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Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus Identificação Vias de transmissão Fatores de virulência Patogênese Patologias mais frequentes Material biológico Diagnóstico Identificação Cocos gram positivo Agrupados (aos cachos) Identificação Catalase positiva 2H2O + O2 catalase 2H2O₂ + O2 Micrococcaceae: Staphylococcus, Planococcus , Stomatococcus e Micrococcus Streptococcus Enterococcus Catalase É uma enzima intracelular encontrada em organismos que decompõem o peróxido de hidrogênio. Peróxido de hidrogênio é um produto do metabolismo celular de organismos que estão expostos ao oxigênio atmosférico. Algumas células do sistema imune produzem peróxido de hidrogênio para uso como agente antibacteriano. Sendo ineficaz em bactérias produtoras de catalase. Protege a bactéria dos ataques dos superoxidantes produzidos como defesas pelos leucócitos. Identificação Não esporulado, por vezes capsulado Esporulação é um mecanismo bacteriano de sobreviver em condições críticas. Cápsula bacteriana: camada protetora resistente à fagocitose. Identificação S.aureus é o mais patogênico Outras espécies: 33 espécies 17 isoladas em material biológico humano S. epidermidis S. saprophyticus S. haemolyticus S. hominis S. capitis S. warneri S auricularis S. simulans S. cohni S. lugdunensis S.aureus Etc... Identificação Cresce em meios comuns pH=7; 37°C Colônias arredondadas, lisas e brilhantes Coloração varia do cinza ao amarelo No ágar sangue pode formar halo de hemólise Cresce no meio manitol Anaeóbio facultativo Staphylococcus aureus Vias de transmissão: Faz parte da microbiota da vários locais do organismo (pele e fossas nasais de pessoas saudavéis) Corte de pele Contato com doentes (inalação, mãos contaminadas) Ingestão de alimentos (toxina) Staphylococcus aureus Fatores de virulência: 1-Componentes da superfície celular Cápsulas Peptideoglicano e ácidos teicóicos Proteína A Outras proteínas 2-Toxinas 3-Enzimas Fatores de virulência do S. aureus Staphylococcus aureus Cápsulas: A maioria possui cápsulas Protege contra fagocitose Pode-se classificar as amostras em sorotipos de acordo com os antígenos capsulares Os mais prevalentes são os sorotipos 5 (CP5) e 8 (CP8) Sorotipo 5: maioria dos MRSA (Staphylococcus aureus resistentes a meticilina) Staphylococcus aureus Peptideoglicano e ácidos teicóicos: Ativam o complemento, estimulando a produção de citocinas Ác. Teicóico promove a adesão do patógeno com as células epiteliais das mucosas do hospedeiro Staphylococcus aureus Proteína A (SpA): Maior parte se encontra ligada ao peptideoglicano Se liga a porção Fc da IgG, impedindo que o Ac interaja com as células fagocitárias Assim a SpA junto com a cápsula protege o S. aureus contra a fagocitose Proteína A (SpA) Tem a habilidade de se ligar à porção FC de IgG, impedindo, portanto que ela sirva de fator de opsonização na fagocitose. IgG S. aureus SpA Fab Fc Fab Opsonização em imunologia, é o processo que facilita a ação do sistema imunológico por fixar opsoninas ou fragmentos do complemento na superfície bacteriana, permitindo a fagocitose 15 Staphylococcus aureus Proteínas que se ligam à fibronectina, ao colágeno e ao fibrinogênio: As proteínas promovem a colonização do patógeno nos tecidos Proteína de superfície chamada “proteína ligadora de fibrinogênio”, conhecida também como clumping factor, promove a aglutinação do patógeno Staphylococcus aureus Enzimas (ajudam na patogênese das infecções): Coagulase: coagula o plasma, pela transformação da protrombina em trombina que, por sua vez, ativa a formação da fibrina a partir do fibrinogênio. Esta fibrina é depositada em torno do microrganismo dificultando a