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Caderno de TGP II

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TEORIA GERAL DO PROCESSO II
PROPEDÊUTICA
	Quando se fala em processo, necessário se faz entender as ideias de CARNELUTI. Este viveu a passagem do processo cientifico para o instrumental. Ele traz conceitos sociológicos para estabelecer conceitos jurídicos. 
	Segundo Carneluti, o homem tem a necessidade de estabelecer relações interpessoais. Não consegue viver sozinho. Ele diz que a necessidade é “a falta de uma coisa” e que o homem tem a “necessidade do bem da vida”. Bem da vida é aquele elemento capaz de satisfazer as necessidades do homem.
	Quando esse bem da vida satisfaz a necessidade, surge o interesse. Entretanto, também existe na sociedade outro homem que tem a mesma necessidade, às vezes sobre o mesmo bem da vida, gerando o mesmo interesse. Daí surge o conflito de interesses.
	OBS.: o bem da vida pode ser um bem material ou imaterial
	Se esse conflito de interesses não se resolve, ele acirra e passa a se chamar pretensão. Portanto, pretensão é o interesse de subordinação do interesse alheio ao próprio (quando eu quero que o interesse do outro se subordine ao meu).
	Porém, pode acontecer que o interesse alheio não se subordine e ele faça uma resistência. Daí surge lide (pretensão resistida).
	Para Carneluti, lide é um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.
	Basicamente, as formas de solução da lide são:
Autotutela: é um modo parcial (as partes resolvem) e egoísta (eu quero, eu posso, eu tenho a força). Aquele que tem mais poder obriga o outro a aceitar sua pretensão. Ex: invasão de propriedade, greve.
Autocomposição: é um modo parcial e altruísta (relativo a abnegação). O elemento principal é a razão. A autocomposição pode se dar de 3 formas:
	- Desistência - uma das partes deixa de pretender. Atenção para não confundir desistência com renúncia. Naquele, a parte desiste do processo, da pretensão em discussão; nesta, a parte desiste do direito em si, independente de processo.
	- Acatamento - um das partes acata a pretensão da outra.
	- Transação - perdas recíprocas.
Arbitragem: envolve um terceiro imparcial.
	OBS.: Em Roma houve 3 períodos importantes sob o ponto de vista jurídico: o período arcaico, que era juridicamente o período da “legis actiones”, no qual o processo tinha um ritual fixo, sólido. As pessoas apresentavam seus interesses (“litis contestatio”) para o Pretor, o qual determinava quem seria o árbitro para solucionar o caso.
	Depois veio o período da “Per Formular”, no qual o processo passa a ser escrito (formulário), abandonando o período anterior, apenas oral.
	Por último, veio o período da “Cognitio Extraordinaria”, no qual não havia a figura do árbitro. O próprio pretor julgava. As partes eram obrigadas. O pretor tornou-se o magistrado.
	Isso aconteceu até o séc. III. Neste último período percebe-se que o Estado começa a exercer o jus imperium. Começou a se impor dando a ideia de jurisdição (o Estado com poder de dizer e impor o direito).	
	Houve, então, a evolução da arbitragem. No início, era facultativa; com o tempo, passa a ser obrigatória. A arbitragem no direito romano dá origem à função jurisdicional exercida pelo Estado, em que este tem o poder para solucionar as lides.
	Para entender o exercício do poder jurisdicional pelo Estado, é fundamental sempre ter em mente a trilogia fundamental: ação – processo – jurisdição.
	Lide – Ação – Processo – Jurisdição
Ação: direito fundamental / direito subjetivo
Ação: demanda / direito exercido no processo > jurisdição
	O Estado assumiu o poder-dever de resolver as lides. Ele assumiu a função de pacificar os conflitos, dando-lhes um ponto final. Essa função está em constante evolução.
	As partes, depois de o Estado exercer o poder jurisdicional, não podem reclamar novamente a pretensão objeto de um conflito já discutido e decidido.
	Hoje, o Judiciário está entupido. Ele usurpa atribuições de outros Poderes, muito em virtude das pessoas terem a falsa ideia de que ele é o “salvador da pátria”, pois os outros poderes – legislativo e executivo -, perderam um pouco da credibilidade do povo, devido a escândalos de corrupção, de vagabundagem, etc..
	OBS: a nova reforma do CPC dá ênfase à argumentação, à motivação das decisões judiciais.
	Esse inchaço do Judiciário deve-se ao momento pós-constitucionalista vivido atualmente, no qual o foco está na defesa dos direitos individuais e, com isso, as pessoas estão conhecendo-os e provocando o judiciário.
	Para lidar com esse inchaço, existem alternativas de resolução de lide: conciliação, mediação e arbitragem.
	Mas se não houver a autocomposição, a derradeira hipótese é provocar o Estado, dando início à lide. Essa provocação dá-se por meio da ação, que vai desencadear um processo, findo o qual o Estado vai exercer o seu poder de jurisdição.
LIDE: Ação > Processo > Jurisdição
	OBS.: conciliação é diferente de mediação.
	Na conciliação o conciliador chega a uma conclusão.
	Na mediação o mediador esclarece as idéias e as normas para que as partes cheguem a uma solução. É, para a professora, a melhor saída.
	O processo é o meio que se percorre para que o Estado exerça a jurisdição. A forma como esse meio funcionará é essencial para saber se há realmente a democracia. Se o processo tiver instrumentos democráticos, ou seja, o país será realmente democrático. É uma forma de aferição de democracia.
	Quanto mais conhecimento, cultura tiver uma comunidade, maior será o não exercício da jurisdição. Isso porque as pessoas vão buscar formas mais eficazes e justas para buscar o provimento jurisdicional. Ex: arbitragem – atualmente os árbitros aprofundam seus estudos na área em que atuam.
	Acepções da palavra “ação”
	Para entender a ação no processo, é preciso entendê-la sob 2 enfoques:
1º) a ação é um direito subjetivo fundamental conferido a todos que se sentirem lesados em seu direito. É o que se chama “jus civitatis” (direito do cidadão). Esse direito está previsto no art. 5º, XXXV, CF. É uma garantia constitucional.
2º) quando esse direito fundamental é exercido, está-se dentro do processo. Aqui Didier chama a ação de demanda, que, para ele, é o exercício do direito de ação no processo no qual se busca a jurisdição.
Ação: natureza jurídica:
Teoria imanentista
	Ação é um direito material em exercício. Esta teoria entende que ela imana do processo e este daquela. Não existe separação entre eles.
	Com a valorização do cidadão e a formação do Estado, começou-se a discussão entre WINDSCHEID e MUTHER. 
	Muther defendia que a ação não era exercida contra o sujeito, mas contra o Estado. Windscheid falava que era contra os dois. Um acabou complementando o outro.
	A grande contribuição desses 2 juristas foi colocar o Estado na relação processual. Com isso, a natureza jurídica da ação deixou de ser privada para se tornar pública.
	Posteriormente, Wach defendeu, como Windscheid e Muther, que o direito de ação não gera necessariamente o direito material em exercício. O cidadão pode provocar o Estado, mas este declarar a inexistência do direito material. A ação é um direito autônomo.
Teoria da autonomia
	Prega basicamente que o direito de ação é diferente do direito material. Isso é comprovado pelo fato do direito de ação ter natureza pública, enquanto o direito material pode ter natureza privada ou pública. Um não se subordina ao outro. Não é imanente.
Teoria concretista
	Wach dizia que o cidadão só tem direito de ação se tiver razão. Se for julgado improcedente o direito, ele não tem direito de ação. Não faz sentido essa ideia!
Teoria Abstrativista
	Defende que o direito de ação é abstrato, ou seja, independe do direito material.
Teoria Eclética - Liebman
	Tecnicamente dentro do processo para se ter direito ao exame do mérito tem-se que ter direito de ação. Para se chegar a conclusão de que há ou não razão, tem que exercer o direito de ação.
	Liebman defende,então, que ação é o direito ao exame do mérito. O exame do mérito leva a conclusão de quem tem razão. Mas Liebman condiciona a existência do direito de ação a presença das condições da ação.
CONDIÇÕES DA AÇÃO
	Para se ter direito de ação, o sujeito tem que preencher certas condições:
	- legitimidade
	- interesse de agir
	- possibilidade jurídica do pedido
Legimitidade:
	Quem pede tem que ter uma pertinência subjetiva da lide (expressão de Liebman). 
	O Estado tem que ver se quem pede é o titular do interesse contido na pretensão e se aquele que defende é o titular do interesse contido na resistência. Esse é o conceito substancial de partes para Liebman.
Interesse de agir
	O autor tem que ter a necessidade e a utilidade da ação. Alguns doutrinadores dizem que a ação tem que ter adequação entre o pedido e a causa de pedir. Dinamarco fala que a adequação não é condição da ação, pois o juiz pode fazer essa adequação.
Possibilidade jurídica do pedido
	O pedido tem que estar afinado com o ordenamento.
	Liebman dava o seguinte exemplo: o divórcio não podia ser pedido porque não havia previsão no ordenamento.
	OBS: a reforma do CPC pretende retirar a “possibilidade jurídica do pedido” das condições da ação.
	Em resumo, para se ter o direito ao exame do mérito, ou seja, para estar presentes as condições da ação, deve-se ter:
	- legitimidade
	- interesse de agir
	- possibilidade jurídica do pedido
	OBS: TEORIA DA ASSERÇÃO (Didier)
		Para se ter direito de ação, o autor tem que mostrar de início que ele satisfaz as condições da ação.
	Os processualistas falam que se houve audiência de instrução, fase probatória, tem que ter o julgamento do mérito, mesmo que o autor seja carecedor do direito de ação.
	Enfim, a teoria de asserção prega que se foi iniciado o processo (já se passou a fase postulatória), mesmo o autor sendo carecedor da ação, haverá o julgamento de mérito.
	O novo CPC fala que o carecedor de ação pode postular novamente. Há coisa julgada formal, ou seja, apenas naquele processo. O autor pode entrar novamente.
	Sob a perspectiva constitucional, a ação é um direito subjetivo do cidadão de buscar a tutela da sua pretensão.
	Depois de Windscheid e Muther, o Estado sempre será o contraponto (receptor) da ação. Assim, o Estado tem o monopólio de exercer o poder jurisdicional. Só ele tem o poder de invadir a esfera do réu (o autor não pode).
	Para se julgar o mérito (exercício da jurisdição), a ação e o processo devem estar corretos. Para isso, devem ser preenchidos as condições da ação e os requisitos de admissibilidade.
ELEMENTOS DA AÇÃO
	São 3 os elementos da ação: partes, causa de pedir e pedido.
PARTES
	Autor: titular do interesse contido na pretensão
	Réu: titular do interesse contido na resistência.
	Tem-se o autor e o réu. O autor aciona o Estado por meio da ação, para que ele por meio de um processo comunique o réu, para no final dizer o direito (jurisdição).
	AÇÃO > ESTADO > RÉU
	Aqui se fala da jurisdição contenciosa. Ao contrário, na jurisdição voluntária não existe ação, no sentido de buscar em juízo a tutela jurisdicional sobre uma pretensão resistida. Na jurisdição voluntária, busca-se interesses comuns. Ex: interdição, interesse do menor, etc..
	Na jurisdição contenciosa tem que existir um conflito de interesses qualificado.
CAUSA DE PEDIR
	Causa de pedir refere-se aos fatos e fundamentos jurídicos do pedido. Pode ser remota ou próxima
	- Remota: é o elo de ligação entre autor e réu. Por que eles estão ali? É isso.
	- Próxima: é o problema que envolve o conflito.
	Ex: contrato de locação. Passado o prazo, o locatário não saiu do imóvel. O locador (autor) provoca o Judiciário para buscar um pronunciamento acerca da pretensão resistida. Nesse caso, temos:
	Causa de pedir remota: contrato de locação (fundamentação jurídica).
	Causa de pedir próxima: réu não devolveu o imóvel (fato).
PEDIDO
	Pedido é aquilo que se busca com a ação. Ele pode ser imediato (providência do Estado) ou mediato (bem).
3.1) Pedido Imediato:
	O pedido imediato é o provimento jurisdicional que se busca. Pode ser através de um:
	- processo de conhecimento;
	- processo de execução;
	- processo cautelar
Processo de conhecimento
	O processo de conhecimento busca 3 tipos de tutela:
Ação declaratória: é aquela em que se pede ao Estado que declare as verdades, certezas de uma relação conflituosa. Ex: reconhecimento de paternidade.
Ação constitutiva: é aquela em que se pede ao Estado que crie, modifique ou extinga uma relação jurídica. Ex: declaração de divórcio.
Ação condenatória: é aquela em que o Estado declara se o autor tem razão e, em caso afirmativo, o Estado obriga o réu a pagar uma indenização, a fazer algo, dar algo. Ex: João é exonerado do serviço público. Ele entra com uma ação condenatória para revogar o ato de exoneração e reintegrá-lo. Aqui há uma condenação ao Estado. Claro que existe uma tutela declaratória precedida.
Ação mandamental: é aquela expedida pelo juiz independentemente se houve pedido do autor.
Processo de execução
	Trata-se da ação executiva, que é aquela em que o autor pede ao juiz a execução de um título extrajudicial que o autor possui contra o réu. Este título deve ser líquido, certo e exigível.
Processo cautelar
	Trata-se da ação cautelar, que é aquela por meio da qual o autor pede um provimento judicial urgente, pois não pode esperar o fim do processo sem que haja lesão ao seu direito.
	O processo cautelar serve para garantir a eficácia dos processos de conhecimento e de execução, na medida em que a demora do processo regular pode extinguir o direito objeto da ação, de forma que o provimento jurisdicional não seja eficaz. 
	Assim, com o processo cautelar concede-se o direito, continuando a correr o processo de conhecimento ou de execução, findo o qual pode confirmar ou não o processo cautelar.
	Como o processo cautelar concede um direito ao autor que ainda vai ser discutido, a medida cautelar só será concedida se o autor preencher 2 requisitos:
“Fumus bonis iuris” – que significa “fumaça do bom direito”, ou seja, o autor deve provar que realmente possui o direito que está pleiteando com a ação cautelar; e
“Periculim in mora” – que significa “perigo na demora”, ou seja, o autor deve provar que ocorrendo a mora (demora) no processo ordinário o direito pode se perder.
	Ex de processo cautelar: pedido de internação.
3.2) Pedido mediato
	O pedido mediato é o bem da vida que o autor busca com a ação. Ex: ação de despejo – o pedido mediato é a posse do bem.
	Deve haver uma adequação entre o pedido (mediato e imediato) e a causa de pedir (remota ou próxima).
	
