Buscar

RESUMO DE DIREITO PROCESSUAL CIVI II- ação e, etc.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL-II
Sumário: 1.0 Ação. 1.1. Condições da ação. 1.1.2. Elementos constitutivos da demanda (ação). 1.1.3. Diferentes tipos de processos. 2.0. Pressupostos processuais. 2.1. Pressupostos processuais de existência. 2.2. Pressupostos processuais de validade. 3.0.Das partes e Procuradores. 3.1. Denominação das partes. 3.2. Curador Especial. 3.3.Dos deveres das partes e seus procuradores.
1.0 Ação
Antes é preciso fazer uma distinção entre o direito de ação e o direito de demandar. Comumente usa-se como sinônimo as duas expressões, entretanto, ação em sentido estrito tem significado diverso do de demandar. O direito de demandar nasce da possibilidade jurídica assegurada em sede constitucional, isto é, de que todos têm direito de ingressar em juízo para obter uma resposta do judiciário a toda e qualquer pretensão a ele dirigida. Esse direito é incondicional por decorrer do direito constitucional de acesso à justiça. Ação propriamente dita, tem significado mais restrito, ou seja, ela consiste numa resposta de mérito à demanda formulada em juízo. Só existirá ação quando houver o direito a uma resposta de mérito. Assim não há exercício do direito de ação quando o juiz extingue o processo sem julgar o mérito, neste caso o direito em questão é o de demandar, garantia decorrente do principio constitucional do acesso à justiça, mas ação propriamente não.
Cumpre ainda estabelecer uma segunda diferença. Ação é diferente de processo. Ação é o direito de obter uma resposta de mérito à demanda formulada em juízo, é a forma de demandar, o processo é o meio para invocar o judiciário a formular a resposta. O processo é um conjunto de procedimentos logicamente encadeados que se destina a produção da resposta de mérito (sentença). Processo é o contraditório e ampla defesa em movimento, ao aceitar a demanda proposta em ação inaugura-se a relação processual, assim processo é a união de procedimentos mais relação processual que ficam, a partir do estabelecimento do processo, vinculadas, as partes, a realização de atos (faculdades, deveres, poderes e ônus), o procedimento é a parte visível do processo. O processo é o caminho “que vai do ato inicial de formação ao provimento final que o juiz emitirá sobre a pretensão trazida a exame” (Rangel Dinamarco, 2009, pag.25). 
Assim e deste modo, ação é direito subjetivo porque é facultado ao individuo propor ou não a demanda em juízo quando: tiver direito lesionado ou ameaçado ou entender que tem, e, pertence a todos os sujeitos independente de possuírem o direito material alegado, é incondicional o direito de demandar, pois que, como já dito, tem previsão e garantia em sede constitucional.
A ação então tem como características ser: um direito público porque decorrente de lei e estendido a todos, subjetivo porque facultado e inerente a cada pessoa, autônomo porque independe de existência de direito material e abstrato, porque não é necessário, para demandar em juízo, ou seja, para invocar a prestação jurisdicional condicionada na resposta à demanda, a certeza da existência do direito alegado, bastando para tanto, apenas, a pretensão resistida por outros meios e tentativas de satisfazer o direito. “demandar, portanto é um modo de exigir” (idem, pag. 107).
O direito de demandar é incondicionado. Por mais inadmissível que seja o julgamento do mérito (julgamento da pretensão trazida) e por isso o processo deva ser extinto desde logo, a nenhum juiz é permitido deixar de apreciar a demanda, devendo fazê-lo ainda que seja pra indeferir a petição inicial (art. 295). O primeiro e mais amplo dos efeitos da demanda, que é o de formar o processo, já estará então produzido pela simples apresentação da petição inicial. A garantia constitucional da ação, em seu significado mais amplo, é antes de tudo a garantia de que será ouvido em juízo todo àquele que trouxer ao Estado-juiz uma alegação de direito violado ou posto em ameaça: tal é o primeiro dos significados do inc. XXXV do art. 5º da Constituição Federal (assegurar a cada um his day in court). Dinamarco, Cândido Rangel. Instituições de Direito Civil, vol.II, 6ª edição. São Paulo: 2009. Pag.115.
