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1 apostila ALTAS HABILIDADES SUPERDOTAÇÃO

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SUMÁRIO 
1 SUPERDOTAÇÃO ...................................................................................... 2 
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 23 
2 ARTIGO PARA REFLEXÃO ..................................................................... 27 
 
 
 
1 SUPERDOTAÇÃO 
 
Fonte: www.wscom.com.br 
Para o Conselho Nacional de Educação os portadores de superdotação são: 
Art. 5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais 
os que durante o processo educacional apresentarem: 
III – altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os 
leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. 
Art. 8o As escolas da rede regular de ensino devem prever e prover na 
organização de suas classes comuns: 
IX – Atividades que favoreçam, ao aluno que apresente altas 
habilidades/superdotação, o aprofundamento e enriquecimento de aspectos 
curriculares, mediante desafios suplementares nas classes comuns, em sala de 
recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para 
conclusão, em menor tempo, da série ou etapa escolar, nos termos do Artigo 24, V, 
“c”, da Lei 9.394/96. 
Segundo o Conselho Brasileiro para Superdotação – ConBraSD: 
O superdotado/talentoso/portador de altas habilidades é aquele indivíduo que, 
quando comparado à população geral, apresenta uma habilidade significativamente 
 
superior em alguma área do conhecimento, podendo se destacar em uma ou várias 
áreas: 
• Acadêmica: tira boas notas em algumas matérias na escola – não 
necessariamente em todas – tem facilidade com as abstrações, 
compreensão rápida das coisas, demonstra facilidade em memorizar etc. 
 
 
Fonte: www.3.bp.blogspot.com 
• Criativa: é curioso, imaginativo, gosta de brincar com ideias, tem respostas 
bem humoradas e diferentes do usual. 
• Liderança: é cooperativo, gosta de liderar os que estão a seu redor, é 
sociável e prefere não estar só. 
• Artística: habilidade em expressar sentimentos, pensamentos e humores 
através da arte, dança, teatro ou música. 
• Psicomotora: Habilidade em esportes e atividades que requeiram o uso do 
corpo ou parte dele; boa coordenação psicomotora. 
• Motivação: torna-se totalmente envolvido pela atividade do seu interesse, 
resiste à interrupção, facilmente se chateia com tarefas de rotina, se esforça 
 
para atingir a perfeição, e necessita pequena motivação externa para 
completar um trabalho percebido como estimulante. 
Para o ConBraSD, a superdotação, a precocidade, o prodígio e a genialidade 
são gradações de um mesmo fenômeno estudado há décadas em diversos países. 
Assim, para o Conselho: 
 
• Precoce é a criança que apresenta alguma habilidade específica 
prematuramente desenvolvida em qualquer área do conhecimento, seja na 
música, na matemática, na linguagem ou na leitura. 
• “Criança prodígio” é o termo usado para sugerir algo extremo, raro e único, 
fora do curso normal da natureza. Um exemplo seria Wolfgang Amadeus 
Mozart, que começou a tocar piano aos três anos de idade. Aos quatro anos, 
sem orientação formal, já aprendia peças com rapidez e aos sete, já 
compunha regularmente e se apresentava nos principais salões da Europa. 
 
 
Fonte: www.logustiead.com.br 
• Mozart, assim como Einstein, Gandhi, Freud e Portinari, entre outros 
mestres, são exemplos de gênios, termo reservado para aqueles que deram 
contribuições extraordinárias à humanidade. São aqueles raros indivíduos 
que, até entre os extraordinários, se destacam e deixam sua marca na 
história. 
 
As pessoas citadas tenham sido elas precoces, prodígios ou gênios, podem 
então ser ditos “portadoras de altas habilidades” ou superdotadas. 
Joseph Renzulli, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa sobre o 
Superdotado e Talentoso, da Universidade de Connecticut, Estados Unidos, em seu 
Modelo dos Três Anéis, considera que os comportamentos de superdotação resultam 
de três conjuntos de traços: 
a) Habilidade acima da média em alguma área do conhecimento (não 
necessariamente muito superior à média); 
b) Envolvimento com a tarefa (implica motivação, vontade de realizar uma 
tarefa, perseverança e concentração); e 
c) Criatividade (capacidade de pensar em algo diferente, ver novos 
significados e implicações, retirar ideias de um contexto e usá-las em 
outro). 
 
 
Fonte: www.pequenada.com 
Renzulli entende a superdotação como condição ou comportamento que pode 
ser desenvolvido em algumas pessoas (aquelas que apresentam alguma habilidade 
superior à média da população), em certas ocasiões (e não continuamente, uma vez 
que é possível se evidenciar comportamentos de superdotação na infância, mas não 
na idade adulta, ou apenas em alguma série escolar ou em um momento da vida) e 
 
sob certas circunstâncias (e não em todas as circunstâncias da vida de uma pessoa) 
[Renzulli & Reis, 1997]. Esta diferenciação é importante, pois ao considerar a 
superdotação como um comportamento a ser desenvolvido, o autor desloca a 
discussão, esvaziando a tendência, muitas vezes estéril, de se rotular uma criança 
como superdotada. 
 
 
Fonte: www.rede.novaescolaclube.org 
Ele enfoca a necessidade de que sejam oferecidas oportunidades educacionais 
variadas aos alunos em geral, para que um número maior de crianças tenha a 
oportunidade de se desenvolver e apresentar comportamentos de superdotação. 
Segue-se, então, que tais comportamentos podem ser desenvolvidos em pessoas que 
não são, necessariamente, as que tiram as melhores notas ou apresentam maiores 
resultados em testes de QI. 
As crianças superdotadas, também definidas como portadoras de altas 
habilidades (PAH) ou talentos, constituem um segmento do grupo maior de 
crianças que, por serem detentores de traços individuais específicos, são 
definidos como portadores de necessidades (educacionais) especiais (MAIA, 
2004, P. 24) 
Uma educação democrática deve levar em consideração as diferenças 
individuais e, portanto, oferecer oportunidades de aprendizagem conforme as 
habilidades, interesses, estilos de aprendizagem e potencialidades dos alunos. Nesse 
 
sentido, alunos com altas habilidades/superdotados merecem ter acesso a práticas 
educacionais que atendam às suas necessidades, possibilitando um melhor 
desenvolvimento de suas habilidades. Segundo Renzulli (1986, P. 05), o propósito da 
educação dos indivíduos superdotados é “fornecer aos jovens oportunidades máximas 
de auto realização por meio do desenvolvimento e expressão de uma ou mais áreas 
de desempenho onde o potencial superior esteja presente”. 
 