EXCEÇÃO: DEFESA
- Bilateralidade
	Dentro de um Estado Democrático de Direito não existe direito de ação sem o direito de defesa. A defesa pode até ser adiada, mas não pode deixar de existir. Deve-se dar a possibilidade do contraditório (daí o caráter bilateral).
	O direito de ampla defesa e contraditório são direitos fundamentais previstos no art. 5º, LIV, CF. O direito de ação também é um direito fundamental previsto no art. 5º, XXXV, CF.
	A bilateralidade caracteriza-se pelo processo no qual existe um direito de ação, que provoca o Estado, ando o início ao processo, que dará a possibilidade de defesa do réu.
- Natureza jurídica da defesa
	Quem vê a ação como direito concreto, vê a defesa como um poder de anular esse direito do autor (direito concreto).
	Quem vê a ação como direito genérico, vê a defesa também como direito genérico.
	Para Liebman, a ação é um direito ao mérito (desde que satisfeitas as condições da ação), enquanto a defesa é um direito de alegar fatos extintivos e modificativos.
	Quem vê a ação como direito constitucional à manifestação do Estado, vê a defesa como direito de que se leveem consideração no julgamento as alegações do réu (direito ao contraditório, de ser ouvido). Esta é a posição mais aceita.
	No CPC tem-se a ideia de Liebman. 
	A defesa no processo é dividida em:
	- defesa substancial - discute-se o mérito, o direito material. Ex: prescrição, decadência.
	- defesa formal - discute-se a ação e o processo. Discute-se se a ação possui corretamente os elementos e as condições, bem como se o processo possui seus pressupostos. Se a ação não possui os requisitos formais, ela é inepta.
	A defesa de ordem substancial, por sua vez, pode ser:
	- Direta – o réu admite se o autor tem ou não razão.
	- Indireta – o réu admite que o autor teria razão se não tivesse havido a prescrição, a decadência, a novação, a compensação, etc..
	A defesa não se resume apenas à contestação, na defesa inicial da ação. Consubstancia-se em todo o processo: direito de apresentar provas, testemunhas, etc..
CLASSIFICAÇÃO DA DEFESA
Quanto aos efeitos:
	- defesa dilatória – aquela que vai aumentar a duração do processo. Ela não vai extinguir o processo.
	- defesa peremptória – busca extinguir o processo.
Quanto ao sujeito que alega
	- Juiz - quando ele alega de ofício, chama-se objeção
	- Parte / MP – quanto só a parte pode alegar (o juiz não pode), chama-se exceção em sentido estrito.
Quanto ao rito:
	- Próprio – alegada em procedimento. Só são as puramente processuais. Aqui será a lei que vai embasar a defesa (tem que segui-la)
	Ex: art. 304 c/c 301, CPC; art. 95, CPP; art. 799, CLT.
	- Contestação ou defesa – ex: art. 301, CPC.
	O direito de ação tem o correlato direito de defesa. Alguma ideias contemporâneas falam que esse direito de defesa inclui o direito de recurso.
- Exceção lato sensu – defesa de ordem geral (qualquer defesa)
- Exceção strictu sensu – defesa processual (alegar suspeição, impedimento, inépcia, etc.)
- Exceção direta – o réu confirma ou refuta totalmente a pretensão do autor.
- Exceção indireta – o réu assume que o autor tinha o direito, mas não se pode julgar mais o mérito, por ex, alega prescrição.
	
Autor: deduz a pretensão
Réu: impede que seja acolhida a pretensão
Autor: demanda
Réu: defesa + contra-ataca (reconvenção, pedido contraposto, pedido em ação dúplice – na defesa)
	Ex: Paulo cobra R$100,00 de Pedro.
	O réu (Pedro) pode contra-atacar de 3 formas:
RECONVENÇÃO: é um pedido feito pelo réu (recorrente) contra o autor (recorrido). A reconvenção caracteriza-se por ser feita em uma peça processual separada. Acontece no rito ordinário.
PEDIDO CONTRAPOSTO: na própria contestação o réu alega a sua pretensão (faz o seu pedido). Como o pedido é feito na própria contestação, não há custas processuais. O pedido contraposto é feito no rito sumário. 
	No projeto de reforma do CPC o pedido contraposto será a única forma do réu contra-atacar.
PEDIDO EM AÇÃO DÚPLICE: é quando a lei prevê em certos casos (ex: ação possessória) que o réu tem a possibilidade de fazer o pedido contrapondo-se ao autor. É feito no rito especial. 
	É quando a lei especifica quais são os pedidos (pretensões) que o réu pode fazer no momento da contestação.
	OBS: existem 3 tipos de rito no atual CPC:
	- rito ordinário
	- rito sumário
	- rito especial
Resumo:
- reconvenção – peça própria dentro do processo, no prazo da contestação. Aplicável no rito ordinário.
- pedido contraposto – formulado na contestação. Capítulo. Rito sumário e juizados especiais.
- pedido em ação dúplice – pedido específico (previsto em lei) na ação com força dúplice. Capítulo contestação. Rito especial (a lei permite ao réu formular pretensão específica – ex: ação possessória, renovatória).
PROCESSO
	O autor só pode buscar a sua pretensão por meio de um processo. Este deve ser regulado de forma a permitir ao Estado dizer quem está com a razão.
Desenho
	O autor demanda (exerce o direito de ação) o Estado, o qual, dado o correlato direito de defesa ao réu, utilizará do processo para dar o pronunciamento (jurisdição).
	Existe uma discussão se com a resolução do mérito extingue-se o processo. Para a professora, não! Isso porque o processo ainda surtirá efeitos, pois passa para a fase de execução da decisão judicial. Esta fase é reflexo daquele processo, o que quer dizer que ele ainda não extinguiu. O melhor é falar em extinção do conhecimento do mérito.
	
