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Introdução ao Estudo do Direito - Prof. Cláudia

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�Introdução ao Estudo do Direito I | � PAGE �43�
Sumário
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1 Conceitos Básicos	3
2 Norma Jurídica	4
2.1 Composição da Norma Jurídica	5
2.2 Estrutura da Norma Jurídica	6
2.3 Validade da Norma Jurídica	6
2.4 Formação Dialética da Norma	7
2.5 Tipos de Normas Jurídicas	8
3 Direito	9
4 Movimento de Codificação / Evolução do Direito	10
5 História do Direito	11
5.1 Direito Natural na Antiguidade Clássica ou Jusnaturalismo Clássico (Período Cosmonômico)	11
5.2 Jurisprudência Romana (Transição)	11
5.3 Direito Natural / Dogmaticidade na Idade Média – os Glosadores (Período Teonômico)	13
5.4 Direito Natural na Idade Moderna - Jusracionalismo	14
5.5 Escola de Exegese (Transição)	15
5.6 Positivismo Jurídico	15
5.7 Escola Histórica (Savigny)	17
5.8 Pandectismo ou Jurisprudência dos Conceitos – Puchta e Windscheid (final do séc. XIX)	18
5.9 Jurisprudência dos Interesses - Jhering	18
5.10 Escola da Livre Pesquisa / Investigação Científica – Gény (França) e Kantorowírz (Alemanha) – Início do séc. XX	19
5.11 Escola do Direito Livre – Ehrlich (Alemanha – início do séc. XX)	20
5.12 Normativismo Jurídico (Hans Kelsen)	20
5.13 Realismo Jurídico – Commom Law (EUA, Inglaterra e Austrália)	22
5.14 Tridimensionalismo – Miguel Reale (Itália)	22
5.15 Teoria da Argumentação Jurídica – Alexy (Alemanha, 1970) 	23
6 Fontes das Normas Jurídicas	29
6.1 Lei	29
6.2 Costumes	30
6.3 Jurisprudência	31
6.4 Doutrina	31
6.5 Tratados Internacionais	32
7 Direito Positivo	32
8 Classificação das Normas Jurídicas	33
9 Finalidade da Norma Jurídica	34
10 Formas das normas Jurídicas	34
10.1 Regras	34
10.2 Princípios	35
11 Enciclopédia Jurídica	35
11.1 Agrupamentos das Normas Jurídicas	36
11.2 Enciclopédia do Direito	36
11.2.1 Direito Público	36
11.2.2 Direito Privado	37
11.2.3 Direito Constitucional	37
11.2.4 Direito Administrativo	38
11.2.5 Direito Financeiro	38
11.2.6 Direito Penal	38
11.2.7 Direito Processual Civil e Penal	38
11.2.8 Direito Internacional Público	39
11.2.9 Direito Internacional Privado	39
11.2.10 Direito do Trabalho	39
11.2.11 Direito Civil	39
11.2.12 Direito Comercial	39
11.2.13 Sociologia do Direito	39
11.2.14 Filosofia do Direito	40
12 Hermenêutica	40
12.1 Métodos Hermenêuticos	42���
Conceitos Básicos
Conhecimento vulgar é aquele que se adquiri sem método, advém do cotidiano, fortuito, não esquematizado e não se pode comprovar o que se afirma. Daí, esse conhecimento possui certa insegurança.
Conhecimento científico, por sua vez, busca a verdade (certeza), a partir de provas, é esquematizado (sistematizado) e adquirido com método.
Ciência: sistema (organizado) que busca a verdade a partir de fatos verificados ou verificáveis.
Método de conhecimento: (instrumento de aquisição da verdade, da essência; entra no interior da realidade, forma):
-Indutivo: parte da singularidade para o geral (conceito uno)
-Dedutivo: parte do geral para o particular (singularidade)
Ciência explicativa é aquela que trata do ser, que tem por objeto a realidade como ela é. Enfim, a sua finalidade é teórica, voltada para o intelecto, consistindo na contemplação da essência do objeto. Usa-se o método Indutivo, relação de causalidade.
 
As ciências normativas tratam do dever ser, tendo por objeto a realidade como deve acontecer. A sua finalidade é prática, voltada para a análise da ação humana dotada de vontade. Do exposto, advém que o direito é uma ciência normativa. Usa-se o método indutivo para elaboração e o dedutivo para explicação.
Juízos Normativos são hipotético-condicionais, ou seja, eles tratam do “deve ser” (hipotético) e se apresentam na forma de “se... então...” (condicional), sendo usada a relação imputabilidade (obrigatoriedade). Impõe-se a Lei sobre uma conduta a fim de provocar um comportamento. Condição de possibilidade (liberdade).
Norma Jurídica
Norma é uma ordenação lógica de fatos segundo valores em determinado tempo histórico que orienta o agir humano (intelecto + conhecer + vontade) > normas de conduta, ou regulam indiretamente a administração pública > normas de organização, visando um determinado fim. Seque a logica formal para evitar contradições porque é rica em princípios, como o da identidade, da não contradição, do perfeccionismo (ou A = A ou não). 
Não têm apenas aspecto lógico, pois possuem uma carga axiológica, ou seja, uma objetividade do valor (motivo da ação) a ser atingido. Visa a realização de um determinado fim (obtido mediante o uso do intelecto da vontade). É a ordenação lógica do agir, segundo fatos, tornados valores para realização de determinado fim. Conduta exigida.
A norma existe situada em um momento histórico (particularidade) e por isso, é temporal, já que pode deixar de existir ou permanecer caso o seu conteúdo não seja mais relevante, pois só deve ser normatizado aquilo que possui conteúdo axiológico máximo, atribuindo a coercibilidade (ação do Estado). 
Algumas normas são indispensáveis, imprescindíveis, uma vez alcançadas, não abrimos mão delas, tornando-se invariantes axiológicos que, como a liberdade, por exemplo, podem até ser esquecidas por um momento histórico (ditadura), mas que continuam como valor, e a norma retorna no final do período.
As normas compõem o ethos social, ou seja, toda a construção normativa da sociedade. Norma é um esquema de interpretação da realidade, seu conhecimento depende do intelecto e seu cumprimento, vontade humana (liberdade como condição de possibilidade). Relação de imputabilidade (dever ser) e conteúdo diverso. Só existe norma porque há liberdade para elaborar e para cumprir. Consequência jurídica que deve acontecer em fato concreto (ser da ciência experimental X ser da ciência normativa): tudo o que é relevante para o homem deve ser normatizado. Somente a norma jurídica é dotada de juridicidade.
Composição da Norma Jurídica
Bilateralidade Atributiva: está relacionado à intersubjetividade da norma (dois ou mais sujeitos envolvidos) e confere, imperativamente, um sujeito de direito (ou ativo, ou subjetivo) e outro sujeito de dever (ou passivo).
Sugibilidade (Heteronomia): atribuído o direito subjetivo, tem-se a possibilidade de se exigir (demandar) o cumprimento dele (da norma), acima das pretensões dos destinatários, visto ser posto por terceiros aquilo que somos obrigados juridicamente a fazer. Daí o conceito de Heteronomia (imposição de uma norma por terceiros) e Autonomia (pelo próprio sujeito).
Irresistibilidade: está relacionada com a coercibilidade do Direito: o sujeito passivo não pode resistir a cumprir um dever, ou seja, exigir irresistivelmente, com a possibilidade do uso da força física.
Universalidade formal e material: formal (estrutura) porque é dirigida a todos (isonomia, igualdade) e material (conteúdo que todos determinam) porque é por todos elaborada (democracia).
As normas são compostas por três aspectos básicos:
Normativo: relativo à sua estrutura lógica deôntica (dever ser) 
Fático: relativo ao conteúdo da norma
Axiológico: relativo ao valor inserido na norma
A Legitimidade é um fundamento da exigibilidade irresistível da norma, porque ela é por todos elaborada, sendo dotada de sanção, punição e coerção. Inclusive sua sanção é elaborada (querer). A norma jurídica contém o conteúdo máximo da normatividade (racionalidade) social, do ethos, porque só o que é considerado indispensável é transformado em norma jurídica, atribuindo coercibilidade (ação do Estado).
Algumas coisas são legais (não há punição), mas é Imoral (ex. religião, valores sociais). É transformado em norma jurídica e deixa o lado da moralidade pelo uso da racionalidade. Sentido objetivo do dever ser (muitos aprovam), não vem da subjetividade de uma única pessoa. As normas são sistematizadas no ordenamento jurídico. Há quatro grupos de normas, sendo que todas possuem imperatividade:
Convencionalismos sociais: bom relacionamento, exterioridade e heteronomia;
Normas Morais: alcancedo bem comum, interioridade e autonomia;
Normas religiosas: vontade divina, interioridade;
Normas Jurídicas: exterioridade, heteronomia e coercibilidade.
As normas são enunciados deônticos, ou seja, do “dever ser”. De forma mandamental, permissiva ou proibitiva, sempre imperativa (imputabilidade). Podem ser:
Normas de conduta: orientam imediatamente/diretamente o agir/comportamento humano;
Normas de organização/estrutura: orientam mediatamente/indiretamente a conduta humana, porque regulam a administração pública.
Normas jurídicas são sempre objetivadas, sendo algumas positivadas (escritas), todas são passiveis de conhecimento por todos. 
Estrutura da Norma Jurídica
É um juízo hipotético-condicional. Se A (fato) deve ser B (consequência jurídica, cria o dever), primária. Se não B (não for cumprido), deve ser C (sanção), secundária. Exemplo: Se houver um empréstimo (A), deve ser pago (B). Se não for pago, deve haver multa (C). “Se A” é a hipótese de fato, “Dever Ser” é a cópula (acabamento), “B” é a consequência jurídica (dever jurídico ou seu anverso, direito subjetivo) e “C” é a sanção.
