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TRABALHO DE POLITICA - COMPLEXO PRODUTIVO DA SAÚDE: Inovação, DESENVOLVIMENTO E ESTADO

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COMPLEXO PRODUTIVO DA SAÚDE:
Inovação, DESENVOLVIMENTO E ESTADO
Carlos AUGUSTO GRABOIS GODELHA * José Manuel santos de varge maldonado * Laís Silveira costa
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE FISIOTERAPIA
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
POLÍTICA, PLANEJAMENTO E GESTÃO EM SAÚDE I 
BIANCA BIGOGNO
CLARICE MODESTO
JOÃO PEDRO MATOS
TÁSSILA PARDO
VITOR ARRUTI
DOCENTE: Prof. Andrija Oliveira Almeida 
INTRODUÇÃO
A base produtiva da saúde ou Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS).
INTRODUÇÃO
O CEIS no Brasil apresenta fragilidades estruturais no que tange a sua capacidade de geração uso e difusão de inovação, referente a própria estrutura do Estado nacional.
Falta de isonomia tributária
Sobrevalorização cambial
Baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento
FONTE: https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSVPsBGME5gxqiZXZL-np3OPvTk2zQ-Ab81xzCB9U4mqHnGLAM59A
INTRODUÇÃO
Considerando que o Estado exerce um papel determinante na definição e implementação de politicas publicas e diversas modalidades de intervenção de reforço e ampliação da competitividade das industrias, é possível, por meio de uma coordenação de diversos instrumentos de fomento, aumentar a produção industrial e os esforços de inovação no país.
 
 Nesse contexto, a utilização do poder de compra do Estado, por meio da indução de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), tem se configurado como importante iniciativa para a internalização tanto de etapas produtivas que atualmente são realizadas no exterior como esforços inovadores.
CARACTERIZAÇÃO DO CEIS 
O CEIS pode ser conceituado como um conjunto de atividades produtivas que mantêm relações de mercado entre si (compra e venda de bens e serviços) , de conhecimentos (geração e difusão de tecnologias) e que estão inseridas num contexto politico e institucional bastante particular dado pelas especificidades da área da saúde ( politicas de regulação, fomento, apoio etc.)
Figura 12.1 – Complexo econômico-industrial da suade: atividades geradoras de recursos produtivos e tecnológicos.
CARACTERIZAÇÃO DO CEIS 
O setor de medicamentos constitui o grande mercado desse grupo, sendo liderados por um conjunto de grandes empresas, altamente intensivas em tecnologia e que dominam o mercado mundial, há uma tendência de que essas empresas ultrapassem os limites da indústria farmacêutica, ampliando suas fronteiras para englobar os demais segmentos, como já está ocorrendo, por exemplo, na área de vacinas.
O segundo engloba atividades de base física, mecânica, eletrônica e de materiais, envolvendo as industrias de equipamentos e instrumentos mecânicos e eletrônicos, órteses e próteses e materiais de consumo em geral. Essa indústria destaca se pelo potencial de inovação .
CARACTERIZAÇÃO DO CEIS 
O mercado setorial conflui a produção de todos os demais grupos.
O Brasil apresenta fragilidades estruturais no que tange a sua base produtiva e inovativa. 
Como se verifica, o déficit comercial se manteve relativamente constante de 1996 até 2004 e a partir daí vem se ampliando significativamente, atingindo o patamar de US$ 10 bilhões em 2011.
FONTE: http://aapsocidental.blogspot.com.br/2013/01/deficit-comercial-de-marrocos-novo.html
CARACTERIZAÇÃO DO CEIS 
CARACTERIZAÇÃO DO CEIS 
Dados mais desagregados mostram que a dependência externa brasileira se situa justamente naqueles produtos de maior intensidade de conhecimento e inovação
 Destacando-se os fármacos e os novos medicamentos protegidos por patentes, os equipamentos eletrônicos de alta precisão e para diagnóstico por imagem, as órteses e próteses mais sofisticadas e os hemoderivados.
CARACTERIZAÇÃO DO CEIS 
Refletindo as raízes estruturais da fragilidade do CEIS no Brasil, os dados da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica do IBGE revelam igualmente o pequeno esforço empresarial de atividades de P&D das industrias da saúde, situando-se muito aquém do padrão internacional, e assim revela a dificuldade de avanço na inclusão de boa parte da população aos bens e serviços de saúde. 