Assim, a ação como direito a uma resposta de mérito, depende do preenchimento de determinadas condições, que são necessárias para sua existência, sem as quais não haverá resposta de mérito. Haverá um processo, decorrente do direito de demandar, mas não o exercício da ação, pois, sem tais condições o autor será considerado carecedor de ação. Não preenchidas as condições, o juiz porá fim ao processo, sem julgar o mérito da pretensão que lhe foi dirigida. Para ser acolhida a pretensão não pode contrariar o ordenamento jurídico, é preciso que a pessoa que a formula e contra quem ela é formulada sejam parte legitima e que haja interesse de agir.
1.1 Condições da ação
As condições da ação são aquelas que estabelecem a existência da ação. A ausência de qualquer uma delas, em qualquer tempo (do processo), implicará a extinção do processo sem a resolução do mérito. É matéria de ordem pública, por isso inderrogável pelas partes, é uma norma cogente, por essa razão a falta de qualquer das condições será conhecida de oficio pelo juiz, e o processo será extinto. As condições devem estar preenchidas no momento da sua propositura e ao longo do processo todo, até o julgamento. Se porventura, sobrevier falta de condição durante o processo, o juiz reconhecerá o autor como carecedor da ação, o processo falecerá. Ex: se durante uma ação de despejo, o réu, no curso do processo, desocupar o imóvel, o autor carecerá de interesse de agir, logo o processo deverá ser extinto. São condições da ação: possibilidade jurídica do pedido; interesse de agir e, legitimidade de partes.
Possibilidade jurídica do pedido: para que o pedido seja possível não pode contrariar o ordenamento jurídico vigente. Não se admite postular em juízo algo que seja vedado por lei, deste modo, se o pedido não for juridicamente possível a pretensão será obstada. A analise desta condição deve ser global, o juiz examinará a causa de pedir e o pedido, para verificar se alguma ilicitude contamina esta condição. Ex: se alguém postula em juízo a condenação do réu ao pagamento de determinada quantia em dinheiro, o pedido é licito, mas se a causa de pedir for o fato de que tal quantia é oriunda de divida de jogo de azar, o juiz indeferirá a pretensão, então, o que era licito tornou-se ilícito, porque embasado em causa de pedir ilegal. Também não se admite pedido ou causa de pedir, que mesmo não contrariando a lei, ofende a moral e os bons costumes, assim, por ex: não pode ingressar em juízo para cobrar prestação de serviços de prostituição.
Interesse de agir: é constituído pela necessidade e adequação, o provimento jurisdicional deve ser útil e necessário a quem o postula para que se verifique a presença desta condição. A propositura da ação será necessária quando indispensável pra que o sujeito obtenha o bem desejado, se puder obtê-lo sem ter recorrer ao judiciário, não terá interesse de agir. A adequação refere-se à escolha do meio processual que possa produzir um resultado útil ao sujeito, a escolha inadequada da via processual torna inútil o provimento e produz a extinção do processo sem resolução do mérito. Ex: é o caso do portador de título executivo que escolhe o processo de conhecimento para ver seu credito satisfeito. 
Legitimidade: constitui-se no liame subjetivo entre o conflito trazido a juízo a qualidade de quem está litigando a respeito dele, seja como demandante (autor) ou réu (demandado). Assim é preciso que haja uma correspondência entre o sujeito do direito material alegado e a relação processual estabelecida. Haverá legitimidade ativa quando da coincidência de titularidade do direito material, objeto da ação e do autor que a postula, e por intuição, haverá legitimidade passiva quando da coincidência do direito material contra quem se postula e do sujeito processual que figura na relação no pólo passivo da ação. 