As normas são dispostas de maneira hierárquica, com a Constituição Federal no topo (modelo kelseniano). As normas devem buscar validade em uma norma superior.
Silogismo Jurídico: premissa maior (lei) + premissa menor (fato) = conclusão (sentença)
Validade da Norma Jurídica
Não há normas certas ou erradas e sim normas válidas e inválidas; uma norma inválida pode até ser publicada, mas será revogada.
Validade Formal: é a norma ter passado corretamente por todo o processo (legislativo) de criação como manda a regra (vigência)
Validade Social: socialmente eficaz, isto é, ter uma aplicação e uma execução por parte da sociedade; reconhecimento.
Validade Ética: razão de ser da norma, visando a realização de valores.
Formação Dialética da Norma
É um movimento triádico (3 etapas): no momento da universalidade (U) tem-se a consciência moral individual; no momento da particularidade (P), a consciência moral intersubjetiva; e na singularidade (S), a consciência jurídica, em que se questiona o que deve ser elevado a norma. A consciência moral individual é a reflexão judicativa (sobre o julgar) sobre a conformidade do ato à norma. A intersubjetiva é o encontro dos sujeitos e a jurídica é o que deve ser tornado jurídico.
Formação da consciência moral individual (U):
(U) normas morais construídas abstratamente (no isolamento do indivíduo); 
(P) condições empíricas (reais) intrínsecas e extrínsecas; 
(S) ato moral, agir do individuo. Para o ato ser moral, tem que corresponder a norma moral. A liberdade está presente na elaboração da norma moral e na pratica do ato moral. Discernimento para regular a si próprio + vontade > responsabilidade pelos seus atos.
Formação da consciência moral intersubjetiva (P): 
(U) consciências morais individuais, tomadas na abstração de seu isolamento; 
(P) encontro com o outro na realidade, empiria; 
(S) objetivação, produção de normas morais baseadas na inter-relação. Orientam o agir social. Reconhecimento do outro pelo intelecto e consentimento, pela vontade, como semelhante em liberdade. A igualdade precisa ser conjugada com a liberdade.
Formação da consciência jurídica (S):
Síntese das duas. Momento de refletir sobre o que é relevante e deve ser tornado jurídico. As normas são baseadas no Ethos, e sua construção (logicamente posterior) ocorre simultaneamente à da consciência moral. A vantagem do direito positivo é ser objetivado, racionalizado.
“O Conhecimento é dialético porque no momento da universalidade da tese tem-se a afirmação de algo, na particularidade (antítese) tem-se a negação daquele algo que foi dito no meio cientifico para que no momento da singularidade (síntese) se tenha a análise da negação voltada para aquela afirmação, chegando, então, num terceiro momento, a superação tanto da negação quanto da afirmação, chega-se a outra conclusão que é o inicio de um novo movimento dialético, voltando-se a ser a tese. Vai-se da síntese a tese passando pela antítese”.
Tipos de Normas Jurídicas
Quanto ao sistema a que pertencem podem ser nacionais (obrigatórias no âmbito nacional), estrangeiras (aplicáveis além do Estado que a criaram) e de direito uniforme (quando dois ou mais Estados concordam em adotar uma legislação padrão).
Quanto às fontes podem ser Legislativas (escritas medidas provisórias, decretos), Consuetudinárias (não escritas, enraizada da consciência popular como regra obrigatória, costume, executivo) e Jurisprudenciais (criada pelos tribunais)
Quanto à hierarquia: em ordem de relevância, primeiro a Constituição (Carta Magna e emendas) que condiciona as outras normas e tem o poder de revoga-las e em sequência, as complementares (aprovação por maioria absoluta), ordinárias (leis e medidas provisórias), regulamentares (decretos), individualizadas (testamentos, contratos, sentenças etc).
Quanto à sanção: perfeita (prevê a nulidade do ato); mais que perfeita (além da nulidade, prevê uma penalidade); menos que perfeita (prevê apenas uma penalidade); imperfeita (não há pena nem nulidade)
Nulidade é a sanção decretada pelo órgão Jurisdicional, em relação ao ato praticado com a inobservância das prescrições legais.
Quanto à qualidade: positivas (permitem ação ou omissão), negativas (proíbem a ação ou omissão).
Quanto aos diversos âmbitos de validez: gerais, locais, pessoais, temporais, materiais, etc.
Quanto às relações de complementação: as primarias tem seu sentido complementado pelas secundarias, que são: a)de iniciação, duração e extinção da vigência; b) declarativas ou explicativas; c)permissivas; d) interpretativas; e)sancionadoras.
Quanto à vontade das partes: taxativas ou cogentes (resguardam os interesses fundamentais da sociedade, obrigadas independente da vontade das partes); dispositivas (interesses particulares; admitem a não adoção por vontade expressa das partes. ex: testamento)
Quanto à flexibilidade: rígidas (impedem o emprego da equidade ou de formula alternativa ao aplicador do Direito) e elásticas (permitem a sua maleabilidade de acordo com as circunstancias de caso concreto).
Quanto à presença do ordenamento: explícitas (que definem, objetivamente, a conduta ou modelo de organização) ou implícitas (que complementam fórmulas adotadas diretamente pelo legislador)
Quanto à inteligibilidade: de percepção imediata ou reflexiva (métodos indutivos e dedutivos) e de percepção complexa (ao alcance apenas da classe dos jurista).
Direito
É a máxima objetivação, racionalização do ethos, das normas em determinado momento histórico. É um sistema aberto, isto é, passível de modificação. É construído mediante a um processo discursivo e organiza de forma coerente a relação das normas jurídicas. Há igual participação dos sujeitos na formulação de seus argumentos (poder legislativo indiretamente pelo voto), dessa forma, chega-se a um consenso livre e racional (intelecto). Direito significa a ciência do direito, seu conhecimento metódico e sistematizado das normas jurídicas. 
Ciência do Direito: os princípios e regras fundamentais (fundantes) do Direito são baseados na história, visando a analise da evolução do Direito, na hermenêutica (interpretação) jurídica que, por meio da interpretação do Direito, tenta-se adequá-lo ao tempo presente e ao espaço em questão, e na teoria da argumentação jurídica. Trata-se de um sistema que analisa as partes em busca de uma totalidade, ou seja, busca a unidade em uma pluralidade de particularidades.
Direito Objetivo: externo ao sujeito; cognoscível por todos (qualquer um). É formado pela consciência jurídica da sociedade (externo ao sujeito). Conjunto de direitos subjetivos e deveres jurídicos. É composto pelo subjetivo.
Direito Subjetivo: é uma prerrogativa vantajosa, atribuída pelo Direito Objetivo, munida de ação judicial para sua proteção; Direito visto sob o ângulo do sujeito. Conteúdo do objetivo (norma).
DireitoPositivo: é o Direito escrito, concreto, transformado em lei, reconhecido e posto pelo Estado; garante a segurança jurídica (previsibilidade do que/como vai acontecer caso o Direito não seja cumprido). Varia no tempo e no espaço. Como é escrito, sua forma tem grande relevância (apresentação – corpus legis).
Direito Natural (Jusnaturalismo): é devido ao homem simplesmente pela sua essência, natureza humana; é eterno, imutável; existe independe do reconhecimento do Estado. É intrinsecamente justo (muitas vezes chamado de direitos humanos). Está acima e ao lado do direito positivo. Se um país não o respeita, ele não deixa de existir. Quando mais próximo do natural, melhor será o direito positivo. Mas quem determina a natureza humana? Ele advém da natureza ou do racionalismo? Não se pode exigir que todos os países o respeitem, mas se pode pressionar desde que não seja juridicamente.
Direito Vigente: existente no ordenamento jurídico; só deixa de ser vigente por revogação pelo legislativo. Revela-se como uma lei validamente inserida do Direito Positivo (seguiu todo o processo legislativo). Uma lei não deixa de existir se estiver em desuso. O judiciário não pode revogar, pode apenas tirar a eficácia em casos de inconstitucionalidade.
Direito Geral: atinente (relativo) a todas as situações jurídicas (que envolvem o direito subjetivo e dever jurídico) e é subsidiário (auxiliar) do Direito Especial. Regra.
Direito Especial: subsidiário (auxiliar) ao Direito Geral; se destina a um campo restrito de situações jurídicas (ex: Código Militar). No que ele for lacunoso, o Direito Geral determina como deve ser seguido.
Direito Comum: válido (aplicável) em todo território nacional (ex: Penal)
Direito Particular ou Local: possui vidência em apenas em partes do território nacional; em determinados locais (ex: ICMS/ISS).
Privilégio: do ponto de vista jurídico, é uma discriminação positiva em benefício a certo grupo ou pessoas (ex: cotas). Caso especifico, não é passível de analogia (atribuir a mesma lei para uma situação social ainda não regulada), não extensível, e é expresso, positivado.
Direito Excepcional: regrar situações extraordinárias, com fatos presentes e concretos (ex: guerras).
Direito Regular: regula situações ordinárias (comuns), com fatos futuros e abstratos (ex: Penal).
Movimento de Codificação / Evolução do Direito
No surgimento do Direito, as normas eram criadas com base nos costumes arcaicos, que eram indistintos da moral, dos mitos religiosos e dos convencionalismos sociais. Foi na chamada Jurisprudência Romana, a base do nosso Direito, que o Direito começa a ser efetivamente elaborado. As normas passam a ser jurídicas e surgem os primeiros processos. 
O Império Romano cai por volta dos séculos IV e V com a invasão dos bárbaros germânicos. Na Idade Média, há uma mistura do Direito Romano, dos costumes e do cristianismo (Direito Canônico/Eclesiástico), de modo que é tratada de forma diferenciada de acordo com o feudo. No século XI, em Bolonha, ocorre a volta à tradição cientifica romana. O Direito Romano, então, foi sistematizado pelos glosadores, que organizaram as mesclagens, completaram lacunas e adaptaram o Direito à realidade social da época.