 
Fonte: www.altas-habilidades-e-superdotacaoa.com.br 
Tanto as legislações nacionais quanto a bases normativas referentes aos 
direitos das pessoas com altas habilidades/superdotadas são escassas. Este 
segmento social, quando considerado na legislação, via de regra o é como se 
subconjunto fosse do segmento maior das ‘pessoas com deficiência’, não obstante a 
evidente impropriedade. Entre as várias consequências deste fato, está o tratamento 
legal muito mais detalhado e específico das deficiências e a ligeireza, falta de atenção 
ou, na maior parte dos casos, a desconsideração pura e simples dos aspectos 
especificamente concernentes aos alunos talentosos ou portadores de altas 
habilidades. 
Várias são as razões para justificar a necessidade de uma atenção diferenciada 
ao superdotado. Uma delas é por ser o potencial superior um dos recursos naturais 
mais preciosos, responsável pelas contribuições mais significativas ao 
desenvolvimento de uma civilização. 
 
 
Fonte: www.leandroteles.com.br 
Com relaçãoa esse aspecto, Sternberg & Davidson (1986) lembram, por 
exemplo, que, quando se volta à História e se buscam os pilares das grandes 
civilizações, invariavelmente as contribuições artísticas, filosóficas e científicas, frutos 
da inteligência, talento e criatividade de alguns indivíduos ou grupos de indivíduos, 
são apontadas ou enaltecidas. 
Com relação à educação infantil, sabe-se que o período que antecede a 
educação fundamental é da maior importância para o desenvolvimento cognitivo e 
psicossocial. Nesse período, as influências do ambiente desempenham um papel 
fundamental para o desenvolvimento do potencial de cada criança. Propiciar 
condições que permitam a ela expressar seus interesses e desenvolver possíveis 
talentos deveria ser o ponto de partida de uma educação diferenciada. 
Observa-se, entretanto, que poucas são as oportunidades educacionais 
oferecidas ao aluno com altas habilidades/superdotado para desenvolver de forma 
mais plena as suas habilidades. Uma possível explicação para este cenário são os 
vários mitos sobre o superdotado, frequentes em nossa sociedade, que constituem 
entrave à provisão de condições favoráveis à sua educação. Predomina, por exemplo, 
a ideia de que esse indivíduo tem recursos suficientes para desenvolver suas 
habilidades por si só, não sendo necessária a intervenção do ambiente. 
No entanto, é preciso salientar e divulgar entre educadores que o aluno com 
altas habilidades/superdotado necessita de uma variedade de experiências de 
 
aprendizagem enriquecedoras, que estimulem seu potencial. Outro mito é a de que 
essa criança apresenta necessariamente um bom rendimento escolar. Porém, o que 
se tem observado é que indivíduos superdotados podem apresentar um rendimento 
aquém de seu potencial, revelando uma discrepância entre seu potencial e seu 
desempenho real (ALENCAR & FLEITH, 2001; ALENCAR & VIRGOLIM, 1999). 
 
 
Fonte: www.cache.almanaquedospais.com.br 
Muitas vezes, o aluno com altas habilidades/superdotado pode ficar 
desmotivado com as atividades implementadas em sala de aula, com o currículo ou 
métodos de ensino utilizados (especialmente a excessiva repetição do conteúdo, 
aulas monótonas e pouco estimuladoras, e ritmo mais lento da classe). 
 
 
Fonte: www.taquara.rs.gov.br 
Acredita-se, ainda, que superdotação é um fenômeno raro e que são poucas 
as crianças e jovens de nossas escolas que poderiam ser considerados superdotados. 
O que pode ser salientado é que se realmente as condições forem inadequadas, 
dificilmente o indivíduo com um potencial maior terá condições de desenvolvê-lo. 
Assim, da mesma forma que uma boa semente necessita de condições adequadas 
de solo, luz e umidade para desenvolver-se, também o aluno com altas 
habilidades/superdotado necessita de um ambiente adequado estimulador e rico em 
experiências. 
Observa-se, também, uma tendência no sentido de se acreditar que os 
superdotados estariam concentrados em apenas uma parcela da população, que seria 
entre indivíduos do sexo masculino, de nível socioeconômico médio. De modo geral, 
tanto a mulher como o indivíduo proveniente de um meio pobre que apresentem uma 
habilidade ou um talento especial tendem não apenas a passar despercebidos, mas 
também a sofrer uma pressão no sentido de um desempenho mais baixo (ALENCAR 
& FLEITH, 2001). 
Superdotação tem sido, ainda, vista, erroneamente, como genialidade. Esses 
termos, entretanto, não são sinônimos. O gênio seria aquele indivíduo reconhecido 
por ter dado uma contribuição original e de grande valor para a sociedade (por 
exemplo, Einstein, Darwin, Picasso). 
 
 
Fonte: www.cdn.doutissima.com.br 
No âmbito das políticas educacionais, inicialmente, as diretrizes básicas da 
Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação e do Desporto (BRASIL, 
1995) consideravam superdotados (ou portadores de altas habilidades) aqueles 
alunos que apresentavam notável desempenho e/ou elevada potencialidade em 
qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual, 
aptidão acadêmica ou específica (por exemplo, aptidão matemática), pensamento 
criativo e produtivo, capacidade de liderança, talento para artes visuais, artes 
dramáticas e música e capacidade psicomotora. 
Atualmente, segundo o artigo 5º, parágrafo III, da Resolução CNE/CEB Nº 2, 
de 2001, que instituiu as Diretrizes nacionais para a educação especial na educação 
básica (BRASIL 2001D), educandos com altas habilidades/superdotação são aqueles 
que apresentam grande facilidade de aprendizagem, levando-os a dominar 
rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. 
 