Conceito de processo
	Processo é um instrumento para se obter a jurisdição. Em outras palavras, processo é um instrumento por meio do qual o Estado/juiz vai solucionar a lide, quando provocado, atuando o direito material.
- Como o Estado compõe a lide (exerce a jurisdição)? Em um Estado Democrático de Direito, o Estado deve julgar respeitando o devido processo legal, para se chegar a uma decisão justa e idônea.
	O processo deve ser justo e idôneo!
	OBS: processo é diferente de procedimento
	Processo é único.
	Procedimento é variado. Pode ser procedimento ordinário, sumário ou especial.
Analogia: processo é o caminho para se chegar ao destino de uma cidade. Já o procedimento é o meio através do qual eu percorro esse caminho.
Sujeitos do processo
	- autor
	- réu
	- Estado/juiz
Objeto do processo
	- Objeto material / primário – é a lide (que contém a pretensão).
	- Objeto formal / secundário – analisar os atos do processo. Os atos do processo devem ser realizados de forma organizada, justa, regular.
Natureza Jurídica do processo
	Existem, basicamente, 2 correntes:
A – Teoria Privatista
	Essa teoria entende que o processo é resultado de um contrato celebrado entre as partes, através do qual surgiria o acordo no sentido de aceitar a decisão que fosse proferida. 
	Essa teoria era presente no direito romano, quando as partes manifestavam a vontade de que aceitariam a vontade estipulada por um terceiro imparcial. Isso porque o Estado aqui ainda não tinha conquistado suficiente autoridade sobre os indivíduos para se impor a eles.
B – Teoria Publicista
	Entende que o processo é um instrumento de exercício de uma função do Estado (jurisdição), função essa que ele exerce por autoridade própria, soberana, independentemente da voluntária submissão das partes.
	Em outras palavras, o Estado é o único que a titularidade do exercício do poder jurisdicional, ou seja, só ele pode usar do processo para ao final dizer quem está com o direito. Sendo assim, como sempre haverá a figura do Estado (juiz), a natureza jurídica do processo é pública.
	
	Essas são as 2 teorias básicas sobre a natureza do processo. Porém, existem outras, algumas das quais serão abordadas a seguir.
C – Processo como instituição
	O homem começou a se organizar em grupo para sobreviver. E essa organização grupal fez com que surgissem atividades que eram compartilhadas por todos do grupo. Aqueles que não exercessem essas atividades (hábitos), eram sancionados pelo grupo.
	A ideia de o grupo sancionar uma conduta contrária aos seus hábitos deu ensejo ao surgimento da instituição (instituição = afronta à conduta = sanção).
	Essa teoria, assim, explica o processo como instituição, pois o sujeito não pode se valer da própria força para resolver a sua pretensão. Se o fizer, será sancionado.
	Mas essa teoria recebe uma crítica: ela não é jurídica, mas sim sociológica.
D – Processo como relação jurídica processual
	Em 1868, Bülow disse que o processo é uma relação entre 3 pessoas: juiz, autor e réu. Para ele, essa relação é autônoma, que é diferente da relação material entre os mesmos.
	Ele separa, assim, processo de direito material. Um não depende do outro. O autor, tendo ou não o direito material, tem o direito de demandar e fazer surgir um processo.
	Bülow disse que no processo as partes têm os seguintes direitos: direito de ação, direito de defesa, direito à prova, direito à sentença. Enfim, Bilow começa a mencionara existência desses “institutos” (direitos).
	Assim, Bülow fala que o processo é uma relação jurídica processual, a qual não se confunde com uma relação jurídica material. Isso porque o exercício do direito de ação não gera necessariamente o direito material.
	
	Destrinchando a ideia:
	
	Relação = elo entre as pessoas
	+
	Jurídica = norma = direito
	+ 
	Processual ≠ material (aqui está a diferença)
	Devemos entender que essa teoria é legalista, por ter sido criada na época do positivismo (1868).
E – Processo como situação jurídica
	Contrariando a teoria anterior, surge a ideia de Goldschmidt. Este fala que o processo como relação jurídica processual é muito bonito, mas quando se tem um direito subjetivo, ao exercer a ação, o autor tem uma “chance” de ter esse direito concedido pela jurisdição.
	Então, quando o autor entra com uma ação, dando início ao processo, surge uma situação jurídica em que há a possibilidade, expectativa, ônus, deveres.
	Goldschmidt diz que temos que passar por todas essas etapas para no final chegarmos à jurisdição, que será de acordo com a forma que se procede nas etapas que se terá o direito reconhecido.
	Crítica: Goldschmidt trabalha sua teoria baseado nas mazelas (falhas) do processo. Isso porque ele fala que o autor vai ter reconhecido seu direito a partir da maneira que ele atua.
	Além disso, no processo não há apenas uma situação jurídica, mas várias.
	Ainda, ele trabalha muito com direito material no processo, dizendo que o direito subjetivo depende do processo. Mas direito material e direito processual são autônomos.
	O grande mérito dessa teoria foi possibilitar a diferenciação e o surgimento de vários institutos, como o ônus da prova, os deveres das partes, etc..
F – Processo como procedimento em contraditório
	Essa teoria é de Elio Fazealari, criada após a 2ª Guerra Mundial. O período de pós-guerra foi marcado judicialmente pela Constitucionalização dos institutos jurídicos. Todo o direito passou a ser explicado a partir de uma visão constitucional (e não mais legalista).
	Assim, Fazealari disse que o processo não pode mais ser explicado a partir da lei, mas a partir da Constituição.
	Ele disse que o processo deve ser visto como um procedimento que permite o contraditório, o qual seria constitucionalizado. O processo deixa de ser visto sob o olhar das normas infraconstitucionais, mas sim sob das normas constitucionais.
	Assim, o processo deve ser um procedimento em contraditório, ou seja, justo. Deixa-se de lado a visão única que o importante era a segurança jurídica. Esta é importante sim, mas é preciso analisar também as diretrizes constitucionais, como a necessidade de motivação do juiz, a regular duração do processo, a garantia da ampla defesa e do contraditório, etc..
	A teoria pregava, basicamente, a visão mais constitucionalizada, sempre permitindo o contraditório, o diálogo, a defesa. Deve-se deixar de se ter uma visão legalista, positivista.
	Crítica: quando se fala em procedimento em contraditório está se falando que eles devem se relacionar em diálogo, defesa, o que, no fim, é igual a teoria do processo como relação jurídica processual. A diferença é que ele mudou o foco.
]
	Vamos analisar a visão de Bulow
- Processo como relação jurídica processual
	1868 – Alemanda – Bulgaro
	Defende-se que o processo é uma relação jurídica processual. Essa relação é triangular (sujeito, autor e réu); é jurídica porque tem-se ônus, deveres, obrigações, sujeições, direitos, etc.; é uma relação processual (e não material)
	