Quando surgem os Estados Nacionais, surgem também os Direitos Nacionais. No séc. XVIII surge o Jusracionalismo, que é a tentativa de codificação daquilo que é importante para a regulamentação da vida social. O primeiro código a ser formado na Europa Continental é o Código Civil Napoleônico (1804). Surgiram vários códigos com base no Jusracionalismo.
No séc. XIX, surgem os códigos modernos (lei nova), que sistematizam um ramo do Direito (Normas), gerando uma simplificação (possibilidade de verificação do enquadramento da conduta de antemão). O que gera certa segurança jurídica devido aos empecilhos para sua modificação.
O problema da codificação é a estagnação do Direito, pois os códigos podem ficar ultrapassados e difíceis de mudar, não mais correspondendo aos anseios da sociedade. É o contrário do Commow Law (EUA, Canadá) que se atualiza por meio das decisões dos tribunais e não mediante a atos legislativos. No Direito Positivo, além da revogação do código, pode-se adaptar de forma hermenêutica (interpretativa). 
História do Direito
Conhecer os sistemas de ordenamento jurídico do passado para produzir, modificar e desenvolver o nosso direito, tendo noção de que os fatos históricos são únicos (singularidade), não se repetem > evolução.
Direito Natural na Antiguidade Clássica ou Jusnaturalismo Clássico (Período Cosmonômico)
Primeira tentativa de organizar a sociedade em leis, separando o que é jurídico do que é religioso ou mitológico. É chamado período cosmonômico referindo-se ao estudo do universo, ou seja, a partir da análise das leis da natureza, elaboravam-se as leis humanas (ordem, harmonia > exemplo). A ordem da natureza passaria para a sociedade e as leis da natureza são tidas como imutáveis, estáveis e permanentes, uma vez que a própria natureza é permanente como um todo.
Houve a tentativa, por analogia, de através da razão, construir uma ordem estável e permanente como a natural (achar leis que fossem eternas, validas para todos os tempos – imutáveis, e válidas para todos os povos – universal). A razão seria um instrumento de captação das verdades da natureza (início da ênfase na razão). A lei natural daria origem a princípios gerais. Valor de igualdade e liberdade (mesma natureza humana, lei igual para todos – Gregos > “iguais nas castas”).
Jurisprudência Romana (Transição)
Conseguiu-se uma melhor distinção entre Direito e Moral (ou mito). Os romanos, contrapondo-se aos gregos, buscavam-se mais a prática do que a teoria, mais a organização social do que a especulação. Alguns afirmam que os romanos criaram o Direito. A Jurisprudência romana é um Direito construído pelos homens e por sua razão, tendo sua origem nos costumes e nas decisões (éditos) dos juízes (pretores), que eram dadas conforme as respostas (responsa) dos jurisconsultos (juristas da época, responsáveis pela sistematização – ciência do direito – que surge e pelo seu aprimoramento).
Os costumes foram compilados para depois serem codificados. A primeira codificação jurídica é a Lei das XII Tábuas (século V a.C.), dando origem ao direito Positivo. Compilação é uma mera reunião, enquanto a codificação é extremamente elaborada e sistematizada. Responsa é a resposta dada pelos jurisconsultos aos pretores quando esses eram consultados, identificando o Direito a ser aplicado. 
Foi criada a noção de processo com duas partes, o sujeito ativo e sujeito passivo, em que o pretor era imparcial. Inicialmente a argumentação não era muito usada, pois se preferia o argumento de autoridade, e havia, ainda, pouca abstração do caso concreto. Argumento de autoridade consiste em pautar sua afirmação no argumento de alguém de grande relevância na área. 
Gradualmente, vai ocorrendo a abstração (validade para qualquer situação) da concretude do caso, entrelaçamento da responsa e alguns princípios vão sendo formados na medida em que ultrapassam os detalhes concretos do caso; surgem fundamentações (justificações coerentes da responsa, das afirmações dos sujeitos) lado a lado com os argumentos de autoridade, trazendo maior argumentação para enriquecer as posições. Dessa forma, conflitos, incompatibilidades, ambiguidades e lacunas vão sendo solucionadas.
O pretor publicava Éditos, que eram suas sentenças, critérios do julgamento, pauta das decisões. Nos julgamentos teria que haver uma argumentação e provir o que se afirmava. O acusado não era excluído do processo, pois havia o “Principio do Contraditório” (direito de resposta), que pregava igualdade entre as partes (igual oportunidade de manifestação).
No séc. VI d.C., Imperador Justiniano, houve a compilação de todo o Direito existente até então, reunindo todo o material produzido em um corpus júris civilis, um corpo legislativo muito sofisticado, diferenciando o Direito aplicadoaos romanos (ius civilis) do aplicados aos estrangeiros (ius gentilis). O Digesto ou Pandectas é o centro do Corpus (não é totalmente laico, mas a influencia religiosa é muito menor do que na antiguidade clássica), seu conjunto normativo. Possuía tamanho grau de complexidade que requeriam institutos, espécies de “apostilas” destinadas aos estudantes para facilitar o aprendizado do Digesto. Essas apostilas eram tão bem elaboradas que acabavam compondo o corpus e até substituindo o estudo do Digesto. Coincide com o processo de queda do Império Romano. O Direito passa a ser imanente (vindo do sujeito), construído pelo homem e por sua razão, não é mais natural na Jurisprudência Romana. Conclui que o Direito é mutável, não é pronto, se adapta.
Direito Natural / Dogmaticidade na Idade Média – os Glosadores (Período Teonômico)
As invasões bárbaras deram inicio a Idade Média, onde ocorre a volta do Direito Natural, mas, agora, baseado na vontade divina devido ao processo de cristianização do mundo romano e institucionalização da Igreja pelo Imperador Constantino. O Direito volta a ser transcendente (superior) baseado na autoridade vinda de Cristo e não nas leis da natureza. Por isso é também chamado de período Teonômico (as normas viriam de Deus – adaptação do mundo romano à vontade de Deus).
Santo Agostinho (séc. V) faz a retomada de Platão, dividindo a lei em três categorias:
Lei eterna: advinda de Deus, imutável, perfeita, rege todas as leis do Universo;
Lei Natural: advém do homem, descoberta parcial da lei eterna através da razão humana, reflexo incompleto e imperfeito da vontade divina. Possibilita o homem conhecer alguns princípios da vontade de Deus;
Lei Humana: estabelece a ordem entre os homens, e por ser humana, é variável segundo o tempo e o espaço, além de ter que estar em conformidade com a Lei Eterna, já que Deus é a ordem maior. 
São Tomás de Aquino (séc. XIII) continua com a divisão proposta por Santo Agostinho e retoma Aristóteles, trazendo o conceito de justiça: hábito (vontade perpetua de dar a cada um, o que lhe pertence. Ele divide justiça em duas: distributiva (atribuída segundo o mérito, sendo assim, proporcional) e comutativa (aritmética, relações privadas entre particulares, pago X pelo que vale X). Atualmente o conceito de justiça está relacionado com mérito e necessidade.
Na baixa Idade Média ocorre um centralismo crescente do poder, com a também crescente formação dos Estados Nacionais. Estes passam a ter soberania e o Direito passa a ser vigente em todo território nacional, deixando de ser feudal, local. Diferença entre poder eclesiástico e secular.
As universidades começam a ser formadas e o Direito romano é ensinado (mais desenvolvido e sistematizado). Começa um cientificismo (ênfase na razão, verdade racional), buscando a verdade da ciência a partir da razão. Os glosadores, da faculdade de Direito de Bolonha (séc. XI) elaboravam a glosa, ou seja, a explicação do sentido de palavras ou a solução de obscuridades do Direito que chega até eles, reunindo e sistematizando o Direito Romano, Direito local, Direito Canônico, Igreja, usos e costumes bárbaros). Buscam conciliar as contradições existentes entre os Direitos para formar a moderna ciência do direito.
Direito Natural na Idade Moderna - Jusracionalismo
Ocorre o renascimento (queda do obscurantismo da Idade Média) e com ele, é dado mais ênfase no homem (antropocentrismo) e na razão humana (racionalismo); deste modo, o Direito passa a ser autonômico, em que o homem, a partir de sua liberdade, cria suas próprias leis, fazendo uso da razão > autolegislação. É fundado na autonomia humana, em sua vontade e razão para a elaboração de leis.
Ocorre a reviravolta antropocêntrica, o sujeito é posto no centro e dotado de liberdade. Em analogia à reviravolta heliocêntrica de Copérnico. A formação normativa passa a ser imanente (sujeito) ao homem, e não mais transcendente. Exemplo maior do uso da razão > Descartes (penso, logo existo).
Nesse período, ocorre a criação da Escola do Direito Natural e das Gentes (racionalista – a razão elabora conceitos gerais que regem a experiência), com Kant, que defende que o Direito Natural é tido como a priori (está só na razão – necessidade de liberdade de criar e pensar); laicização do Direito Natural. É uma escola eminentemente racionalista e os princípios do Direito Natural continuam válidos, mesmo sem obter fundamentação concreta. Kant pregava que o Direito justo advém da razão e não da concretude dos fatos (renúncia da experiência empírica). Escola dedutivista, visto que a razão elabora conceitos gerais que regem a razão.
Durante a Revolução Francesa (1789) é criada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (restringiam-se aos direitos individuais), em uma tentativa de frear o poder despótico, incitando o indivíduo contra o absolutismo estatal; pregava-se que os direitos humanos (como direitos naturais) são anteriores a formação do Estado, isto é, que o Estado está para o indivíduo, e não o contrário, uma vez que o individuo é mais importante que o Estado. Esse Direito era considerado inato, imprescritível, inalienável.