 
Fonte: www.i.ytimg.com 
Como consequência, estes alunos apresentam condições de aprofundar e 
enriquecer conteúdos escolares. Considerando as políticas educacionais inclusivas, o 
aluno deve ser cada vez mais atendido em seus interesses, necessidades e 
potencialidades, cabendo à escola ousar, rever suas concepções e paradigmas 
educacionais, lidando com as evidências que o desenvolvimento humano oferece. 
Uma criança pré-escolar que apresente um desenvolvimento cognitivo, sócio 
afetivo e/ou psicomotor diferenciado e avançado para a idade não pode ser 
desconsiderada e/ou desqualificada no âmbito escolar. Nesse sentido, é importante 
atender os alunos de altas habilidades/superdotados, considerando seu 
desenvolvimento real, evitando contemplar níveis de desenvolvimento padronizados, 
conforme os apresentados em escalas de desenvolvimento. 
Cabe, portanto, à escola definir no projeto pedagógico seu compromisso com 
uma educação de qualidade para todos seus alunos, inclusive o de altas 
habilidades/superdotados, respeitando e valorizando essa diversidade, e definindo 
sua responsabilidade na criação de novos espaços inclusivos. 
Além disso, é na educação infantil que se aponta para a possibilidade de 
realização de novas interações sociais por meio dos reagrupamentos escolares, 
conforme preconizam os artigos 23 e 24 da nova LDBEN e que buscam, em última 
instância, não que o aluno se molde ou se adapte à escola, mas que a escola se 
coloque à disposição do aluno, como um espaço inclusivo. 
Na educação infantil se inicia a construção de um processo escolar que poderá 
ser concluído em menor tempo quanto à série em que o aluno estejam cursando, 
 
etapa escolar em que o aluno esteja inserido ou mesmo em relação a toda a sua 
escolarização. Dessa forma, é fundamental oferecer desafios suplementares aos 
alunos de altas habilidades/superdotados. 
 
 
Fonte: www.desenvolvimentodobebe.com.br 
Para isso é importante a definição de um projeto pedagógico que inclua a 
modalidade de ensino educação especial no cotidiano escolar, oferecendo aos alunos 
de altas habilidades/superdotados alternativas motivadoras e criativas de 
aprendizagem que possam garantir o seu sucesso escolar. É importante ressaltar que 
crianças superdotadas em idade pré-escolar constituem um grupo heterogêneo em 
termos de interesses, níveis de habilidades, desenvolvimento emocional, social e 
físico (CLINE & SCHWARTZ, 1999). 
Nesse sentido, podemos nos deparar com uma criança avançada do ponto de 
vista intelectual, mas imatura emocionalmente. O professor deve estar atento a essa 
possível falta de sincronia entre desenvolvimento intelectual e afetivo ou físico. 
Por exemplo, uma criança superdotada pode apresentar leitura precoce, porém 
ter dificuldade em manipular um lápis, pois suas habilidades motoras não estão 
totalmente desenvolvidas. Além disso, a habilidade superior demonstrada por essa 
criança pode ser resultado de uma estimulação intensa por parte das pessoas 
significativas de seu ambiente. Ao atingir a idade escolar, o desenvolvimentodessa 
criança pode se normalizar e ela passar a apresentar um desempenho semelhante 
 
aos alunos de sua idade. Por isso, nem sempre uma criança precoce poderá ser 
caracterizada como superdotada. 
 
 
Fonte: www.media-cache-ak0.pinimg.com 
É essencial, portanto, acompanhar o desempenho dessa criança, registrando 
habilidades e interesses demonstrados ao longo dos primeiros anos de escolarização, 
oferecendo várias oportunidades estimuladoras e enriquecedoras ao seu potencial. 
Dentre as características mais comumente encontradas em crianças 
superdotadas em idade pré-escolar destacam-se (CLINE & SCHWARTZ, 1999; 
LEWIS & LOUIS, 1991): 
• Alto grau de curiosidade 
• Boa memória 
• Atenção concentrada 
• Persistência 
• Independência e autonomia 
• Interesse por áreas e tópicos diversos 
• Aprendizagem rápida 
• Criatividade e imaginação 
• Iniciativa 
 
• Liderança 
 
 
Fonte: www.i0.statig.com.br 
• Vocabulário avançado para a sua idade cronológica 
• Riqueza de expressão verbal (elaboração e fluência de ideias) 
• Habilidade para considerar pontos de vistas de outras pessoas 
• Facilidade de interagir com crianças mais velhas ou com adultos 
• Habilidade para lidar com ideias abstratas 
• Habilidade para perceber discrepâncias entre ideias e pontos de vista 
• Interesse por livros e outras fontes de conhecimento 
• Alto nível de energia 
• Preferência por situações/objetos novos 
• Senso de humor 
• Originalidade para resolver problemas 
Crianças com altas habilidades/superdotadas em idade pré-escolar devem 
vivenciar diversas situações de aprendizagem de forma a desenvolver suas 
habilidades e talentos. Isso significa implementar atividades que envolvam o 
pensamento criativo (produção de muitas ideias originais e variadas) e crítico, e que 
levem a criança a fazer conexões entre ideias, resolver problemas e levantar 
questionamentos. É importante, ainda, proporcionar à criança oportunidades para 
explorar mais amplamente um tema de seu interesse. Sob uma perspectiva efetiva, 
 
espera-se que a criança com altas habilidades/superdotada desenvolva suas 
habilidades interpessoais e de comunicação, autonomia, iniciativa, um autoconceito 
positivo, e uma compreensão do outro e seu ponto de vista. 
 
 
Fonte: www.mibebeyyo.com.mx.com 
Embora estejamos cônscios dos recursos limitados em muitas escolas, em 
termos ideais um ambiente estimulador deve incluir material de consulta diversificado 
impresso ou eletrônico (por exemplo, livros, revistas, jornais, enciclopédias, dicionário, 
programas de computador), materiais para manipulação e exploração (brinquedos, 
bolas, blocos e jogos pedagógicos, objetos com sons e formatos diferentes, lupas e 
lentes de aumento), equipamentos (vídeo, globo terrestre, aparelho de som e, se 
possível, computador). 
Além disso, seria altamente desejável que o aluno tivesse oportunidade de 
conhecer e frequentar bibliotecas, de participar de atividades (na escola ou em outros 
locais da comunidade), conforme seu interesse e área de habilidade. Na área artística, 
materiais de consumo como tintas, lápis, pincéis, canetas, massinha, argila, telas, bem 
como instrumentos musicais (flauta, por exemplo) devem, também, ser 
disponibilizados aos alunos. 
É relevante ressaltar a necessidade não apenas de recursos materiais, como 
também de recursos humanos diversos (por exemplo, bibliotecário, professores bem 
qualificados de música, educação física, educação artística etc.). 
 
