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Magistratura Federal reta final

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Magistratura Federal/06-06 usucapi�o.ppt
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Professor Drº Mauro de Medeiros keler
USUCAPIÃO
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NOÇÕES GERAIS:
- modo de aquisição originária da propriedade mediante a posse 	suficientemente prolongada, sob certas condições (Sílvio Rodrigues)
- também conhecida como prescrição aquisitiva (cfr. o importante art. 	1244)
- fundamento: prêmio àquele que se serve utilmente de um bem 	(utilidade: função social da propriedade)
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- outros direitos reais também podem ser adquiridos deste modo
[p.ex.: servidão e enfiteuse – quanto à enfiteuse, cfr. STJ, REsp 	10.986-RS, hipótese de imóvel em terreno de marinha, e que já havia 	sido anteriormente objeto de concessão de direito enfitêutico a 	particular]
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REQUISITOS
		* coisa idônea a ser usucapida (res habilis)
 		* posse contínua e incontestada (possessio)
 		* tempo (tempus)
 		* justo título (justa causa) - somente para o usucapião ordinário
 		* boa fé (bona fides) - somente para o usucapião ordinário
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1º) coisa idônea a ser usucapida
Situação peculiar de alguns tipos de bens:
 		- os bens públicos não são usucapíveis; no que diz respeito às terras devolutas, por serem públicas, não são usucapíveis, mas há a necessidade de ação discriminatória para que se firme a sua condição de devolutas, nos termos da Lei Federal 6383/76 (ação discriminatória) e da Lei Federal 6634/79 (faixa de fronteira): 
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STF RREE 90.985-RJ, Rel Raphael Mayer, j. em 5/12/90 e 86.234-MG, Rel. Moreira Alves, j. em 12/11/76: “Não existe presunção ‘juris tantum’ a favor do Estado que uma terra não registrada a favor de alguém seja devoluta.”; esta orientação persiste no STJ: (REsp 164.029, REsp 113.255, REsp 674.558)
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- bens de herança jacente: é possível o usucapião se o prazo legal houver transcorrido antes do trânsito em julgado da sentença de vacância; se houver se consumado após esse momento, não haverá usucapião (REsp 209.967-SP)
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- bem de absolutamente incapaz ou de pessoa contra a qual não corre prazo prescricional: não se pode usucapir, por conta da não consumação do prazo
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- bem gravado com cláusula de inalienabilidade: no passado, o STF não admitia o usucapião, por interpretação do art. 1676 do Código Civil de 1916, embora a questão continuasse polêmica a nível de doutrina; atualmente, o STJ o admite (REsp 207.067, REsp 418.945)
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- bem declarado indisponível (cfr. Lei Federal 6024/74, art. 36 e Parágrafos, especialmente o 4º)
 		- bem de família: pode ser usucapido, sobrevindo abandono (STJ: REsp 174.108)
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- bem sujeito a fideicomisso: embora a questão seja polêmica, há decisão do STJ admitindo o usucapião (REsp 13.663)
 		- parte ideal em condomínio: admissível o usucapião (STF: RE 79.834) 
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- partes comuns de condomínio edilício: a jurisprudência não a tem admitido a favor de condômino; todavia, o STJ, em situação peculiar, o admitiu (REsp 214.680)
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REQUISITOS (contin.)
	2º) posse contínua e incontestada
Só pode usucapir quem tem ânimo de dono (não a têm o locatário e o comodatário, assim como o possuidor precário, senão após a “interversão da posse”)
A “acessão de posses” ou sucessão na posse: cfr. art. 1243
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3º) tempo
É o tempo fixado em lei
 	4º) justo título (exigível só para o usucapião ordinário)
Documento com a aparência do bom direito, noção indissoluvelmente ligada à da boa-fé
 	5º) boa-fé (exigível só para o usucapião ordinário)
Deve persistir durante todo o período aquisitivo
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A SENTENÇA JUDICIAL NÃO É REQUISITO
	A sentença judicial em ação de usucapião (regulada nos artigos 941 e seguintes do CPC) não constitui requisito para essa forma de aquisição da propriedade. A aquisição se dá com a passagem do tempo, cumpridos os demais requisitos exigidos em lei. Logo, a sentença apenas declara o direito. Corolários: 
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1) O usucapiente pode alegar o usucapião como matéria de defesa em ação reivindicatória contra ele movida; 2) Pode o usucapiente promover contra terceiros uma espécie de ação “reivindicatória” peculiar, a ação publiciana.
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A ação de usucapião, ainda assim, será necessária para a regularização formal da situação de domínio, e somente a sentença desta ação poderá ser levada ao registro de imóveis, salvo nos casos de usucapião especial 
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– arts. 7º da Lei 6969/81 e 13 da Lei 10.257/2001 (em que se admite o registro de qualquer sentença judicial que declare o usucapião, mesmo se não proferida em ação própria).
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EFEITO RETROATIVO DO USUCAPIÃO
 	A aquisição do domínio por usucapião retroage até a data em que teve início a posse “ad usucapionem”. Corolários:
o novo proprietário terá direito aos frutos antes que colheu, mesmo se estava de má-fé
direitos reais constituídos irregularmente pelo possuidor “ad usucapionem” se convalidam
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o novo proprietário responde pelas dívidas incidentes sobre o bem usucapido desde o início da posse “ad usucapionem”
direitos reais constituídos pelo antigo titular do domínio não prevalecerão, se o tiverem sido posteriormente ao início da posse “ad usucapionem” (esse ponto é controvertido e não encontra respaldo em muitos autores, que discutem, sobretudo, o alcance de hipotecas constituídas anteriormente ao usucapião; a orientação indicada, todavia, ganha força na doutrina e na jurisprudência mais atual, a exemplo do julgado no REsp 716.753-RS)
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JURISPRUDÊNCIA CITADA (HIPOTECA E USUCAPIÃO)
STJ. Usucapião. Sentença declaratória. Efeito ex tunc. Ônus real. Hipoteca constituída no curso da posse ad usucapionem. Não-prevalecimento do gravame contra o usucapiente. CCB, art. 550, 551, 830, 849. CCB/2002, arts. 1.277, 1.280 e 1.498. CF/88, art. 183. 1. Consumada a prescrição aquisitiva, a titularidade do imóvel é concedida ao possuidor desde o início de sua posse, presentes os efeitos “ex tunc” da sentença declaratória, não havendo de prevalecer contra ele eventuais ônus constituídos, a partir de então, pelo anterior proprietário. 2. Recurso especial não-conhecido.
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(STJ - Rec. Esp. 716.753 - RS - Rel.: Min. João Otávio de Noronha - J. em 15/12/2009 - DJ 12/04/2010) 
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ESPÉCIES DE USUCAPIÃO DE BEM IMÓVEL
 		a) usucapião extraordinário: com duas subespécies (art. 1238, 
 		“caput” e Par. Único)
 		b) usucapião ordinário: com duas subespécies (art. 1242, “caput”
 		e Par. Único)
 		c) usucapião especial: com 3 subespécies
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USUCAPIÃO ESPECIAL:
 - em todos os casos, não se exige boa-fé, e é admissível a acessão de posses (art. 1243 do Código Civil e art. 10, Par. 1º do Estatuto da Cidade, Lei Federal 10.257/2001)
 - subespécies:
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a) pro labore – art. 1239 (também na Lei Federal 6969/81, art. 1º e na CF, art. 191)
 	b) pro misero individual – art. 1240 (também na CF, art. 183 e no Estatuto da Cidade, art. 9º) – muitos entendem que o Par. 3º do art. 9º do Estatuto da Cidade foi revogado com a entrada do novo Código Civil
 	c) pro misero coletivo – art. 10 e Parágrafos do Estatuto da Cidade – com esse tipo de usucapião, surge inicialmente uma propriedade em regime de condomínio geral
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL (Lei 10.257/2001 - Estatuto da Cidade)
Da usucapião especial de imóvel urbano
Art. 9o Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano
ou rural.
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§ 1o O título de domínio será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2o O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3o Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.
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Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
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§ 1o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas.
§ 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis.
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§ 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas.
§ 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio.
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§ 5o As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes.
Art. 11. Na pendência da ação de usucapião especial urbana, ficarão sobrestadas quaisquer outras ações, petitórias ou possessórias, que venham a ser propostas relativamente ao imóvel usucapiendo.
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Art. 12. São partes legítimas para a propositura da ação de usucapião especial urbana:
I – o possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário ou superveniente;
II – os possuidores, em estado de composse;
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III – como substituto processual, a associação de moradores da comunidade, regularmente constituída, com personalidade jurídica, desde que explicitamente autorizada pelos representados.
§ 1o Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a intervenção do Ministério Público.
§ 2o O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis .
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Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no cartório de registro de imóveis.
Art. 14. Na ação judicial de usucapião especial de imóvel urbano, o rito processual a ser observado é o sumário.
Magistratura Federal/1�aula agr�rio.ppt
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Drº Mauro de Medeiros Keller
DIREITO AGRÁRIO
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IMÓVEL RURAL
  	CONCEITOS DE DIREITO AGRÁRIO, DE ATIVIDADE RURAL E DE IMÓVEL RURAL:
 