Escola de Exegese (Transição)
É uma corrente de pensamento civilista, que nega o Direito Natural, considerando-o limitado; cria-se o Direito Positivo, que é tido como perfeito, inquestionável (causa estagnação), e, por esse motivo, exige-se a aplicação mecânica do mesmo; o intérprete apenas tornava explícita a intenção do legislador; ênfase no Direito Positivo, estudando e analisando a sua riqueza (grande contribuição); Direito = Lei > o estudo do direito passou a ser o estudo dos códigos; pregava a neutralidade do Direito; [hoje, tem-se a noção de que o Direito não é neutro (Direito Axiológico)].
Desde o Jusracionalismo, vem ocorrendo um processo de codificação do Direito, baseado na razão. Cria-se então, o Direito Positivo, que é tido como perfeito, ideal (interpretação literal). Por ser perfeito, exige-se a aplicação mecânica dos juízes, não contendo estes, nenhuma contribuição interpretativa. O Direito Positivo conteria a sabedoria jurídica definitiva e seria o garantidor da segurança jurídica (previsibilidade do enquadramento da conduta no ordenamento jurídico). 
O interprete apenas tornava explicito o que já estava implícito na vontade do legislador (supremacia legislativa). Interpretação literal e gramatical da lei (corpus legis). Completude – dogma (inquestionável), isso se torna um empecilho para modificações e progresso do Direito. Não há valorização por parte do juiz.
O Código Civil Napoleônico (1804) foi a base da codificação europeia, fazendo parte dessa escola. Houve uma negação do Direito Natural, devido à importância dada ao Direito escrito, que por sua vez, era separado da moral, porque a moral não é escrita. Os professores da época limitavam-se a ensinar o Código de Napoleão, não importando o Direito Civil. “Não sei Direito Civil, limito-me a ensinar o Código de Napoleão” (Burgnet). Não havia questionamentos, pregando uma neutralidade e enfatizando o método dedutivo (silogismo jurídico). “Três palavras retificadoras do legislador e bibliotecas inteiras se convertem em papeis inúteis” (Kirchmann). 
Ressalva-se que a Escola Exegética não foi um retrocesso, sua grande contribuição foi a ênfase no Direito Positivo, estudando-o e analisando sua riqueza. Assim, seu grande mérito foi o desenvolvimento metodológico da interpretação literal (gramatical) e lógico – sistemática do Direito. 
Positivismo Jurídico
Positivismo (lato sensu)
Corrente surgiu no séc. XIX com Comte. Busca estender às ciências humanas o método indutivo experimental das ciências naturais (parte da singularidade para se chegar a um conceito geral e é empírico). Houve um reducionismo do Direito, que passa a ser levado à experiência (a posteriori) e formado por indução experimental; os positivistas são centrados na realidade. Prima pela experiência, ao contrario do racionalismo (Escola Exegese).Tenta reduzir as ciências humanas (usam indução e dedução), fazendo isso a mera observação e descrição dos fenômenos, de modo que aquilo que é cientifico possui fatos incontroversos. A ciência é reduzida a fatos empíricos. “Sem observação, só há fantasia, indagações sobre causas primarias ou finais dos fenômenos são sem sentido”. Reduzido ao experimento. Unidade Metodológica, homogeneidade do conhecimento. Weber e Comte não consideravam o Direito uma ciência, pois era de todo experimental.
Positivismo Jurídico Analítico – Juspositivismo (Inglaterra)
Buscavam o que existia na experiência, buscavam no Commow Law; a decisão judicial é equiparada a lei, pois representa a vontade do Estado/soberano (lei como é, não como deveria ser). O utilitarismo é o grande valor moral e jurídico considerado pelos ingleses e consequentemente pelos norte-americanos, uma vez que se buscava a utilidade, a felicidade do individuo na sociedade (“o que é útil é o que é bom”). “Só é Direito se for dotado de coercibilidade” - é o que o distingue o Direito Positivo da moral e do Direito Natural. Método Indutivo.
Positivismo Jurídico-Sociológico (França, Alemanha)
Não se preocupa com as leis produzidas pelo Estado, o centro da preocupação são as forças sociais que, pelo processo indutivo, formulam o Direito Positivo. Preocupação com a elaboração e aplicação das normas e com a prática; através da investigação da realidade (para cumprir ou criar), elabora fatores sociais que geram as leis.
Positivismo Jurídico Lógico-Dogmático
É o que mais se relaciona com o direito brasileiro. Nega-se a metafísica (elevação de tudo ao plano do pensar, desenvolvendo-se um raciocínio) e, mais uma vez e consequentemente, o Direito Natural. Há, então, uma redução da Ciência do Direito à observação e descrição da realidade jurídica dada (Direito Positivo). Os positivistas se contrapõem aos jusnaturalistas.
A lei é tida como um simples fato empírico, um dogma (inquestionável, como é e não como deveria ser), sem críticas axiológicas e sem juízos valorativos, ou seja, sistematização lógica do direito positivo. A Lei é capaz de elaborar normas para reger a sociedade. Deste modo, tem-se uma neutralidade científica (redução do Direito à lei). A moral não é cientifica, não é coercitiva > Separação entre Direito e Moral.
Nega-se qualquer critério objetivo de justiça, pois esta é um valor, logo não é possível objetiva-la, porque os valores estão no domínio do sujeito (subjetividade). Negação dos valores que estivessem junto ou acima dos que estão positivados. Como o positivo é emanado do Estado, há a redução ao Direito Estatal. Estado e Direito passam a se fundir na força. O Estado é condição de possibilidade de existência do Direito (vem dele). O Estado é a organização social da coerção e o Direito é a regulamentação de uso da força. O Estado cria o Direito e este regula aquele, um não existe sem o outro. O que vale é o Direito positivo (coerção). 
Escola Histórica (Savigny)
Critica a codificação (exegese e positivismo), a dedução lógica das normas gerais e abstratas e a metafísica, com a condenação do apriorismo. O Direito não é a dedução silogística da norma. O que é importante é o historicismo, o contexto em que o Direito é aplicado em contraposição ao racionalismo. O que vale é o direito concreto, do presente. As leis devem advir dos costumes, resgatando o valor destes, que foram desprezados pelo Direito Natural da Idade Moderna (Exegese, por exemplo). O povo faz o Direito (consuetudinário ou costumeiro). Os costumes possuem um aspecto objetivo (repetição na prática) e um subjetivo (noção de obrigatoriedade dessa prática), sendo assim, as leis seriam a materialização dos costumes (direito que vive “espírito do povo”), podendo ser mudada ao longo do tempo. Os costumes são preexistentes à Lei e devem ser o conteúdo dela (corpus legis). A Lei seria resultado da necessidade de dar aos costumes existência cognoscível (materializa-los). Supremacia da intuição imediata em detrimento da dedução lógica (produto do pensamento).
Nega-se a metafisica para a ratificação da experiência (dos costumes), afirmação do que é posterior (a posteriori). É reconhecido um Direito mutável, mas não porque a lei muda (exegese), mas porque os costumes e o Direito mudam no tempo e no espaço (historicidade dinâmica). É criada a interpretação histórica, na qual o interprete deve-se colocar intuitivamente (em espirito) na posição do legislador, para saber sua intenção ao elaborar determinada lei [isso ocorre hoje em dia também]. Reconhecia a existência de lacuna legal. O Direito Positivo existe, mas tem omissões, que deveriam ser preenchidas pela busca dos costumes, para que no momento da aplicação, ele esteja completo (fontes para os juízes).
Existem duas contradições nessa escola: (1) ela nega a metafísica (a posteriori), mas prega o “espírito do povo”, que é algo idealizado (está no plano do pensar). (2) E ainda restou algo do racionalismo jusnaturalistas, que era contrário ao que eles pensavam (experiência), na medida em que pregavam a existência de um espirito geral, baseado no comum da natureza humana, a busca na natureza humana é metafisica e vai contra a noção de Direito na realidade concreta.
Pandectismo ou Jurisprudência dos Conceitos – Puchta e Windscheid (final do séc. XIX)
Entende-se por pandectas os conceitos jurídicos construídos através da legislação. Direito deve se basear em um sistema de forma lógica e metódica a partir da legislação. O que importa é o Direito Cientifico. Existe a lei, mas para conhecê-la tem-se que criar conceitos gerais obtidos pela ciência do Direito, dando unidade ao sistema jurídico, pelo pensamento conceitual das normas jurídicas.
A Doutrina (construção teórica sobre a legislação / teoria do Direito) é a fonte do Direito (conceitos), confere fundamentos para a lei escrita e possui supremacia sobre a prática. A doutrina, através da racionalidade organizada num sistema, leva a construções conceituais e revela proposições ocultas nas fontes do Direito (leis e costumes). Redução do Direito, desconsiderando questões éticas, sociológicas etc.
Defende-se um sistema lógico como uma pirâmide de conceitos (conceitos gerias/abstratos no topo), em que as leis estão na base, de onde, através do método dedutivo (do geral para o particular), chega-se aos conceitos específicos (que estão no topo) criados a partir das leis. Vinculação de todos os conceitos ao conceito supremo. Sistematicidade do Direito, não só historicidade. Isso foi a base para o formalismo jurídico de Kelsen, com a diferença que a Jurisprudência dos Conceitos possui fundamento ético na liberdade de pensar e criar (apriorístico) de Kant.
Jurisprudência dos Interesses - Jhering
Reação à Jurisprudência dos Conceitos, surgindo logo depois dela. Pregavam que as normas jurídicas não são meras consequências logicas do pensamento, mas devem corresponder à realidade concreta (obrigatoriedade dela), ou seja, as leis são resultado dos interesses da sociedade. Dessa forma, um sistema lógico formal de conceitos abstratos seria incapaz de levar o profissional do Direito a novas normas jurídicas, pois estas só advém da realidade. 
