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Liquidação extrajudicial O que é? A liquidação extrajudicial é uma medida administrativa com caráter saneador. É um procedimento que visa à recuperação da empresa, a fim de evitar a falência. Provoca os mesmos resultados do procedimento judicial da falência, todavia, não impede a decretação desta. Rege-se pela Lei nº 6024/74 Quem está sujeito? Empresas fiscalizadas por órgãos governamentais, quais sejam: Bancos e demais entidades financeiras; seguradoras e entidades de previdência privada; e planos de saúde. Qual o órgão responsável? São três: Banco Central do Brasil, Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e Agência Nacional de Saúde Suplementar. Quando será decretada? 1- Quando houver comprometimento da situação financeira, especialmente em caso de impontualidade injustificada ou quando se caracterizar algum motivo que autoriza a declaração de falência. 2- Quando houver violação das normas legais e estatutárias bem como as determinações do Conselho Monetário Nacional ou do Bacen. 3- Quando a instituição sofrer prejuízo que sujeite a risco anormal seus credores quirografários. 4- Quando, cassada a autorização para funcionar, a instituição não iniciar em 90 dias sua liquidação ordinária, ou, quando iniciada, verificar-se que a morosidade de sua administração pode acarretar prejuízo para os credores. 5- A requerimento dos administradores, se lhes conferida esta competência, ou por proposta do interventor. Quem executa a liquidação? Quando decretada a liquidação, o órgão supervisor nomeará um liquidante. Suas atribuições básicas serão: levantar todos os créditos, arrecadar ativos, realizá-los para quitar os créditos, levantar responsabilidades dos ex-administradores fazendo denúncia ao Ministério Público e, quando for o caso, requerer a autofalência. Alteração na denominação Quando decretada, em todos os atos, documentos e publicações de interesse da liquidação, será usada obrigatoriamente a expressão “Em liquidação extrajudicial”, sem seguida à denominação da entidade. Efeitos Suspensão das ações e execuções iniciadas sobre direitos e interesses relativos ao acervo da entidade liquidanda, não podendo ser intentadas quaisquer outras, enquanto durar a liquidação; vencimento antecipado das obrigações da liquidanda não atendimento das cláusulas penais dos contratos unilaterais vencidos em virtude da decretação da liquidação extrajudicial; não fluência de juros, mesmo que estipulados, contra a massa, enquanto não integralmente pago o passivo; interrupção da prescrição relativa a obrigações de responsabilidade da instituição; não reclamação de correção monetária de quaisquer divisas passivas, nem de penas pecuniárias por infração de leis penais ou administrativas. Quando cessa a liquidação extrajudicial? se os interessados, apresentando as necessárias condições de garantia, julgadas a critério do Banco Central do Brasil, tomarem a si o prosseguimento das atividades econômicas da empresa; por transformação em liquidação ordinária; com a aprovação das contas finais do liquidante e baixa no registro público competente; se decretada a falência da entidade. Do processo da liquidação extrajudicial Após a decretação da liquidação extrajudicial e nomeação do liquidante, este elaborará um relatório dentro de 60 dias, do quadro geral da empresa que será examinado pelo órgão supervisor e poderá fazer propostas para adoção de providências que lhe parecerem necessárias e urgentes. A vista do relatório ou da proposta, o órgão governamental decidirá entre prosseguir na liquidação ou requerer a falência. A falência será requerida quando o seu ativo não for suficiente para cobrir pelo menos a metade do valor dos créditos quirografários ou quando houver indícios de crime falimentar. Se prosseguir na liquidação, o liquidante fará publicar aviso aos credores para que declarem os respectivos créditos. Esgotando o prazo para a declaração de créditos e julgados estes, o liquidante organizará o quadro geral de credores e publicará. O liquidante prestará contas ao Banco Central do Brasil, independentemente de qualquer exigência, no momento em que deixar suas funções, ou a qualquer tempo, quando solicitado, e responderá, civil e criminalmente, por seus atos. Aplicam-se a liquidação extrajudicial no que couberem e não colidirem com os preceitos desta Lei, as disposições da Lei de Falências, equiparando-se ao síndico, o liquidante, ao juiz da falência, o Banco Central do Brasil.
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