FONTE: http://www.adesg.net.br/noticias/finep-tera-linha-de-credito-progressiva-para-empresas-que-investem-em-inovacao-tecnologica
DINÂMICA E INOVAÇÃO
Há um processo em que as organizações e instituições incorporam novos conhecimentos na produção de bens e serviços.
As indústrias da saúde se caracterizam pelo alto dinamismo em termos de taxa de crescimento e competitividade.
Neste artigo, busca-se focalizar a dinâmica de inovação das principais indústrias produtoras de bens em saúde entre elas a indústria farmacêutica, a indústria de equipamentos e materiais médico-hospitalares e odontológicos e os serviços de saúde. 
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
Organizada sob a forma de oligopólio diferenciado.
Estima-se, atualmente que sejam necessários cerca de 890 milhões de dólares para o desenvolvimento de um novo medicamento
As inovações nesta área são cada vez mais dependentes de pesquisar interdisciplinares.
INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES E ODONTOLÓGICOS
Também se constitui em um oligopólio baseado na diferenciação de produtos.
A diferenciação de produtos nessa indústria baseia-se na intensidade dos gastos em pesquisa e desenvolvimento.
FONTE: http://www.abimip.org.br/site/index.php
INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES E ODONTOLÓGICOS
Essa indústria tem apresentado um dinamismo significativo nos últimos anos em decorrência da incorporação de avanços tecnológicos que tem significado o constante desenvolvimento de novos produtos com novas funções.
A ampliação da demanda e da oferta de serviços de saúde e o próprio desenvolvimento tecnológico da indústria estão estreitamente ligados.
FONTE: http://www.abimip.org.br/site/index.php
SERVIÇOS DE SAÚDE
Os serviços de saúde representam o maior peso econômico do CEIS (Complexo Econômico-Industrial da Saúde).
Em virtude de fatores econômicos, sociais, epidemiológicos, demográficos, entre outros, assiste-se à crescente imposição da conciliação de necessidades de expansão de serviços com controles de gastos.
FONTE: http://www.abimip.org.br/site/index.php
TAXONOMIA DE ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL E DAS INOVAÇÕES 
Os setores de serviços se caracterizam como uma atividade dominada por fornecedores, considerando que o progresso técnico é incorporado, em grande medida, nos produtos adquiridos, como medicamentos, equipamentos e novos materiais.
Entretanto, um olhar mais atento revela que estes produtos desempenham um papel mais proeminente no processo inovativo do CEIS.
BARBOSA & GADELHA
Salientam que nos serviços de saúde as inovações não tecnológicas são mais frequentes do que as tecnológicas e se expressam recorrentemente em pequenos ajustes de procedimentos.
De caráter incremental, com tempos de desenvolvimento relativamente curtos e, em geral, não precisando de longa pesquisa científica.
PRODUTOS GERADOS PELOS SEGMENTOS INDUSTRIAIS
São produtos que têm como destino final os serviços da saúde.
Todavia, como demandantes e usuários desses produtos, os serviços desempenham papel significativo na dinamização do processo de geração, uso e difusão de inovação tecnológica, uma vez que sua articulação com a atividade industrial, no âmbito da relação cliente-fornecedor, constitui-se em elemento importante no processo inovativo do CEIS.
FONTE: http://hrmlogistica.wordpress.com/2014/02/14/governo-recebe-planos-de-logistica-reversa-dos-residuos-industriais/
TELEMEDICINA
Compreende a oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde nos casos em que a distância é um fator crítico.
TELEMEDICINA
Esta modalidade de atenção à saúde possibilita a expansão do acesso qualificados para regiões privadas de infraestrutura de média e alta complexidade.
FONTE: http://www.usp.br/imprensa/?p=28127
ATENÇÃO DOMICILIAR
Representa uma reversão na estratégia da atenção centrada em hospitais, ao mesmo tempo que proporciona uma nova lógica de atenção com enfoque na
prevenção em saúde e humanização.
ATENÇÃO DOMICILIAR
Na dimensão tecnológica é viabilizada, por exemplo, por equipamentos dotados de portabilidade, conectividade e segurança para que possam ser operados por não especialistas. 