O Direito não é limitado à mera subsunção logica de fatos ou conceitos jurídicos. Não se deve ter o método dedutivo como único, dando ênfase à empiria (voltando-se para as forças sociais em conflito) e ao método indutivo, buscando liquidar resíduos racionalistas do jusnaturalismo. As leis seriam a solução que se encontrava para a resolução dos interesses e de seus conflitos (recurso para solucionar conflitos de interesses). 
Havia uma noção causal (de nexo), e não lógica, entre interesse e lei: o interesse é tão importante que era visto como a causa de uma lei (hoje é imputabilidade). Para interpretação e aplicação do Direito, deve-se utilizar dos interesses em jogo em contraposição à vontade do legislador (escola histórica). O juiz não é um mero autômato (exegese), ele buscava a resoluçãodos conflitos de interesses usando críticas axiológicas para a investigação dos interesses em jogo e descobrir a finalidade/razão da lei e para sua aplicação (mens/ratios legis).
A ciência do Direito passa a ser vista como a investigação de valores, satisfação dos interesses materiais e ideais da sociedade. Reconhecia a sistematização dos conceitos como mérito da Jurisprudência dos Conceitos (positivismo sistematizando neutralmente), mas tem essa sistematização como inapta para interpretar e aplicar o Direito. Era necessário pesquisar os interesses em jogo. Reconhecimento da lacuna legal (tinha que conhecer os interesses que causaram a lei).
Contradições: (1) negam a metafísica, mas defendem a noção de interesse, que não é um fato sensível, é abstrato; (2) para esta escola, os interesses são valorados. Dada a neutralidade valorativa, que prega a relação de causalidade, ela não pode ser usada no Direito, pois este tem uma concepção de valor que exclui a noção de causa e efeito, assim, os interesses não podem ser valorados.
 Escola da Livre Pesquisa / Investigação Científica – Gény (França) e Kantorowírz (Alemanha) – Início do séc. XX
Movimento antidogmático (exegese) que critica o estadismo juridico, isto é, o Direito posto estritamente pelo Estado; defendem um Direito mutável, móvel e lacunoso. Pregavam uma livre pesquisa científica em contraposição a uma interpretação limitada de textos legislativos. Buscava unir a contribuição da Escola de Exegese à contemporaneidade. A lei era interpretada literalmente (Escola Exegese) conciliada com a pesquisa científica na totalidade do Direito. 
O interprete trabalhava com bases cientificas, conciliando o Direito dado (posto) com o construído (pesquisa). As lacunas seriam preenchidas com a investigação do juiz na doutrina, nos costumes e na jurisprudência, verificando na totalidade como o caso deve ser regulado. Esta escola vai contra a completude do ordenamento jurídico e não despreza o Direito Positivo, mas vai além dele.
 Escola do Direito Livre – Ehrlich (Alemanha – início do séc. XX)
Revolta contra o monopólio estatal sobre o Direito (estadismo) e contra o fetichismo exegético, afirmando o envelhecimento da codificação pelo Direito Positivo. Não aceita o Direito pensado, considerando-o invalido. Acredita-se (e valida) no Direito vivo (costumes), baseado nas relações sociais. Sempre há lacunas no Direito Positivo, que devem ser preenchidas pelo poder criativo (convicção pessoal do que é justiça – equidade, podendo até ir contra a lei) do juiz, e não pela pesquisa científica como na Escola da Investigação Cientifica. Isso gera certa insegurança jurídica, pois não se sabe como uma conduta será enquadrada no ordenamento jurídico. 
Verificava-se o juiz e era feito um estudo psicológico para saber como o caso seria julgado. O ponto positivo é que o Direito está sempre caminhando de forma próxima a realidade e está em constante reciclagem. 
 Normativismo Jurídico (Hans Kelsen)
Tem suas origens no Positivismo Jurídico (Juspositivismo), enriquecendo-o; visa uma purificação do Direito, eliminando qualquer elemento estranho a ele (filosofia, sociologia), sendo isso um requisito – o purismo – para a autonomia da Ciência do Direito. (Teoria Pura do Direito).
Pregava o Principio Basilar: O dever ser não decorre do ser (e vice-versa), mas advém de outro dever ser. “Não é porque o mundo é assim (ser) que deve ser assim (dever ser) e vice-versa”. Uma norma só vem de outra norma (validade) e não de fatos concretos, isto é, todas as normas devem ser baseadas em uma norma superior, que lhe confere validade.
Nitidez da distinção entre Ciências Naturais e Normativas (como deve ser a conduta). Principio da Causalidade (dada a causa, há necessariamente o efeito, independentemente da vontade) e Principio da Imputabilidade (para toda hipótese de fato, há uma consequência jurídica, advém da lógica, razão). As normas não são ditadas para conhecer, mas para dirigir a realidade. O jurídico não existe na natureza, ele é atribuído (Imputabilidade).
Há a negação do Direito Natural, da metafísica e de qualquer questionamento valorativo, separando Direito e Moral, já feito pelo positivismo e levado às últimas consequências pelo normativismo. O objeto da Ciência do Direito é a descrição e sistematização do Direito Positivo (positivismo) e a ciência é um sistema de normas (normativismo). O Direito Positivo é a única realidade jurídica passível de conhecimento cientifico e é um conjunto de leis escalonado num modelo piramidal, com a Constituição no topo.
A Teoria Geral (pura) do Direito é de orientação empirista (porque ela só se centra no Direito posto pelo Estado), mas também é dedutiva. A norma é uma proposição hipotético-condicional coercitiva (Se A deve ser B) que prega uma conduta ao homem por ela determinada, sancionando a contrária. O Direito se reduz a técnica de coação social, dando ênfase ao dever jurídico. A coação é função essencial para impor o “dever ser” do ato coercitivo como consequência jurídica. É no antijurídico que se confirma a existência do Direito.
Para Kelsen, norma superior se baseia na Constituição e nela se baseia a validade na norma inferior. Ela atribui competência ao ato de vontade do legislador e confere sentido objetivo ao “dever ser”, porque se integra a todo ordenamento jurídico. Para Kelsen, segundo o Principio Basilar, todas as normas devem ser baseadas em uma norma superior que lhe confere validade. Ainda para o autor, se muda a Constituição, muda-se a Norma Fundamental, que na “pratica” permanece a mesma.
Daí surge o conceito de Norma Fundamental, que estanca o processo de remissão de validade em normas superiores. De onde a constituição tiraria a validade? A Norma Fundamental estaria acima da Constituição para dar validade à ela, sendo uma condição lógica transcendental do Direito Positivo e devendo ser pressuposta (no plano da razão, a priori, consciência) . De modo que se ela fosse posta teria que haver outra para lhe conferir validade. A Norma fundamental somente afirma: “devemos obedecer à Constituição”. Não tem fundamento ético-político, pois é fazia de conteúdo é metajurídica (além da lei) e não possui característica de uma norma positivista. Sua validade vem da crença de que se deve obedecer a lei superior.
Os costumes e o ato constituinte são interpretados objetivamente como fatos produtores da norma. A Norma Fundamental é logicamente (plano da razão) indispensável para a fundamentação da validade objetiva do Direito Positivo. Ela é condição logico-transcendente do Direito Positivo, sendo uma exigência lógica a priori (racionalidade máxima – contradição). A Norma Fundamental se refere mediatamente ao ato coercitivo e confere validade a todo ordenamento jurídico. O conteúdo das normas inferiores não pode ser deduzido a partir dela (só a forma, ordenamento dinâmico). Seu resultado é o positivismo jurídico, ela atribui poder à autoridade legisladora. Unidade na pluralidade de normas. A Constituição é a Lei Superior e a Norma Fundamental é apenas forma, completamente abstrata.
Pregava a ausência de legitimidade do Direito, extinção da liberdade como condição de possibilidade. Crença na neutralidade científica, com exclusão de qualquer teleologia de agir humano.
Contradições: (1) uso de um pressuposto metafísico – Norma Fundamental – para fundamentar uma teoria positivista (empirista); (2) predefinição do Direito Puro como pressuposto para a validade de seus argumentos – isto não é neutralidade, a escolha do Direito Puro já é parcial.
 Realismo Jurídico – Commom Law (EUA, Inglaterra e Austrália)
Direito Consuetudinário (costume). É um Direito jurisprudencial (baseado nas decisões dos tribunais) – empirista. A jurisprudência é formada por um conjunto de decisões jurídicas relativas ao mesmo assunto e com o mesmo tratamento. Analisam a resolução e os precedentes judiciais. O juiz é livre para julgar conforme a jurisprudência ou não. O caso local setorna precedente se se repetirem as essências.
“O Direito é o que é”, extraído da experiência social, é identificado como fato social. Direito consuetudinário, costumeiro, os costumes são tidos como fonte primária, de onde “saem” as leis, fontes secundárias. As duas pertencem ao mundo do “ser”. O Direito é o que a sociedade fez de forma costumeira. Costume > o que deve ser a partir (diretamente) do ser.
O juiz julga conforme sua concepção, entendimento subjetivo, de justiça – juízo de equidade – mesmo que vá contra a jurisprudência. Vale o poder criativo do juiz que concretiza a norma. Ele precisa fundamentar sua decisão, isto é, mostrar uma racionalidade O Direito acaba sendo aquilo que o juiz faz. Portanto, deve-se estudar a conduta dos juízes. A decisão é baseada no psicologismo judiciário (fatores irracionais, sentimentos, preceitos, sensibilidade). O Direito vai mudar muito dependendo do local; tenta-se que o caso se enquadre em tal precedente ou apela-se para o psicológico (psiqué) do juiz para convencê-lo. 
Deste modo, o Direito é reduzido ao judiciário, é lacunoso (completável a qualquer momento), muita insegurança jurídica e em reciclagem constante. Renúncia da metafísica na explicação, empirismo. Jurisdicização do Direito. A norma é uma possibilidade até que ela seja aplicada.
