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Anestésicos locais
Anestésicos locais são agentes que bloqueiam de forma reversível a condução nervosa quando aplicados a uma região circunscrita do corpo.
Classificação dos anestésicos locais:
A molécula do anestésico local típico é dividida em três partes: um grupo aromático, uma cadeia intermediária e um grupo terminal de amina secundária ou terciária. Todos os três componentes são importantes determinantes da atividade anestésica local da droga. A parte aromática confere propriedades lipofílicas à molécula, enquanto o grupo amino fornece hidrossolubilidade. A porção intermediária é importante em dois aspectos. Primeiro, fornece a separação espacial necessária entre as extremidades lipofílicas e hidrofílicas do anestésico local. Segundo, a ligação química entre a cadeia de hidrocarboneto central e a porção aromática serve como base adequada para classificação da maioria dos anestésicos locais em dois grupos, os ésteres (- COO -) e as amidas (- NHCO -). Tal distinção é útil, porque há
diferenças significativas na alergenicidade e metabolismo entre as duas categorias
citadas. 
	Derivados de ésteres Derivados de Amidas
	Benzocaína Lidocaína
	Procaína Prilocaína
	Tetracaína Bupivacaína
Ésteres e Amidas: Ésteres são mais instáveis em solução, por isso não podem ser armazenados por muito tempo. O metabolismo da maioria dos ésteres resulta na produção de ácido para-aminobenzoico (PABA) que pode ser associado a reações alérgicas, motivo pelo qual atualmente as amidas são mais utilizadas. Amidas são termoestáveis
A importância clinica dessa divisão esta associada à duração do efeito e especialmente ao risco de reações alérgicas. Os ésteres são hidrolisados por enzimas encontradas de forma ampla no plasma e diferentes tecidos, com isso temos duração de efeito menor, com exceção da tetracaína de efeito mais prolongado. A amida sofre metabolismo hepático, com consequente maior duração de ação, as alergias são raras com anestésicos tipos amida.
Os anestésicos locais são selecionados e classificados em:
• Agentes de curta duração de efeito, como procaína e clorprocaína.
• Duração intermediaria, lidocaína, mepivacaína e prilocaína.
• Longa duração, tetracaína, ropivacaína, bupivacaína e etidocaína.
Características físico-químicas que podem afetar os anestésicos locais
Os fatores mais importante que afetam o avanço e a duração do anestésico, são o pH do tecido e o pKa da droga. O pH pode cair em locais de infecção fazendo com que anestésico demore para alcançar o efeito ou não consiga ser eficaz. Os anestésicos locais são bases orgânicas fracas, pobremente solúveis em água. As soluções comerciais são preparadas como sais ácidos (hidrossolúveis), geralmente obtidos por adição de acido clorídrico. Assim, apesar de os agentes serem bases fracas, as preparações farmacêuticas são levemente acidas. Esta acidez aumenta a estabilidade das soluções anestésicas.
A acidez tecidual também pode impedir o desenvolvimento da anestesia local. Os produtos da inflamação diminui o pH do tecido afetado e limitam a formação da base livre. A captura iônica do anestésico local no espaço extra celular não apenas retarda o início da anestesia local, mas também pode tornar impossível o bloqueio nervoso eficaz. Nos tecidos inflamados, a falha em obter alívio satisfatório da dor clínica é bem conhecida. Para que seja completo, também deve ser mencionado que os exsudatos inflamatórios podem inibir a anestesia local diretamente através do estimulo da condução nervos. Tecidos infectados também podem apresentar maior fluxo sanguíneo local, levando à maior remoção do anestésico local antes que ele atue sobre os neurônios.
Mecanismo de ação 
Os anestésicos locais bloqueiam a ação de canais de iônicos na membrana celular neuronal, impedindo a neurotransmissão do potencial de ação. A forma ionizada do anestésico local liga-se de modo específico aos canais de sódio, inativando-os e impedindo a propagação da despolarização celular. Porém, a ligação específica ocorre no meio intracelular, por isso pe necessário que o anestésico local em sua forma molecular ultrapasse a membrana plasmática para bloquear os canais de sódio. As fibras nervosas possuem sensibilidades diferentes aos anestésicos locais sendo as fibras pequenas mais sensíveis que as grandes e as fibras mielinizadas são bloqueadas mais rapidamente que as não mielinizadas de mesmo diâmetro. O bloqueio das fibras nervosas ocorre gradualmente:
Perda da sensibilidade à dor Temperatura Toque Propriocepção Perda do tônus do músculo esquelético.
Obs: Por essa razão indivíduos podem ainda sentir o toque no momento em que a dor está ausente após a aplicação do anestésico local.
Resumo: 
Bloqueio dos canais de sódio
Impede a despolarização neuronal
Inibe a condução do estímulo nervoso
O neurônio fica em estado de repouso
Farmacocinética dos anestésicos locais
Absorção e distribuição 
 