 
 
Fonte: www.leianoticias.com.br 
Um projeto pedagógico inclusivo para alunos de altas habilidades na pré-escola 
não pode deixar de considerar as atividades que favoreçam o saber-aprender, o 
saber-fazer e o saber ser, favorecendo aprendizagens para toda a vida. Seeley (1998) 
sugere o desenvolvimento de atividades que envolvam o uso da linguagem, a 
representação de experiências e ideias, o raciocínio lógico e criativo, a compreensão 
de tempo e espaço e uma aprendizagem ativa por parte do aluno com altas 
habilidades/superdotado 
 
 
Fonte: www.sesirs.org.br 
Exemplos de atividades são: 
• Descrição de objetos, eventos e relações 
• Conversa com colegas acerca de experiências importantes 
• Expressão de sentimentos em palavras 
• Ouvir e criar ou completar histórias 
• Ouvir, criar ou recriar canções 
• Imitações ou criações de sons 
• Sonorizar poemas (por meio de sons do corpo, objetos ou instrumentos 
musicais) 
• Dramatizações 
• Reconhecimento de objetos pelo som, cheiro e formato 
• Identificação de diferenças e semelhanças entre objetos 
• Descrição de objetos de várias maneiras 
• Comparação de tamanho, peso, texturas, comprimento etc. 
• Observação de objetos sob diferentes perspectivas 
• Representação de seu corpo 
• Descrição de relações espaciais presentes em desenhos e figuras. 
 
 
Fonte: www.lebanon24.com 
Alencar & Fleith (2001) sugerem outras atividades a serem implementadas com 
alunos superdotados: 
• Atividades que levem o aluno a produzir muitas ideias 
• Atividades que levem o aluno a brincar com ideias, situações e objetos (ex.: 
brincadeiras de faz-de-conta: casinha, supermercado etc.) 
• Atividades que envolvam análise crítica de um acontecimento 
• Atividades que estimulem o aluno a levantar questões 
• Atividades que levem o aluno gerar múltiplas hipóteses 
• Atividades que desenvolvam no aluno a habilidade de explorar 
consequências para acontecimentos que poderão ocorrer no futuro 
• Atividades que envolvam a discussão de problemas do mundo real 
• Atividades que estimulem o aluno a definir e solucionar problemas 
• Atividades de pesquisa sobre tópicos do interesse do aluno 
• Atividades que estimulem a imaginação dos alunos 
• Atividades que possibilitem ao aluno explorar e conhecer diferentes áreas 
do Conhecimento. 
 
A avaliação da aprendizagem de alunos com necessidades educacionais 
especiais em idade pré-escolar deve ser orientada por dois propósitos principais: a 
identificação das necessidades educacionais especiais e a tomada de decisão quanto 
 
ao atendimento que esses alunos devem receber, conforme previsto na nova 
legislação. 
 
 
Fonte: www.isonhei.com.br 
Dada a diversidade de estilos de aprendizagem, estilos de expressão e 
habilidades dos alunos superdotados, múltiplas formas de avaliação da aprendizagem 
devem ser consideradas, visando não somente assegurar respostas educativas de 
qualidade, mas, também, a tomada de decisões quanto ao atendimento de que a 
criança pré-escolar necessita no âmbito da escola, nas modalidades de apoio, 
complemento ou suplemento escolar, garantindo a educação e o desenvolvimento das 
potencialidades desses educandos. 
Além disso, em situações de desenvolvimento dessincronizado na pré-escola 
(por exemplo, desenvolvimento intelectual mais avançado do que o emocional), um 
cuidadoso e exaustivo trabalho de avaliação escolar deve ser realizado a fim de 
fundamentar decisões tomadas como a de aceleração de estudos de alunos 
autodidatas ou que apresentem ritmos de aprendizagem acelerados em uma ou várias 
áreas de aprendizagem escolar. 
 
 
Fonte: diariodonordeste.verdesmares.com.br 
Além das alternativas tradicionais de avaliação, outras poderão ser utilizadas 
como, por exemplo, auto avaliação, relatório de atividades e avaliação de produtos 
elaborados pelos alunos. A estratégia ideal de avaliação é aquela em que o progresso 
do aluno é ressaltado. Isso possibilita ao aluno desenvolver um senso de realização 
acadêmica e, consequentemente, levá-lo a se sentir intrinsecamente motivado em 
relação ao seu processo de aprendizagem (FELDHUSEN, 1994). 
Éimportante, ainda, que o professor incentive múltiplas formas de produto final. 
Ou seja, o aluno pode demonstrar sua proficiência por meio de um produto escrito 
(história, poesia, carta etc.), oral (dramatização, música, contar histórias etc.), visual 
(desenho, colagem, mural etc.) e/ou concreto (móbile, máscara, brinquedos, jogos 
etc.), de forma a contemplar os diferentes estilos de expressão dos alunos. Toda 
informação sobre o aluno (por exemplo, trabalhos de classe e extraclasse, outras 
produções do aluno, áreas/atividades de interesse) deve ser documentada e guardada 
em um portfólio, ou seja, em uma pasta para cada aluno, com sua produção, de forma 
que as habilidades, interesses, estilos de aprendizagem e expressão do aluno 
superdotado sejam ressaltados e o professor possa, portanto, conhecê-lo melhor e 
estruturar a aula visando atender às suas necessidades educacionais (PURCELL & 
RENZULLI, 1998). 
 
Pensar a construção da educação inclusiva de alunos de altas 
habilidades/superdotados na pré-escola envolve superar desafios que vão desde a 
organização dos sistemas de ensino, passando pela escola e pela família, garantindo 
condições escolares de qualidade que favoreçam a formação de cidadãos brasileiros 
que poderão, definitivamente, contribuir para a construção de uma sociedade 
verdadeiramente democrática. 
 