Em regra, no processo civil, ninguémpode ir a juízo, em nome próprio, postular ou defender direito alheio, se assim proceder será carecedor de ação. Assim a legitimidade ordinária é a regra, ou seja, aquele que vai a juízo, o faz em próprio nome, sobre direito que julga possuir. Entretanto, em circunstâncias excepcionais, que decorrem da lei expressa ou do sistema jurídico, permite-se que alguém vá a juízo em nome próprio postular ou defender direito alheio, trata-se de legitimidade extraordinária, e, quando isso ocorre o fenômeno jurídico é o da substituição processual.
O substituto processual é aquele que atua como parte, postulando um direito que não é seu, mas do substituído, por essa razão a legitimidade extraordinária é também chamada de substituição processual. Ex: o mais característico é que o ocorre no condomínio onde um só ou todos os condôminos podem reivindicar, em juízo, coisa de terceiro. Aquele que for sozinho reivindicar a coisa toda, o que inclui a sua parte e dos demais, será ao mesmo tempo legitimado ordinário e extraordinário. 
A legitimidade extraordinária então pode ser: concorrente, subsidiaria e exclusiva. Será concorrente quando, para o exercício da ação, tanto o legitimado extraordinário quanto o ordinário concorrerem, ou seja, quando ambos puderem propor a ação. Será subsidiaria quando a lei estabelecer quem o legitimado ordinário e, se, ele no tempo estabelecido pela lei, não exercer seu direito de ação do extraordinário poderá, então, exercê-la. E por fim será exclusiva quando somente o legitimado extraordinário puder exercer o direito de ação. 
1.1.2 Elementos constitutivos da demanda (ação) [1: Definição de Candido Rangel Dinamarco. Instituições de Direito Civil, vol.II, 6ª edição. São Paulo: 2009. ]
Toda demanda é necessariamente composta de partes, causa de pedir e pedido, o modo como cada um dos elementos deve ser exposto em sua apresentação ao juiz vem indicado no dispositivo que rege a petição inicial (art. 282, incs. II a IV, CPC) essa exigência se aplica a todos os processos civis, sem exceção. 
● partes: são os sujeitos que comparecem em juízo, o autor (demandante) é aquele que pede a tutela jurisdicional, e réu (demandado) contra aquele esta tutela é pedida. Importante: representante não é parte. Substituto processual é parte. Legitimidade de parte: a legitimidade está analisada logo abaixo. Importante: sobre a legitimidade, se um dos sujeitos a figurar na relação processual não for o sujeito legitimado para estar em juízo, o julgamento de mérito não será admissível, o processo será extinto, por meio do indeferimento da petição inicial.
● causa de pedir: são os fatos que justificam o pedido, ou seja, o sujeito que postula em juízo deve obrigatoriamente mostrar os fatos que lhe teriam dado direito a obter o bem e qual o preceito legal pelo qual esse fatos geram o direito afirmado. São os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido, art. 282, inc. III, CPC. 
● pedido: é o elemento identificador da demanda. nele é preciso indicar a espécie de provimento jurisdicional pretendido ( ação de conhecimento, execução, cautelar, etc.) e também o bem a ser outorgado mediante esse provimento. 
De maneira brevíssima e superficial estes são os elementos que constituem a ação, e sem eles, ou sem a observância de suas formas, a petição inicial será julgada inepta, e o processo extinto sem resolução do mérito.
1.1.3 Diferentes tipos de processos 
Os processos têm início com a demanda posta em ação diante do Estado-juiz, que através do processo, como já foi dito, proverá uma resposta ao conflito formulado. Para atingir o objetivo e produzir o resultado que corresponda aquele determinado pelo direito material, a ordem processual oferece uma serie grande e variada de técnicas, com o objetivo de amoldar a prestação jurisdicional à natureza do bem ou da obrigação ou do modo como os direitos são postos em crise.
Assim quando o que se busca é a solução de uma crise de certeza caracterizada pela dúvida objetiva quando a uma relação jurídica a solução virá mediante uma sentença declaratória e para tanto o processo será o de conhecimento. O processo de conhecimento pode se dar mediante uma sentença declaratória, constitutiva ou condenatória. 
