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PRECLUSÃO E AS CAUSAS DO CPC 267 E 269

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FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – FUPAC
FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE UBERABA
Curso:	 Direito. Disciplina: Direito Processual Civil I
Período: 3°	 Professor:Murillo Sapia Gutier
Data:05/04/15 Créditos Obtidos: 
Aluno (a): Diego Oliveira Leal
PRECLUSÃO E AS CAUSAS DO CPC 267 E 269
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) 
I - quando o juiz indeferir a petição inicial;
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
Vll - pela convenção de arbitragem; (Redação dada pela Lei nº 9.307, de 1996)
Vlll - quando o autor desistir da ação;
IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal;
X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;
XI - nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1° O juiz ordenará, nos casos II e Ill, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.
§ 2° No caso do parágrafo anterior, quanto ao no II, as partes pagarão proporcionalmente as custas e, quanto ao no III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado (art. 28).
§ 3° O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos incisos. IV, V e Vl; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que lhe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento.
§ 4° Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
 A primeira hipótese contemplada pelo artigo 267 do CPC a provocar a extinção do processo sem o julgamento do mérito, seria no caso de indeferimento da petição inicial, havendo diferenciação pela doutrina quando esta ocorre pelo reconhecimento da decadência e da prescrição. É que o legislador inseriu a decadência e a prescrição entre as hipóteses de extinção do processo com julgamento de mérito, de forma que não podemos pensar em propor novamente a ação, quando rejeitada a inicial sob esses fundamentos, eis que faz coisa julgada material. A paralisação do processo por inércia das partes também é causa de extinção do processo sem o julgamento do mérito, uma vez que, se o processo ficar parado por mais de 1 (um) ano por negligência das partes, é presumido o desinteresse em obter a prestação da tutela jurisdicional.
 O artigo 267, II, fala em negligência das partes, mas poderá ser de uma ou de ambas as partes. Nesta situação, há de se exigir a intimação pessoal da parte para que promova o andamento do feito no prazo de 48 horas, havendo a extinção apenas se for descumprida a intimação para que se dê o seguimento ao feito, podendo ocorrer por iniciativa da parte ou do Ministério Público, e, ainda, ser decretada de ofício pelo juiz. Ocorrendo a hipótese supra, a extinção não é vista como punição à parte, devendo, nos termos do parágrafo segundo do artigo 267, existir a condenação proporcional das partes às custas processuais.
 O inciso III do artigo 267 determina a extinção do processo quando o autor não promover os atos e diligências que lhe competir, abandonando a causa por mais de 30 dias. Nesta hipótese, a extinção constitui penalidade imposta ao autor negligente, devendo ser condenado ao pagamento das custas e honorários do advogado da parte contrária. Na ocorrência por três vezes, der causa à extinção do processo pelo fundamento previsto no artigo 267, III do CPC, ocorre a chamada perempção, que é a perda do direito de renovar a mesma ação, nos termos do artigo 268, parágrafo único do CPC (Embora a perempção cause a perda do direito de ação, nada impede que a parte invoque seu eventual direito material em defesa, quando sobre ele vier a se abrir processo por iniciativa da outra parte).
 Por fim, existe coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por sentença transitada em julgado, residindo aí a diferença entre coisa julgada e litispendência, eis que uma trata dos processos simultâneos, ainda sem decisão definitiva, enquanto que o outro trata da existência de nova ação que já foi objeto de pronunciamento definitivo pelo judiciário.
 Aqui, cumpre fazer uma pequena distinção entre coisa julgada formal e material, tratada no artigo 467 do CPC. É coisa julgada material quando o ato decisório resolve o mérito da causa, decidindo a lide e impedindo, consequentemente, que ação seja novamente proposta, nos termos do artigo 269 do CPC. Coisa julgada formal, de outro lado, refere-se à indiscutibilidade da decisão judicial verificada dentro do processo e se vincula à impossibilidade de rediscutir o tema decidido dentro da relação processual em que a sentença foi prolatada.
 O artigo 267, VI, do CPC afirma que se extingue o processo, sem julgamento de mérito, quando não concorrer qualquer das condições da ação: possibilidade jurídica do pedido, legitimidade das partes e interesse processual. Existe interesse processual quando a parte tem necessidade de ir a juízo para alcançar a tutela pretendida e quando essa tutela jurisdicional pode lhe trazer alguma utilidade do ponto de vista prático. Assim, por exemplo, não há necessidade concreta da jurisdição quando, antes de vencer a dívida, o credor ingressa em juízo buscando cobrar o seu crédito, devendo ser extinto o feito pela falta de interesse de agir. Por fim, no que se refere à possibilidade jurídica do pedido temos o exemplo da dívida de jogo. Como o jogo não é legalizado, o seu objeto é ilegal, não podendo ser tutelado pelo direito.
 O artigo 267, VII possibilita às partes abrirem mão da jurisdição do estado e convencionarem entre si que qualquer conflito oriundo de seu relacionamento será resolvido mediante arbitragem - Lei 9.307/96.