	Bülow trouxe para sua teoria as idéias do direito romano e as de Búlgaro. Ele entendia que o processo tinha um caráter publicista, ou seja, o Estado monopoliza a resolução da lide (ele era o único capaz de exercer a jurisdição). Aqui era a fase científica do processo.
	Bülow disse que o processo seria como um “palco” onde se apresentava ônus, poderes, deveres, bônus, sujeições. Então, dentro do processo, haveria uma relação jurídica processual diferente da relação jurídica material discutida. As relações eram autônomas.
	Deve-se atentar que o processo é único, independe, por ex, se é processo civil ou penal. O que muda é o procedimento (a forma pela qual os atos acontecem e os tipos de ato).
	Nessa relação jurídica processual o direito de defesa deve estar sempre presente, em qualquer tipo de procedimento.
	Até que Bülow só falava em procedimento, não falava em direito processual. Este começou a ser codificado e oferecer muitas exigências para se chegar à tutela jurídica. A partir disso surgiu a fase instrumental do processo.
- dar ênfase à relação processual (abafar o procedimento)
	Antes, o processo era visto apenas como procedimento. Ele tentou abafar o procedimento e dar ênfase às relações jurídicas.
	Com o tempo, veio outra corrente (Fazealari) que via o processo não como uma relação jurídica processual. Ele disse que o processo era um procedimento em contraditório. Só que veio a crítica de que essa ideia era uma relação jurídica. Ela dava ênfase à celeridade do processo (teoria instrumentalista).
	Já a ideia de Bülow focava a segurança jurídica
- Processo = relação jurídica processual + procedimento
	Bülow falava que nas relações jurídicas existiam 2 posições jurídicas:
	- ativa - a parte exige que sejam tomadas atitudes da outra parte e do juiz (faculdades e poder.
	OBS: a partir do momento em que a minha posição obriga a outra parte a fazer algo, aí surge um poder
	- passsiva - a parte é obrigada a tomar certas atitudes (dever e sujeição), Dever quando a lei obriga; sujeição e quando a parte tem que acatar decisões.
	O procedimento é como essas posições jurídicas se concretizam na realidade. O procedimento determina as faculdades, os poderes, os deveres e as sujeições a serem exercidas na prática.
	Bülow fala que:
- relação processual: é a viagem, o movimento para se chegar a jurisdição
- Procedimento: é a realização, o itinerário, a forma de se mover dentro dessa viagem.
	O processo seria assim o resultado da relação processual + procedimento. Tem que ter ambos.
- Características da relação jurídicas processual
É, no mínimo, uma relação tríplice (3 sujeitos). Aqui cabe um exemplo contra isso: art. 285-A, CPC - aqui não há nem relação. O juiz já julga sem citar o réu (julgamento antecipado de mérito). Dá ênfase à celeridade. Na visão de Bülow esse art. 285-A é complicado, pois não dá chance ao réu de se posicionar.
É uma relação pública > o Estado tem o poder/dever de dizer o direito.
A relação processual é autônoma, sendo diferente da relação jurídica de direito material.
A relação processual é progressiva, ou seja, há um processo dialético (alegação do autor como síntese, as provas e contestações do réu como antítese, para no final se chegar a uma conclusão). O processo é um movimento.
A relação é complexa. Cada procedimento, cada ato é uma relação. Não há uma única relação, um único momento. Há possibilidade, por ex, de recurso.
Essa relação tem uma unidade, pois tem um objetivo comum (que é o exercício da jurisdição pelo Estado). Apesar de a relação ser complexa, todos os atos, fatos e posições mantêm um elo de ligação a fim de se chegar a um único objetivo: jurisdição.
- Caracterização
Linear
	Até o século XIX, a relação processual era linear entre autor e réu. O Estado ficava de fora, pois os interesses conflitantes cabiam as partes. Era a fase da autocomposição.
Angular
	Com o tempo, o Estado tomou para si o exercício de resolver os conflitos. A relação processual passou a ser angular. É indispensável presença do Estado/juiz na relação.
Triangular
	Bülow, porém, defende que a relação é triangular: o juiz tem poderes suprapartes, mas não se pode deixar de entender que as partes possuem deveres de lealdade entre si.
Processo
- diferentede procedimento
- Processo = procedimento + relação jurídica processual
Relação jurídica processual ≠ relação jurídica material
	Com Bülow o processo passou a ser o procedimento + relação jurídica processual. Bülow deu ênfase na relação jurídica processual (a interação entre os sujeitos da relação).
	Com Fazealari, começou a dar importância ao procedimento (aos atos), com o objetivo de se buscar a celeridade.
	Tem-se assim:
Processo = ????
	Os juristas diferenciam relação jurídica material de relação jurídica processual.
	Na relação jurídica processual:
- sujeitos: são, no mínimo, 3 (autor – juiz – réu)
- objeto: tem o objeto primário, que é a lide (pretensão). Já o objeto secundário é o processo (que deve ser regular – devido processo legal).
- pressupostos: que envolvem os sujeitos e os objetos.
Sujeitos
	Na relação jurídica processual, seguindo o critério de Chiovenda, tem-se as seguintes partes:
Autor: é aquele que deduz a pretensão, pedindo a tutela estatal.
Réu: é aquele em face de quem se deduz essa pretensão.
OBS: quem deduz a pretensão ≠ quem é o titular do interesse contido na pretensão
	Ex 1: banco – embora ele tenha a titularidade de um interesse, por ex, de cobrança numa causa de até 40 salários, ele não pode deduzir a pretensão no juizado especial (a lei proíbe).
	Ex 2: MP, sindicato – deduz a pretensão, mas não é o titular do interesse contido na pretensão.
OBS: esse conceito de parte é processual. Liebman é que traz o conceito substancial de partes:
	Autor: é o titular do interesse contido na pretensão
	Réu: é o titular do interesse contido na resistência.
	Ada traz princípios que regem os sujeitos da relação jurídica processual:
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO – as partes tem o direito de se defenderem daquilo que foi alegado.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE – às partes devem ser garantidas os mesmo direitos e deveres. Aqui é a igualdade formal. Deve-se garantir a igualdade material (para garantir a “paridade de armas”), como, por ex, quando se concede assistência judiciária gratuita ou se nomeia um defensor dativo.
PRINCÍPIO DA DISTINÇÃO – o autor deve ser diferente do réu, para que não haja “confusão”. Seria iIógico.
JUIZ – é a personificação do Estado. Ele aparece como um membro do Estado, capaz de reger o processo e tem o poder jurisdicional. O juiz pode se colocar como um igual as partes na relação processual, mas pode também se colocar acima das partes, pois ele tem o poder jurisdicional (que é um poder de meio e de fim) e também o poder administrativo (poder de polícia). As decisões do juiz são dotadas de cooercibilidade.
	OBS 1: poderes jurisdicionais – são todos aqueles usados no decorrer do processo usados para se chegar à decisão final.
	OBS 2: lide objetiva – ADI, ADPF, ADC (não há parte)
	O juiz, portanto, possui poderes na relação jurídica processual. Esses poderes são aqueles dados a ele para proceder à manutenção do processo (poder de meio, ex: despacho) e aqueles poderes que garantem a autoridade de fazer cumprir a decisão (poder fim, ex: apreensão de bem, prender por desobediência).
	Além disso, o juiz possui poderes de polícia, para fazer cumprir suas decisões.
	Por outro lado, o juiz tem deveres, como o dever de conduzir o processo de forma célere e justa. Celere para garantir o direito previsto no art. 5º, LXXVIII, CF. Justa significa observar a garantia do devido processo legal (art. 5º, LIV, CF).
	Para José Afonso da Silva, primeiro o juiz tem deveres para, só então, ter direito aos poderes.
Objeto
	- Objeto formal – é o processo regular, justo.
	- Objeto substancial – diz respeito à análise da pretensão (o bem da vida em discussão).
Pressupostos
	Existem pressupostos de existência e de validade (CADERNO)
ÉTICA NO PROCESSO:
	Quando se pensa num relacionamento dentro do processo, essencial se faz perceber que é preciso entender que por ser um relacionamento interpessoal deve-se observar regras éticas.
BOA-FÉ OBJETIVA
	Encontra-se, por ex, no art. 14, II, CPC.
	O p. da boa fé é um garantidor da justiça, ele garante que os comportamentos e os meios utilizados no processo não sejam maculados de falta de eticidade.
	A idéia de boa-fé objetiva foi criada pelo CC alemão, que passou a aceitá-la como um princípio aplicável no processo civil e no processo penal.
	A boa-fé objetiva é dividida, segundo Didier, em 4 sub-princípios:
- proibição de criar posições processuais que enganem a outra parte
- proibição do venire contra factum proprium
- proibição de abusar dos poderes processuais
- Supressio
	A relação processual segue um movimento dialético para se chegar a uma conclusão da lide discutida. Essa relação deve ser pautada no dever de lealdade, dever de informação, dever de probidade.
	Didier fala que a boa-fé advém das seguintes normas constitucionais: p. devido processo legal (STF); p. do contraditório; p. da solidariedade (art. 3º, CF); e p. da dignidade da pessoa humana (art. 1º, CF).
	Ele fala ainda que o p. da boa-fé no processo é o p. do contraditório. Didier cita que o contraditório além de ser um direito, é também um dever da parte. Ela deve exercer a defesa seguindo a boa-fé.
- princípio
- aplicação no processo
- “Fair Trial’ = STF
	O STF disse que o p. devido processo legal assegura que todo processo seja pautado numa sequência de atos pautados na boa-fé. Ver sobre fair Trial no Didier.
BOA-FÉ SUBJETIVA
	Alguns autores defendem que as partes devem agir com boa-fé subjetiva.
- CPC, arts. 14 a 18, 133, 135, 144, 147, 153, 600, 601, entre outros
- CPC, art. 133 – traz as hipóteses em que o juiz responderá por perdas e danos. No inciso I temos a aplicação da boa-fé subjetiva.
- CPC, art. 135 – fala dos casos de impedimento e suspeição do juiz.
- CPC, art. 600 -
- CPP, arts. 799 e 801
- CP – crime = fraude no processo = art. 347
	Quando o CP prevê no art. 347 a fraude no processo como crime defende que no processo penal as partes atuem com boa-fé subjetiva
- CPC, art. 14
	É principiológico. Dos incisos I ao IV temos os p. da veracidade, probidade, boa-fé, etc. São deveres de todos os sujeitos presentes no processo (partes, MP, juiz, testemunhas, etc). O inciso V traz que as partes devem cumprir os provimentos mandamentais do juiz.
- CPC, art. 14, § u – “Contempt of Court”
	Os sujeitos do processo não podem deixar de cumprir os provimentos do juiz. O “Contempt of Court” significa que as partes não podem desrespeitar os provimentos judiciais. Se as partes, exceto o advogado, não cumprirem a decisão judicial, elas vão ter que pagar uma multa para o Estado. Essa multa vai se transformar em divida ativa da União ou do Estado. Até terceiro que não se relaciona no processo, como o banco que tem que disponbilizar o dinheiro.
- CPC, art. 15
	Estabelece que é defeso às partes e aos advogados agir com injúria com a outra parte ou com qualquer sujeito do processo (juiz, MP, escrivão, etc). Deve-se, assim, agir com respeito.
- CPC, art. 16
	Quando a parte não demanda com boa-fé, ele causa na outra parte um dano processual. Ele será responsabilizado por esse dano processual. É o que se chama de “improbus litigator”, ou seja, é proibido litigar com improbidade, com falta de honestidade, respondendo aquele que agir dessa forma pelos danos processuais causados.
	O dano processual não se confunde com o dano material.
- CPC, art. 17 – dolo, intenção de lesar
	Traz a violação à boa-fé subjetiva. Aqui vemos na parte a intenção de lesar a outra parte. O art. 17, CPC traz as hipóteses em que a parte litiga de má-fé. Esse rol não é taxativo, pois não podemos esquecer que a boa-fé objetiva amplia as hipóteses aqui elencadas.
- CPC, art. 18 – sanção: multa = má-fé
	Essa sanção é para a parte que prejudicar a outra por litigar de má-fé.
O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, poderá condenaro litigante de má-fé a pagar uma multa de 1% do valor da causa + indenização aos prejuízos causados a outra parte + honorários advocatícios + despesas processuais.
	Mas e, por ex, a parte que possui assistência judiciária gratuita, perde esse direito? São questionamentos que devemos fazer. A professora acha que deve cassar essa prerrogativa. Já outros acham que a assistência judiciária gratuita não está condicionada à existência ou não da boa-fé, pois o requisito é apenas ser pobre.
ADVOGADO NA RELAÇÃO PROCESSUAL
	Vamos estudar a figura do advogado, responsável por representar a(s) parte(s) no processo.
- Jus postulandi: Calamandres
	Para que o processo se desenvolva com validade, regra geral nós vamos ter um profissional técnico responsável por representar as partes. Há exceções: processo trabalhista, juizados especiais – não precisam da figura do advogado.
	Mas, em regra, precisa-se do advogado. Ele vai agir tecnicamente, profissionalmente defendendo as pretensões da parte.
	O jus postulandi significa o direito de postular na relação processual
- Histórico:
	Na Grécia surgiu a figura do Orador, aquele que era responsável por falar em nome das pessoas envolvidas no conflito.
	Mas foi no Direito Romano que a figura do advogado começou a ser oficialmente inserida no direito. O advogado, chamado precator, só representava os cidadãos (os romanos). Depois surgiu o advocatus, responsável por representar os não romanos.
- Brasil: profissão de bacharel em direito / OAB habilitado
	Para ser inscrito na OAB, é preciso ser bacharel em direito e ser aprovado no exame da ordem, passando a ter o poder de postular.
	A OAB é um órgão de classe. É um órgão federativo: tem o órgão federal, órgãos regionais e órgãos nos municípios. A eleição do Conselho da OAB é indireta (cabe ao Presidente da OAB).
	A OAB é uma autarquia (pessoa jurídica de direito público) que defende os interesses públicos. Ela tem funções que excedem defender os interesses dos advogados, ela defende os interesses da sociedade. Ela serve, por ex, para fiscalizar a qualidade do ensino nas faculdades de direito.
	OBS.: segundo o STF, a OAB tem pertinência temática nas ações de constitucionalidade (ADI, ADC, ADPF) em todos os temas de direito.
	O estatuto da OAB (lei 8906) veio para regulamentar o art. 133 da CF.
- OAB: art. 42, ROAB (lei 8906/94)
- Função externa: prevista no inciso I, do art. 44, da lei 8906.
- Função interna: prevista no inciso II, art. 44, lei 8906
Seleção
Proteção
Defesa
- Princípios: art. 133, CPC
	O art. 133 da CF traz a importância da profissão da advocacia, importância essa em virtude do advogado representar as pessoas na relação processual.
	O advogado é indispensável à administração da justiça (art. 133, CF). A lei que complementa esse art. 133 é a o Estatuto da OAB: lei 8906/1994.
- EOAB: arts. 1º, 2º, 3º, ROAB
	A legislação é exigente, pois disse que era necessária a inscrição na OAB para exercer a profissão de advogado, inscrição essa que é condicionada à aprovação no exame da ordem. Foi promovida uma ADI perante o STF, mas ela foi declarada constitucional.
- Indisponibilidade
	