 	- o direito agrário tem por objeto material as atividades rurais (também chamadas “agrárias”) e por objeto formal a titularidade, posse e uso do imóvel rural do ponto de vista da sua função social
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- são atividades rurais:
Explorações rurais típicas: que compreendem a lavoura, a pecuária, o extrativismo vegetal e animal e hortigranjeiras
 
Exploração rural atípica: que compreende a agroindústria
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Atividade complementar da exploração rural: que compreende o transporte e a comercialização dos produtos
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- imóvel rural é o que se destina às atividades rurais, qualquer que seja a sua localização (Estatuto da Terra, Lei Federal 4.504/64, art. 4º, I; também na Lei Federal 8.629/93, art. 4º, I: “Imóvel Rural - o prédio rústico de área contínua, qualquer que seja a sua localização, que se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agro-industrial”)
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IMÓVEL RURAL (requisitos de sua função social):
 
 	- princípio da função social da propriedade rural: art. 186 da CF/88, art. 2º, “caput” e Par. 1º do Estatuto da Terra (Lei Federal 4.504/64), e art. 9º, “caput” e Parágrafos da Lei Federal 8.629/93
 
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Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
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I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
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IMÓVEL RURAL (requisitos de sua função social – contin.):
 
 	- “Não basta que a propriedade cumpra um desses elementos. É necessário que atenda a todos simultânea e concomitantemente. Não requer, porém, que sejam eles observados sempre da mesma forma por todas as propriedades, independentemente de sua localização tamanho e qualidade das terras. Por isso, determina que os requisitos serão cumpridos segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei...” (José Afonso da Silva)
 
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IMÓVEL RURAL (requisitos de sua função social – contin.):
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1º) aproveitamento racional e adequado: caracterização da produtividade (GUT – Grau de Utilização da Terra igual ou superior a 80%, e GEE – Grau de Eficiência da Exploração da Terra igual ou superior a 100%
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2º) utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente
Não é da competência do IBAMA delimitar e averbar a reserva legal da propriedade rural, mas é seu dever fiscalizar (REsp 1.087.370)
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3º) observância das disposições que regulam as relações de trabalho
Diz respeito tanto às relações de emprego formal (CLT) como as que se perfazem como contratos de parceria e arrendamento
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Constitucionalidade da Portaria MTE 540/2004, que disciplina o combate ao trabalho escravo (cfr. STJ. MS 14.017-DF): atende a vários princípios constitucionais, entre os quais o da função social da propriedade rural (art. 186, III e IV)
 
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4º) exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores: atendimento das necessidades básicas dos que trabalham a terra, evitando-se a ocorrência de tensões e conflitos
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IMÓVEL RURAL (requisitos de sua função social – contin.):
 
 	- principais mecanismos que estimulam o cumprimento da função social da propriedade rural: desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária (objetivos da reforma agrária no art. 18 do Estatuto da Terra, 
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Lei Federal 8.926/93, LC 76/96), progressividade da alíquota do ITR e não incidência sobre pequenas glebas (CF/88, art. 153, Par. 4º, I e II), usucapião “pro labore” (CF/88, art. 191)
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- usucapião “pro labore”: CF/88, art. 191, Lei Federal 6969/81 e CC/02, art. 1239
“Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.” (CF/88, art. 191)
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- imprescritibilidade dos imóveis rurais públicos, inclusive das terras devolutas (CF/88, art. 191, Par. Único)
 
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REGISTRO DE IMÓVEIS E CADASTRO NACIONAL DOS IMÓVEIS
RURAIS (CNIR):
 
 	- o cadastro rural é efetuado junto ao INCRA nos termos da Lei Federal 5.868/72 (cfr. em especial os arts. 1º e 3º); não se confunde com nem substitui o registro dos imóveis junto ao cartório competente do Registro de Imóveis; destina-se, sobretudo, a fins de política agrária
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- o registro de imóveis rurais apresenta certas peculiaridades, sobretudo:
 
a possibilidade do registro Torrens, e a sua presunção absoluta de titularidade de domínio (arts. 277 a 288 da Lei Federal 6.015/73)
 
incidência das regras da Lei Federal 6.739/79
 
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AQUISIÇÃO DE IMÓVEL RURAL POR ESTRANGEIRO:
 
 	- CF/88, art. 190 (“A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.”); Leis Federais 5.709/71, 6.634/79 e Decreto 54.765/74
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Art. 1º - O estrangeiro residente no País e a pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil só poderão adquirir imóvel rural na forma prevista nesta Lei. 
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        § 1º - Fica, todavia, sujeita ao regime estabelecido por esta Lei a pessoa jurídica brasileira da qual participem, a qualquer título, pessoas estrangeiras físicas ou jurídicas que tenham a maioria do seu capital social e residam ou tenham sede no Exterior. 
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        § 2º - As restrições estabelecidas nesta Lei não se aplicam aos casos de sucessão legítima, ressalvado o disposto no art. 7º.
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Art. 3º - A aquisição de imóvel rural por pessoa física estrangeira não poderá exceder a 50 (cinqüenta) módulos de exploração indefinida, em área contínua ou descontínua. 
        § 1º - Quando se tratar de imóvel com área não superior a 3 (três) módulos, a aquisição será livre, independendo de qualquer autorização ou licença, ressalvadas as exigências gerais determinadas em lei. 
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        § 2º - O Poder Executivo baixará normas para a aquisição de área compreendida entre 3 (três) e 50 (cinqüenta) módulos de exploração indefinida
        § 3º - O Presidente da República, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, poderá aumentar o limite fixado neste artigo. 
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AQUISIÇÃO DE IMÓVEL RURAL POR ESTRANGEIRO (contin.):
 
	- Importante! O Parecer CGU/AGU nº 1/2008-RVJ alterou o entendimento antes firmado nos Pareceres (da AGU) CQ-22/94 e CQ-181/98, os quais sufragavam a orientação de que o art. 1º, Par. 1º da Lei 5.709/71 não teria sido recepcionado pela Carta de 1988.
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- o estrangeiro que possua imóvel rural com mais de 50 módulos pode defender a posse, mas não pode usucapir (REsp 171.347)
 
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CLASSIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:
 
 	- conceitos de propriedade familiar, módulo rural, minifúndio, latifúndio
 
 	- Estatuto da Terra:
 
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 Art. 4º Para os efeitos desta Lei, definem-se:
        II - "Propriedade Familiar", o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente trabalho com a ajuda de terceiros;
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III - "Módulo Rural", a área fixada nos termos do inciso anterior;
        IV - "Minifúndio", o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade familiar;
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        V - "Latifúndio", o imóvel rural que:
        a) exceda a dimensão máxima fixada na forma do artigo 46, § 1°, alínea b, desta Lei, tendo-se em vista as condições ecológicas, sistemas agrícolas regionais e o fim a que se destine;
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        b) não excedendo o limite referido na alínea anterior, e tendo área igual ou superior à dimensão do módulo de propriedade rural, seja mantido inexplorado em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou seja deficiente ou inadequadamente explorado, de modo a vedar-lhe a inclusão no conceito de empresa rural;
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CLASSIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL (contin.):
 
 	- elementos da propriedade familiar: exploração direta e pessoal por uma família, absorvendo-lhe toda a força de trabalho, área de um módulo rural, possibilidade de eventual ajuda de terceiros
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- módulo rural: é a área ocupada pela propriedade familiar, de acordo com as coordenadas previstas no art. 5º do Estatuto da Terra
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* o módulo rural difere do módulo fiscal (este último, introduzido pela Lei 6746/79, que alterou os arts. 49 a 51 do estatuto da Terra, importa para fins fiscais, e também para definir pequena e média propriedade rural, por força da Lei 8629/93, art. 4º, II e III)
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* o módulo rural também difere da fração mínima de parcelamento (prevista no art. 8º da Lei 5.368/72, art. 8º e Parágrafos
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* a indivisibilidade do módulo rural e da fração mínima de parcelamento: art. 65, “caput” e Parágrafos do Estatuto da Terra e art. 8º e Parágrafos da Lei 5.868/72 (cfr., no entanto: STJ, REsp 265.132)
 