 Tridimensionalismo – Miguel Reale (Itália)
O conceito de norma é o atual: organização lógica de fatos segundo valores em um determinado tempo histórico. A norma jurídica é composta por três aspectos básicos: o normativo (a forma da norma, sua estrutura lógica deôntica), o fático (conteúdo da norma, contextualização do Direito na realidade sócio histórica, precisa ser relevante para o homem) e o axiológico (valorativo, também diz respeito ao conteúdo, ao valor inserido na norma e que guia a conduta humana, conferindo significação e relevância a determinado fato).
Noção clara de não neutralidade do Direito, da norma, admitindo com necessária a interferência da vontade, dos valores, na eleição dos fatos relevantes conforme os fins que a sociedade demanda. A lei é uma solução temporária na história, já que é resultado da tensão fatos X valores, que mudam de acordo com o tempo e o espaço, com exceção dos invariantes axiológicos, num processo dinâmico, pois os valores/fatos são inexauríveis (não acabam) e a solução (síntese) é sempre o momento inicial de outro silogismo dialético - dialética hegeliana. A norma (U), o fato social (P) e o fato regido pela norma (S) que pode, depois, ser “U” de um novo processo dialético (o conhecimento é sempre dialético), ou seja, aquilo que foi afirmado na universalidade, que foi negado na particularidade. Interpretação histórica na constante busca de fatos e valores originários (elaboração da norma) e atuais.
 Teoria da Argumentação Jurídica – Alexy (Alemanha, 1970) 
Surge em 1970, com a publicação da “Teoria da Argumentação Jurídica”, tese de doutorado de Robert Alexy. Pós-positivismo: teoria fundada nos pensamentos e na Teoria do Discurso de Habermas, através do Discurso Prático Racional Geral: 1) razão prática (intelecto + vontade, voltado para o agir humano), 2) racional (lógica do discurso), 3) geral (se dirige a qualquer agir). Contexto é reviravolta linguística (expressão linguística é a mediação necessária de qualquer saber): movimento na filosofia que estabeleceu uma mudança muito grande na utilização da razão, passando da razão pura prática de Kant – voltada para o agir do sujeito de modo individual (solipsista), sem sensibilidade, imperativo categórico – para a razão comunicativa (prática) – voltada para a interação entre os sujeitos, a posteriori, de normatividade mediata, a partir do diálogo, do discurso. A razão pura é tida como inválida, pois não advém da interpessoalidade. Alexy, então, elabora o discurso jurídico, como sendo um caso especial dos discursos sintetizados por Habermas.
Prega a Teoria do Discurso Prático Racional Geral, recebendo esse nome por se tratar da inter-relação do agir humano, da racionalidade no agir e é voltado para qualquer agir. O Discurso Jurídico é um caso especial desse discurso, pois só são aceitos os argumentos que têm por fundamentação a Lei (em se tratando de sua elaboração – cumprimento do processo legislativo, etc.), a Dogmática (doutrina – estudiosos do Direito) e a Jurisprudência (precedentes, sua aplicação) que são condições limitadoras às quais está subordinado. Assim, no discurso racional geral qualquer matéria é passível, já no discurso jurídico, não, pois é limitado nessas três esferas. A ênfase da TDPRG são os precedentes, no momento da aplicação, questionando a racionalidade da aplicação da norma. Função da TAJ: buscar acrescentar, verificar e apresentar racionalidade no discurso jurídico de aplicação do Direito que vai levar a sentenças judiciais.
“O Direito é uma ciência que não tem como objeto a natureza, é uma ciência que lida com a obra humana, não sendo neutra, lidando com valores. Assim, o objeto é muito mais complicado para que se conseguir uma objetividade da ação humana”.
Os argumentos são a justificação (fundamentação) da decisão jurídica. São utilizados, pelo legislador, na elaboração das normas; juristas quando refletem a norma (elaboração teórica – doutrina); e poder judiciário a partir da jurisprudência, quando se aplica a norma. Desse modo os argumentos são discursivamente possíveis > argumentação jurídica, objeto de estudo da TAJ (Teoria da Argumentação Jurídica) que procura a racionalidade na valoração (identificar quais valores são justos e corretos, qual decisão é justa, sendo justa se utilizar critérios no julgamento), e não voluntária/arbitrária como no Positivismo que nega a racionalidade prática, existindo para eles somente a razão teórica (conhecer a realidade concreta, natureza). Busca-se a racionalidade para se chegar à universalidade (objetividade) – conferem legitimidade à norma; a TAJ busca tornar a prática jurídica mais racional e mais controlável axiologicamente (ao contrário do que ocorreu no positivismo, em que o juiz elegia a interpretação correta da lei).
A argumentação jurídica é uma condição limitadora porque ela reduz o discurso àquilo que é possível dentro do Direito. Busca-se a justificação, tratando-se de valores presentes no discurso jurídico. A TAJ pretende analisar e fundamentar os argumentos utilizados na decisão judicial, de forma que seu julgamento seja racional, universal (qualquer um, a partir da razão, poderia chegar a mesma conclusão) com o objetivo de se evitar a arbitrariedade. Há a racionalidade na fundamentação e aplicação do Direito, o que gera universalidade (objetividade). A hermenêutica jurídica (cânones hermenêuticos) trata do conteúdo, gerando a possibilidade de interpretação da norma, enquanto a TAJ se preocupa com a elaboração de regras procedimentais (forma com a qual se chega a uma decisão judicial) – aspecto pragmático da linguagem (realidade). Assim, a TAJ lida com o que está externo ao discurso jurídico, o que está interno é a hermenêutica que assume. Código da Razão: diretrizes para como se pode agir de forma racional, para qualquer discurso. Isso só é possível em um Estado Democrático de Direito, uma vez que a TAJ tenta tornar a prática jurídica mais racional e controlável. Racionalidade (procedimento devidos para chegar a uma conclusão > universalidade) e Controlabilidade (verificar a racionalidade da decisão) do Direito. Chegar ao maior grau possível de racionalidade, garantindo a maior objetividade possível saindo na maior medida que se conseguir da subjetividade, sabendo que ela vai sempre existir. Não existe uma única decisão correta.
A TAJ busca parâmetros de escolhas (a escolha tem que ser justificada racionalmente, não de forma decisionista, de modo racional) entre alternativas decisórias para tornar a prática jurídica mais racional e mais controlável axiologicamente, ao contrário dos positivistas que afirmavam as alternativas decisórias de modo que o interprete pode eleger o que ele quiser,não tendo que guardar coerência com nenhum critério superior de justiça. Não há a determinação de uma única decisão correta: os argumentos possíveis estão entre os impossíveis (coação dos interlocutores etc.) e os necessários. Todos devem ser fundamentados. A decisão sob o ponto de vista procedimental é considerada correta. Na Teoria da Argumentação Jurídica, assume-se a possibilidade de revogabilidade do Direito, de conflitos de normas (antinomias, solução dos conflitos a partir do critério hierárquico, cronológico ou racional) e de lacunas legais, pois podem ocorrer erros na elaboração, ou na validade da norma – falibilidade intrínseca da norma. A hermenêutica jurídica não é suficiente para se chegar a uma decisão correta, pois possui indefinidos métodos sem uma ordenação, indeterminação do resultado. 
A teoria da argumentação jurídica surge no momento em que se constatam problemas no discurso jurídico, como a vagueza da linguagem jurídica, que é voltado numa abertura semântica muito grande. Outra questão é a possibilidade de conflitos de normas, sendo um complicador, além das lacunas admitidas no pós-positivismo. A TAJ ajuda a trabalhar esse discurso jurídico com características complicadoras.
A razão comunicativa é construída a partir de um consenso discursivamente estabelecido, numa dimensão pragmática da linguagem > orientando o agir (fala) na realidade concreta. Ocorre a chamada reviravolta linguística, observando as faces sintática, semântica e pragmática (linguagem em ação, na realidade, diálogo) da linguagem. A justificação dos discursos é feita com base na valoração, mas uma valoração fundamentada na racionalidade (objetivam universal), evitando, assim, a arbitrariedade. O positivismo, ao contrário, considerava toda valoração arbitrária (Kelsen – razão conhecer – prática – querer).
Analisa-se a racionalidade através da através da estipulação de regras (lógica, estrutura) e formas que vão demonstrar a possibilidade de fundamentação racional do discurso jurídico. Tenta-se fundar um Código da Razão. Racionalidade formal do discurso jurídico. Procedimental-discursiva. Racional > universal (todos possuem a razão). Busca-se atingir consensos racionais, que são aqueles possíveis de justificação discursiva mediante as regras da argumentação. A partir do consenso racional, determinar-se a prescrituridade, como deve ser ou não a conduta, normatividade a posteriori. Racionalidade e universalidade conferem legitimidade à legislação, pois ela advém da razão que é universalizável.
Busca a legitimidade da legislação, sendo correta aquela advinda da vontade popular, racionalmente fundada. Na TAJ não há a subordinação do Direito em relação à moral (Jusnaturalistas) e nem o contrário (Positivistas), e sim, moral e Direito como complementares. Há argumentos morais no discurso jurídico, mas apesar disso, é possível a racionalidade. Tem-se também o povo como coautor e destinatário do Direito. A fundamentação tanto se dá na particularidade (soberania do povo) quanto na democracia do discurso. Só se busca fundamentar o Direito em uma democracia soberana. Direito entre facticidade (empiria) e idealidade (dever ser), visando o melhor argumento entre a situação concreta e a ideal. Afirmação do princípio da democracia (pressupõe-se a compreensão de interesses mútuos e o alcance de um consenso) – só é possível em um Estado Democrático de Direito ( em um Estado despótico, as leis são frutos da vontade do déspota – não se procura a racionalidade).