fagocitose (reconhecimento do sistema imune) Fibrinolisina ou Estafiloquinase: possui capacidade de dissolver coágulos. Staphylococcus aureus Betalactamases: inativa os antibióticos betalactâmicos (penicilina, cefalosporinas) pela abertura do anel betalactâmico Catalase,Desoxirribonuclease, (Dnase), Hialuronidase,Lipase,Proteases: pode gerar nutrientes utilizáveis pelo S. aureus e ao mesmo tempo facilitar a sua disseminação pelos tecidos Staphylococcus aureus Toxinas: Produz várias toxinas que atuam através de mecanismos diferentes citotoxinas, superantígenos Staphylococcus aureus Citotoxinas: α-toxina e leucocidina α-toxina: formação de poros na membrana dos leucócitos com isso sai o conteúdo celular e morte da célula. Liberação de citocinas contribuindo para choque séptico Leucocidina: capacidade de matar leucócitos Staphylococcus aureus Superantígenos: TSS (toxic shock syndrome): toxina responsável pela síndrome do choque tóxico estafilocócico SE (staphylococal enterotoxins): toxina responsável pela intoxicação alimentar estafilocócica Staphylococcus aureus Toxina esfoliativa: Responsável pela “síndrome da pele escaldada” (separação da epiderme da derme) – Impetigo Bolhoso Staphylococcus aureus Patogênese (Fatores de virulência): Depende da capacidade da bactéria sobrepujar as defesas do organismo representadas pelas opsonofagocitose Opsoninas são proteínas do sistema complemento ou anticorpos contra estruturas da superfície da bactéria Fagócitos são representados pelos neutrófilos (mais frequentes) e macrófagos Staphylococcus aureus Mecanisno de invasão: Bactéria adere a pele ou a mucosa Rompe a barreira de epitélio, destruindo as ligações intercelulares Após invasão utiliza diversas estratégias para sobreviver e proliferar dentro do organismo do hospedeiro opsonização do complemento neutralização da fagocitose inibição das respostas imune humoral e celular Staphylococcus aureus Infecções superficiais Infecções profundas Staphylococcus aureus Infecções superficiais: afetam a pele e tecido celular subcutâneo, a invasão se faz através de solução de continuidade e caracteriza por formação de uma coleção de pus. Impetigo Foliculite Furúnculo Carbúnculo Impetigo Bolhoso (toxina) e não bolhoso Comum na infância Contagiosa Infecção da epiderme Lesões múltiplas Impetigo não bolhoso Inicia-se através de picada de insetos, arranhaduras, corte Lesões eritematosas seguidas de vesículas e pústulas Se rompem e forma áreas erosadas com crostas de coloração amarelada Face, braços, pernas e nádegas Não é comum haver sintomas sistêmicos (febre, mal estar) mas com linfonodos doloridos Pode ser causado por S. aureus e S. pyogenes Impetigo bolhoso (Síndrome da pele escaldada) Causado somente pelo S. aureus que produz toxinas que causam o descolamento da epiderme Inicia com pequenas vesículas e evoluem rapidamente para bolhas com conteúdo amarelo Rompimento das bolhas formam crostas amarelo avermelhadas Pode haver febre, mal estar, perda de apetite Impetigo bolhoso (Síndrome da pele escaldada) :Complicações: Glomerulonefrite, septicemias Período de incubação: Variável e indefinido, em geral 4 a 10 dias Transmissão A partir dos focos de colonização das bactérias nas narinas, mãos Lesões supurativas Impetigo Bolhoso (Síndrome da pele escaldada) Conhecida como Doença de Ritter Descolamento de áreas da epiderme provocadas pela destruição da desmogleína (proteína de adesão dos epidermócitos) pela esfoliatina Foliculite Infecção do folículo piloso com formação de uma coleção de pus abaixo da epiderme Furúnculo É uma extensão da foliculite (folículo piloso, glândula sebácea e tecido subcutâneo) se apresentando na forma de nódulos dolorosos Podem drenar sozinhos ou