Quando o processo objetivar a obtenção de uma certeza sobre a existência ou não de uma relação jurídica, ou seja, se a crise for de certeza, o processo será de conhecimento buscando-se uma sentença declaratória, que pode ser negativa ou positiva, se positiva afirmará a existência do direito, se negativa, lhe negará existência. Se a busca for uma sentença constitutiva, a crise será de situação jurídica, então se busca criar ou desfazer uma relação jurídica. Se o que se busca é a satisfação de um crédito, ou seja, crise de adimplemento, onde o juiz condena o réu a uma obrigação de fazer ou não fazer a sentença será condenatória.
Quando o que se busca é a execução forçada de um crédito, o processo será o de execução, onde exista um título extrajudicial ou judicial, pedirá que se realize a satisfação do direito previsto pelo titulo de credito (duplicata, cheque, etc.)
As ações cautelares são aquelas que visam obter medidas urgentes e necessárias pra substanciar uma outra ação futura, formula-se pedido de urgência ao juiz, na forma de medida preparatória, ou ainda, quando já em curso o processo de conhecimento formula-se pedidos em outros separados, mas que servirão para resolver controvérsias surgidas na demanda, ou mesmo na produção de provas que não podem esperar, quando estiverem relacionados a outros processos são chamadas de medidas incidentais. As ações cautelares visam assegurar a tutela de segurança de outro processo, ela não existe sozinha e é sempre dependente de um processo de conhecimento ou de execução. 
2.0 Pressupostos processuais
O processo, como já se disse, é o caminho que deve se percorrido desde a postulação da demanda em juízo até o provimento final, ou seja, desde a propositura da ação até a resposta de mérito (sentença), para tanto, esse caminho também possui forma estabelecida em lei, ou seja, quais os elementos e etapas que lhe são necessários para que atinja o fim objetivado na postulação inicial. 
Desta forma alguns requisitos são imprescindíveis para sua regularidade, assim como as condições da ação, o juiz examinará se foram ou não preenchidos os pressupostos processuais necessários a continuidade regular do processo. Da mesma forma que nas condições da ação, se houver a falta de um deles (pressupostos), o juiz, de ofício, declarará em qualquer tempo do processo sua nulidade, em caso de nulidade absoluta, se relativa o ato poderá ser convalidado, se não for argüido no tempo adequado.
As nulidades absolutas relacionam-se à estrutura do processo e da relação processual, com a validade do exercício do direito de ação, são substanciais e comprometem os aspectos mais relevantes do processo, as relativas só serão conhecidas se alegadas pela parte prejudicada, e se não alegadas em tempo precluem, estas jamais causam a nulidade do processo porque podem ser sanadas e o ato se convalida. As nulidades absolutas jamais precluem, podendo ser conhecidas em qualquer tempo processual, porque constituem normas de ordem pública.
As nulidades relativas são sanáveis no curso do processo, as absolutas quando não sanadas no curso do processo geram sentença nula, ou seja, as primeiras geram atos processuais inválidos as segundas atos inexistentes. 
Importante lembrar, que em virtude de o processo ser meio e não um fim em si mesmo, as nulidades relativas poderão ser sanadas quando alegadas pela parte prejudicada e o processo continuara seu curso, aproveitando-se a parte válida, em homenagem ao principio da instrumentalidade processual, pelo qual, privilegia-se a instrumentalidade sobre as formas.
Desta forma existirão pressupostos processuais de existência e pressupostos processuais de validade.
2.1 Pressupostos processuais de existência 
São os pressupostos processuais de existência: a) existência de jurisdição; b) existência de demanda; c) capacidadepostulatória, e; d) citação.
a) existência de jurisdição: se os atos processuais não forem praticados por aqueles investidos da função jurisdicional serão considerados inexistentes. Por ex: atos praticados por um não juiz, ou juiz aposentado.