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CLASSIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL (contin.):
 
 	- latifúndio: por extensão e por exploração
 
 	- o que é latifúndio e o que não é, segundo o Estatuto da Terra
 
 	- latifúndio e reforma agrária: cfr. art. 20, I do Estatuto da Terra
 
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- com CF/88, art. 185 da CF/88, o latifúndio sujeito a desapropriação para fins de reforma agrícola é apenas o improdutivo
Magistratura Federal/2� aula agr�rio.ppt
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DIREITO AGRÁRIO 
 
REFORMA AGRÁRIA 
 
 	CONCEITO DE REFORMA AGRÁRIA:
 
 	- Estatuto da Terra, art. 1º, Par, 1º:
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Estatuto da Terra, art. 1º, Par, 1º:
        § 1° Considera-se Reforma Agrária o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade.
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- “A reforma agrária é a revisão, por diversos processos de execução, das relações jurídicas e econômicas dos que detêm e trabalham a propriedade rural, com o objetivo de modificar determinada situação atual do domínio e posse da terra e a distribuição da renda líquida” (William Paiva Marques Junior):
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- reforma agrária difere da “política agrária”; Estatuto da Terra, art. 1º, Par. 2º: “Entende-se por Política Agrícola o conjunto de providências de amparo à propriedade da terra, que se destinem a orientar, no interesse da economia rural, as atividades agropecuárias, seja no sentido de garantir-lhes o pleno emprego, seja no de harmonizá-las com o processo de industrialização do país.” [cfr. CF/88, art. 187]
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instrumentos da reforma agrária: art. 17 do Estatuto da Terra - a) desapropriação por interesse social, b) doação, c) compra e venda, d) arrecadação dos bens vagos, e) reversão à posse do Poder Público de terras de sua propriedade, indevidamente ocupadas e exploradas, a qualquer título, por terceiros, f) herança ou legado; cfr. art. 13 da Lei 8629/93
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 	DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA
 
 	- espécies de desapropriação: por necessidade e por utilidade pública (Decreto-Lei 3365/42), desapropriação por interesse social em geral (Lei 4132/62 – cfr. art. 2º, acerca do que se considera “interesse social”), 
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desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária (CF/88, arts. 184 e 185; Estatuto da Terra, arts. 18 a 26, integrantes do Título II desta Lei, arts. 16 a 46, o qual versa sobre a reforma agrária; Lei 8629/93 e LC 76/93), desapropriação; desapropriação-confisco (“expropriação), prevista no art. 243 da CF/88; desapropriação judicial prevista no art. 1228, Pars. 4º e 5º do Código Civil
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Art. 184.
Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
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§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
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§ 3º - Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§ 4º - O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
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Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
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Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
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Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
*
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
*
 
	DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA (contin.)
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- tríplice competência: a) competência legislativa – desapropriação é matéria privativa da União (art. 22, II da CF/88); b) competência administrativa – é da União (art. 184 da CF/88; art. 2º, Par. 1º da Lei 8.629/93, que delega a execução dos atos administrativos e judiciais de caráter expropriatório ao INCRA
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(Estatuto da Terra, art. 22, “caput”, com a ressalva do Par. Único; LC 76/93, art. 2º, Par. 1º); c) competência judicial – é a Justiça Federal (LC 76/93, art. 2º, Par. 1º)
*
possibilidade de Estados e Municípios desapropriarem imóveis rurais por interesse social, desde que não para fins de reforma agrária:
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ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE INTERESSE SOCIAL PARA IMPLANTAÇÃO DE COLÔNIAS OU COOPERATIVAS DE POVOAMENTO E TRABALHO AGRÍCOLA. ESTADO-MEMBRO. COMPETÊNCIA.
*
1. Qualquer ente da Federação possui competência para efetuar desapropriação de imóvel rural para fins de interesse social, com vistas à implantação de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola, mediante o pagamento de prévia e justa indenização em dinheiro, nos termos do art. 5º, XXIV, da Constituição Federal c/c o art. 2º da Lei n. 4.132/1962.
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2. O Supremo Tribunal Federal, em 2 de setembro de 2003, no julgamento da SS n. 2.217/RS, suspendeu os efeitos de acórdão do STJ, entendendo não invadir a competência da União desapropriação efetuada por Estado-Membro cuja finalidade se assemelha àquela destinada à reforma agrária, tendo em vista que a expropriação prevista no art. 5º, XXIV da Constituição Federal não se confunde com a do art. 184 do mesmo diploma (STJ: RMS 13.959-RS)
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DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA (contin.)
 
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- objeto da desapropriação: CF/88, arts. 184 e 185, Estatuto da Terra, arts. 20 do Estatuto da Terra c/c art. 19, Par. 3º e art. 4º, Par. Único do mesmo diploma (exclusões do conceito de latifúndio); 
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Lei 8629/93, art. 4º, II e III e Par. Único (conceitos de pequena e média propriedades, que não poderão ser desapropriadas, ainda que improdutivas), art. 6º e Pars. (propriedade produtiva, que não poderá ser desapropriada, 
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ainda que, sob outros aspectos, não cumpra sua função social), com as ressalvas dos arts. 7º e 8º. Para o conceito de produtividade, além dos parâmetros GUT e GEE, especificados nos Pars. 1º e 2º do art. 6º, importa destacar o Par. 7º 
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[“Não perderá a qualificação de propriedade produtiva o imóvel que, por razões de força maior, caso fortuito ou de renovação de pastagens tecnicamente conduzida, devidamente comprovados pelo órgão competente, deixar de apresentar, no ano respectivo, os graus de eficiência na exploração, exigidos para a espécie.”] e o art. 10 (que define o que são as terras não aproveitáveis, e, portanto, justificadamente não produtivas)
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- o imóvel pertencente a vários herdeiros (em regime de condomínio geral até a partilha) não afasta a possibilidade da desapropriação (STF, MS 24.573 - Eros Grau)
 
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- importância do art. 2º, Par. 4º da Lei 8629/93 (introduzido pela Medida Provisória 2183-56/2001): o STF entende que, caso tenham se passado mais de seis meses da vistoria (o chamado “período crítico”), se o imóvel foi desmembrado em médias propriedades,
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estas não serão passíveis de sofrer desapropriação (MS 24.171); a contrario sensu, se o desmembramento ocorreu antes dos seis meses, é nulo (MS 22.794, MS 24.933)
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- importância dos Pars. 6º, 7º, e 8º do art. 2º da Lei 8629/93, também introduzidos pela Medida Provisória 2183-56/2001 (reconhecida constitucional pelo STF – ADI 2213), e considerados em decisões do STF, como a do MS 25.493 - Celso de Mello (onde se concluiu que a propriedade rural invadida não pode ser desapropriada para a reforma agrária, independentemente de ser produtiva ou não), 
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ou a do MS 23.737 - Nelson Jobim (que entendeu ser produtivo o imóvel invadido, por aplicação do art. 6º, Par. 7º da lei em questão) [mas, restringindo o alcance do Par. 6º, tem-se o decidido no MS 25.283 - Joaquim Barbosa], cfr. também Súmula 354 do STJ (“A invasão do imóvel é causa da suspensão do processo expropriatório para fins de reforma agrária”):
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 LEI 8629/93, art. 2º:
 	 § 6o  O imóvel rural de domínio público ou particular objeto de esbulho possessório ou invasão motivada por conflito agrário ou fundiário de caráter coletivo não será vistoriado, avaliado ou desapropriado nos dois anos seguintes à sua desocupação, ou no dobro desse prazo, em caso de reincidência; e deverá ser apurada a responsabilidade civil e administrativa de quem concorra com qualquer ato omissivo ou comissivo que propicie o descumprimento dessas vedações.
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        § 7o  Será excluído do Programa de Reforma Agrária do Governo Federal quem, já estando beneficiado com lote em Projeto de Assentamento, ou sendo pretendente desse benefício na condição de inscrito em processo de cadastramento e seleção de candidatos ao acesso à terra, for efetivamente identificado como participante direto ou indireto em conflito fundiário que se caracterize por invasão ou esbulho de imóvel rural de domínio público ou privado em fase de processo administrativo de vistoria ou 
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avaliação para fins de reforma agrária, ou que esteja sendo objeto de processo judicial de desapropriação em vias de imissão de posse ao ente expropriante; e bem assim quem for efetivamente identificado como participante de invasão de prédio público, de atos de ameaça, seqüestro ou manutenção de servidores públicos e outros cidadãos em cárcere privado, ou de quaisquer outros atos de violência
real ou pessoal praticados em tais situações.
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§ 8o  A entidade, a organização, a pessoa jurídica, o movimento ou a sociedade de fato que, de qualquer forma, direta ou indiretamente, auxiliar, colaborar, incentivar, incitar, induzir ou participar de invasão de imóveis rurais ou de bens públicos, ou em conflito agrário ou fundiário de caráter coletivo, não receberá, a qualquer título, recursos públicos.
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- possibilidade de desapropriação de imóveis públicos (Estatuto da Terra, art. 22, Par. Único), desde que dominicais (STJ, REsp 518.744)
 
