos da natureza e das relações sociais, habilidades 
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de expressão verbal e escrita. A unidade instrução-educação se reflete, assim, 
na formação de atitudes e convicções frente à realidade, no transcorrer do 
processo de ensino. 
O processo de ensino deve estimular o desejo e o gosto pelo estudo, 
mostrando assim a importância do conhecimento para a vida e o trabalho, 
(LIBÂNEO, 1994). 
Nesse processo o professor deve criar situações que estimule o indivíduo a 
pensar, analisar e relacionar os aspectos estudados com a realidade que vive. 
Essa realização consciente das tarefas de ensino e aprendizagem é uma fonte 
de convicções, princípios e ações que irão relacionar as práticas educativas 
dos alunos, propondo situações reais que faça com que os individuo reflita e 
analise de acordo com sua realidade (TAVARES, 2011). 
È através desse ensino crítico que os processos mentais são desenvolvidos, 
formando assim uma atitude intelectual. Nesse contexto os conteúdos deixam 
de serem apenas matérias, e passam então a ser transmitidos pelo professor 
aos seus alunos formando assim um pensamento independente, para que 
esses indivíduos busquem resolver os problemas postos pela sociedade de 
uma maneira criativa e reflexiva. 
A DIDÁTICA E O TRABALHO DOCENTE 
Como vimos anteriormente à didática estuda o processo de ensino no seu 
conjunto, no qual os objetivos, conteúdos fazem parte, de modo a criar 
condições que garantam uma aprendizagem significativa dos alunos. Ela ajuda 
o professor na direção, orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem, 
dando a ele uma segurança profissional. Segundo Libâneo (1994), o trabalho 
docente também chamado de atividade pedagógica tem como objetivos 
primordiais: 
 Assegurar aos alunos o domínio mais seguro e duradouro possível dos 
conhecimentos científicos; 
 Criar as condições e os meios para que os alunos desenvolvam capacidades e 
habilidades intelectuais de modo que dominem métodos de estudo e de 
trabalho intelectual visando a sua autonomia no processo de aprendizagem e 
independência de pensamento; 
 Orientar as tarefas de ensino para objetivo educativo de formação da 
personalidade, isto é, ajudar os alunos a escolherem um caminho na vida, a 
terem atitudes e convicções que norteiem suas opções diante dos problemas e 
situações da vida real (LIBÂNEO, 1994, Pág. 71). 
Para Libâneo (1994), a didática trata dos objetivos, condições e meios de 
realização do processo de ensino, ligando meios pedagógico-didáticos a 
objetivos sócio - políticos. Não há técnica pedagógica sem uma concepção de 
homem e de sociedade, sem uma competência técnica para realiza-la 
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educacionalmente, portanto o ensino deve ser planejado e ter propósitos claros 
sobre suas finalidades, preparando os alunos para viverem em sociedade. 
É papel de o professor planejar a aula, selecionar, organizar os conteúdos de 
ensino, programar atividades, criar condições favoráveis de estudo dentro da 
sala de aula, estimular a curiosidade e criatividade dos alunos, ou seja, o 
professor dirige as atividades de aprendizagem dos alunos a fim de que estes 
se tornem sujeitos ativos da própria aprendizagem. 
Um professor que aspira ter uma boa didática necessita aprender a cada dia 
como lidar com a subjetividade do aluno, sua linguagem, suas percepções e 
sua prática de ensino. Sem essas condições o professor será incapazde 
elaborar problemas, desafios, perguntas relacionadas com os conteúdos, pois 
essas são as condições para que haja uma aprendizagem significativa. No 
entanto para que o professor atinja efetivamente seus objetivos, é preciso que 
ele saiba realizar vários processos didáticos coordenados entre si, tais como o 
planejamento, a direção do ensino da aprendizagem e da avaliação (LIBÂNEO, 
1994). 
Para que o processo de ensino-aprendizagem aconteça de modo mais 
organizado faz-se necessário, classificar os objetivos de acordo com os seus 
propósitos e abrangência, se são mais amplos, denominados objetivos gerais e 
se são destinados a determinados fins com relação aos alunos, chamados de 
objetivos específicos. 
a. Objetivos Gerais: exprimem propósitos mais amplos acerca do papel da 
escola e do ensino diante das exigências postas pela realidade social e diante 
do desenvolvimento da personalidade dos alunos (LIBANÊO, 1994- pág. 121). 
Por isso ele também afirma que os objetivos educacionais transcendem o 
espaço da sala de aula atuando na capacitação do indivíduo para as lutas 
sociais de transformação da sociedade, e isso fica claro, uma vez que os 
objetivos têm por fim formar cidadãos que venham a atender os anseios da 
coletividade. 
b. Objetivos Específicos: compreendem as intencionalidades específicas 
para a disciplina, os caminhos traçados para que se possa alcançar o maior 
entendimento, desenvolvimento de habilidades por parte dos alunos que só se 
concretizam no decorrer do processo de transmissão e assimilação dos 
estudos propostos pelas disciplinas de ensino e aprendizagem. Expressam as 
expectativas do professor sobre o que deseja obter dos alunos no decorrer do 
processo de ensino. Têm sempre um caráter pedagógico, porque explicitam a 
direção a ser estabelecida ao trabalho escolar, em torno de um programa de 
formação. (TAVARES, 2001- Pág. 66). 