b) existência de demanda: em virtude de ser a jurisdição inerte, precisa de ser provocada para atuar, assim, sem a propositura da demanda não haverá provocação da jurisdição e logicamente não haverá processo, que não pode ser iniciado de oficio, com raras exceções;
c) capacidade postulatória: prevista no art. 37 do CPC, é a única hipótese de inexistência expressamente consignada em lei, significa que o ato processual praticado por quem não tem capacidade postulatória, se não for ratificado no prazo, será dado por inexistente;
d) citação: o processo se inicia com a citação válida, para o réu , enquanto não for citado, o processo será inexistente. Sendo o processo a união entre procedimento e relação jurídica, sem a citação regular não haverá relação jurídica mínima que é aquela existente entre réu, autor e juiz, logo, inexistirá processo em relação ao réu. O vicio da citação, independe de ela não ter sido feita de maneira adequada ou não ter sido feita, gera a inexistência e não nulidade do processo. 
Esses são pressupostos mais importantes de existência processual, existem outros, como por ex: petição ou sentença sem assinatura, petição inicial sem pedido, etc.
2.2 Pressupostos processuais de validade
São requisitos de cunho estrutural, cuja inobservância causará a nulidade absoluta do processo, ou seja, se obedecidos os requisitos de existência e desatendidos os validade, o processo existe, mas, será nulo. São os principais requisitos de validade: a) petição inicial apta; b) competência e imparcialidade do órgão jurisdicional; c) capacidade de parte; d) capacidade processual e, e) legitimidade processual.
a) petição inicial apta: será considerada apta a petição inicial que trouxer os elementos elencados no art. 282 do CPC, entre eles são elementos essenciais da demanda: partes, causa de pedir e pedido. Partes: são os sujeito que comparece em juízo pedindo a tutela jurisdicional e aquele em relação ao qual essa tutela é pedida. Causa de pedir são os fundamentos de fato e de direito que sustentam a demanda. E, pedido é a postulação do provimento jurisdicional incidente sobre o bem em cuja pretensão resistida repousa, ou seja, a categoria jurídico material em que estes fatos se enquadram.
b) competência e imparcialidade do órgão jurisdicional: para que o processo exista é evidente a necessidade de um juiz. Todavia, é imprescindível que o órgão jurisdicional (o juiz), seja competente e imparcial para prolatar a sentença. A incompetência pode ser absoluta ou relativa, somente a incompetência absoluta gera a invalidade do processo, a relativa, se não alegada pelo réu na primeira oportunidade se convalida com a prorrogação da competência. Em relação à imparcialidade, será imparcial o juiz impedido ou sob suspeição, somente no caso de impedimento a nulidade será absoluta, causando a invalidade do processo, no caso de suspeição, se não alegada pela via da exceção, no prazo legal, sofrerá preclusão, e não possui o condão de invalidar o processo.
c) capacidade de ser parte: é a capacidade atribuída a todas as pessoas, naturais e jurídicas e a alguns entes despersonalizados de poder integrar a relação jurídica processual, ou seja, de estar no processo seja na condição de autor ou réu. Em regra coincide com a capacidade genérica para pratica dos atos da vida civil. 
d) capacidade processual: consiste na possibilidade de figurar como parte no processo, sem precisar estar representado ou assistido, aplica-se somente as pessoas naturais (físicas), em relação às pessoas jurídicas e aos entes despersonalizados serão sempre representados em juízo. Aqueles que estão no pleno gozo de suas faculdades e não precisam ser representados ou assistidos possuem capacidade processual, mas aqueles que a lei civil considera absoluta ou relativamente incapazes, estes deverão ser assistidos ou representados. Importante capacidade processual não se confunde com a de ser parte, esta todas as pessoas, podem ser. Capacidade processual somente as pessoas maiores e capazes têm. Também não se deve confundir capacidade processual com capacidade postulatória, esta é um pressuposto processual de existência e somente a possuem os advogados e o MP, assim é que todos, para estar em juízo, dela necessitam. 
d) legitimidade processual: a legitimação processual é fusão entre a capacidade processual e a legitimidade para estar naquela causa. Tem capacidade processual aquele que tem capacidade genérica de ir a juízo sem precisar de representação ou assistência e possui legitimidade para causa, aquele que com ela mantém uma relação de correspondência lógica, ou seja, é o sujeito que detém o direito material alegado na composição da lide. 