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PROCEDIMENTO DA DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA (Lei 8629/93, LC 76/93)
 
 	1º) decreto presidencial declaratório do interesse social (LC 76/93, art. 2º, “caput”)
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Não precisa necessariamente ser precedido de algum tipo de vistoria (cfr. texto “Natureza do Decreto Presidencial que Declara área de Interesse social para fins de Reforma Agrária”, de Cid Roberto de Almeida Sanches, disponível na internet)
Não subtrai do expropriado a propriedade
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Marca o início de um prazo de dois anos para a interposição da ação de desapropriação (LC 76/93, art. 3º)
 
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2º) vistoria (art. 2º, Par. 2º da Lei 76/93 e art. 2º, Par. 2º da lei 8629/93)
Importância da notificação prévia de vistoria: sem ela, o processo expropriatório é nulo (STF, MS 24.547 – Ellen Gracie)
Se há vários herdeiros, por conta da “saisine”, todos devem ser notificados (STF, MS 24.999 – Carlos Velloso)
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3º) possibilidades intercorrentes: possibilidade de acordo prévio com desapropriação extrajudicial (aplicação analógica do art. 10 do Decreto-Lei 3365/42): como se se tratasse de um negócio de compra e venda; possibilidade de caducidade pelo transcurso do prazo de dois anos para ajuizamento; possibilidade de anulação ou revogação do decreto expropriatório
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4º) ajuizamento da ação desapropriatória pelo INCRA (competente para ajuizar “ex vi” do disposto no art. 22 do Estatuto da Terra, art. 2º do DL 1110/70, art. 2º, Par. 1º da LC 76/93), com os requisitos previstos no art. 5º da LC 73/96 (atenção para os comprovantes de indenização prévia – incisos V e VI – necessária para a imissão na posse “initio litis”)
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Sobre a indenização prévia, atentar para que segue a sistemática na CF/88 sobre a indenização em geral (títulos da dívida agrária para o imóvel, dinheiro para as benfeitorias necessárias e úteis); não precisa ser integral (STF, RE 184.069 – Néri da Silveira)
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5º) despacho da petição inicial, e imissão na posse (LC 76/93, art. 6º)
 
 	6º) citação do expropriando
 
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7º) possibilidade de audiência de conciliação (art. 6º, Par. 3º da LC 76/93), com possibilidade de acordo, que será homologado por sentença (Pars. 5º e 6º);
 
 	8º) contestação
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A contestação deverá versar sobre o valor da indenização ofertada ou sobre os vícios do processo, não sobre o mérito do interesse social declarado (cfr. art. 9º da LC 76/93 [Celso Antônio Bandeira de Mello pensa, porém, que isso não pode ser tomado ao pé da letra, sob pena de inconstitucionalidade]
Se houver acordo sobre o preço, este será homologado por sentença (art. 10)
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9º) fase instrutória
Possibilidade de prova pericial (art. 9º, Par. 1º); ela somente será realizada para esclarecer pontos impugnados na contestação sobre o laudo de vistoria administrativa que acompanha a inicial
A perícia deve ser efetuada por engenheiro agrônomo, posto que o laudo de avaliação também deve ser feito por agrônomo (cfr. art. 12, par. 3º da Lei 8629/93)
 
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10º) sentença (LC 76/93, arts. 12 e 13)
Dupla natureza: declaratória da indenização justa, constitutiva ao determinar a perda da propriedade do expropriado
Duplo grau de jurisdição se o ente expropriante for sucumbente (art. 475 do CPC), e recurso, neste caso, com os dois efeitos; se sucumbente o expropriado, o recurso é recebido apenas no efeito devolutivo (art. 13)
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11º) pagamento da indenização (arts. 14 a 16 da LC 76/93)
A exigência contida no art. 14 de depósito em dinheiro referente às benfeitorias foi considerada inconstitucional em controle difuso (RE 247.866 – Ilmar Galvão), e teve a sua execução suspensa pela Resolução 19/2007
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Regra sobre os honorários: art. 19
Incluem-se os juros compensatórios, que incidem sobre a diferença entre o preço ofertado e o fixado pela sentença, incidente desde a imissão na posse; cfr. art. 15-A do Decr. 3365/42, que também se aplica – por expressa dicção legal – à desapropriação para reforma agrária; cfr. também ADI/MC 2332 – Moreira Alves e Súmula STJ nº 408: atualmente se aplica o percentual de 12% ao ano
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Incluem-se juros moratórios: art. 15-B do Decr. 3365/42, a uma taxa de 6% ao ano
Tese de Fábio Konder Comparato: não deve haver indenização para quem não cumpriu a função social da propriedade; o STF não ratificou esse entendimento (cfr. MS 21.348 – Celso de Mello)
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12º) expedição do mandado translativo de domínio para o Registro de Imóveis (LC 76/93, art. 17); a partir do registro, os imóveis expropriados não mais poderão ser reivindicados (art. 21)
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O imóvel passa a integrar o patrimônio do INCRA, que terá 3 anos para transferir a posse ou o domínio de desse imóvel aos beneficiários da reforma agrária (art. 16 da lei 8629/93)
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13º) transferência do imóvel aos beneficiários
A transferência será feita por alienação do domínio ou concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de 10 anos (art. 18 e Pars. da lei 8629/93); cfr. também arts. 21 e 22 desta lei; essa transferência está isenta de impostos (art. 26)
 
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 	14º) possibilidade de retrocessão, motivada por tredestinação ilícita do imóvel expropriado
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Drº Mauro de Medeiros Keller
DIREITO AGRÁRIO
 
   
POLÍTICA AGRÁRIA
 
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Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:
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I - os instrumentos creditícios e fiscais;
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
IV - a assistência técnica e extensão rural;
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V - o seguro agrícola;
VI - o cooperativismo;
VII - a eletrificação rural e irrigação;
VIII - a habitação para o trabalhador rural.
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§ 1º - Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-industriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
§ 2º - Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.
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Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.
§ 1º - A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.
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§ 2º - Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária.
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- o Estatuto da Terra (ET) considera a política agrária no seu Título II, arts. 47 a 102, versando sobre a tributação da terra (arts. 47 a 53), colonização (arts. 55 a 72), assistência e proteção à economia rural (arts. 73 a 91) e uso ou posse temporária da terra (arts. 92 a 102, incluindo as normas sobre os contratos agrários e sobre a ocupação de terras devolutas)
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- quanto à assistência e proteção à economia rural, cfr. art. 73 do ET e art. 3º da Lei 8.171/91, que tratam dos objetivos a serem alcançados pela política agrária, detalhando melhor o que dispõe o art. 187 da CF/88
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CONTRATOS AGRÁRIOS
  
 	FUNÇÃO SOCIAL E CONTRATOS AGRÁRIOS:
 
 	- o princípio da função social em matéria de contratos agrários desdobra-se em especial na proteção de quem trabalha a terra e na conservação dos recursos naturais e proteção do meio ambiente
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- os principais contratos agrários (disciplinados na lei) são o arrendamento e a parceria
- O Estatuto da Terra (Lei 4504/64) cuida dos contratos agrários nas Seções I a III do Capítulo IV do Título III, capítulo este intitulado “Do Uso ou da Posse Temporária da Terra” (que inclui também uma Seção IV, sobre os ocupantes de terras devolutas federais, arts. 97 a 102). As Seções I a III encontram-se regulamentadas pelo Decreto Federal 59.566/66
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- alguns aspectos relevantes do reconhecimento da função social: informalismo na formação e prova dos contratos (ET, art. 92, “caput” e Par. 8º); cláusulas inderrogáveis (arts. 95, XI e 96, V), a exemplo da relativa aos prazos mínimos de duração do contrato (arts. 95, XI, “b” e 96, V, “b”); direito de preferência (art. 92, Pars. 3º e 4º)
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- os contratos inominados (exemplos de contratos atípicos no meio rural: comodato, empreitada, usufruto) devem seguir o mesmo sistema protetivo previsto para o arrendamento e a parceria – cfr. art. 39 do Decreto 59.566
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- os contratos agrários nominados (arrendamento e parceria) são bilaterais, onerosos, consensuais, não solenes (podem ser “tácitos” e verbais – cfr. Decreto, art. 11), principais, fungíveis (já que o arrendatário poderá ser o “conjunto familiar” – cfr. Decreto, art. 3º, Par. 2º e art. 4º, Par. Único), definitivos, de trato sucessivo
 