Os anestésicos locais devem ser infiltrados em áreas próximas aos nervos que devem ser bloqueados – incluindo pele, tecido subcutâneo e espaços intratecal e epidural. Parte das drogas será absorvida para a circulação sistêmica: a quantidade dependerá do fluxo sanguíneo no tecido onde foi administrado o anestésico e dos efeitos que a droga ou seus aditivos podem desencadear na circulação local. Alguns anestésicos locais em baixas concentrações possuem propriedade vasodilatadora, o que aumenta sua absorção sistêmica. Por isso a indústria farmacêutica investe em preparações que minimizem esse efeito através da adição de um vasoconstritor como a adrenalina ou fenilefrina. A cocaína apresenta efeito vasoconstritor. 
 A distribuição das drogas é influenciada pelo seu grau de ligação tecidual e plasmática. Como discutido previamente, quanto maior a ligação protéica, maior será a duração, uma vez que a fração livre da droga é disponibilizada mais lentamente. 
Embora primariamente usados para deprimir a condução nervosa periférica os anestésicos locais não são seletivos e podem interferir com a transmissão deimpulsos em qualquer tecido excitátorio. Os efeitos sistêmicos mais proeminentes dos anestésicos locais são aqueles relacionados ao aparelho cardiovascular e o sistema nervoso central, mais praticamente qualquer órgão dependente da atividade nervosa ou muscular pode ser afetado. Os anestésicos locais também podem influenciar vários tecidos através de ações não relacionadas a distúrbios específicos na condutância ao sódio 
Metabolismo e excreção 
 
As amidas e os ésteres são metabolizados de formas diferentes. Ésteres (exceto a cocaína) são 
rapidamente metabolizados por esterases plasmáticas em metabólitos inativos, e consequentemente apresentam curta meia vida. Os metabólitos dos ésteres são excretados pelos rins. A cocaína é hidrolisada no fígado. 
 As amidas são metabolizadas pelas amidases hepáticas. Esse processo é mais lento, o que determina uma meia vida mais longa, por isso podem apresentar efeito cumulativo em caso de doses repetidas. A prilocaína apresenta metabolização extra-hepática. 
Reações adversas
Os anestésicos locais podem ser tóxicos de acordo com a dose aplicada e o grau de absorção sistêmica, a toxicidade clínica está relacionada aos efeitos da droga em membranas excitáveis no sistema nervoso central e cardiovascular. Os efeitos centrais incluem parestesia nos lábios, dificuldade na articulação das palavras, redução do nível de consciência e convulsões As múltiplas alterações em canais iônicos cardíacos podem levar a arritmias e redução da contratilidade miocárdica. No caso da bupivacaína, por exemplo, os efeitos cardíacos são de difícil tratamento pelo alto grau de ligação protéica desse anestésico tornando difícil sua remoção do miocárdio. Em contrapartida, a lidocaína pode ser usada clinicamente por seus efeitos cardíacos antiarrítmicos.

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