FONTE: http://www.vilavelha.es.gov.br/noticias/programa-de-atencao-domiciliar-ao-idoso-atende-em-vila-velha-2776
A Telemedicina e a atenção domiciliar representam inovações organizacionais que, por sua vez, demonstram, nos serviços da saúde, a convergência da adoção de inovações organizacionais com a incorporacão de novas tecnológias (maldonado, 2012)
BARBOSA & GADELHA
Exemplificam com a tendência relativamente recente de redução de leitos hospitalares em nível mundial. Segundo os autores, essa redução é resultado do efeito combinado das novas tecnologias 
Foi lançada em 2008 a Politica de Desenvolvimento (PDP), ressaltando a necessidade de melhoria na capacitação e na competitividade dos autores envolvidos.
novos equipamentos, medicamentos e procedimentos 
AS MAIS RECENTES AÇÕES COM IMPACTOS NA SAÚDE
Destacam-se o "Brasil Maior", lançado em 2011, e a "Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2012-2015 "(ENCTI), do Ministério da Saúde, no ano de 2012. 
O Programa Brasil maior compreende uma nova politica industrial, tecnologia, de serviços e de comercio exterior, visando ao estimulo a inovação e a produção nacional de modo a alavancar a competitividade da indústria e a geração de emprego e renda em beneficio do povo brasileiro. 
Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2012-2015 (ENCTI)
Reafirma a prioridade do segmento de fármacos e do complexo produtivo, apontando uma serie de lacunas da base produtiva inovativa nacional que precisam ser superadas, além de enfatizar a necessidade de promoção de mecanismos de estimulo a inovação em saúde e de intensificação da transferência tecnológica para os laboratórios públicos nacionais.
Com a ENCTI, o Estado assume mais uma vez seu papel de enfrentamento do desafio de redefinir e impulsionar o desenvolvimento do sistema produtivo da saúde mediante a articulação de varias instancias da área de saúde, bem como das demais esferas de governo.
AÇÃO DO ESTADO : UM OLHAR SOBRE AS COMPRAS PÚBLICAS
Definição e implementação de políticas públicas e na medida e modulação das tensões e interesses entre a dimensão econômica e a dimensão sociossanitária
AÇÃO DO ESTADO: UM OLHAR SOBRE AS COMPRAS PÚBLICAS
No passado: 
Saúde = estado de ausência de doenças
Limita as ações mais efetivas do Estado -> lógica utilitarista das políticas
Combate em massa de doenças por meio de campanhas
Constituição de 1988: a saúde foi elevada ao status de direito de cidadania, significando condições dignas de vida, acesso igualitário e universal às ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde (PAIM, 1997)
AÇÃO DO ESTADO: UM OLHAR SOBRE AS COMPRAS PÚBLICAS
SUS: Nasce com a missão de integrar as ações curativas e preventivas de modo a proporcionar o bem-estar da população
Delegou-se ao Estado brasileiro o papel de provedor e garantidor da saúde.
“O ideal da universalização da saúde e o estado de bem-estar, ocorreram em contramão a História, dado que coincidiu com a hegemonia neoliberal, que pregava a diminuição da participação do Estado” (MENDES, 1996).
Em face ao alto custo com a saúde, o Estado justificava a transferência de partes das atribuições com a saúde para a iniciativa privada
AÇÃO DO ESTADO: UM OLHAR SOBRE AS COMPRAS PÚBLICAS
2002, primeiro goverdo Lula: O estado retoma o papel de formulador de política e estratégias de desenvolvimento nacional.
Considerando a vertente social como um eixo do desenvolvimento. (SILVA, 2002)
2003: Política Industrial e Tecniológica e de Comércio (PITCE) – Defesa da política industrial e seleção de alguns setores estratégicos para o desenvolvimento nacional, entre os quais fármacos e medicamentos. (BARBOSA, et tal, 2007)
2004: Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PNCTIS) – Considera a pesquisa em saúde como um conjunto de conhecimentos e tecnologias que resultem em melhora mas condições de saúde da população. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008)
AÇÃO DO ESTADO: UM OLHAR SOBRE AS COMPRAS PÚBLICAS
2007: Programa Mais Saúde (“PAC da saúde”)-Define o Complexo Industrial da Saúde como um dos eixos estratégicos para a política de saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).