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- Conceitos de arrendamento e parceria rurais e a diferenciação entre os mesmos – confrontar os textos dos artigos 3º e Parágrafos e 4º e Parágrafos do Decreto
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- a principal diferença entre o arrendamento e a parceria reside na contraprestação a ser desempenhada pelo arrendatário e pelo parceiro. O arrendatário paga um aluguel (precisamente porque o arrendamento é uma espécie de locação: a locação de imóveis rurais). Na parceria, ao contrário, há partilha de vantagens (frutos, produtos ou lucros), 
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bem como de riscos de caso fortuito e de força maior (cfr. ET, art. 96, Par. 1º, e Decreto, art. 36). Enquanto o arrendamento é um tipo de locação, a parceria aproxima-se de um modelo contratual societário (cfr. ET, art. 96, VII, “in fine”), e ao mesmo tempo apresenta uma tênue linha de separação com os contratos de prestação de serviços e de emprego:
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“O arrendamento ou locação exige remuneração certa, `in natura' ou `in specie', pagamento alto ou módico, pouco importa, mas que será sempre entregue pelo arrendatário, sem que sofra reflexo de êxito ou malogro da exploração ou das safras. Na parceria o lucro é sempre representado por uma cota ou percentual; ademais o risco corre em comum para as duas partes.
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No arrendamento o próprio locador recebe o preço contratado, tenha ou não o arrendatário realizado a safra. Na parceria, o proprietário parceiro pode receber muito, pouco e até nada receber, porque seu ganho se vincula às vantagens conseguidas pela outra parte” (Dicionário Prático de Arrendamento e Parceria, São Paulo, Ed. Max Limonad, t. 1, p. 35/36)
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"Na parceria agrícola o trabalhador recebe do tomador rural um imóvel rural ou prédio rústico para ser cultivado pelo obreiro ou sob sua ordem, dividindo-se os resultados do cultivo entre as partes, na proporção por elas fixada. Trata-se, desse modo, de modalidade de contrato societário, em que uma das partes comparece necessariamente com o trabalho principal da lavoura,
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enquanto a outra, com o imóvel em que será concretizado esse trabalho. O tipo contratual admite variações relativamente extensas, em que as partes repartem entre si os ônus da utilização de maquinários, implementos agrícolas e de outras necessidades ao cultivo pactuado. Filiando-se à modalidade de contrato de sociedade a parceria agrícola não prevê remuneração periódica para o parceiro trabalhador,
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, que recebe sua retribuição econômica calculada sobre o resultado final da colheita, sofrendo, portanto, inclusive, os reveses eventualmente ocorridos no montante da safra." (Maurício Godinho Delgado, “Curso de Direito do Trabalho” (4ª ed., págs. 589/590).
 
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- falsa parceria (contrato de emprego travestido de parceria): cfr. art. 96, Par. Único do Estatuto
a presença de uma relação de subordinação, unida a outros indícios, revelam a presença de um vínculo laboral: 
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“Parceiro agrícola que não dispõe de condições financeiras para arcar com os riscos do negócio, contribuindo apenas com o próprio esforço físico, não passa de simples empregado” (TRT 3ª Região, 2553/69, DOMG, 4/9/70).
 
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PECULIARIDADES DOS CONTRATOS AGRÁRIOS
	
 	- informalidade: arts. 11 e 14 do Decreto, art. 92, Pars. 8º e 9º do Estatuto
 
 - cláusulas inderrogáveis (art. 95, XI e 96, V), vedações (art. 93) e comandos gerais (ex.: Decreto, art. 13, II, “b”, sobre a observância do Código Florestal)
 
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- a alienação do imóvel ou de direito sobre o imóvel pelo arrendador ou parceiro-outorgante não interrompe a vigência dos contratos (Estatuto, art. 92, Par. 5º, Decreto, art. 15 (cfr. decisões do STJ a respeito, em casos de cessação de usufruto – REsp 30.295, REsp 10.058)
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- prazos mínimos para a vigência dos contratos (Estatuto, arts. 95, XI, “b” e 96, V, “b”, Decreto, art. 13, II, “a”; se o contrato é por prazo indeterminado, vigoram os prazos mínimos previstos no Decreto [o entendimento de parte da doutrina de que esses prazos mínimos só incidiriam nos casos de contrato sem prazo expressamente fixado, sendo possível um prazo menor, desde que acordado pelas partes, não foi acolhido pela jurisprudência do STJ (REsp 195.177, REsp 70.207)]
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- indenização por benfeitorias efetuadas pelo arrendatário: Estatuto, art. 95, VIII e Decreto, arts. 24 e 25 (NOTAS: a) o regime das benfeitorias no arrendamento se distingue do previsto para a locação em geral, incluída a urbana; b) não há referência expressa sobre o regime das benfeitorias quando se tratar de parceria, sendo razoável concluir que esse regime será o mesmo que se acha previsto para o arrendamento, “ex vi” do art. 96, VII do ET e 34 do Decreto)
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rendimentos nos contratos agrícolas: 
no arrendamento: pagamento em dinheiro ou em frutos de valor equivalente ao ajustado para o aluguel – cfr. arts. 18 e 19 do Decreto; percentual máximo do preço no arrendamento – cfr. ET, art. 95, XII, e Decreto, art. 17 e Parágrafos; correção monetária – cfr. art. 16 (REsp 80.145)
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na parceria: a complexa sistemática prevista no ET, art. 96, VI e no Decreto, art. 35
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- direito de preferência do arrendatário à aquisição do imóvel: ET, art. 92, Pars. 3º e 4º; Decreto, arts. 45 a 47 [não há referência ao mesmo direito, a favor do parceiro-outorgado, o que gerou controvérsia na doutrina]; o Decreto, no art. 46, em caso de arrendamento parcial sobre o imóvel, determina que esse direito só poderá ser exercido para o total da área vendida, mas o STJ,
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interpretando o art. 92, Par. 4º, entende que a preempção, nessa hipótese, só poderá exercer-se sobre a área arrendada (REsp 171.396), embora o STF, no passado (AR 1117, haja considerado regular as regras do art. 46, “caput” e Par. 1º; o STJ também entendeu tratar-se de um direito a favor do agricultor familiar (REsp 1.103.241)
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(NOTA: esse direito, se não observado pelo
arrendador, leva à possibilidade de seqüela sobre o imóvel vendido, com desfazimento da alienação ao terceiro, de modo similar ao previsto para a locação urbana, Lei 8.245, art. 33 – comparar as duas regras)
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- direito de preferência para a renovação do contrato de arrendamento ou de parceria a favor do atual arrendatário ou parceiro-outorgado: ET, arts. 95, IV e 96, II, Decreto, art. 22 e Pars.
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- não se encerra contrato agrário em prejuízo da colheita (ET, art. 95, I, Decreto, art. 21; entende-se que se aplica essa regra à pareceria, por força do art. 96, VII do ET)
 