 
Fonte: www.Fis-your-gifted-student-being-supported-in-public-school.com 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
ALENCAR & VIRGOLIM, A.M.R. Dificuldades emocionais e sociais do 
superdotado. In: F.P.N. Sobrinho & A.C.B. Cunha (Orgs.) Dos problemas 
disciplinares aos distúrbios de conduta (pp. 89-114). Rio de Janeiro: Dunya, 1999. 
ALENCAR, E.M.L.S. & FLEITH, D.S. Superdotação: determinantes, educação e 
ajustamento. São Paulo: EPU, 2001. 
ALENCAR, E.M.L.S. Como desenvolver o potencial criador. Petrópolis: Vozes. 
1991. 
BOBBIO, Noberte. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992. 
BRASIL. Casa Civil. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei nº 8.069, 
de 13 de julho de 1990. Brasília: CC, 1990. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Acesso em: 17 jul. 2010. 
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9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: CC, 1996. Disponivel em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>. Acesso em: 12 maio 2010. 
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BRASIL. Constituição: república federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. 
BRASIL. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora com 
Deficiência. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades 
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BRASIL. Direito à educação: subsídios para a gestão dos sistemas educacionais: 
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portadores de altas habilidades/superdotação e talentos. Brasília: 
MEC/Secretaria de Educação Especial. 1995 
 
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Professores para o Atendimento Especializado. Deficiência Física. Brasília: 
MEC,2006. 
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Especial. Lei de 
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Brasília: MEC/SEE, 1961. 
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Nacional de Educação. Lei Nº 10.172. Brasília: MEC/SEE,2001. 
BRASIL. Ministério da Educação. Portaria 1679 de 03 de dezembro de 1999. Brasília: 
1999. Disponível em: < http://www.inf.ufsc.br/~jbosco/IEE/MEC_dez99.htm>. Acesso 
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2 ARTIGO PARA REFLEXÃO 
Autores: Rosemeire de Araújo Rangni e Maria da Piedade Resende da Costa 
Disponível em: http://www.fe.ufrj.br/anpedinha2011/trabalhos/EDUFSCEE_UFSCAR_009.632.638-
70_trabalho.doc 
Acesso: 15 de setembro de 2015 
 
ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO E SURDEZ E/ OU DEFICIÊNCIA 
AUDITIVA: DISCUSSÃO ACERCA DA DUPLA NECESSIDADE EDUCACIONAL 
ESPECIAL 
 
Rosemeire de Araújo Rangni 
Doutoranda do Programa de Pós – Graduação em Educação Especial - PPGEE da 
UFSCar 
Maria da Piedade Resende da Costa 
Orientadora do Programa de Pós – Graduação em Educação Especial - PPGEE da 
UFSCar 
Eixo 3 – Pesquisa em Pós – Graduação em Educação e Políticas Públicas. 
Comunicação Oral 
 
RESUMO 
 
As políticas públicas brasileiras embasadas no aporte dos documentos legais direcionam os serviços 
de Educação Especial, mesmo com concepção inclusiva, a categorizar as necessidades educacionais 
especiais (NEE) em grupos quais sejam: deficiências, transtorno global do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação. Por sua vez, o censo escolar apresenta as matrículas desses educandos 
divididos em categorias demarcadas conforme os ditames legais. Este trabalho tem como objetivo 
expor a possibilidade desses educandos possuírem dupla NEE, no caso em questão, altas habilidades 
e surdez e/ ou deficiência auditiva. A metodologia utilizada foi a bibliográfica e documental servindo-se 
de pesquisas em livros, revistas e artigos acadêmicos disponíveis na Rede Mundial de Computadores 
(Internet). Os resultados mostram que o sistema educacional brasileiro voltado à Educação Especial 
volta-se para identificar e atender os educandos com NEE de maneira categorial, ou seja, atender 
apenas a uma NEE, prioritariamente a deficiência (surdez e/ou deficiência auditiva) esquecendo-se da 
possibilidade desses educandos possuírem a dupla NEE: altas habilidades e surdez e ou/ deficiência 
auditiva. 
 
Palavras chave: Altas habilidades/superdotação, surdez/deficiência auditiva, dupla 
necessidade Educacional Especial. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Sempre que se discute sobre necessidades educacionais especiais no âmbito 
dos conceitos, do atendimento e de ações políticas, volta-se para uma visão 
dicotômica ou facetada das categorias dessas necessidades. Observa-se que as 
necessidades educacionais especiais (NEE) variam de acordo com a cultura do 
sistema socioeducacional de cada lugar. 
A legislação brasileira mais recente, denominada Políticas Nacionais de 
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), entende 
para fins de atendimento educacional especializado quais sejam: deficiência, 
transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação1. 
Nesses três grupos, o atendimento é realizado por categorias e não há dados no 
censo escolar que indicam que esses educandos, em situação de inclusão possam 
estar identificados e atendidos em duas categorias que tenham dupla NEE. 
Surge então os questionamentos: a) O que há com o sistema que impossibilita 
que pessoas possam ter ao mesmo tempo altas habilidades/superdotação e 
deficiência ou síndrome ou, mesmo algum transtorno funcional que não é considerado 
para efeito de atendimento educacional especializado, segundo as Políticas Nacionais 
mais recentes? b) Será que o sistema educacional desconhece essa condição de 
dupla NEE? 
Uma breve observação em estudos sobre dupla NEE das altas habilidades/ 
superdotação com outra necessidade especial infere-se que o conhecimento da área 
é necessário. Há que se ter conscientização dessa possibilidade, primeiramente, 
evitando que os educandos sejam atendidos em uma só categoria de NEE 
consumando a unicidade categorizante, geralmente voltada para as limitações de 
suas potencialidades. 
Portanto, o presente trabalho tem como objetivo expor a possibilidade desses 
educandos possuírem dupla NEE, no caso em questão, altas 
habilidades/superdotação e surdez e/ ou deficiência auditiva. 
 
INICIANDO A DISCUSSÃO 
 
 
1 Altas habilidades/superdotação é termo utilizado oficialmente nos documentos legais brasileiros, apesar da divergência 
conceitual e terminológica entre os estudiosos da área. 
 