	A ADI 11278 declarou a inconstitucionalidade da expressão “qualquer” do art. 1º, da lei 8906, pois o STF considerou que há casos nos quais é dispensável a presença do advogado. A CF disse que seria na forma da lei a representação do advogado no processo, mas veio a lei e considerou que ela seria absoluta em qualquer processo. Por ex, a ação de habeas corpus, as ações trabalhistas, as ações nos juizados especiais não precisam do advogado.
- Função Pública no processo
	Art. 2º, par. 1º e 2º, lei 8906.
	Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça.
§ 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social.
§ 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público.
§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta lei.
	No par. 3º, há exceções, quando o advogado abusar do seu direito de representação processual.
	É muito importante essa idéia de função pública que o advogado exerce no processo, tendo inclusive a CF e o EOAB considerando a advocacia atividade indispensável à justiça. O advogado, assim, defende os interesses das pessoas que se sentem lesada em algum direito.
- Inviolabilidade
	O advogado é inviolável nas suas palavras e atos, segundo o par. 3º, do art.2º, lei 8906.
- Responsabilidade: art. 32, EOAB
	
	O advogado, além dos direitos, tem deveres. O CPC prevê no art. 14 que caberá ao estatuto da OAB definir as responsabilidades do advogado (que estão no art. 32, EOAB).
	O art. 31, EOAB prevê que o advogado deve atuar observando os valores éticos da sociedade.
	Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa.
Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente responsável com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte contrária, o que será apurado em ação própria.
	O advogado, assim, tem responsabilidade com o cliente (extraprocessual) e no processo (endoprocessual), no caso deste último se agir de forma temerária (com falta de boa-fé), havendo um processo próprio para apurar esse ato.
- Mandato:
Representação judicial
Escrito
Verbal
	O advogado, para agir no processo, deve ter um mandato outorgando-lhe poderes para representar judicialmente. Regra geral, a representação judicial é feita no processo de forma escrita. Exceto, por ex, nos juizados especiais, pois devido ao p. da informalidade, a representação pode ser verbal.
	No processo civil, se a parte está com o procurador, mas não há o mandato de representação judicial, como agir? Intima-se a parte, através do procurador, para regularizar a situação.
- Poderes:
	Poder “ad judicia” para o foro em geral – significa que a parte dá ao advogado poderes gerais para agir durante todo aquele processo. São aqueles poderes necessários para agir naturalmente no processo. Ex.: receber intimação, levantar provas, testemunhas, etc.
	Poderes específicos seriam aqueles não naturais – são aqueles poderes necessários para dispor sobre o direito material, por ex, transigir, desistir, renunciar, dar quitação, firmar compromisso.
Extinção – os poderes podem ser revogados pelo cliente, do mesmo jeito que o advogado pode renunciar os poderes. A extinção pode ser voluntária, quando, por ex, a parte ou o advogado morrer.
	Revogação – a parte pode revogar o mandato do advogado. Entretanto, se ela assim o fizer, precisa nomear outro para o lugar do anterior, porque a figura do advogado é necessária.
	Renúncia - o advogado pode renunciar o mandato, mas ele precisa ficar 10 dias depois que declarar que renúncia ao mandato de representação judicial (arts. 44 e 45, CPC; art. 5º, EOAB)
	OBS.: um advogado pode transferir parte ou todo os poderes para outro advogado. É o chamado substabelecimento, que pode ser com reservas de poderes ou sem reservas de poderes.Tecnicamente, a lei não prevê a necessidade da parte aceitar o substabelecimento. Mas, por questão de bom senso, é bom consultar a parte.
	OBS.: A procuração tem o outorgante (parte) e o outorgado (advogado)
- Estagiário:
2 últimos anos ensino do Direito
Inscrição OAB = carteira
Atuar no processo conjuntamente com advogado
	A função do estágio é aprender na prática o que estudou na universidade. 
	Para ser estagiário, é preciso estar inscrito na OAB e estar nos dois últimos anos da faculdade de Direito. Feito isso, o estagiário pode atuar conjuntamente com o advogado no processo.
	O EOAB diz que o estagiário (assim como o advogado) não pode estar impedido de exercer a profissão. Ex.: exonerado do quadro da OAB.- Nulidade
	O art. 4º, lei 8906.
	Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas.
Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia.
	No caso de um processo em que o advogado está impedido de atuar e a parte não sabe, o juiz deve interromper o processo, intimar a parte para que nomeie outro procurador para que este ratifique os atos já praticados e continue defendendo a parte. Se for o procurador do autor e esse não regularizar a situação, extingue-se o processo. Se for o réu, será caso de revelia.
	No processo penal, se o advogado está suspenso, o juiz deve nomear um defensor.
PROCESSO
- Tipos: adequação teleológica
- Pré-processual = legislador
	
	A classificação dos tipos de processo varia de autor para autor. Vamos ver a classificação de acordo com a adequação teleológica.
	Se pensarmos o processo como instrumento, entendemos que nele as partes têm direito a um devido processo legal, que pode usar dos mais diversos instrumentos para garantir o contraditório e a ampla defesa.
	Esse instrumento deve ser adequado ao que se pede. O processo adéqua-se ao tipo de pretensão que se pede. 
	Essa adequação pode ser pré-processual (quando o legislador já determina a adequação) ou endoprocessual (o juiz vai adequar o processo de acordo com o caso concreto).
	Na adequação endoprocessual, o juiz deve fazer um juízo de ponderação, ou seja, analisar se os instrumentos utilizados no processo são proporcionais para se chegar ao fim almejado por aquele processo.
	De acordo com a tutela do pedido, tem-se os seguintes pedidos imediatos:
Processo de conhecimento
	
	Aqui o juiz vai conhecer os fatos para se chegar ao direito. É um processo de cognição, de conhecimento dos fatos. E a partir do momento que se chega ao direito, o juiz vai aplicá-lo.
	Hoje o processo de conhecimento é chamado de sincrético. Ou seja, o processo é “corrido”: o juiz conhece os fatos, chega-se ao direito, aplica-o. Não há a divisão em processo de conhecimento, de execução. Isso acontecia antes, mas agora acontece tudo de uma vez. Segue naturalmente a ordem cronológica, sem interrupção.
Tutela declaratória:
	