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- arrendamento por estrangeiros: mesmas limitações que as previstas para a compra de imóvel rural, constantes da Lei 5.709/71 (cfr. Lei 8.629, art. 23, “caput” e Pars.)
Magistratura Federal/adi 2797 stf.doc
EMENTA: I. ADIn: legitimidade ativa: "entidade de classe de âmbito nacional" (art. 103, IX, CF): Associação Nacional dos Membros do Ministério Público - CONAMP 1. Ao julgar, a ADIn 3153-AgR, 12.08.04, Pertence, Inf STF 356, o plenário do Supremo Tribunal abandonou o entendimento que excluía as entidades de classe de segundo grau - as chamadas "associações de associações" - do rol dos legitimados à ação direta. 2. De qualquer sorte, no novo estatuto da CONAMP - agora Associação Nacional dos Membros do Ministério Público - a qualidade de "associados efetivos" ficou adstrita às pessoas físicas integrantes da categoria, - o que basta a satisfazer a jurisprudência restritiva-, ainda que o estatuto reserve às associações afiliadas papel relevante na gestão da entidade nacional. II. ADIn: pertinência temática. Presença da relação de pertinência temática entre a finalidade institucional das duas entidades requerentes e os dispositivos legais impugnados: as normas legais questionadas se refletem na distribuição vertical de competência funcional entre os órgãos do Poder Judiciário - e, em conseqüência, entre os do Ministério Público . III. Foro especial por prerrogativa de função: extensão, no tempo, ao momento posterior à cessação da investidura na função dele determinante. Súmula 394/STF (cancelamento pelo Supremo Tribunal Federal). Lei 10.628/2002, que acrescentou os §§ 1º e 2º ao artigo 84 do C. Processo Penal: pretensão inadmissível de interpretação autêntica da Constituição por lei ordinária e usurpação da competência do Supremo Tribunal para interpretar a Constituição: inconstitucionalidade declarada. 1. O novo § 1º do art. 84 CPrPen constitui evidente reação legislativa ao cancelamento da Súmula 394 por decisão tomada pelo Supremo Tribunal no Inq 687-QO, 25.8.97, rel. o em. Ministro Sydney Sanches (RTJ 179/912), cujos fundamentos a lei nova contraria inequivocamente. 2. Tanto a Súmula 394, como a decisão do Supremo Tribunal, que a cancelou, derivaram de interpretação direta e exclusiva da Constituição Federal. 3. Não pode a lei ordinária pretender impor, como seu objeto imediato, uma interpretação da Constituição: a questão é de inconstitucionalidade formal, ínsita a toda norma de gradação inferior que se proponha a ditar interpretação da norma de hierarquia superior. 4. Quando, ao vício de inconstitucionalidade formal, a lei interpretativa da Constituição acresça o de opor-se ao entendimento da jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal - guarda da Constituição -, às razões dogmáticas acentuadas se impõem ao Tribunal razões de alta política institucional para repelir a usurpação pelo legislador de sua missão de intérprete final da Lei Fundamental: admitir pudesse a lei ordinária inverter a leitura pelo Supremo Tribunal da Constituição seria dizer que a interpretação constitucional da Corte estaria sujeita ao referendo do legislador, ou seja, que a Constituição - como entendida pelo órgão que ela própria erigiu em guarda da sua supremacia -, só constituiria o correto entendimento da Lei Suprema na medida da inteligência que lhe desse outro órgão constituído, o legislador ordinário, ao contrário, submetido aos seus ditames. 5. Inconstitucionalidade do § 1º do art. 84 C.Pr.Penal, acrescido pela lei questionada e, por arrastamento, da regra final do § 2º do mesmo artigo, que manda estender a regra à ação de improbidade administrativa. IV. Ação de improbidade administrativa: extensão da competência especial por prerrogativa de função estabelecida para o processo penal condenatório contra o mesmo dignitário (§ 2º do art. 84 do C Pr Penal introduzido pela L. 10.628/2002): declaração, por lei, de competência originária não prevista na Constituição: inconstitucionalidade. 1. No plano federal, as hipóteses de competência cível ou criminal dos tribunais da União são as previstas na Constituição da República ou dela implicitamente decorrentes, salvo quando esta mesma remeta à lei a sua fixação. 2. Essa exclusividade constitucional da fonte das competências dos tribunais federais resulta, de logo, de ser a Justiça da União especial em relação às dos Estados, detentores de toda a jurisdição residual. 3. Acresce que a competência originária dos Tribunais é, por definição, derrogação da competência ordinária dos juízos de primeiro grau, do que decorre que, demarcada a última pela Constituição, só a própria Constituição a pode excetuar. 4. Como mera explicitação de competências originárias implícitas na Lei Fundamental, à disposição legal em causa seriam oponíveis as razões já aventadas contra a pretensão de imposição por lei ordinária de uma dada interpretação constitucional. 5. De outro lado, pretende a lei questionada equiparar a ação de improbidade administrativa, de natureza civil (CF, art. 37, § 4º), à ação penal contra os mais altos dignitários da República, para o fim de estabelecer competência originária do Supremo Tribunal, em relação à qual a jurisprudência do Tribunal sempre estabeleceu nítida distinção entre as duas espécies. 6. Quanto aos Tribunais locais, a Constituição Federal -salvo as hipóteses dos seus arts. 29, X e 96, III -, reservou explicitamente às Constituições dos Estados-membros a definição da competência dos seus tribunais, o que afasta a possibilidade de ser ela alterada por lei federal ordinária. V. Ação de improbidade administrativa e competência constitucional para o julgamento dos crimes de responsabilidade. 1. O eventual acolhimento da tese de que a competência constitucional para julgar os crimes de responsabilidade haveria de estender-se ao processo e julgamento da ação de improbidade, agitada na Rcl 2138, ora pendente de julgamento no Supremo Tribunal, não prejudica nem é prejudicada pela inconstitucionalidade do novo § 2º do art. 84 do C.Pr.Penal. 2. A competência originária dos tribunais para julgar crimes de responsabilidade é bem mais restrita que a de julgar autoridades por crimes comuns: afora o caso dos chefes do Poder Executivo - cujo impeachment é da competência dos órgãos políticos - a cogitada competência dos tribunais não alcançaria, sequer por integração analógica, os membros do Congresso Nacional e das outras casas legislativas, aos quais, segundo a Constituição, não se pode atribuir a prática de crimes de responsabilidade. 3. Por outro lado, ao contrário do que sucede com os crimes comuns, a regra é que cessa a imputabilidade por crimes de responsabilidade com o termo da investidura do dignitário acusado.
(ADI 2797, Relator(a):  Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 15/09/2005, DJ 19-12-2006 PP-00037 EMENT VOL-02261-02 PP-00250)
Magistratura Federal/adi 4655_rdc_copa.pdf
Magistratura Federal/aula agentes p�blicos m�dulo 3.ppt
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AGENTES PÚBLICOS
JEFFERSON APARECIDO DIAS
jeff.bojador@gmail.com
Twitter: @jeffdiasmpf
Blog: jeffdiasmpf.wordpress.com
ÓRGÃOS PÚBLICOS
a) 	teoria do mandato: o agente público é mandatário da pessoa jurídica.
b) 	teoria da representação: o agente público é representante do Estado por força de lei.
c) 	teoria do órgão: a pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio dos órgãos, de tal modo que quando as agentes que os compõem manifestam a sua vontade, é como se o próprio Estado o fizesse; substitui-se a idéia de representação pela de imputação.
Conceito
 