Esses são os pressupostos processuais positivos, existem ainda os pressupostos processuais negativos. Para que um processo seja válido, é preciso que determinadas situações estejam ausentes. São elas: a litispendência, a coisa julgada e a perempção. As duas primeiras significam que não haverá julgamento de mérito se já houver outro idêntico em andamento (litispendência) ou se outro idêntico já houver obtido o julgamento do mérito (coisa julgada), ou ainda se por três vezes anteriores o autor tiver dado causa à extinção do processo idêntico por inércia (perempção).
3.0 Das partes e Procuradores
De modo geral todas as pessoas físicas ou jurídicas, e, alguns entes despersonalizados têm a capacidade genérica de ser parte. Entretanto, somente as pessoas se acham no gozo do exercício dos seus direitos têm capacidade para estar em juízo, art. 7º do CPC. Então somente as pessoas maiores e capazes têm capacidade processual. A capacidade processual é o gênero do qual são espécies a capacidade para ser parte, a capacidade para estar em juízo e a capacidade postulatória. Tema já discutido no subitem c e d do item 2.2 (pressupostos processuais de validade). Apenas como síntese se falará novamente das capacidades.
● capacidade para ser parte: também conhecida como personalidade processual ou judiciária, consiste na possibilidade de demandar e ser demandado, seu correlato no plano do direito material é a capacidade genérica da personalidade (art. 1º e 2º do CPC).
● capacidade para estar em juízo: ou capacidade processual, ou ainda, legitimidade processual, é aquela em que as partes são as autorizadas pela lei, para praticar e recepcionar os atos processuais de maneira válida e eficaz, para esta capacidade é preciso que haja o liame lógico entre as partes e o direito material alegado. 
● capacidade postulatória: é a capacidade de praticar atos em juízo, atos que tem caráter postulatório. No processo civil tem-na os advogados e os membros do MP.
A capacidade para ser parte é um pressuposto de existência, a capacidade para estar em juízo ou processual é um pressuposto de validade e a capacidade postulatória uma condição de eficácia dos atos processuais. As capacidades constituem requisitos à concessão da tutela jurisdicional do Estado-juiz. 
Assim, os incapazes para estarem em juízo, serão representados se absolutamente incapazes, ou assistidos se relativamente incapazes. A representação ou assistência pode ser feita através dos pais tutores ou curadores. 
Os tutores serão nomeados na forma da lei, em favor dos menores que não estejam sob o poder familiar, sejam porque os pais morreram ou porque foram destituídos do poder familiar. Os curadores serão nomeados pelo juiz, em processo de interdição, em favor dos demais incapazes.
Àqueles que não tiverem quem os represente ou assista será dado curador especial, como no caso do menor cujos pais faleceram e que não foi colocado ainda sob tutela, será ele quem representará ou assistirá o incapaz, mas suas funções se exaurem no processo não qual foi nomeado. Deverá o incapaz ser colocado sob tutela, se menor, ou curatelase não. Também se nomeará curador especial em favor do incapaz sempre que os seus interesses colidam com o da pessoa que o representa ou assiste. 
As pessoas jurídicas serão sempre representadas como já foi dito. Em juízo as pessoas jurídicas de direito privado serão sempre representadas por quem os seus estatutos designem e no silencio do estatuto por seus diretores. 
Os entes despersonalizados a quem se atribui capacidade para ser parte serão representados. Na massa falida: pelo administrador judicial; no espolio: pelo inventariante; no condomínio: pelo administrador ou síndico; nas sociedades sem personalidade jurídica (de fato): será representada por aquele a quem caiba a administração dos seus bens; o nascituro: será representado por seus pais. 