precisam de uma incisão cirúrgica Carbúnculo Ocorre quando os furúnculos se coalescem e a infecção se estende para tecidos mais profundos Podem apresentar calafrios e febre o que indicam a ocorrência de bacteremia Infecções Profundas Se originam de focos de infecções superficiais, são metastáticos A bactéria para atravessar a paredevascular tem que ser fagocitado pelas células endoteliais Muitas bactérias podem ficar alojadas nas células endoteliais ficando protegidas das defesas do organismo (recorrências de algumas infecções) Infecções Profundas Bacteremias Endocardites Pneumonias Osteomelites Outras infecções Bacteremia (bactéria no sangue) Causas: Infecção cutânea Uso de catéter em pacientes nosocomiais Injeção intravenosa de droga ilícita Pode evoluir para sepse (infecção generalizada) Bacteremia – Sepse/Choque séptico Atinge o sistema circulatório Inflamação sistêmica difusa (porque o processo infeccioso se espalha em vários locais do corpo) Ativação do sistema imunológico: receptor do tipo Toll-like 4 é uma proteína codificada em humanos pelo gene TLR4 (CD284) O TLR4 parece também estar envolvido no reconhecimento de algumas proteínas virais e do ácido lipoteicóico (Staphylococcus aureus) O agente infeccioso é menos danoso que a ativação do sistema imunológico família Toll-like - existentes na superfície de monócitos, macrófagos, células dendríticas e neutrófilos 38 Bacteremia – Sepse/Choque séptico Processo inflamatório causa dilatação dos vasos sanguineos: queda da pressão arterial (CHOQUE CIRCULATÓRIO que caracteriza o CHOQUE SÉPTICO): Aumento da permeabilidade dos vasos (lesão endotelial), extravasamento de fluídos para os orgãos: EDEMA intersticial e hipovolemia, distúrbios na coagulação (CID) Essas alterações diminuem o oxigênio e nutrientes aos tecidos: HIPÓXIA, E FALÊNCIA DOS MESMOS Bacteremia – Sepse/Choque Séptico Sistema de coagulação é ativado: COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA. Formação simultânea de trombos e hemorragia Paciente apresenta trombose dos membros e hemorragia do sistema digestivo Sepse severa tem mortalidade de 50% Quanto mais cedo iniciar o tratamento melhor é o prognóstico Tratamento: antibiótico Bacteremia Tratamento: O tratamento inicial da sepse é com antibióticos para eliminar as bactérias e interromper o fator de estímulo ao processo inflamatório. Se houver sinais de queda da pressão arterial é essencial a imediata reposição de líquidos por via venosa para reverter a hipotensão. Quanto mais rápido se inicia o tratamento, maior a chance de sucesso. Diagnóstico laboratorial: Hemocultura ou cultura da secreção Endocardites Infecção do endocárdio: inflamação das estruturas internas do coração principalmente as válvulas cardíacas A bactéria chega a este tecido porque: Expressam receptores nas válvulas cardíacas São colonizadores naturais da pele, orofaringe, intestino, trato urogenital com acesso frequente a corrente sanguinea Endocardites Se alojam nas válvulas, se multiplicam formando a vegetação valvar (emaranhado de bactérias, leucócitos, hemácias, fibrinas e restos celulares) Endocardites Consequências: insuficiência cardíaca aguda grave Embolia pulmonar, infartos e AVC (coágulos de sangue + vegetação valvar = embôlo séptico) Infarto renal, glomerulonefrite, insuficiência renal 30% de mortalidade Endocardites Fatores de risco: uso de drogas endovenosas pacientes hospitalizados (colonização de catéter) Doença valvar (congênita ou não) Válvulas cardíacas artificiais Endocardite Procedimentos de risco: Procedimentos dentários Procedimento respiratórios (biópsia, remoção amígdalas) Procedimentos gástricos e urinários com colocação de catéter Endocardites Sintomas: Febre alta, astenia, fadiga