- Pura
	É aquela em que o autor pede apenas para que o juiz declare a existência de uma situação que já existe. Ela não irá criar essa situação, mas apenas atestar a sua existência.
	A tutela declaratória tem efeito “ex tunc”.
	A decisão declaratória pode obrigar, tacitamente, a parte realizar determinada obrigação.
- Com prestação
	Há alguns processos de conhecimento nos quais o autor pede uma prestação. Não precisa, por ex, um novo processo para buscar a indenização. O processo cognitivo declaratório com prestação tem, então, um cumprimento de uma decisao (fase de execução).
Tutela constitutiva:
	O processo vai organizar de forma cognitiva: passar de fatos a uma decisão. Quando o juiz profere essa decisão, esta vai criar, modificar ou extinguir situações jurídicas. Ex: renovar o contrato de locação.
	Normalmente a decisão na tutela constitutiva não precisa de outro processo para ser aplicada. Ela tem efeito “ex nunc”.
	A decisão constitutiva pode ser positiva ou negativa, ou seja, pode criar ou extinguir relações jurídicas.
Tutela condenatória: prestação (cumprimento da sentença)
	A decisão condenatória vai obrigar a parte a realizar determinada atividade. Vai obrigá-la a cumprir uma obrigação. A decisão aqui é explicita quando condena a parte, ou seja, ela diz expressamente que a parte tem que fazer ou não fazer algo.
	Uma decisão condenatória pode ser positiva ou negativa. Em outras palavras, ela pode condenar a parte a dar, fazer ou não fazer.
	OBS.: MAGNONI – fala em ações inibitórias – elas inibem a lesão de algum bem. Ex: caso da revista bibliográfica do Roberto Carlos em que ele entrou com uma ação para impedir que a revista circulasse.
	
	No cumprimento de sentença condenatória a parte quer uma atitude do sucumbente.
	Como vai cumprir a sentença? Por intimação pela parte, pelo advogado, etc. Não temos uma reposta certa.
	
Tutela mandamental - cumprimento da decisão sem atividade do sucumbente
	A decisão mandamental é aquela em que há uma condenação tão exposta que o cumprimento é direto, não tem atividade do sucumbente. Ex: expede-se um mandado para terceiros cumprirem (cartório, penitenciária, etc.).
	A prestação é feita por terceiros, não pelo sucumbente.
Processo de execução
	No processo cognitivo, há um fato, que leva a um direito e depois leva a uma prestação.
	Já no processo de execução é o inverso: já se tem o direito e aplica-se no fato. Eu já tenho um título executivo que vai ser executado, aplicado.
	OBS: dentro do processo de execução pode-se discutir objeções. Ex: prescrição. Essas objeções são contestações prontas, que não é preciso provar nada. Fora disso, tenho que entrar com embargos.
- de titulo executivo extrajudicial
- CPC, art. 585 – 
	Somente são títulos extrajudiciais aqueles previstos em lei, pois eles já presumem que o possuidor tem o título.
- de título executivo judicial (sem processo de conhecimento cível judicial)
	Há títulos judiciais sem processo cível precedente. Ex: art. 475-N, CPC; sentença arbitral; acordo; um processo crime com dano ex delictum.
Título:	
Líquido – o título deve ser líquido, ou seja, claro, preciso na concessão do direito. Ex: tem uma sentença condenatória que reconhece a obrigação de indenizar um trator. Essa sentença será um título judicial. O título deve ser líquido, ou seja, deve-se determinar o preço do trator.
	Líquido é quando se tem a obrigação definida.
Certo – deve ser um título existente, ou seja, ao se olhar para ele sabe-se que ele dá o direito de buscar a execução.
Exigível – ele deve ser válido.
Processo cautelar (medida ≠ preclusão)
	- Preparatório ou incidental
	- condições específicas: 
	
	Cautelar significa assegurar (bens, pessoas, direitos, etc.). Essa medida assecuratória é diferente da pretensão.
	Ela pode ser liminar ou não. Pode ser típica (prevista em lei) ou atípica (não prevista em lei).
 	Ela pode ser preparatória (anterior) ou incidental.
	No processo cautelar busca-se assegurar efetividade dos processos cognitivos ou executivos.
	Para se conceder a medida cautelar, o autor tem que demonstrar 2 coisas:
- “fumus boni juris" – o juiz não faz um exame de mérito para ver quem tem razão. O juiz vai analisar as condições da ação. Se estiver certo, ele concede o direito e vai discutir mais profundamente na decisão final.
	Significa “fumaça do bom direito”, ou seja, o autor comprova que tem a real possibilidade de ter o direito.
- “periculum in mora” – significa “perigo da demora”, ou seja, a demora na concessão do direito pleiteado pode ser perigoso ao autor. 
	OBS.: Poder Geral de Cautela – é o poder que o juiz tem de dentro do processo, observando que o bem em discussão, pode sofrer uma lesão com a demora da decisão, conceder ex oficio a cautela. Para fazer isso, ele deve dar uma boa motivação, para não ferir a imparcialidade.
OBRIGAÇÕES E ONUS DAS PARTES NO PROCESSO CIVIL
	Os conceitos de obrigações, ônus, direito, poder, faculdade advêm de relações entre sujeitos.
DIREITO: é posição jurídica na qual uma parte pode exigir da outra uma prestação
PODER: a parte pode exigir a prestação da outra parte, mas possui coercibilidade.
ÔNUS: são encargos que a parte tem cumprir e se eu não cumprir a parte pode vir a sofrer uma sanção (pode ter ou não consequências indesejáveis).
OBRIGAÇÕES: são encargos que a parte tem que cumprir sob pena de responsabilização.
Ex 1: diz o CPC, que eu tenho a obrigação da anterioridade: eutenho que pagar primeiro para depois poder pleitear em juízo.
Ex 2: ônus da prova – a parte pode exercer ou não esse, e arcará com as consequencias.
Ex 3: ônus da sucumbência – se a parte perder a ação, ela pode vir a arcar com as custas.
Ex 4: obrigação de pagar os honorário periciais – a parte só consegue a prova pericial se pagar.
- Obrigação no processo civil: arts. 19 a 35, CPC
Despesas – é o que se paga para o andamento do processo.
Custas – 
Honorários sucumbenciais – 
	As obrigações das despesas e custas fundamentam-se no p. da anterioridade, ou seja, somente prossegue o rito processual se a parte pagar anteriormente.
	Os honorários sucumbenciais baseiam-se na sentença, ou seja, a decisão final do juiz determinará quem arcará com os honorários sucumbenciais (pagamento de advogado).
	Se a pessoa que perdeu estiver sob a assistência judiciária gratuita: o juiz deixará claro na sentença que o réu está condenado a pagar. Mas, ao lado da condenação, o juiz declara que o réu é “isento das custas judiciais por estar amparado pela assistência judiciária gratuita”.
- CPC, art. 20 – sentença
- Despesas: abrangem não só as custas do processo, como remuneração de assistente técnico, viagem de testamunhas, etc. Está previsto no par. 2º, art. 20, CPC.
- Honorários: estão previstos no par. 3º e 4º, art. 20, CPC. O par. 3º fala que os honorários advocatícios serão calculados com base no valor da condenação da sentença. Pressupõe-se aqui que haverá uma sentença condenatória. Mas e se a sentença for de conhecimento? Aí a jurisprudência entende que os honorários serão calculados com base no valor da causa (o advogado atribui um valor à causa).
- CPC, art. 21 – fala da sucumbência recíproca.
- CPC, art. 33 - Honorários de perito
- CPC, art. 34 – pedido contraposto
- CPC, art. 35 – má-fé
DO PROCEDIMENTO
	Vamos analisar conceitos de direito material para transportá-los para o processo.
	
Livro da Ada:
Fato – é um acontecimento natural que modifica o mundo exterior.
Fato jurídico: lato / restrito – é um acontecimento que acontece no mundo que tem consequências para criar, modificar ou extinguir direitos.
Ato – envolve o elemento volitivo (vontade). Assim, é um ato de vontade ligado à razão humana capaz de modificar o mundo exterior.
Ato jurídico – é um ato de vontade que tem consequências jurídicas, gera direitos e deveres.
Ato jurídico processual – é o ato jurídico praticado dentro do processo ou que tem consequências dentro do processo. Ele vai criar, desenvolver ou extinguir uma relação processual e, consequentemente, o próprio processo.
	O processo é o resultado da relação jurídica processual e atos do procedimento (atos processuais). 
	Para dar início a um processo, deve-se ter o primeiro ato, que dará início à relação processual. Este ato é o ato de demandar.
- ato processual
	Fato – posições – relações
	(Ato)
	No processo
	As partes praticam atos, que geram posições de vantagem ou desvantagem, que formam as relações (que são as regras). Isso tudo acontece no processo, mais tecnicamente, dentro das fases do procedimento. Estas fases podem ser: postulatória, probatória, decisória e executória.
	Ex: ato capaz de criar uma relação: citação, contestação, produzir prova, o ato do juiz de marcar audiência, etc..
	
- Classificação quanto aos sujeitos:
Do Juiz:
	O juiz participa do processo de modo mandamental. Ele manda, ele não pede. Os atos que ele pode praticar são:
	- provimentos: são determinações do juiz, que podem ser em relação à causa ou à marcha do processo. No primeiro caso, ele está julgando; no segundo caso, ele dá prosseguimento ao andamento do processo.
	O julgamento pode ser final ou interlocutório (decisão no meio do processo sem extingui-lo).
	
