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Economia I, UFRPE – Prof. Luiz Flávio Maia Filho ( luiz@dlch.ufrpe.br ) 1 Economia I, UFRPE - Prof. Luiz Flávio Maia Filho ( luiz@dlch.ufrpe.br ) 12a. Semana, parte B: Comportamento maximizador de consumidores e firmas. Deste momento em diante e até o final do curso, vamos direcionar nossa atenção ora para a introdução dos assuntos da microeconomia, ora para os da macroeconomia. Começando com a microeconomia: Que fundamentos teóricos estão por trás da curva de demanda? E da curva de Oferta? No início da disciplina, mencionamos dois princípios que precisam ser retomados: (i) o de que agentes racionais buscam atingir o grau máximo de satisfação; e (ii) o de que, para alcançar o ponto ótimo, descobre-se qual é o caminho a seguir através da análises de ajustes marginais (pequenos), verificando se há ganhos ou perdas líquidas naquelas alterações. Consumidores: assumindo, por simplicidade, que a renda do consumidor é fixa e certa, o princípio da racionalidade sugere que ele gastará sua renda de modo a encontrar a melhor combinação possível de bens e serviços para si (ou para sua família); dá-se o nome de UTILIDADE à medida da satisfação dos consumidores; Empresas: assumindo, por simplicidade, que a tecnologia e o orçamento do empresário são limitados, o princípio da racionalidade indica que ele tentará fazer escolhas (quanto e como produzir) de modo a obter o lucro máximo. 0-Noções da Teoria do Consumidor 0.1: O que caracteriza as preferências do consumidor? a. Mais é melhor que menos (economistas chamam isso de não-saciedade); b. Escolhas são transitivas (se “a” é melhor que “b”, que é melhor que “c”; então, “a” é melhor que “c”); c. Indivíduos preferem variedade a quantidade (taxa de substituição desejada de um bem pelo outro decai, na medida em que temos quantidades maiores de apenas um bem) Economia I, UFRPE – Prof. Luiz Flávio Maia Filho ( luiz@dlch.ufrpe.br ) 2 Se as preferências do consumidor tem as três características acima, elas podem ser graficamente representadas através de curvas de indiferença: • Os eixos do diagramas acima representam quantidades dos bens x1 (rerigerantes) e x2 (pizzas), nos quais o consumidor costuma gastar sua renda (suponha que só existam esses dois tipos de bens). A linha U0 é chamada “curva de indiferença” porque é formada por pontos que representam diferentes combinações de bens para as quais o consumidor é indiferente; • A linha U1 está associada a pontos que representam quantidades maiores de ambos bens... assim, todas aquelas combinações de quantidades são preferíveis às representadas por U0; • Note que a inclinação da curva vai mudando, quando se fala de deslocamentos ao longo da curva de indiferença... a ideia aqui é que na medida que trocamos mais e mais de um dos bens pelo outro, vamos ficando saciados dos bens que já temos muito; além disso, parece haver uma quantidade mínima NECESSÁRIA de cada um dos bens... • À inclinação das curvas de indiferença dá-se o nome de TAXA MARGINAL DE SUBSTITUIÇÃO, uma vez que indica em qual proporção a quantidade de um bem tem que ser aumentada para compensar decréscimos na quantidade do outro bem – mantendo o nível de satisfação constante. Mas, se é assim, por quê o consumidor não escolha (racionalmente) a curva de indiferença mais alta? O que o impede de consumir grandes quantidades de ambos produtos? Ora, a limitação é a renda de que dispõe... sua RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA, que também pode ser registrada nesse diagrama... X1 X2 U0 U1 (5,5) (12,3) (8,8) Economia I, UFRPE – Prof. Luiz Flávio Maia Filho ( luiz@dlch.ufrpe.br ) 3 Digamos que a renda total seja de R$ 100,00 por semana, cada pizza custa R$ 15,00, cada refrigerante custa R$ 5,00... As opções do consumidor seriam... Refris Pizzas Gasto (R$) 0 6,6 100,00 1 6,3 100,00 2 6 100,00 ... ... ... 17 1 100,00 ... ... ... 20 0 100,00 Colocando essas possibilidades num diagrama, encontramos uma linha de restrição orçamentária (destaque em vermelho), representando os pontos da equação: 5x1 + 15x2 = 100 • Ainda que o consumidor quisesse alcançar o nível de satisfação U1, sua renda só permite que ele alcance U0; • A inclinação da reta vermelha, de restrição orçamentária, pode ser facilmente deduzida: basta manipularmos a equação: x1 = 100 – (15/5) x2 • A inclinação da reta de restrição orçamentária, nesse caso, representa o preço relativo, ou seja, a razão entre os preços da pizza (R$ 15,00) e do refrigerante (R$ 5,00). X1 X2 U0 U1 (5,5) (12,3) (8,8) Economia I, UFRPE – Prof. Luiz Flávio Maia Filho ( luiz@dlch.ufrpe.br ) 4 Na tentativa de alcançar a mais alta curva de indiferença, o consumidor vai tender a escolher a combinação de bens que TANGENCIA uma das curvas de indiferença: Toda a discussão acima adota como pressuposto que os preços dos bens – assim como a renda do consumidor – são dados (fixos)... mas não é difícil deduzir o que aconteceria se o preço da pizza caísse, por exemplo: • A inclinação da reta de restrição mudaria, ficando mais “deitada” e alcançando o eixo horizontal em um ponto mais distante da origem do gráfico; • O ponto ótimo, de tangência da restrição orçamentária com uma das curvas de indiferença, se daria com uma curva mais distante da origem, revelando que o nível de satisfação do consumidor sobe; • No “frigir dos ovos”, o preço da pizza caiu e a nova “cesta” ótima indica uma quantidade maior de pizza sendo consumida (se comparada à combinação ótima anterior)... O consumidor agiu exatamente como previa uma lei anteriormente discutida nesse curso... A LEI DA DEMANDA !
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