CONTEÚDOS 
Os conteúdos de ensino são constituídos por um conjunto de conhecimentos. É 
a forma pela qual, o professor expõem os saberes de uma disciplina para ser 
trabalhado por ele e pelos seus alunos. Esses saberes são advindos do 
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conjunto social formado pela cultura, a ciência, a técnica e a arte. Constituem 
ainda o elemento de mediação no processo de ensino, pois permitem ao 
discente através da assimilação o conhecimento histórico, cientifico, cultural 
acerca do mundo e possibilitam ainda a construção de convicções e conceitos. 
O professor, na sala de aula, utiliza-se dos conteúdos da matéria para ajudar 
os alunos a desenvolverem competências e habilidades de observar a 
realidade, perceber as propriedades e características do objeto de estudo, 
estabelecer relações entre um conhecimento e outro, adquirir métodos de 
raciocínio, capacidade de pensar por si próprios, fazer comparações entre fatos 
e acontecimentos, formar conceitos para lidar com eles no dia-a-dia de modo 
que sejam instrumentos mentais para aplicá-los em situações da vida prática 
(LIBÂNEO 2001, pág. 09). 
MÉTODOS DE ENSINO 
Métodos de ensino são as formas que o professor organiza as suas atividades 
de ensino e de seus alunos com a finalidade de atingir objetivos do trabalho 
docente em relação aos conteúdos específicos que serão aplicados. Os 
métodos de ensino regulam as formas de interação entre ensino e 
aprendizagem, professor e os alunos, na qual os resultados obtidos é 
assimilação consciente de conhecimentos e desenvolvimento das capacidades 
cognoscitivas e operativas dos alunos. 
Segundo Libâneo (1994) a escolha e organização os métodos de ensino 
devem corresponder à necessária unidade objetivos conteúdos métodos e 
formas de organização do ensino e as condições concretas das situações 
didáticas. Os métodos de ensino dependem das ações imediatas em sala de 
aula, dos conteúdos específicos, de métodos peculiares de cada disciplina e 
assimilação, além disso, esses métodos implica o conhecimento das 
características dos alunos quanto à capacidade de assimilação de conteúdos 
conforme a idade e o nível de desenvolvimento mental e físico e suas 
características socioculturais e individuais. 
AVALIAÇÃO ESCOLAR 
A avaliação escolar é uma tarefa didática necessária para o trabalho docente, 
que deve ser acompanhado passo a passo no processo de ensino e 
aprendizagem. Através da mesma, os resultados vão sendo obtidos no 
decorrer do trabalho em conjunto entre professores e alunos, a fim de constatar 
progressos, dificuldades e orientá-los em seus trabalhos para as correções 
necessárias. Libâneo (1994). 
A avaliação escolar é uma tarefa complexa que não se resume à realização de 
provas e atribuição de notas, ela cumpre funções pedagógico-didáticas, de 
diagnóstico e de controle em relação ao rendimento escolar. 
A função pedagógico-didática refere-se ao papel da avaliação no cumprimento 
dos objetivos gerais e específicos da educação escolar. Ao comprovar os 
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resultados do processo de ensino, evidencia ou não o atendimento das 
finalidades sociais do ensino, de preparação dos alunos para enfrentar as 
exigências da sociedade e inseri-los ao meio social. Ao mesmo tempo, 
favorece uma atitude mais responsável do aluno em relação ao estudo, 
assumindo-o como um dever social. Já a função de diagnóstico permite 
identificar progressos e dificuldades dos alunos e a atuação do professor que, 
por sua vez, determinam modificações do processo de ensino para melhor 
cumprir as exigências dos objetivos. A função do controle se refere aos meios e 
a frequência das verificações e de qualificação dos resultados escolares, 
possibilitando o diagnóstico das situações didáticas (LIBÂNEO, 1994). 
No entanto a avaliação na pratica escolar nas escolas tem sido bastante 
A PROFISSÃO DOCENTE E SUA REPERCUSSÃO SOCIAL 
Segundo Libâneo (1994) o trabalho docente é a parte integrante do processo 
educativo mais global pelo qual os membros da sociedade são preparados 
para a participação da vida social. Com essas palavras Libâneo deixa bem 
claro o importante e essencial papel do professor na inserção e construção 
social de cada individuo em formação. O educador deve ter como principal e 
fundamental compromisso com a sociedade formar alunos que se tornem 
cidadãos ativos, críticos, reflexivos e participativos na vida social. 
O docente no processo de ensino e aprendizagem é a ponte de mediação entre 
o aluno em formação e o meio social no qual está inserido; uma vez que ele vai 
através de instruções, conteúdos e métodos orientar aos seus alunos a viver 
socialmente. Sendo a educação um fenômeno social necessário à existência 
e funcionamento de toda a sociedade, exige-se a todo instante do professor as 
competências técnicas e teóricas para a transmissão desses conhecimentos 
que são essenciais para a manutenção e progresso social. 
O processo educacional, notadamente os objetivos, conteúdos do ensino e o 
trabalho do professor são regidos por uma série de exigências da sociedade, 
ao passo que a sociedade reclama da educação a adequação de todos os 
componentes do ensino aos seus anseios e necessidades. Porém a prática 
educativa não se restringe as exigências da vida em sociedade, mas também 
ao processo de promover aos indivíduos os saberes e experiências culturais 
que o tornem aptos a atuar no meio social e transformá-lo em função das 
necessidades econômicas, sociais e políticas da coletividade (LIBÂNEO, 1994 
pág.17). O professor deve formar para a emancipação, reflexão, criticidade e 
atuação social do indivíduo e não para a submissão ou o comodismo. 
 
 
 
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EMÍLIA FERREIRO, ANA TEBEROSKY E A 
PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA 
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