 Assim, uma vez convencionada a arbitragem para dirimir qualquer conflito entre determinadas partes, e havendo o ingresso em juízo por uma das partes o processo deve ser extinto sem julgamento de mérito, exceto se ambas as partes renunciarem à arbitragem.
 O Inciso VIII do artigo 267 do CPC faculta ao autor requerer a desistência da ação, sendo a desistência meramente processual e não material. Desta forma, mesmo desistindo da ação, esta pode ser novamente proposta posteriormente, eis que não se confunde com a renúncia prevista no artigo 269, V do CPC.Uma vez citado o réu, e não sendo este revel, a desistência da ação somente produzirá efeitos se com esta o réu concordar e, neste caso, o autor ainda é passível de pagamento de honorários sucumbenciais.
 A ação também poderá ser extinta quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal, nos termos do artigo 267, IX do CPC. O exemplo típico é o da ação de divórcio em que o réu venha a falecer. Como o direito, no caso, é personalíssimo, o processo será extinto em qualquer fase pelo falecimento da parte de quem se queria divorciar.
 A extinção pela confusão entre autor e réu, também prevista no artigo 381 do CC, está prevista no inciso X do artigo 267 do CPC, podendo ser total ou parcial. Em sendo total, restará extinto o feito na sua integralidade. Em sendo parcial a confusão, somente nesta parte o feito será extinto.
 Por fim, o inciso XI do artigo 267 do CPC indica outras hipóteses previstas em lei onde ocorre a extinção do processo sem julgamento do mérito.
	Art. 269. Haverá resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
I - quando o juizacolher ou rejeitar o pedido do autor;(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
III - quando as partes transigirem; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
 A extinção do processo com julgamento do mérito ocorre sempre que incidir uma das hipóteses previstas no artigo 269 do CPC, sendo que a primeira hipótese é quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor.
 Nesta primeira situação, é procedida à instrução processual e, após, o judiciário profere sua decisão, acolhendo, ou não, o pedido do autor. Assim, a ação é apreciada em seu mérito e solucionada através de uma decisão judicial, pondo-se fim à demanda e fazendo coisa julgada material.
 A segunda hipótese de extinção do feito com julgamento do mérito, prevista no artigo 269, II do CPC, ocorre quando o réu reconhecer a procedência do pedido formulado pelo autor, não se confundindo a confissão com o reconhecimento da procedência do pedido.
 É que há confissão quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário, referindo-se à admissibilidade dos fatos narrados e não ao direito.
 O reconhecimento do pedido, ao contrário, é ato privativo do réu, e seu objeto é o próprio direito posto em causa. Uma vez reconhecido o direito do autor pelo réu, é julgada procedente a ação, devendo o réu arcar com todos os ônus, como o pagamento dos honorários e custas processuais. Ao contrário da confissão, onde quem confessa um fato pode ganhar ainda assim a ação, eis que se confessa um fato, e não o direito posto em causa.
 A transação também põe fim ao processo, conforme artigo 269, III do CPC. O Código Civil conceitua a transação como sendo o meio pelo qual os interessados podem prevenir ou terminar litígios mediante concessões mútuas, tratando-se, assim, de um acordo entre as partes. Diferencia-se a transação do reconhecimento do direito porque na confissão existem concessões mútuas a antecipar o pronunciamento judicial. Se não há concessão pela parte autora, temos, isto sim, o reconhecimento do direito pelo réu. Uma vez formalizado e homologado o termo de acordo, e sendo o mesmo descumprido, este pode ser executado, eis que forma título executivo judicial.
 Afirma-se que a prescrição é a perda da ação sem a perda do direito e a decadência seria a perda direta e total do próprio direito. Entretanto, hoje tanto a prescrição quanto a decadência são vistas como formas de extinção do direito e o que as distingue é apenas a causa da respectiva perda de eficácia.
 Na prescrição, a pretensão de exigir a prestação que lhe foi sonegada extingue-se com o decurso do tempo, mas não o direito da parte.
 A decadência não depende de provocação da parte interessada; já a prescrição, que é renunciável, depende de invocação pela parte a quem beneficia, sempre que o litígio verse sobre questões de natureza patrimonial.
 Todavia, a lei 11.280/06 inseriu o parágrafo 5º ao artigo 219 do CPC, possibilitando ao juiz conhecer de ofício da prescrição.
 A renúncia de um direito, por fim, e nos termos do artigo 269, V do CPC, também é causa de extinção do processo com julgamento de mérito, sendo que, conforme já exposto a renúncia difere da desistência, prevista no art. 267, VIII, do CPC, na medida em que está põe fim ao processo, sem que a solução da lide sofra qualquer consequência. Daí porque a desistência não impede a renovação da ação. A renúncia, não depende da concordância da outra parte, como sucede com a desistência, pois nenhum interesse teria o réu de a ela se opor, porquanto implica em composição da lide a seu favor. Todavia, a renúncia do direito do autor não atinge atos e direitos praticados pelo réu, como na reconvenção.

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