3.1 Denominação das partes
Genericamente as partes, no processo civil, serão chamadas de demandante de demandado, entretanto, assumirão formas diferentes de nomeação de acordo com o provimento jurisdicional objetivado no processo. Assim:
a) na exceção de incompetência: excipiente será o autor, e excepto o réu; b) no processo de reconvenção: reconvinte, o autor, e, reconvindo, o réu; c) recorrente (parte cuja sentença foi desfavorável) e recorrido (parte cuja sentença foi favorável), quando em fase recursal; d) apelante, autor do recurso de apelação, apelado, a parte contrária no recurso de apelação; e) agravante e agravado no recurso de agravo; f) embargante ( autor na ação de embargos à execução, de terceiro e no recurso de embargos de declaração) e embargado (parte contraria); g) denunciante (autor no pedido de denunciação à lide) e denunciado ( réu no mesmo pedido); h) chamado (réu no pedido de chamamento ao processo); i) assistente ou interveniente ( autor na intervenção de terceiro, ou seja, na denunciação à lide, chamamento ao processo, oposição e nomeação à autoria).
3.2 Curador Especial
A função do curador especial é reequilibrar o processo no qual uma das partes encontra-se em posição desvantajosa. Sua participação decorre da necessidade de assegurar-se o respeito ao principio constitucional da isonomia. O art. 9º do CPC, enumera as duas situações em que será necessária a sua nomeação. 
A primeiro contida no inc. I já foi discutida no início deste tópico, e versa sobre a nomeação de curador especial ao incapaz. A segunda prevista no inc. II diz respeito ao réu preso e ao revel citado por edital e por hora certa.
Na segunda hipótese (réu preso e revel), o curador especial desempenha função protetiva, legitimando-se a exercer todas as posições jurídicas que caberiam ao réu preso, e ao réu revel, sendo possível oferecer defesa, requerer provas e recorrer das decisões. A nomeação do curador especial tem por objetivo evitar que o réu fique prejudicado por não ter a possibilidade de contratar advogado.
O art. 10º do CPC limita a capacidade processual do homem e da mulher sob o casamento. É preciso que os cônjuges dêem um ao outro consentimento para ajuizar ações que versem sobre direitos reais imobiliários, trata-se de outorga uxória da esposa, ou autorização marital do marido. A autorização independe do regime de bens em que o casamento foi constituído, ou seja, sempre será necessária. Entretanto se a recusa do outro cônjuge for injustificada o consentimento poderá ser suprido judicialmente, ou quando for impossível a um cônjuge dá-lo ao ouro em virtude de desaparecimento ou incapacidade. O suprimento será obtido em processo de jurisdição voluntária.
3.3 Dos deveres das partes e seus procuradores
Previstos no art. 14 e incisos do CPC. São os deveres: 
a) proceder com lealdade e boa-fé: constitui agir com honestidade no curso do processo, relaciona-se com a litigância de má –fé prevista pelo art. 17 do CPC. 
b) expor os fatos em juízo conforme a verdade: para que haja ofensa a esse dever é necessário que, deliberadamente se falseie a verdade sobre o fato fundamental da causa. 
c) não formular pretensões, nem alegar defesa, ciente de são destituídas de fundamento
d) não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito, diz respeito a pertinência dos atos e provas durante o processo;
e) cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais de natureza antecipatória ou final. 
f) não cometer ato atentatório à dignidade da justiça.O art. 15 prevê taxativamente proibição à utilização de expressões injuriosas no processo.
 As partes respondem pelas perdas e danos processuais que causarem a outra se agirem litigando de má-fé, previsão contida no art. 16 CO CPC. Litiga de má-fé aquele que: 
a) deduz pretensão ou defesa contra texto expresso em lei ou fato incontroverso;
b) altera a verdade dos fatos;
c) utiliza o processo para alcançar objeto ilegal;
d) opõe resistência injustificada ao andamento do processo;
e) procede de modo temerário no processo;
f) interpõe recurso manifestamente protelatório. 
Finalmente, entre os ônus que tem as partes no processo esta o de prover as despesas do atos que realizam ou requerem, antecipando-lhes o pagamento, (CPC, art. 19), e também caberá ao vencido as custas e despesas do processo e horários advocatícios, os honorários de sucumbência. 
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
Dinamarco, Cândido Rangel. Instituições de Direito Civil, vol. II. 6ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2009.
Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil, vol. I. 7ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

Outros materiais