Falta de ar, cansaço, falta de apetite Dor no corpo, suores noturnos Sopro Insuficiência cardíaca Anormalidades neurológicas Esplenomegalia Petéquias Hemorragias subungueais Endocardite Diagnóstico Clínico: Ecocardiograma por via endoscópica Tratamento: Antibiótico por via venosa por no mínimo 4 semanas Pneumonia Pode ser devido a aspiração de secreção oral ou disseminação hematogênica a partir de um foco primário Comum na pneumonia nosocomial (paciente intubados sob ventilação mecânica) Pneumonia Diagnóstico laboratorial: Cultura de secreção pulmonar Osteomielite A bactéria pode alcançar os ossos por via hematogênica em consequência de traumas (cirúrgicos ou não), próteses Bactéria se prolifera: reação inflamatória aguda São liberadas toxinas e enzimas destrutivas que reduzem o pH e a tensão de oxigênio e como consequência a morte celular Osteomielite O osso afetado sofre necrose dentro das primeiras 48 horas Todos os ossos podem desenvolver a doença mas geralmente são os ossos longos e da coluna vertebral Osteomielite Diagnóstico é feito através de imagem: Rx, tomografia, ressonância É importante identificar o agente causador da infecção (cultura) através de amostras de sangue, pus e do próprio osso, porém as vezes não é possível Osteomielite Sintomas: Febre Dor no osso afetado Inchaço Formação de abcesso Pode aparecer uma fístula na pele (drenagem da infecção óssea e dos tecido mole adjacente) Osteomielite Tratamento: Antibiótico por via endovenosa e depois via oral por um período de 4 a 6 semanas Staphylococcus aureus Outras infecções: infecções no trato genitourinário Infecções no sistema nervoso Piomiosite (infecção do músculo esquelético) Etc.. Intoxicação alimentar Ingestão de enterotoxinas (produzidas pela bactéria) no alimento Enterotoxinas são termoestáveis: a cocção dos alimentos não a destroem Intoxicação alimentar Sintomas: Início abrupto violento náusea vômitos cólicas intestinais prostação pressão baixa Intoxicação alimentar Causa: Toxina estafilocócica (TE) produzida por algumas cepas do S. aureus Intoxicação alimentar Transmissão: Ingestão de alimentos contendo a enterotoxina não refrigerados adequadamente Manipulação de alimentos por pessoas portadoras do S. aureus em secreções nasofaríngeas, por ferimentos nas mãos, abcessos, acnes 60 Intoxicação alimentar Período de incubação: 30 minutos a 8h (2h a 4h) Intoxicação alimentar Diagnóstico clínico e laboratorial: Levantamento do caso clínico e suspeita de ingestão de alimentos contaminadas Pesquisa da toxina nos alimentos/fezes/vômitos Intoxicação alimentar Alimentos mais fácéis de contaminação: carnes ; aves e ovos; saladas com ovos, atum, galinha, batata, macarrão; patês, molhos, tortas de cremes, bombas de chocolate e outros; sanduíches com recheios; produtos lácteos e derivados Tratamento: Reposição eletrolítica Síndrome do choque tóxico (SCT) Doença grave em que os primeiros relatos publicados na literatura inclui meninas adolescentes e mulheres adultas, que são acometidas durante o período menstrual e que possui colonização vaginal pelo S. aureus produtores de TSST-1 (superantígenos) Ocasionado também por feridas cirúrgicas, mastite, osteomielite, artrite, queimaduras, infecções de vias aéreas Síndrome do Choque Tóxico (SCT) Febre (>38,9°C) Exantema Descamação (plantar) Hipotensão Envolvimento de vários sistemas: Gastrintestinal (náusea e vômito) Muscular (mialgia) Renal (aumento de uréia e creatinina) Hepático (aumento de enzimas) Hematológico (diminuição plaquetas) Sistema nervoso central (alteração do nível de consciência) Síndrome do Choque Tóxico (SCT) Tratamento: Terapia de suporte antibioticoterapia
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