Órgão Público é uma unidade que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que o integram com o objetivo de expressar a vontade do Estado. Não se confunde com a pessoa jurídica, embora seja uma de suas partes integrantes; a pessoa jurídica é o todo, enquanto os órgãos são parcelas integrantes do todo. O órgão também não se confunde com a pessoa física, o agente público, porque congrega funções que este vai exercer.
Natureza
Teoria subjetiva: identifica os órgãos com os agentes públicos - desaparecendo o funcionário, deixará de existir o órgão.
Teoria objetiva: vê no órgão apenas um conjunto de atribuições, inconfundível com o agente - mesmo desaparecendo o funcionário, continua a existir o órgão.
Teoria eclética: o órgão é formado por dois elementos, a saber, o agente e o complexo de atribuições - desaparecendo o funcionário, também deixará de existir o órgão.
Classificação
1. 	Quanto a esfera de atuação 
a) 	centrais
b) locais
2. 	Quanto à posição estatal
a) 	independentes
b) autônomos
superiores
subalternos
Classificação
3. 	Quanto a estrutura
a) 	simples ou unitários
b) compostos
4. 	Quanto a composição
a) 	singulares
b) coletivos
Classificação
Renato Alessi (1970, t. I:84-85)
a) 	burocráticos
b) Colegiados
Quanto às funções 
a) 	ativos
b) consultivos
c) 	de controle
SERVIDORES PÚBLICOS
AGENTES PÚBLICOS
Agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado é às pessoas jurídicas da administração indireta.
1) 	agentes políticos
2) 	servidores públicos
3) 	militares
4)	particulares em colaboração com o poder público
1) 	agentes políticos
Quem são?
Hely Lopes
Celso Antonio
servidores públicos
1. 	os servidores estatutários, sujeitos ao regime estatutários e ocupantes de cargos públicos.
2. 	os empregados públicos, contratados sob o regime da legislação trabalhista (CLT), ocupantes de emprego público.
3. 	os servidores temporários, contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 37, IX, da Constituição); eles exercem função, sem estarem vinculados a cargo ou emprego público.
militares
Os militares abrangem as pessoas físicas que prestam serviços à Forças Armadas – Marinha, Exército e Aeronáutica (art. 142, caput, e §3º, da Constituição) – e às Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e dos Territórios (art. 42), com vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, mediante remuneração paga pelos cofres públicos...
particulares em colaboração com o poder público
delegação do poder público
mediante requisição, nomeação ou designação para o exercício de funções públicas relevantes
3. 	como gestores de negócio que, espontaneamente, assumem determinada função pública em momento de emergência, como epidemia, incêndio, enchente, etc.
Hely Lopes Meirelles prevê a existência de:
Agentes Administrativos
Agentes Honoríficos
Agentes Delegados
Nota importante:
Para fins penais, o conceito de funcionário público é o fornecido pelo Código Penal, em seu artigo 327
CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO
Cargo Público
Emprego Público
Função Pública
Temporária
Permanente
ALGUNS TERMOS:
Classe
Carreira
Quadro
Cargo de carreira
Cargo isolado
Cargo técnico
Cargo em comissão
Cargo de chefia
Lotação
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Regime Jurídico Único
Supremo Tribunal Federal, ADIn 2.135/DF
Princípio da Isonomia
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Direito de acesso aos cargos, empregos e funções públicas
Brasileiros e estrangeiros
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Condições de Ingresso
Vedação aos concursos internos
Súmula Vinculante nº 13, do Supremo Tribunal Federal – vedação ao nepotismo
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Condições de Ingresso
É necessário concurso público para o provimento de função: não. No caso de função de chefia, a nomeação deve recair sobre titular de cargo ou emprego e, no caso de função temporária, a admissão pode ser feita mediante processo seletivo simplificado, prescindindo de concurso público.
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Condições de Ingresso
Quanto aos concursos públicos, o preceito que traz maior polêmica é a proibição de discriminação em razão da idade. A própria Constituição Paulista de 1989 veda, no art. 115, XXVII, a estipulação de limite de idade para ingresso, por concurso, na Administração direta e indireta.
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Condições de Ingresso
A Súmula 683, do STF, estabelece: “o limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7, inciso XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”.
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Condições de Ingresso
A validade dos concursos realizados é de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período: a prorrogação fica a critério da Administração, inexistindo direito subjetivo a ela, dos candidatos aprovados em concurso.
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Condições de Ingresso
Porém, se prorrogada a validade do concurso, durante este prazo, os candidatos aprovados serão convocados, mesmo que tenha sido feito outro concurso posteriormente.
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Condições de Ingresso
A Constituição estabelece, ainda, que a lei reserve aos portadores de deficiências percentual dos cargos e empregos públicos (dispositivo não auto-aplicável).
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Condições de Ingresso
Prorrogação da validade do concurso
(há direito subjetivo?)
Há direito subjetivo à nomeação?
 (RE 227480/RH, rel. orig. Menezes Direito, relator para o acórdão Min. Carmem Lúcia, DJe de 14-09-09).
Normas constitucionais pertinentes à remuneração ou vencimento
A Emenda Constitucional nº 19 excluiu o art. 39, §1º, que garantia a isonomia entre cargos de atribuições iguais ou assemelhados do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Já a Emenda Constitucional nº 41, de 19/12/03, eliminou a isonomia dos inativos e dos pensionistas.
Com relação aos inativos, o §8º apenas assegura “o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei”... E, para os pensionistas, o §7º assegura benefício correspondente ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido ou da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite estabelecido para o regime geral de previdência social de que trata o artigo 201, acrescido de 70% da parcela excedente a este limite.
Regime de subsídios
“parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI”
Apesar de ser usado o termo “parcela única”, o agente faz jus ao recebimento das vantagens previstas na própria Constituição: décimo terceiro salário, adicional noturno, salário-família, etc.
Também não podem deixar de ser pagas as vantagens que têm caráter indenizatório.
Serão obrigatoriamente remunerados por subsídios:
a) 	todos os agentes públicos mencionados
no art. 39, § 4.º, a saber: membro de Poder, o detentor de mandado eletivo, Ministros de Estado e Secretários Estaduais e Municipais;
b) 	os membros do Ministério Público;
c) 	os integrantes da Advocacia Geral da União, os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal e Defensores Públicos (art. 135);
d) 	os Ministros do Tribunal de Contas da União;
e) 	os servidores públicos policiais 
Normas comuns à remuneração e aos subsídios
Fixação e alteração da remuneração e do subsídio
Somente poderá ser feita mediante lei específica, assegurada a revisão geral anual, que não poderá ser feita em razão do ente político estar no limite de despesa de pessoal previsto no art. 169 da Constituição Federal
Teto das remunerações e subsídios
1)	o teto se aplica ao regime remuneratório e ao regime de subsídio;
2)	abrange os servidores públicos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos;
3)	alcança os servidores da Administração direta, autárquica e fundacional, quanto às empresas públicas, sociedades de economia mista e subsidiária, somente são alcançados pelo teto se receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou custeio em geral, conforme decorre do §9º do artigo 37;
Teto das remunerações e subsídios
4)	o teto, no âmbito federal, corresponde ao subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (no âmbito estadual, existem tetos diferentes);
5)	existem regras próprias para os subsídios dos parlamentares;
6)	para os membros da Magistratura, as regras do art. 37, XI, tem que ser combinado com o art. 93, V;
7)	o teto atinge os proventos dos aposentados e a pensão devida aos dependentes dos servidor falecido;
Teto das remunerações e subsídios
8)	o servidor que esteja em regime de acumulação está sujeito a um teto único (Resolução 13, 21/03/2006, do CNJ, exclui do teto o valor da remuneração ou provento decorrente do exercício do magistério (Processo 319269, STF);
9)	na aplicação do teto, serão consideradas todas as importâncias percebidas pelo servidor, “incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza” (não incluídas as previstas na Constituição e as de caráter indenizatório).
Irredutibilidade de remuneração e subsídio
1)	a irredutibilidade de vencimentos não impede a observância do teto fixado pelo inciso XI;
2)	os acréscimos pecuniários por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
3)	o teto salarial corresponde ao valor bruto, não impedindo que o valor líquido seja inferior ao teto, em decorrência da incidência do imposto de renda.
Direito de greve e de livre associação sindical
A Constituição da República, em seu art. 37, VI, assegura ao servidor público o direito à livre associação sindical.
Já o direito de greve, após a Reforma Administrativa, continua a ser assegurada pelo art. 37, VII, mas os seus limites deverão ser definidos em lei específica (ordinária) e não mais em lei complementar, como era na redação original da Constituição.
Direito de greve e de livre associação sindical
O STF entendeu que o preceito constitucional que prevê o direito de greve ao servidor público é norma de eficácia limitada, não podendo ser aplicada enquanto não disciplinada por lei (STF – Pleno – Mandado de Injunção 20 – Rel. Min. Celso de Mello, Diário de Justiça, 22-11-96) mas, depois, reconheceu a possibilidade de aplicação da Lei 7.783/89 aos servidores públicos, até que seja suprida a omissão legislativa (Boletim Informativo n. 485, 31/10/07). Por fim, o STF já decidiu que o direito de greve deve ser restringido para algumas categorias que exercem atividades relacionadas à manutenção da ordem pública (O STF já proibiu a greve de policiais civis, ao equipará-los aos militares)