	- materiais: instrução / documentação
	O juiz apenas participa. Ele colhe as provas e documenta as folhas.
- CPC, art. 162 – são atos do juiz:
	- sentenças (são resoluções, põem fim)
- senenteças de mérito – art. 269, CPC
	Também chamada de sentença definitiva.
- sentenças de ordem formal – art. 267, CPC
	Também chamada de sentença terminativa
	- decisão interlocutória (não põe fim. Pode ser em relação à causa ou de ordem formal)
	Ex relacionada à causa: tutela antecipada
	Ex de cunho formal: decisão que não estão presentes as condições da ação.
	- Despachos de expediente: são de pura movimentação.
- CPP, art. 800
 	- decisão: põem fim ao processo
	
		- definitiva (discute o mérito)
		- interlocutória mista (discute aspectos formais)
	
	- decisão interlocutória simples (não põem fim ao processo)
	- despacho
Das partes
	Os atos praticados pelas partes são:
	- postulatórios: são os pedidos. Ada divide em:
		- pedido: é relacionado à causa (tudo que envolve a lide, o direito material)
		- requerimento: é relacionado à marcha do processo ou às questões de ordem formal
	- dispositivos: vão dispor em relação:
		- ao processo:
		- à causa:
	Os atos dispositivos pode simplesmente dar fim ao processo (com ou sem resolução de mérito). Esses atos podem ser unilaterais (a parte resolve o processo por conta própria. Ela pode desistir da sua pretensão ou acatar a pretensão da contraparte) ou bilaterais (as partes firmam acordos ou transações).
	OBS.: quais seriam as consequências de uma desistência da parte? O CPC responde 
art. 26, CPC.
	- instrutórios: as partes vão buscar o convencimento do terceiro imparcial (juiz). A doutrina moderna fala que instrutorios referem-se aos atos de alegações e de produções das provas.
	- reais: os atos reais são chamados de re non verbis, ou seja, são aqueles que não são por palavras, mas por ações materiais. Ex: ir ao banco e pagar as custas.
Dos auxiliares
	Os auxiliares são aqueles que vão colaborar com o juiz no andamento do processo. A lei obriga que a investidura de cargos públicos, como os auxiliares, deve ser obrigatoriamente por meio de concurso.
	Os mais próximos do juiz são: o escrivão (secretário) e o oficial de justiça. Há outros. 
	Os auxiliares são responsáveis pela documentação do processo, pela movimentação, pela comunicação dos atos, pela execução dos atos e pela guarda dos autos. 
	Em regra, cabe ao escrivão fazer a documentação, movimentação e comunicação do processo e guarda dos autos. Cabe ao oficial de justiça fazer a execução dos atos (cumprir as ordens do juiz – ex: cumprir um mandado).
ATOS DO PROCEDIMENTO (Ada e Didier)
	O processo deve ter uma duração razoável. Ele deve ser célere, mas não quer dizer que será rápido a qualquer modo, é célere e eficiente.
- Forma legal: formalidade - segurança
	Dentro do Estado Democrático de Direito, os sujeitos que demandam devem ter uma segurança sobre o caminho que se percorre dentro de um processo. Por isso, há formalidades presentes na lei que garantem essa segurança aos litigantes.
	Ada fala que a formalidade dá uma segurança prévia no que diz respeito ao caminho que se vai percorrer no exercício da função jurisdicional.
- Sistemas de formas:	
	- liberdade – o ato pode ser praticado de forma livre, conquanto se chegue ao fim. Ada fala que esse sistema leva ao caos e à incerteza.
	- Equidade do juiz – caberia ao juiz determinar os atos que achar melhor para se percorrer o processo.
	- formalidade – é o nosso processo. Existe um p. da legalidade que determina que a lei preveja os atos processuais. Pode ser uma formalidade:
		- flexível – em que se admitem alterações das formalidades legais. Permitem-se adaptações, adequações das formalidades legais às peculiaridades do caso concreto.
		- rígido – não admite (ou dificilmente) alteração das formalidades da lei. O nosso sistema é, visto sob o olhar dos juízes tradicionais, um sistema de formalidade rígido. Na prática, esse é o sistema vigente.
	OBS.: O novo projeto do CPC diz que o juiz na utilização de seus poderes pode alterara ordem das provas, inverter o ônus da prova. O legislador preve a possibilidade do juiz alterar as fases do processo (postulatória, probatória, decisória, executória), desde que fundamente bem.
Apesar de sua rigidez, já se pode interpretar o atual CPC de forma que o juiz pode alterar os atos do processo se fundamentar bem. Maninoni fala que o juiz pode alterar os atos por motivos de justiça.
	OBS.: p. da adequação e p. da adaptabilidade. Didier diferencia-os.
	No sistema da formalidade, na hora de formar a lei vai buscar 3 circunstancias: lugar (onde), tempo (quando), modo (como)
	
- Circunstâncias:
	- lugar – tempo – modo	- 
				- atividade
				- RIP
Lugar
	Regra geral, os procedimentos são realizados na sede do juízo. Obviamente, existem exceções previstas pelo legislador em virtude da característica do ato. Ex: casos de comunicação (intimação, citação, ofício), casos de execução, etc.. Ex: antes a penhora de dinheiro era feito no banco. Hoje a penhora é feita por meio eletrônico (penhora on line): o juiz tem acesso ao banco central e pela internet faz a penhora.
	
Tempo:	- período
		- prazos
	Os atos processuais são, apesar de independentes, são interligados, na medida em que só se pode fazer um ato se tiver sido feito um ato anterior.
	Os atos têm uma cronologia: tem sempre uma data documentada no processo (data que deu baixa, data de carga, data de despacho, data para conclusão).
	
	Tipos de prazos:
- legais – são aqueles previstos em lei.
- judiciais – são aqueles em que a lei dá ao juiz o poder de determinar o prazo
- convencionais – são aqueles convencionados pelas partes.
A Ada fez uma classificação sobre os atos:
- Quanto à distância: dilatórios/aceleratórios
	Dilatórios – é aquele ato que se tem um dia certo para praticar. O processo fica aguardando o dia determinado para que aconteça o ato e ele ande. Tem que esperar o dia para praticar o ato.
	Aceleratórios – é aquele ato que se tem um período para praticar o ato (ex: 15 dias para contestar). Não precisa esperar um dia determinado para praticar o ato. 
- Quando à imperatividade: ordinatórios / peremptórios
	Ordinatórios – aqueles que podem ser modificados pelo juiz ou pelas partes (convenção)
	Peremptórios – aqueles atos que não podem ser modificados. São prefixados na lei.
	O novo CPC, porém, prevê em um dos seus artigos que “o juiz pode modificar os prazos processuais”. Será que ele pode mudar os ordinatórios e os peremptórios? A professora entende que ele pode sim alterar os ordinatórios e os peremptórios, desde que haja fundamentação para se buscar justiça. Mas essa fundamentação deve ser forte, clara, irrefutável.
Existem, contudo, autores que entendem que não é possível mudar os prazos peremptórios, em virtude do p. da segurança jurídica.
- Quanto à preclusão temporal: próprios / impróprios – 
	Próprios – são atos que tem um tempo para ser praticado, findo o qual perde o direito de praticá-los.
	Impróprios – são atos que tem um tempo para ser praticado, mas ao contrario dos próprios, não perde o direito de praticá-los. A parte será penalizada de outra forma (indenização, por ex).
	OBS.: Contagem atualmente
A contagem atualmente no processo judicial da-se por dias corridos, a não ser que há algo para suspender ou interromper o prazo. Na suspensão, para de contar o prazo durante o período de suspensão e terminado esse o prazo volta a correr. Na interrupção, o prazo para de contar, zera, e depois inicia novamente.
A contagem pode ser do conhecimento, do ato, da juntada do documento de conhecimento, vai depender da política legislativa.
O prazo processual conta-se excluindo o dia do começo e incluindo-se o dia do final. Se cair em dia não-útil, prorroga-se para o dia útil subseqüente (dies a quo não conta; dies ad quem conta).
O novo CPC prevê que os dias serão contados em dias uteis. Isso porque com o CPC atual há problemas: carnaval não suspende, já em feriado, natal suspende.
O advogado que perde o prazo processual responde por culpa (negligencia)
	Quando a lei não prevê, cabe ao juiz. Se este também não prever, tem o prazo genérico na lei de 5 dias.
	
Modo:
	
3.1) linguagem
- oral - 
- escrito
- misto
	Deve-se usar o vernáculo (língua portuguesa). 
	O juiz deve ter uma linguagem acessível, que mostre para o real destinatário (o cidadão) o seu fundamento para a decisão dada ao processo.
	Antigamente, os procedimentos eram orais. Com o tempo, começaram a documentar os procedimentos orais. Isso em Roma. 
	No direito canônico, começaram a fazer escritos com a glosa.
	Com a escolástica, buscou-se a oralidade
	No direito napoelonico, voltou-se a escrita.
	Hoje, tem-se no processo atos orais e atos escritos.
	OBS: a professora acha que a oralidade deve ser mais presente, para dar mais celeridade ao processo e evitar a burocracia com documentações. 
PRINCÍPIOS DA ORALIDADE:
- oral – 
- oralidade: características
	Mais do que a forma oral (forma verbal de expressão), ela tem subprincípios que informar a oralidade:
P. da Imediação – o juiz tem que ter um contato com as provas (tem que ter contato com a fase postulatória e probatória) para pode julgar o mérito.
P. da Identidade física do juiz – derivado do p. da imediação. Os 2 estão sendo mitigado.
P. da concentração dos atos – é a reunião feita em audiência, sessão de tribunal.
	Outra características do procedimento oral:
- irrecorribilidade das interlocutórias – interlocutórias são decisões que o juiz toma que não põem fim ao processo. Entende-se que dessas decisões interlocutórias no procedimento oral não cabe recurso.
	Entretanto, admite-se que é cabível mandado de segurança, pois este é cabível contra atos de autoriade pública, sendo o juiz uma autoridade, pode impetrar mandado de segurança contra decisões interlocutórias. 
Procedimento
Modo – impulso = atividade
	O processo tem que nascer, desenvolver-se e morrer e tudo isso dentro de um tempo razoável, da maneira mais justa para as partes e de forma eficiente.
	O processo segue por impulso (atividade), que é um fenômeno que faz com que o processo caminhe para frente, evitando que ele retroceda.
	Para que o processo ande, os sujeitos (partes e juiz) vão praticar atividades para impulsionar o processo. O juiz é uma figura central no processo, pois, uma vez que a parte provocou o judiciário e o retirou da inércia, caberá ao juiz praticar as atividades para que o processo caminhe, não fique parado. 
	Antes da publicização do processo, cabia as partes praticar os atos conforme suas vontades. Com a publicização, o Estado assumiu o poder-dever de conduzir o processo, passando o juiz a ser o responsável por isso.
	A relação processual é marcada pela progressividade, ou seja, existem práticas de atos interligados que fazem com que o processo caminhe para frente.
Dos sujeitos:
	- partes: heterodinâmica - atos (o impulso processual é feito pelas partes)
	