Código da Razão
 “A racionalidade de um discurso deriva da observância de uma série de regras predefinidas, e que deveriam ser parte integrante de uma espécie de razão comunicativa. E, embora o próprio Alexy admita que a observância dessas regras não garante que a concordância seja alcançada, ele considera que a sua observância aumenta “a probabilidade de alcançar acordo em assuntos práticos”, formando consensos que sempre estarão abertos a revisão, nos termos das próprias regras do discurso.”
Pretensões para a validade do discurso
Inteligibilidade: falante tem que expressar-se de modo a se fazer entender, compreender;
Veracidade: expressar realmente suas intenções, seus pensamentos verdadeiros, sinceridade (vinculação habersiana, de que o discurso não pode seguir uma razão estratégica, de convencimento, de dominação, e sim de entendimento mútuo, de razão comunicativa);
Verdade: fazer assertivas com conteúdo empiricamente (fático) verdadeiro, que correspondam à realidade;
Correção: falante deve obedecer à norma e as normas devem atender a todos, serem racionais e universais – justificação externa do discurso. “Essa norma é correta (racional, universal), do ponto de vista procedimental, é justa”.
A racionalidade do Direito se dá mediante a observação das quatro pretensões de validade do discurso citadas acima. O consenso racional é sempre passível de refutabilidade, devido a sua falibilidade intrínseca, é passível de erros que só podem ser reconhecidos e modificados com o tempo. As pretensões de verdade se dirigem aos juízos constatativos (empíricos, proposições, natureza) e as de correção são relativas aos juízos de fala regulativos (juízos de valor), Ambas só podem ser resolvidas discursivamente e dialogicamente, a posteriori, comunicativamente, o que mostra que eles são equiparáveis quanto a capacidade de verdade.
Regras da Razão Procedimental da Argumentação Jurídica
Regras Gerais de Fundamentação (igualdade e liberdade habersiana)
Obrigação de fundamentar aquilo que diz, se lhe for pedido, salvo se for possível dar razões que justifiquem negar uma fundamentação (avaliado por todos);
Aceitação do outro como parte do discurso com os mesmo direitos (livre) e sem coerções sobre ele.
Regras da Razão: buscam a justificação da asserção dos enunciados normativos definindo as condições para a racionalidade do discurso.
Igual posição dos interlocutores (introduzir asserções);
Universalidade de acesso ao discurso (quem pode falar tem acesso ao discurso);
Não coação/impedimento/correção ao falante de exercer seus direitos.
Regras da Carga de Argumentação: referente à divisão do ônus de se justificar, fundamentação pelo falante de suas dúvidas à respeito das asserções feitas, discordâncias.
Todo tratamento diferenciado sobre pessoas têm de ser fundamentado – princípio da igualdade. Assim, quem pretende tratar uma pessoa “A” de maneira distinta de uma pessoa “B” é obrigado a fundamentar. Igual tratamento, isonomia;
Só é necessário que se dê mais argumentos em caso de contra-argumentos – princípio da inércia. É impossível que em um discurso se fundamente cada assertiva feita, a grande parte de assertivas de um discurso são consideradas assertadas.
Quem introduz elementos emocionais num discurso, que não tenham diretamente ligação com a linha de argumentação, precisa justificar essa introdução;
Quem entrar com uma proposição ou norma que não seja objeto da discussão deve dar razão para isso, para não ficar aleatório;
Quem produz, no discurso, uma afirmação ou manifestação sobre sua opiniões, desejos ou necessidades que não se refiram ao argumento ou à manifestação anterior tem, se lhe for pedido, que fundamentar porque introduziu, a não ser que não seja contra-argumentado.
Regras de Transição: possibilidade de se transitar entre um discurso prático e ideal (empírico), dentro da presunção da realizabilidade, ou seja, com presunção da racionalidade da verdade dos fatos. Ser ↔ Dever Ser.
Regras Fundamentais: elementares, cuja validade é condição de possibilidade de qualquer comunicação em que se busca a verdade (juízos empíricos) ou correção (juízos normativos).
Nenhum falante pode se contradizer (principio da não contradição, principio de identidade da lógica formal);
Todo falante só pode afirmar aquilo que ele mesmo crê (pretensão de veracidade do discurso) senão há dissimulação e não racionalidade;
Universalidade do que é falado. “Todo falante que aplica um predicado “E” aum objeto “A”, deve estar disposto a aplicar “E” a qualquer objeto igual a “A” em todos os aspectos relevantes”. Mesmo tratamento;
Distintos falantes não podem usar a mesma expressão com distintos significados (semântica diversa) para que haja compreensão mútua.
Regras de Fundamentação: determinam o conteúdo das proposições em relação às escolhas dos argumentos, não de modo hermenêutico, mas sim, como se portar no discurso.
Quem afirma uma regra para alguém deve aceitar suas consequências se se encontrar na posição de seu destinatário (“e se fosse o contrário”);
As consequências de cada regra, para a satisfação dos interesses de cada um, devem poder ser aceitas por todos;
Toda regra deve poder ser enunciada de forma aberta e geral (o discurso é público, não há retenção de informação, ela é dispersa para que o discurso seja legitimo e correto);
As regras morais que servem de base para as concepções morais do falante (moralidade), devem poder passar pela prova de sua gênese (como foi formada, origem) histórico-crítica. Uma regra moral não resiste a tal comprovação se:
Originalmente pudesse justificar racionalmente, mas perdeu depois, com o tempo, sua justificação (sua racionalidade) devido a novas circunstâncias;
Originalmente não se pôde justificar racionalmente e não se pode apresentar novas razões suficientes (no começo já não é racional);
No discurso prático (voltado para o agir humano), devem-se respeitar os limites de realizabilidade realmente dados (situações morais e jurídicas possíveis, devendo ser real, realizável, pois do contrário é imaginário), para não se regredir ao absurdo.
Situação Ideal de Fala (Habermas)
Situação ideal de fala é quando as quatro pretensões e as demais regras procedimentais são seguidas, causando a exclusão de argumentos impossíveis e determinação de argumentos necessários. Dentro desse limite, tendo toda a gama de discursos possíveis, racionais, havendo a possibilidade de diversas decisões corretas, pois se ambas seguirem as regras (razão), chega-se a mesma conclusão. Busca-se, então, proporcionar uma justificação racional às conclusões obtidas consensualmente, dando a elas universalidade.
Fontes das Normas Jurídicas
Fonte Primária: Lei
Fonte Secundária: Doutrina (princípios gerais do Direito, usada sempre), Jurisprudência e Costumes. As fontes secundárias são utilizadas em lacuna legal (não há lei). A Doutrina fundamenta normas jurídicas, a jurisprudência as aplica e os Costumes são normas jurídicas explicitas. 
Lei
A lei é resultante do mais complexo processo de racionalização da produção normativa, de um consenso que parte do poder legislativo, representante da soberania popular, órgão incumbido de dar objetividade à norma, racionalizando-a e, assim, conferindo legitimidade e validade. Para que seja lei, a norma jurídica tem que ser escrita (positivada), constitutiva (confere direito e deveres), geral (voltada para todos), abstrata (voltada para qualquer situação jurídica), coercitiva (sanção objetiva), possuir exigibilidade, ser emanada de autoridade competente, irresistibilidade, determinada, inédita e dar segurança jurídica. 
A positivação da lei gera a objetividade (antemão), certeza jurídica (imutabilidade dos fatos passados) e segurança (previsão de sua conduta – futuro) jurídica. Exigibilidade inequívoca (independe da vontade). A lei exige a centralização do poder, pois ela advém do poder legislativo e só ele pode as produzir. A materialidade dos argumentos trazidos no discurso (morais, religiosos, etc.) advém das relações intersubjetivas. A forma do processo legislativo completa a materialidade do conteúdo (intersubjetividade) e vice-versa, de modo que não há um sem o outro > dialética. A lei é formalmente normativa e tem matéria (conteúdo) valorada. Lei: junção da forma com a matéria no sentido de ter. dialogicamente, uma elevação. 
A lei possui como seus elementos o corpus legis (corpo, letra da lei) e mens legis ou ratio legis (fundamentos, conteúdo, finalidade e/ou pensamento da lei). A Escola Exegética estudava o primeiro, enquanto que, para a Jurisprudência dos Conceitos, interessa o segundo.
	
A lei deve ser dotada de validade (obediência ao processo legislativo, correta formal e estruturalmente), vigência (existir e estar validamente inserida no direito positivo, materialidade) e eficácia ou vigor (causar efeitos jurídicos). Pode ocorrer um lapso temporal entre vigência e eficácia – vacatio legis: lei tem vigência, mas não tem eficácia, ou seja, existe de forma válida, mas não pode ser aplicada, trata-se do tempo necessário para que a população se acostume com a existência da lei, geralmente complexa. Deve também haver efetividade que é a observância da lei, sua realização, de forma espontânea ou aparelhada – forçada pelo Estado (“Se a lei pega”, pertence a ideia de lei, não é um elemento).
A finalidade sociológica da lei é voltada para ordem social. A finalidade filosófica trabalha com o dever ser, com o valor de justiça (este valor é dotado de historicidade, pois vai se modificar ao longo do tempo – período clássico, moderno, revolução francesa e o período contemporâneo) que deve ser alcançado. Em um Estado Democrático de Direito, a legalidade da lei, ou seja, sua inserção no Direito Positivo, deve vir acompanhada de sua legitimidade, advir da vontade popular.
Costumes
	
Costumes são normas respeitadas e tidas como obrigatórias que possuem um aspecto objetivo (de prática reiterada e geral) e um subjetivo (obrigatoriedade). Possuem formação anônima e são fonte secundária, supletiva da lei É anterior à lei. Como exemplo de compilações de costumes (não ordenadas sistematicamente), temos o Código de Hamurabi, Leis das XII Tábuas e Corpus Ius Civilis.