 
 
Neste início de discussão, é pertinente que se apresente quem são os 
educandos com NEE atendidos pela Educação Especial no Brasil. 
Em 1996, foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
9.394 (BRASIL, 1996) em que pela primeira vez trouxe um capítulo inteiro dedicado à 
Educação Especial, Capítulo V. Veio, com isso, reforçar e incentivar políticas voltadas 
para as necessidades especiais. No entanto, a Lei não explicitou quem seriam os 
educandos atendidos, apenas mencionando educandos portadores de necessidades 
especiais (artigo, 58) e superdotados (artigo 59, II). 
Em vigor, desde 1994, a Política Nacional de Educação Especial, publicada pelo 
Ministério da Educação e do Desporto (MEC) e Secretaria de Educação Especial 
(SEESP) (BRASIL, 1994) configurava em suas diretrizes quem seria o alunado da 
Educação Especial: altas habilidades, condutas típicas, deficiência auditiva, 
deficiência física, deficiência mental, deficiência múltipla e deficiência visual. 
A Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994, p. 45) tinha como 
objetivo geral “[...]servir como fundamentação e orientação do processo global da 
educação de pessoas portadoras de deficiências, condutas típicas e de altas 
habilidades, criando condições adequadas para o desenvolvimento pleno de suas 
potencialidades, com vistas ao exercício consciente da cidadania”. E acrescentava: “A 
divulgação deste documento facilitaria o trabalho dos profissionais da educação que 
atuam na área, garantindo o atendimento especializado a todos os alunos que 
fazem jus à educação especial no Brasil” (p. 10) (grifo nosso). 
Percebe-se que qualquer outra categoria que, por ventura, surgisse nos 
educandos estaria excluído de atendimento pela Educação Especial, haja vista que 
as recomendações da Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994) ampliavam o leque 
de necessidades especiais e com princípios inclusivos. 
A Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994) deu lugar à Política 
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 
2008) com nova configuração, com abordagem inclusiva, porém, gessando as 
necessidades especiais a serem atendidas em três grupos: 
1. Pessoa com deficiência, “aquela que tem impedimento de longo prazo, de 
natureza física, mental ou sensorial que, em interação com diversas barreiras, 
podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e na 
sociedade”; 
 
2. Transtornos globais do desenvolvimento “são aqueles que apresentam 
alterações qualitativas das interações das interações sociais recíprocas e na 
comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, 
estereotipados e repetitivo”; 
3. Altas habilidades/superdotação, “aqueles que demonstram potencial elevado 
em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, 
acadêmica, liderança psicomotricidade e artes, além de apresentar grande 
criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas 
de seu interesse” (p. 9). 
No aporte legal que comanda as ações políticas e pedagógicas, ficam excluídos 
do documento outras necessidades especiais. Essa Política recentemenciona sem 
explicitação contida nos três grupos a serem atendidos, o transtorno funcional que não 
consta como NEE considerada na Educação Especial do Brasil, diferentemente de 
outros países, como os Estados Unidos. 
Desta forma, com a inclusão e exclusão de necessidades especiais que a 
legislação recomenda, este trabalho apresenta a dupla NEE – altas 
habilidades/superdotação-surdez e ou/deficiência auditiva - para exemplificar a 
possibilidade dual. 
 
 ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO E SURDEZ E/OU DEFICIÊNCIA 
AUDITIVA 
 
A temática altas habilidades/superdotação já é um assunto denso e de muitas 
polêmicas. Vista com desatenção em relação às outras NEE, os educandos mais 
capazes estão rodeados de mitos, preconceitos e exclusão. Prova disso, é o número 
ínfimo de educandos identificados e atendidos no Brasil. Segundo o Censo Escolar 
2010, há 5. 637 matrículas (DEL PRETTO, 2010). 
Considerados por muitos educadores, que desconhecem sobre as altas 
habilidades/superdotação, como uma educação de elite ou que esses sujeitos 
caminham por si sós. Esse imaginário de crenças e desconhecimento tem acarretado 
barreiras que levam esses educandos, já integrados nas escolas, a não serem 
reconhecidos, levando-os à exclusão e, provavelmente, muitas vezes à evasão. 
Paradoxalmente, os educandos com deficiências têm recebido mais apoio do 
sistema escolar, especialmente, adentrando ao sistema regular de ensino, isso 
 
acontecendo mais enfaticamente após os pressupostos da Declaração de Salamanca 
(BRASIL, 1994). É o caso dos surdos e/ou deficientes auditivos. 
Segundo Sales, Santos, Albres & Jordão (2010) “o indivíduo com incapacidade 
auditiva é aquele cuja percepção de sons não é funcional na vida comum. Aquele cuja 
percepção de sons ainda que comprometida, mas funcional com ou sem prótese 
auditiva, é chamado de pessoa com deficiência auditiva”. 
Pretende-se, neste texto, não discutir a polêmica entre os termos surdez e 
deficiência auditiva consideradas comunidades diferentes, aquela por se utilizar a 
Língua Brasileira de Sinais (Libras) e está por ser composta de indivíduos oralizados 
na língua da comunidade ouvinte ou que não utilizam Libras. Importa, contudo, para 
a discussão, que uma perda auditiva existe em ambos os grupos e, para isso, 
educacionalmente necessitam de atendimento especializado. 
O Censo Escolar mostrou que em 2006, o total de matrículas em todas as 
necessidades especiais eram de 700.624 e 69.420 educandos surdos leves ou 
severos. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 3,5 a 5% 
de qualquer população é superdotada (SABATELLA, 2005). Desta forma, admite-se 
que dessa população do alunado com deficiência auditiva pode haver superdotados. 
 Ao proceder a identificação em alunos surdos das séries iniciais com 
características de altas habilidades/superdotação, Negrini (2009) chegou ao índice de 
25% o que configura que a dificuldade de audição não revela limitações em outras 
áreas do domínio humano. 
Smith (2008) assinala que pessoas com deficiência que desenvolveram 
habilidades proeminentes como Ludwig van Beethoven, Helen Keller, entre outros que 
independente de suas deficiências graves, trouxeram contribuições com seus talentos 
e ressalta: “[...] lembre-se de que, não importa qual seja a deficiência, alguém pode 
ter capacidades, habilidades ou criatividade excepcionais” (p. 211). 
A educação dos alunos surdos e/ ou deficientes auditivos é debatida e não se 
configura de fácil operacionalidade. Há posições contrárias à inclusão dos surdos em 
classes comuns, por estas, não atenderem a diversidade linguística e direcionarem as 
propostas pedagógicas para a incapacidade. Assim, Negrini (2009) pontua que a 
comunidade de indivíduos com surdez preferem, muitas vezes, instituições onde 
podem utilizar a Libras e sua cultura e consideram espaço de resistência e luta contra 
práticas ouvintes. 
 