Necessidade de transformações da estrutura produtiva e inovação com aumento da competitividade das empresas
2007: “Insumos para a saúde”- inserida no PAC da Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia (MINISTÉRIO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, 2007)
AÇÃO DO ESTADO: UM OLHAR SOBRE AS COMPRAS PÚBLICAS
Base inicial apara o uso do poder de comprado Estado.
Inicialmente foram publicadas as Portarias 978 e 1.284, em 2008 e 2010, estabelecendo produtos estratégicos que deveriam receber o apoio do adensamento produtivo.
Lei 12.349/2010, regulamentada pelo decreto 7.546/2011, foram definidas regras para a utilização do poder de compra do Estado.(GADELHA & COSTA, 2012)
AÇÃO DO ESTADO: UM OLHAR SOBRE AS COMPRAS PÚBLICAS
Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio (MDIC)
Ministério do Planejamento e Gestão (MPOG)
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
Casa Civil
Avaliará a possibilidade de efetuar compras cujo critério de análise inclui interesses de desenvolvimento tecnológico, superando o critério singular de menor preço (GADELHA & COSTA, 2012)
Ministério da saúde -> Produto para doenças negligenciadas, feitas por um produtor privado nacional.
AÇÃO DO ESTADO: UM OLHAR SOBRE AS COMPRAS PÚBLICAS
As compras públicas devem visar ao investimento em infraestrutura física e ao fortalecimento das capacidade humanas e contribuir para o desenvolvimento do país.
“Um forte elemento para a consolidação das empresas (principalmente as pequenas) é o estabelecimento de compras públicas orientadas para a inovação. (ROTHWELL, 1984)
O uso do poder por parte do Estado reside em seu potencial articular a demanda para que se alcancem objetivos relacionados com o desenvolvimento nacional (GADELHA , et tal, 2012)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Base produtiva de bens e serviços de saúde configura-se como fator importante de geração de emprego, renda e investimento, e tem particular relevância para geração, incorporação e difusão de inovação, dado que suas indústrias são intensivas em ciência e tecnologia.
O que representa 12 milhões de empregos direitos e indireitos (Ministério da saúde, 2007) e, nessa perspectiva, abre amplas oportunidades ao desenvolvimento econômico e social do país.
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O USO DO PODER DE COMPRA DO ESTADO
Mediante o estabelecimento de PDP, compras públicas e internalização da produção e as estratégias voltadas para o fomento à inovação em laboratórios públicos e empresas privadas nacionais, é condição primordial para a redução da vulnerabilidade da política de saúde. 
FONTE: http://www.cimes.org.br/noticias/pagina/160/Ministerio-da-Saude-preve-a-intensificacao-do-uso-do-poder-de-compras-no-setor-de-materiais-e-equipamentos
O APOIO ÀS INDÚSTRIAS DE SAÚDE  
Furtado (1964)
Albuquerque (2007)
Ressalta que o desenvolvimento relaciona-se tanto com a homogeneização social como com o desenvolvimento de um sistema produtivo eficiente que apresente relativa autonomia tecnológica.
Revisitando as teorias de Furtado, aponta justamente para a necessidade de promover o desenvolvimento tecnológico articulando os sistemas de inovação e bem-estar social. 
O APOIO ÀS INDÚSTRIAS DE SAÚDE
CONCLUSÃO
Para fomentar a geração de inovação em saúde faz-se necessária uma efetiva e abrangente ação do Estado naquilo que diz respeito não somente à acentuação de seu poder de compra, mas  também como formulador de políticas de estímulo e de fortalecimento do CEIS, na orientação das ações de pesquisa de maneira a adequá-las às necessidades das políticas de saúde, na articulação entre produtores e organizações de saúde na difusão de inovações
tecnológicas e no controle desse processo, principalmente, na avaliação de registro e comercialização de novos produtos, na qualificação de sua atuação, especialmente no que tange à adequação de seu aparato regulatório, e na qualificação de seu modelo de gestão, entre vários aspectos.
REFERENCIA
GADELHA, C. A. G. , MALDONADO, J. M. S. J, COSTA L. S., Complexo Produtivo da Saúde: Inovação, Desenvolvimento e Estado, p173-182, cap 12
OBRIGADA!

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