Antigamente, nas sociedades arcaicas e clássicas, os costumes eram a única fonte de Direito. Hoje em dia, eles contribuem para a formação do mesmo, partindo da consciência moral individual dos indivíduos até chegar à consciência jurídica, de modo a integrar o nosso Direito Positivo através do processo legislativo, onde será detectado aquilo que é tido, costumeiramente, como devido do ponto de vista moral, positivando, assim, os costumes que são o conteúdo de muitas leis e que na pratica já existiam antes. Os costumes servem para a atualização do Direito, mas no nosso Direito, ele tem que ter o reconhecimento expresso pelo Estado para ser validado (LICC – Lei de Introdução do Código Civil que estabelece que em caso de lacuna se deve recorrer a analogia, costumes e princípios gerais do Direito). Em caso de lacuna, deve-se buscar analogia (aplicação da mesma norma em um caso semelhante na essência), costumes e princípios gerais do Direito. Os costumes estão adquirindo relevância crescente nos países de Direito Codificado (LICC 1942 Brasil).
 Os costumes podem ser secundum legem (conforme a lei) ou praeter legem (além da lei), mas nunca contra legem. No momento da aplicação dos costumes, eles não são criados, há um reconhecimento dos já existentes (indução). Os costumes ajudam para a não estagnação do Direito, sua constante atualização. A aplicação dos costumes é diferenciada dependendo do ramo jurídico: no Penal ele é inaplicável, no Internacional ele é tido como Fundamental. Diferentemente da lei que possui execução imediata, o costume precisa ser alegado, é necessário que se prove a existência desse costume.
Jurisprudência
São as decisões judiciais uniformes (dadas sobre um mesmo assunto) e reiteradas sobre a mesma matéria (sobre um mesmo sentido), pelo menos de 2ª Instancia. Deixa o Direito mais racional, ocorrendo em tribunais superiores. É a revelação do Direito mediante exercício da jurisdição (capacidade do Estado dizer o Direito em uma área). São chamadas de normas individualizadas, pois só vinculam determinada parte do processo. Também é responsável pela atualização do Direito (capita as mudanças racionalmente). Podem ser secundum legis ou praeter legem, mas nunca contra legem (se a jurisprudênciafor contra o corpus legis, é inválida; se for contra o mens legis, é passível de argumentação). É a fonte secundária do nosso direito, mas é a primária do Commow Law. 
As súmulas dão segurança jurídica (enquadramento), enriquecem a lei de forma supletiva:
Súmula: reunião de decisões sobre um mesmo assunto; não causa estagnação, pois são passiveis de mudança pelo próprio tribunal. “Verbete que registra a interpretação pacífica ou majoritária adotada por um tribunal a respeito de um tema especifico, com a dupla finalidade de tornar publica a jurisprudência para a sociedade de promover uniformidade entre as decisões”.
Súmulas Vinculantes: jurisprudência votada pelo Supremo Tribunal Federal que se torna um entendimento obrigatório, ao qual todos os outros tribunais e juízes terão que seguir. Adquiri força de lei, criando um vinculo jurídico e possuindo efeito erga omnes (atinge todos os indivíduos) que é diferente de inter partes (para determinada ação judicial).
Doutrina
Doutrina é o estudo científico do Direito com o propósito de sistematizá-lo, interpretar o Direito Positivo, objetivo, visando o progresso do Direito. Na medida em que se analisa esse Direito posto, elabora-se críticas, juízos de valor a respeito dele, gerando um avanço do mesmo (com clareza). É um conjunto de conceitos, regras e princípios jurídicos enunciados nas obras dos juristas (professores, estudiosos do Direito).
A doutrina não é obrigatória, é resultado da atividade intelectiva de particulares (com formação jurídica elevada), não advindo de uma estrutura de poder, como as leis. No Direito Romano eram as respostas dos jurisconsultos (responsa), como particulares. Na Idade Média, tivemos a introdução do Direito Romano na Europa, apesar de vários Direitos existentes (canônico, bárbaros, etc.), sendo trazido pelos glosadores (faculdade de Bolonha, principalmente), que tinham no Direito Romano a base de seu trabalho. Atualmente, a Doutrina serve de fundamentação para quase tudo (decisões judiciais, pareceres, etc.), sendo a maior base de conhecimentos dos advogados. Ela pode ser secundum legem, praeter legem e contra legem (a única que pode porque o jurista não está vinculado a “obedecer” o Direito posto, podendo até, baseado em argumentos e de forma racional, levar a modificação e avanço do Direito – leis e jurisprudência).
Tratados Internacionais
São tidos por alguns como fonte do Direito porque para que eles sejam obrigatórios, precisam ser recebidos pelos diversos ordenamentos jurídicos (positivados, tornam-se leis). Dão diretrizes, por isso são considerados uma fonte. São acordos por escrito entre Estados soberanos, segundo o princípio do pacta sunt servanda (os acordos, pactos, devem ser cumpridos) que é o principio maior do direito internacional (base consuetudinária). 
Direito Positivo
Possui sua vigência (existência válida) no espaço (territorial) e no tempo (cronologia). O espaço é dividido em território nacional Constituição Federal, estadual e municipal. Aguas territoriais (até 200 milhas) e rios são propriedades exclusivas de cada Estado em que passa, espaço aéreo e subsolo. Há territórios fictícios, que se valem do principio da extraterritoriedade (subtração da jurisdição do Estado em que sem encontram), tendo como exemplo as embaixadas, navios e aviões. As Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas devem guardar subordinação somente a Constituição Federal; leis federais e estaduais estão no mesmo patamar de igualdade.
Entende-se por espaço todo o território (terrestre, aéreo e marítimo) e, entende-se por vigência temporal (interregno) o lapso de tempo de existência válida da lei – da sua publicação à sua revogação. Essa vigência pode ser indeterminada (regra) ou temporária (leis transitórias). A data de publicação é o momento em que é publicado no Diário Oficial (DO) da União, dos estados ou dos municípios maiores. A lei só vale depois que é publicada e não promulgada. A revogação pode ser expressa (“esta lei revoga tal lei”) ou tácita (quando uma nova lei não é compatível com a anterior ou regular toda a matéria da anterior). Uma lei só é revogada por outra lei, logo, a revogação só pode ser feita pelo legislativo. Toda lei tem que ser inédita. 
A Constituição revoga toda disposição contrária em vigor: Mas e o Direito Adquirido em relação às normas constitucionais? Como articular a garantia dos direitos adquiridos na Constituição anterior agora na nova ordem constitucional? Se aquele direito for atentatório aos princípios constitucionais, ele não deve mais permanecer, assim, a Constituição revoga tudo, não garantindo nem mesmo direito adquirido. Ao mesmo tempo, a Constituição tem o Principio do Direito Adquirido estabelecido. 
A Constituição, como lei superior, revoga toda disposição contrária a ela que estiver em vigor, porque ela vincula todo o ordenamento jurídico, guarda correspondência formal e material (no normativismo era só material). A lei revoga decretos e regulamentos. A declaração, pelo STF, de inconstitucionalidade gera suspensão, interrupção da eficácia da lei (possibilidade de gerar efeito jurídico, ser aplicada). Do ponto de vista técnico, só o legislador tem competência para revogar uma lei (distribuição de competência pelos 3 poderes). 
Existe o princípio do efeito imediato das leis, ou seja, uma vez pulicada, entra em vigor, mas existem 3 situações em 	que essa imediaticidade perde o efeito, conforme consta na Constituição da República, não podendo ser afetados pela nova lei:
Ato jurídico perfeito: quando um ato já foi consumado dentro da vigência da lei antiga;
Direito Adquirido: direito subjetivo adquirido na vigência da lei tornada antiga, pois não se podem prever leis futuras que modificação determinada situação jurídica se ela se estender no tempo (exemplo: procuradores no momento em que assumiram a procuradoria em Minas Gerais em 2004). Vale a lei do momento da criação. Estado Democrático de Direito é um direito adquirido, pois garante certeza e segurança jurídica;
Coisa Julgada: decisão judicial de que já não caibam mais recursos – ou se chegar a instância suprema ou após o prazo para recurso, não incide lei sobre coisa julgada.
Classificação das Normas Jurídicas
Complementariedade: são normas primárias (“se A, deve ser B” – estipulam direitos e deveres) e normas secundárias (“se não B, deve ser C” – estipulam sanção, norma de conduta);
Subordinação: normas superiores e inferiores (Escalação de Kelsen);
Matéria: gerais (todas as situações, leis abstratas), especiais (campo restrito de situações jurídicas específicas, como funcionalismo público, consumidor) e excepcionais (situações concretas, presentes e extraordinárias, exemplo: guerra);
Tipo: de conduta (voltada para o agir) ou de organização (estruturação do Estado);
Espaço: (âmbito de vigência): nacionais, estaduais ou municipais;
Tempo: permanentes ou temporárias/transitórias;
Sistema: nacional ou estrangeira – a qual ordenamento a lei pertence.
Finalidade da Norma Jurídica
A finalidade sociológica é voltada para a ordem social, empírica, a lei existe para prevenir e dirimir conflitos (como na Jurisprudência dos Interesses e no Juspositivismo Sociológico). Só é analisado o fato concreto (ser). A finalidade filosófica trabalha com o dever ser, como o valor justiça, que deve ser alcançado. O valor justiça tem que contar com a legitimidade, porque ele é criado em cada momento histórico a partir do discurso, mediante um consenso livre (universalidade) e racional: regra da fundamentabilidade, regras da razão e tem que haver liberdade (não haver coerção). O valor justiça também é dotado de historicidade, porque ele é um ideal de cada tempo situado na história:
Período Clássico: Igualdade como valor central (Santo Agostinho e Tomás de Aquino);
Período Moderno: Igualdade e liberdade > Revolução Francesa > Todos os homens livres e iguais (Hobbes, Locke, Rousseau e Kant);
Período Contemporâneo (séc. XIX): Igualdade, liberdade e trabalho, criando a ideia de

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