Winstanley (2003) pontua que é difícil de definir a dupla excepcionalidade, 
superdotação e surdez. Salienta que a variedade de termos para definir a 
superdotação, bem como, a complexidade da cultura surda o que faz disso unicidade 
entre as deficiências. Diz que encontrar material sobre crianças altamente capazes 
que são surdas provou ser tarefa complexa. 
Segundo Guenther (2000, p. 27) “talentosa é a pessoa que realiza com alto grau 
de qualidade, alcançando reconhecido sucesso, algo que representa expressão de 
uma característica que a sociedade reconhece e aprecia, ou desempenha em nível 
de qualidade superior em alguma área que a sociedade valoriza”. 
Guenther (no prelo) embasada em Gagné (2005, 2008) salienta que a dotação2 
é um construto que designa posse e uso de notável capacidade natural, um dom dado 
ao indivíduo pela vida, assim, relacionado a origem genética e que o talento está 
enraizado mais na aquisição do que em herança. E para que o desenvolvimento do 
talento, segundo Gagné (2010, p. 3) “é formalmente definido como engajamento 
sistemático por parte dos talentees3, por um período de tempo significativo, em um 
programa estruturado de atividades levando a uma meta especifica de excelência”. 
As características para alunos com dupla NEE superdotados e surdos e/ ou 
deficientes auditivos pontuados pelo Education Resource Information Center –ERIC- 
(2007) são: 
 
Leitura precoce; 
Excelente memória; 
Habilidade para ajustar à escola regular; 
Habilidades na fala e leitura sem instrução; 
Rapidez no domínio das ideias; 
Habilidade de raciocinar; 
Alta performance na escola; 
Muitos interesses; 
Maneira não tradicional de absorver problemas; 
Habilidades de resolver problemas do dia-a-dia, possivelmente em alto nível; 
Atraso em conhecimento de conceitos; 
Alto iniciativa; 
Senso de humor; 
Intuição; 
Engenhosidade em resolver problemas; 
Habilidade em linguagem de símbolos. 
 
 
2 Dotação e talento são termos utilizados pelo pesquisador canadense Francoys Gagné. 
3 Talentees – neologismo criado por Gagné (2010) para descrever qualquer pessoa participante de um programa sistemático 
de desenvolvimento de talento. 
 
 
Negrini (2009) em pesquisa realizada para identificar características de altas 
habilidades/superdotação em 28 crianças surdas, pré-escolares e dos ciclos iniciais 
em escola especializada, salienta que as características encontradas são 
consonantes às outras crianças, pois são pessoais e individuais. Menciona, ainda, que 
as características poderiam ser observadas em outras instituições de ensino. Apenas 
ressalta que, a escola de surdos facilita a identificação porque é valorizada a Libras e 
a forma de ser, seus interesses e habilidades. 
As características de educandos com dupla NEE altas habilidades/superdotação 
e surdez e/ ou deficiência auditiva tem semelhanças com as características de altas 
habilidades/superdotação apresentadas pelo Ministério da Educação (2002) que são: 
 
Grande curiosidade, envolvimento com muitos tipos de atividades 
exploratórias; 
Auto iniciativa; 
Originalidade de expressão oral e escrita; 
talento incomum para expressão em artes; 
Habilidade para apresentar alternativas de soluções com flexibilidade 
de pensamentos; 
Abertura para a realidade, sagacidade e capacidade de observação; 
Capacidade de enriquecimento com situação problema; 
Capacidade para usar conhecimento e informação; 
Combinação de elementos, ideias e experiência de forma peculiar; 
Capacidade de julgamento e avaliação superiores; 
Produção de ideias e respostas variadas; 
Gosto por correr riscos; 
Habilidade em ver relações entre fatos; 
Aprendizado rápido, fácil e eficiente, especialmente em sua área de 
interesse. 
 
É importante ressaltarque uma pessoa superdotada não apresenta todas as 
características relacionadas. 
Leva-se a refletir que no Brasil, os educandos com deficiência têm sido atendidos 
apenas em sua (d) eficiência, deixando à margem suas capacidades, o que leva a 
concluir que há dicotomia e exclusão no atendimento educacional especializado. 
As áreas consideradas nas altas habilidades/superdotação são intelectual, 
acadêmica, psicomotricidade, artes, liderança e criatividade e os educandos podem 
apresentá-las isoladas ou combinadamente. Canalizar atenção ou priorizar 
intervenções pedagógicas às suas dificuldades é negar o direito de terem suas 
potencialidades, fora de suas limitações, desenvolvidas. 
Ainda permanece, nas escolas brasileiras, onde os educandos altos 
habilidosos/superdotados não são reconhecidos, a perda imensurável de talentos que 
 
acabam se evadindo pelo fracasso escolar por conta de categorizações padronizantes 
de atendimento (OMOTE, 1994, 1996). Assim, possivelmente, encontram respaldo e, 
quando o encontra, fora dos muros escolares. Então, onde está o papel da escola em 
atender a todos em suas singularidades e especificidades? Que inclusão estamos 
falando? 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Após a busca documental realizada em livros, revistas e artigos acadêmicos 
disponíveis na Rede Mundial de Computadores (Internet), foram obtidos os seguintes 
resultados conforme indicação contida no quadro 1. 
 