Direito de greve e de livre associação sindical
O STF, na ADIN 492-1, do Distrito Federal, julgou inconstitucionais as alíneas “d” e “d” do art. 240, da Lei 8112/90, que versam sobre o direito dos servidores à negociação coletiva e ao ajuizamento, na Justiça do Trabalho, de dissídios individuais e coletivos que envolvam as relações por ela regidas.
Pela Súmula 679, o STF, estabeleceu que “a fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva”.
Proibição de acumulação de cargos
Art. 37, XVI - “é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) 	a de dois cargos de professor;
b) 	a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;
c) 	a de dois cargos privativos de médico.
Além dessas normas, existem outras referentes à acumulação de cargo na Constituição:
1) 	art. 38, III - o servidor eleito vereador, existindo compatibilidade de horários, deverá exercer os dois cargos e acumular a remuneração;
2) 	art. 142, §3º, III – permite a aceitação de cargo, emprego ou função temporária, não eletiva, por militar, porém enquanto estiver nessa situação, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá ser promovido por antiguidade (depois de dois anos, é transferido para a reserva);
Além dessas normas, existem outras referentes à acumulação de cargo na Constituição:
3) 	art. 95, parágrafo único, I, veda aos juízes: “exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério”;
4) 	art. 128, § 5.º, II, “d”, veda aos membros do Ministério Público “exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério”.
Diferença entre juízes e promotores?
Aposentadoria + Remuneração
O STF, no Recurso Extraordinário 163.204-6-SP, decidiu que “a acumulação de proventos e vencimentos somente é permitida quando se tratar de cargos, funções ou empregos acumuláveis na atividade, na forma permitida na Constituição”
Aposentadoria + Remuneração
Lei 9.527, de 10/12/97, alterou o art. 118, §3º, da Lei 8.112, para considerar “acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade”. Como se vê, a proibição somente atinge os ocupantes de cargos efetivos, deixando as portas abertas para que os aposentados acumulem proventos com os vencimentos de cargo em comissão.
Aposentadoria + Remuneração
Mas a Emenda Constitucional nº 20 resguardou os direitos dos que já vinham acumulando proventos com vencimentos de outro cargo efetivo, apenas proibindo que percebam duas aposentadorias com base no art. 40 da Constituição e impondo o teto salarial previsto no art. 37, XI, à soma dos proventos com os vencimentos do cargo.
Estabilidade
Estabilidade é a garantia de permanência no serviço público.
Art. 41 - São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
Estabilidade
§ 1.º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
...
Estabilidade
§ 4.º Como condição para a aquisição da estabilidade é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
A inclusão do inciso III foi possível pois, com a reforma administrativa, um dos princípios da administração pública passou a ser a EFICIÊNCIA.
Estabilidade
REINTEGRAÇÃO
DISPONIBILIDADE
APROVEITAMENTO
PROVIMENTO
Provimento é o ato pelo qual o servidor público é investido no exercício do cargo,
emprego ou função.
Provimento Originário:
a) 	nomeação (do servidor estatutário)
b) 	contratação (do empregado público)
PROVIMENTO
Provimento Derivado:
a) 	readmissão: ato pelo qual o funcionário exonerado e, segundo alguns Estatutos, também o demitido, reingressava no serviço público.
b) 	reversão: ato pelo qual o funcionário aposentado reingressava no serviço público; podia ser a pedido ou ex officio, esta última hipótese ocorrendo quando cessada a incapacidade que gerou a aposentadoria por invalidez.
PROVIMENTO
Provimento Derivado:
c) 	transposição (ou ascensão, na esfera federal): ato pelo qual o funcionário ou servidor passava de um cargo a outro de conteúdo ocupacional diverso (possibilidade de concurso interno).
Com a Constituição de 1988, deixaram de existir os institutos da readmissão, da transposição (ou ascensão) e da reversão, ressalvada, neste último caso, a reversão ex officio, que é obrigatória.
PROVIMENTO
Provimento Derivado:
d) 	promoção (ou acesso, no Estatuto paulista): forma de provimento pela qual o servidor passa para cargo de maior grau de responsabilidade e maior complexidade de atribuições, dentro da carreira a que pertence. Constitui, na realidade, uma ascensão funcional. Distingue-se da transposição porque, nesta, o servidor passa para cargo de conteúdo ocupacional diverso, ou seja, para cargo que não tem a mesma natureza de trabalho, como ocorre no acesso.
PROVIMENTO
Provimento Derivado:
e) 	promoção definida no Estatuto paulista: não constitui modalidade de provimento; corresponde à passagem do funcionário ou servidor de um grau a outro da mesma referência; sem mudar o cargo e a referência, o servidor passa para outro grau, razão pela qual se diz que a promoção se dá no plano horizontal, enquanto o acesso se dá no plano vertical.
PROVIMENTO
Provimento Derivado:
f) 	aproveitamento: é o reingresso, no serviço público, do funcionário em disponibilidade, quando haja cargo vago de natureza e vencimento compatíveis com o anteriormente ocupado.
g) 	reintegração: é o reingresso do funcionário demitido, quando seja invalidada por sentença judicial a sua demissão, sendo-lhe assegurado ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo.
PROVIMENTO
Provimento Derivado:
h) 	recondução: ocorre como conseqüência da reintegração, hipótese em que o servidor que ocupava o cargo do reintegrando tem o direito de ser reconduzido a seu cargo de origem. O art. 29 da Lei n.º 8.112/90 prevê também a recondução no caso de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo.
PROVIMENTO
Provimento Derivado:
O Provimento também pode ser classificado como efetivo, vitalício e em comissão.
Provimento efetivo
Provimento vitalício
O servidor vitalício, contudo, também está sujeito à aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade (Súmula n.º 36: “servidor vitalício está sujeito à aposentadoria compulsória, em razão da idade”).
PROVIMENTO
Provimento Derivado:
Provimento em comissão: é o que se faz mediante nomeação para cargo público, independentemente de concurso e em caráter transitório. Somente é possível com relação aos cargos que a lei declara de provimento em comissão.
VACÂNCIA
Vacância é o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo, emprego ou função.
a) 	exoneração
Demissão
promoção
d) 	readaptação
Direitos:
a) férias
b) licenças
c) vencimento ou remuneração
d) vantagens pecuniárias
e) assistência
f) direito de petição
g) disponibilidade
h) aposentadoria
Direito a estipêndio: direito à retribuição pecuniária pelo trabalho desenvolvido.
1) Vencimento é a retribuição pecuniária pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao padrão fixado em lei (art. 40, da Lei n.º 8.112/90).
2) Remuneração é o vencimento e mais as vantagens pecuniárias atribuídas em lei (art. 41)
3) Provento é a retribuição pecuniária a que faz jus o aposentado.
4) Vantagens pecuniárias: segundo Hely Lopes Meirelles, “vantagens pecuniárias são acréscimos de estipêndio do funcionário, concedidas a título definitivo ou transitório, pela decorrência do tempo de serviço (ex facto temporis), ou pelo desempenho de funções especiais (ex facto oficia), ou em razão das condições anormais em que se realiza o serviço (propter laborem), ou, finalmente, em razão de condições pessoais do servidor (propter personam). As duas primeiras espécies constituem os adicionais (adicionais de vencimento e adicionais de função), as duas últimas formam a categoria das gratificações de serviço e gratificações pessoais”.
5) adicionais de função: são pagos em decorrência da natureza especial da função ou do regime especial de trabalho, como as vantagens de nível universitário e o adicional de dedicação exclusiva.
6) gratificação de serviço: é a retribuição paga em decorrência das condições anormais em que o serviço é prestado (gratificações de representação, de insalubridade, de risco de vida e saúde).
7) gratificações pessoais: correspondem a acréscimos devidos em razão de situações individuais do servidor, como o salário-esposa e o salário-família.
Responsabilidade Civil
Decorre do artigo 186 do Código Civil que estabelece que todo aquele que causa dano a outrem é obrigado a repará-lo.
1) ação ou omissão antijurídica
2) culpa ou dolo (sendo que em alguns casos a lei admite a responsabilidade objetiva ou presumida)
3) relação de causalidade entre a ação ou omissão e o dano verificado
4) ocorrência de um dano material ou moral
Responsabilidade Administrativa
Quando o servidor praticar um ilícito administrativo ficará sujeito a aplicação de punição disciplinar, após o respectivo processo administrativo, no qual será assegurado o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (artigo 5.º, inciso LV, da Constituição).
A seguir veremos maiores detalhes quanto ao Processo Administrativo Disciplinar.
Responsabilidade Penal
a)	a ação ou omissão deve ser antijurídica e típica, ou seja, corresponder ao tipo, ao modelo de conduta definido na lei penal como crime ou contravenção;
b)	dolo ou culpa, sem possibilidade de haver hipóteses de responsabilidade objetiva;
c)	relação de causalidade;
d)	dano ou perigo de dano: nem sempre é necessário que o dano se concretiza; basta haver o risco de dano, como ocorre na tentativa e em determinados tipos de crime que põem em risco a incolumidade pública.
COMUNICABILIDADE DE INSTÂNCIAS
“Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato infração penal;
IV - estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; 
V - não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; 
VI - existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; 
VII - não existir prova suficiente para a condenação. 
Porém, de acordo com o art. 92 do Código Penal, o servidor perderá o cargo, função pública ou mandato eletivo quando:
a) condenado a pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública;
b) for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos nos demais casos.
Fases:
Instauração
Instrução
3) Defesa
4) Relatório
5) Decisão
PROCESSO SUMÁRIO
Sindicância
Verdade Sabida
Improbidade Administrativa:
1)	sujeito passivo: uma das entidades mencionadas no art. 1º da Lei 8.429;
2)	sujeito ativo: o agente público ou terceiro

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