	- juiz: autodinâmica – atos / dever (o impulso processual é feito pelo próprio juiz – chamado de impulso oficial)	
	O impulso pelas partes e pelo juiz faz o processo caminhar para o fim.
	Os sujeitos têm limites em suas atividades:
Limites:	
	
	subjetivos: ônus + poderes (os limites subjetivos determinam os ônus e poderes, inclusive de exigir do Estado a tutela. O ônus está ligado às partes, pois se a parte não praticar determinado ato, ela arcará com as consequências. 
	Objetivos: formas / prazos + preclusão (os limites objetivos são previstos por normas que determinam as formalidades e os prazos que partes e juiz devem cumprir. Além disso, há um instituto importante: a preclusão).
Preclusão: 
Endoprocessual (a preclusão só acontece dentro do processo, mas isso não quer dizer que ela não possa gerar efeitos fora do processo.
	Diferentemente da prescrição e da decadência, que estão ligadas ao direitomaterial, a preclusão está ligada ao direito processual.
	Prescrição é a perda da pretensão. Ex: eu tenho um credito decorrente de um cheque. Eu tenho 6 meses para deduzir a pretensão executiva. Ou seja, passado os 6 meses, eu não posso pretender a execução do cheque, mas eu ainda continuo com o direito de cobrar o devedor.
	Decadência é a perda do direito material. Ex: eu tenho direito de renovar um contrato de locação antes do prazo de vencimento. Se eu não fizer, eu perco esse direito de renovar.
	No processo civil, a prescrição e a decadência são pré-processuais. No processo penal existe a prescrição intercorrente, que busca garantir que o Estado não demore a dar andamento com o processo, ela é, portanto, endoprocessual.
	
Objetividade A preclusão objetivamente considerada em relação ao processo busca fazer com que ele caminhe para frente
Subjetividade a preclusão é a perda do direito de exercício de uma faculdade, ônus, poder processual em decorrência do decurso do tempo. A preclusão existe porque existem situações jurídicas que não podem se eternizar.
Não é sanção: não é punição para ilícito = ônus
	
	A maioria dos autores, como Chiovenda, entende que a preclusão não é sanção. Trata-se de um ônus, ou seja, se os sujeitos do processo não praticam o ato dentro do prazo determinado, eles sofreram as consequências, que no caso da preclusão, é a perda da pretensão.
Didier = entende que pode haver 2 tipos de preclusão: uma preclusão que é ônus; e como exceção há uma pretensão punitiva.
	Ex: art. 198, CPC – é uma punição para o juiz, pois se este exceder os prazo processuais, o Tribunal de Justiça pode designar outro juiz para o caso. Além disso, o juiz pode sofrer punições administrativas.
	Ex: inventario: é nomeado um inventarianente, que, se praticar no processo atos contrários a seu poder, pode ser advertido ou retirado da sua posição.
	Ex: art. 996, CPC
	Ex: confissão ficta
TIPOS DE PRECLUSÃO
Temporal
	Se o sujeito não pratica o ato dentro do prazo fixado, ele perde a pretensão. Ou seja, na preclusão temporal o sujeito perde a pretensão porque não praticou o ato dentro do prazo pré-fixado.
	A preclusão existe para evitar abusos.
Lógica
	Trabalha os comportamentos e atos no processo. Trabalha a compatibilidade dos atos. O ato posterior tem que ser compatível com o anterior. Se não for, existe a preclusão lógica. Aqui tem a incidência do p. da boa-fé (venire contra factum proprium: proibição de condutas contraditórias).
	Ex 1: a parte pede um acordo, depois de ter sido feito, ele entra com recurso do acordo. É contraditório, logo incide a preclusão lógica.
	Ex 2: a parte renuncia a um prova, mas depois ela quer essa prova. Também é contraditório, logo incide a preclusão lógica.
	Ex 3: o juiz indefere a produção de uma prova. Depois julga improcedente o pedido por ausência de prova. É contraditório. Essa decisão tem que ser anulada. Incide o instituto da preclusão lógica.
	Ex 4: o juiz dá uma tutela antecipada baseada na verossimilhança do direito e depois, na sentença definitiva, ele indefere o pedido.	
Consumativa
	Ato já praticado. Ex: contestação – eu apresento uma contestação no 4º dia. Depois eu quero apresentar outra contestação ou acrescentar algo naquela. Não pode, gera uma insegurança jurídica. Logo, há a preclusão consumativa.
	Um ato já praticado não pode ser desfeito ou modificado posteriormente.
	Para Didier, tem-se um 4º tipo de preclusão: a preclusão punitiva, que é aquela que busca invalidar atos por ilicitude.
	Judicial: ? (sim)
Impulso:
Inicio
	Normalmente, devido a inércia do judiciário, o início do impulso judicial dá-se por heterodinâmica (a parte provoca o judiciário).
Desenvolvimento do processo
	O impulso para que o processo se desenvolva dá-se por heterodinamica + autodinamica
Módulo execução (cumprimento da sentença).
Processo civil 	
	Para que a sentença seja cumprida, é preciso que o impulso seja heterodinamica, ou seja, a parte precisa provocar o juiz. Isso no processo condenatório.
	Para a professora, no processo de conhecimento, o cumprimento da sentença pode ser dado por impulso oficial, ou seja, o juiz de oficio determina.
Processo penal
	Precisa que o MP peça para que o réu seja preso, para que cumpra a sentença. O impulso é autodinamico: o juiz determina o cumprimento.
Processo trabalho
	Pode ser autodinâmico (o juiz determina o cumprimento da sentença, isso se deve ao fato das partes muitas vezes não conhecerem o que precisa ser feito, haja vista que não precisa de advogado) ou heterodinâmico. 
Modo / rito:
	O caminho do processo pode ser mais espaçado no tempo ou não, isso depende muito da política legislativa.
	Quando se fala em rito processual, devemos entender se os atos do processo dar-se-ão de maneira mais curta, concentrado, ou de maneira mais longa, demorada.
	Há os ritos especiais quando o legislador leva em contra situações especificas para estabelecer rito adequado ao direito material ou ao sujeito. Ex: só o STF pode julgar o Presidente.
Civil:
	Comum	ordinário (mais concentrado)
		Sumário (mais espaçado)
	OBS.: O novo CPC prevê apenas um tipo de rito para o processo e o juizado especial.
	Especial	CPC, extravagante
		Juizado Especial
Penal: 	Comum	ordinário
		Sumário
	Especial:
Trabalho:	ordinário
	Sumário = especial
NULIDADES:	
Ato = forma legal
Princípio da legalidade
	Baseado no p. da segurança jurídica. 
	Com o novo CPC, há uma tentativa de quebra da legalidade restrita, na medida em que se busca uma adaptação das formas ao caso concreto.
	O p. da legalidade orienta o meio, tornando-o regular, para se buscar uma decisão justa.
Ato é diferente de forma (?)
	O ato irregular é aquele que contém um vício decorrente 
Defeito – vício – irregularidade
	Há tipos de irregularidade:
- sem consequência – ex: juiz sem a toga.
- sem consequência endoprocessual – ex: o juiz exceder o prazo para realizar um ato.
- Causam:	- nulidade relativa 
	- nulidade absoluta	
- Ato inexistente – é tão grave que não produz efeito no processo. Falta-lhe uma condição substancial para ser considerado um ato existente, que sequer pode produzi efeitos.
Irregularidade com consequência endoprocessual
	No momento em que se tem um ato irregular (por ser diferente da forma legal), ele produzirá efeitos até que haja uma sanção, que será a declaração de nuldade. O ato tem seu efeito e a declaração de nulidade é posterior. Ele, portanto, produz efeitos.
	O que o juiz deve fazer quando se depara com uma nulidade grave? Ele deve observar quais atos praticados no processo foram contaminados pelo vício. Aqueles que não foram contaminados permanecem inalterados. Tecnicamente, aqueles contaminados devem ser declarados nulos.
	O ato inexistente não produz efeitos, porque ele sequer existe.
	OBS: no direito material existe a anulabilidade e a nulidade. No direito processual existe somente a nulidade. No direito material um ato nulo não produz efeitos, mas somente o ato anulável. Já no direito processual um ato nulo pode gerar efeitos.
- sanção = declaração de nulidade
	É a punição ao ato disforme. Caracteriza-se pela invalidação do ato por meio da declaração de nulidade.
	OBS: a professora entende que a nulidade é uma espécie de invalidação
- efeitos até a declaração + técnica para declaração
- nulidade processual é diferente de nulidade material
CPP, art. 564
- CPP, art. 563 – determina que só haverá declaração de nulidade se houver prejuízo para as partes.
- CPP, art. 564 – parece que o legislador quis determinar taxativamente o rol de nulidades possíveis no processo.
CPC, art. 243 a 250
	Princípios utilizados
	Tem-se alguns princípios que atenuam a aplicação do p. da legalidade. Sua aplicação ficará condicionada a um juízo de proporcionalidade.
Causalidade
	Quando houver um vício,

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