Quadro 1. Dupla Necessidade Educacional Especial: altas 
habilidades/superdotação e surdez e /ou deficiência auditiva 
 
Ordem Tipo de Publicação Ano Autor(es) Título 
1 Editorial S/D Council for 
Exceptional Children - 
CEC 
Twice exceptional 
2 Artigo S/D Council for 
Exceptional Children - 
CEC 
Children with communication 
disorders. 
3 Artigo 
Carolyn Cosmos 
Imagine teaching Robin 
Williams. Twice-exceptional 
children in your school. 
4 Artigo S/D National Association 
for Gifted Children - 
NAGC 
 
Twice – exceptional (gifted with 
special needs) 
5 Artigo 1996 
Vialle, W.; Paterson, 
J. 
Constructing a culturally 
sensitive education for gifted 
deaf students. 
6 Artigo 1989 
Yewchuk,C.; Bibby, 
M. A. 
Identification of giftedness in 
severely and profoundaly 
hearing impaired students 
 
 
No texto “twice exceptional” editorial do Council for Exceptional Children – CEC 
(S.D) apresenta a dificuldade de identificação das altas habilidades/superdotação em 
estudantes com deficiências. Os testes convencionais e observacionais são 
inadequados e podem mascarar potenciais. Crianças com deficiência de audição 
podem responder às direções e podem ter falta de vocabulário que reflete a 
complexidade de seus pensamentos. 
O artigo “Children with communication desorder” (S.D) mostra que a dificuldade 
de audição incluem surdez e perda de audição. Assinala que quando uma criança tem 
perda auditiva nos anos de desenvolvimento, todas as áreas de desenvolvimento 
podem ser afetadas significativamente, como o sistema de comunicação, a habilidade 
de interação com os outros e a aquisição de habilidades acadêmicas. A identificação 
precoce da perda de audição é importante para o ajustamento emocional e 
acadêmico. 
Cosmos (S.D.) pontua que o sistema não é desenhado para orientar as 
necessidades da criança que é superdotada e tem deficiência. Acrescenta que 
estudantes que tem grande gama de capacidades podem ter seus scores em testes 
anulados por seus déficits. Cosmos cita Cindy Little que orienta estratégias para 
crianças superdotadas com deficiência em sala de aula: a) tecnologias apropriadas 
que podem apoiar e compensar as deficiências, b) apoio tutorial e mentores, estes 
podem ser encontrados na comunidade, c) apoio de aconselhamento (ajudá-los com 
suas diferenças e frustrações), d) elogiar sua força (geralmente dá-se mais atenção 
às limitações), e) uso de grupos flexíveis, compactação de currículo. 
O artigo “Twice exceptional (gifted with special needs)” (S.D) apresentado pelo 
National Association for Gifted Children – NAGC aponta crianças com dupla 
excepcionalidade (termo utilizado pelo NAGC) podem ser mal percebidas como 
preguiçosas, teimosas, descuidadas ou desmotivadas. Assinala, que os pais 
reconhecem o potencial dos filhos. Eles veem a capacidade marcante, como também, 
se confundem com as inconsistências. O artigo não aponta a surdez especificamente. 
Vialle, Paterson (1996) discutem os problemas persistentes de identificação da 
superdotação em grupos minoritários. A ênfase no idioma facilita a discriminação 
desses grupos. A situação é exacerbada para os estudantes com deficiência física e 
de aprendizagem. As pessoas surdas tem o problema educacional relatados em sua 
capacidade de comunicação. Os referidos autores concluem que devem ser dados 
senso de orgulho e identidade em um ambiente educacional que reconheça suas 
 
potencialidade e não direcione para os déficits. Ainda, discute a valorização do 
bilinguismo e biculturalismo para os estudantes surdos como elemento essencial para 
educação dos superdotados e estender formação aos professores para se 
sensibilizarem quanto aos surdos. 
Yewchuk, Bibby (1988) expõe estudo em 178 estudantes de 5 a 20 anos com 
severas perdas auditivas com acesso a teste de inteligência não verbal, indicação de 
professores e nomeação de pais. Nenhuma correlação houve entre os três 
procedimentos de identificação. Características muito similares foram encontradas às 
características em estudantes surdos superdotados. 
Os artigos pesquisados sobre dupla NEE mostram claramente a dificuldade de 
se identificar e atender essa população minoritária, altos habilidosos/superdotados 
com deficiências, mais precisamente, os com deficiência auditiva. Outra inferência, 
diante da pesquisa nesses artigos, é que há necessidade de estudos e pesquisas 
mais atualizadas sobre a temática. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Este trabalho buscou apresentar uma exposição e reflexão sobre a dupla NEE 
envolvendo os superdotados e surdos. Procurou mostrar, como é visto, na Educação 
Especial, sob o aporte legal e sua consequência no atendimento. 
O atendimento especial é feito por categorias de NEE que privilegiam umas em 
detrimento de outras. É o caso dos altos habilidosos/superdotados que estão 
protegidos pela legislação desde 1971 e ratificada nas demais leis pertinentes à 
Educação Especial e Inclusiva e, no entanto, são ínfimas as matrículas de educandos 
atendidos em todo o país. 
Em sentido contrário, sobe vertiginosamente os serviços educacionais aos 
alunos com deficiência e síndromes (transtornos globais do desenvolvimento), porém, 
pouco se conhece e se discute sobre a possibilidade desses milhares de alunos 
possuírem altas habilidades/superdotação contrariando a Organização Mundial da 
Saúde que 3,5 a 5% de qualquer população é de superdotados, apenas considerando 
as áreas lógico – matemática e verbal e outros índices mais elásticos podem chegar 
a 15 a 20% em todas as áreas de domínio apenas para aqueles que possuem altas 
habilidades/superdotação, no entanto, em pesquisa realizada em crianças surdas com 
características de altas habilidades/superdotação observou-se a cifra de 25%. 
 
Desta forma, a escola brasileira não tem cumprido seu papel em incluir o 
atendimento educacional especial a essa parcela de alunos e, menos ainda, 
desconhece a possibilidade da dupla NEE desses indivíduos. Provavelmente, uma 
das causas que impede o reconhecimento de talento em pessoas com dificuldades 
físicas, sensoriais, intelectuais, funcionais e síndromes esteja nos mitos e 
preconceitos acerca dessas pessoas. São vistas como incapazes e que são forçadasa se normalizarem pelo sistema educacional padronizante vigente em nossas escolas 
que os impede de se desenvolverem. 
 
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