Buscar

Tcc Atuação do assistente social na política de saúde

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�PAGE �
agradecimentos
Agradeço a Deus em primeiro lugar por cuidar de mim em todos os momentos me capacitando dando sabedoria para enfrentar todas as dificuldades que encontrei ao longo desses anos
ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAIS NA POLÍTICA DE SAÚDE. 2017. 49 pag. Trabalho de Conclusão de Curso (Serviço Social) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Barbacena, 2017.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar o histórico das políticas sociais na saúde, a história do surgimento do SUS os programas oferecidos como Programa Saúde da Família os avanços que a política de saúde trouxe com seu surgimento. Demostrar como o assistente social contribui na garantia de direitos e cidadania dos usuários principalmente na atuação dentro de espaços do Sistema Único de Saúde.
Palavras-chave: Política Pública. Papel do Assistente Social
 
Título do trabalho na língua estrangeira: Subtítulo na língua estrangeira. Ano de Realização. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em nome do curso) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Cidade, Ano.
ABSTRACT
The present Work aims to present the history of social policies in health, the emegence of SUS and the programs offered as Family health program, the advances that the policy brought with its emergence. Demostrate how the social worker contributes to the guarantee of rights and citizenship of users mainly within SUS spaces.
Key-words: Public Policy, Role of social worker.
lISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
	ABNT
	Associação Brasileira de Normas Técnicas
	UNOPAR
	Universidade Norte do Paraná
	
	
	
	
	
	
sUMÁRIO
1. Introdução..............................................................................................................13
2. História das Políticas Sociais na Saúde................................................................15 
52.1 A construção das políticas de Saúde no Brasil .....................................................�
152.2 Sistema Único de saúde.................................................�
152.3 Direitos dos Usuários do SUS	�
2.4 Programa Saúde da Família.................................................................................27
163 INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAl NA SAÚDE	�
163.1 Atuação do assistentes social na política de saúde	�
184 CONCLUSÃO	�
19REFERÊNCIAS	�
��
INTRODUÇÃO
A escolha deste tema tem como objeto resgatar a história da política de saúde no Brasil, e com isso possibilitar a reflexão da intervenção do Estado na área da saúde, a construção desta política contributiva para os trabalhadores inseridos no mundo e a universalização do acesso ao direito a saúde a partir da Constituição Federal de 1988 e suas regulamentações mais importantes, e o trabalho do assistente social diante dessa política fundamentando um novo modelo de atenção, com ênfase na promoção de saúde individual, familiar e comunitária ampliando assim o acesso da população aos serviços de saúde através do incentivo, promoção e apoio. Os serviços de atenção básica vieram incorporar o atendimento humanizado e fomentar o comprometimento com as necessidades dos usuários (Sousa, 2008). Os usuários do sistema único de saúde recorrem as UBS para receber atendimentos básicos e gratuitos em pediatria, ginecologia, clínica geral enfermagem e odontologia. Na tentativa de superar o modelo hegemônico centrado em práticas curativas e na atenção médico-hospitalar, o Ministério Social criou o Programa Saúde da Família (PSF) hoje denominado Estratégia da Família (ESF). O serviço social atua no âmbito do SUS identificando as demandas analisando as conjunturas observando as avaliações buscando na rede apoio necessário para que os cuidados sejam prestados de forma segura ele atua junto a equipe de profissionais da saúde entre médicos enfermeiros na orientação da população usuária do SUS.
As políticas de Saúde no Brasil eram inexistentes até a década de 1920, pois, os que tinham condições de pagar recebiam assistência, isso significava que uma parcela da população usufruía e tinham esse direito, os demais dependiam de caridade e ajuda.
Em meados da década de 70, a saúde passa por um processo de transformação, o movimento de Reforma Sanitária tornou-se marcante e fundamental para a Política de Saúde. 
Surgem então as discussões em torno do tema saúde e o pensamento de redemocratização da saúde, isto é, uma saúde para todos. Ocorreram então conferências, movimentos, mobilizações em prol dos direitos a saúde. 
Em 1988 foi promulgada a Constituição Federal Brasileira, uma conquista dos movimentos. À saúde então passa dentro da seguridade social a ser reconhecida como “um direito de todos e dever do estado”, isso levou a todos os cidadãos a ter garantido por lei o direito e acesso à saúde. 
Com a Criação do Sistema Único de Saúde (SUS) também em 1988, essa garantia de direito e acesso passou a ser vinculada ao sistema. Com a finalidade de coordenar as ações de saúde nas esferas Federais, Estaduais e Municipais, o SUS passou a ser a porta de entrada para as pessoas em busca de assistência a saúde. 
Por ser um sistema único, com seus princípios e diretrizes, o SUS passou a ser a porta de entrada também para a implantação de programas e iniciativas em prol da qualidade de vida das pessoas, direcionando e organizando a rede de atenção a saúde. 
Ainda na década de 80, foi realizada uma mobilização em Florença na Itália. Essa mobilização foi promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e UNICEF, objetivando buscar ações e estratégias a redução da mortalidade infantil através do apoio, promoção e incentivo ao aleitamento materno. Como estratégia criou um documento com normas e rotinas para apoio ao aleitamento materno “Declaração de Innocenti”, e uma iniciativa que resgatasse o direito das mulheres na prática da amamentação, que no Brasil recebeu o nome de Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). 
Em 1990, a iniciativa foi implantada no Brasil, como uma estratégia nas Políticas de Saúde da Criança e da mulher, no contexto da Rede de atenção a Saúde, no âmbito do SUS. Tem como objetivo o apoio, promoção, proteção do aleitamento materno. Como público alvo as gestantes, mães, lactentes e crianças assegurando e visando a esse grupo a uma assistência de qualidade de vida e saúde. Como idealizador os Hospitais, a maioria do SUS. 
O objetivo geral desta pesquisa é demonstrar como surgiu a política de saúde no Brasil como direito universal, e os desafios enfrentados na atualidade. 
Como objetivo específico, enfatizar a atuação do profissional de serviço social na política de saúde como garantidor dos direitos e da cidadania. 
Na hipótese de caráter estratégico, o profissional Assistente Social é aproveitado de maneira potencializada para que o mesmo possa viabilizar informações qualificadas e a garantia dos direitos dos cidadãos. Dinamizar os atendimentos, disponibilizar maior quantidade e qualidade das informações transmitidas ao grupo envolvido. 
Este trabalho estará organizado em capítulo I, e II onde o primeiro apresenta uma retomada histórica acerca da Política de Saúde. Já o capítulo II abrange quais são as atribuições e principais propostas de atendimentos realizadas pelos profissionais de serviço social dentro do SUS os serviços oferecidos, garantia dos direitos e de cidadania.
2. A história das politicas sociais na saúde.
As políticas de saúde no Brasil eram inexistentes até a década de 1920. Aquele cidadão que não tinha condição de pagar pela saúde tinha como opção de oferta a ajuda da população, curandeiros, instituições filantrópicas, como Santas Casas de Misericórdiaque assistiam os indigentes e pobres. Inexistia uma política sanitária no País, as cidades em especial os grandes centros estavam a mercê das epidemias, a população era vítima da varíola, malária, febre amarela e a peste.
Com o crescimento urbano, aparecem os problemas na população, as condições sanitárias tornaram precárias, e a saúde da população começou a ficar comprometida com o surgimento de doenças que no período eram focalizadas como parasitoses e endemias. Para contenção, o Estado como forma de intervenção, realiza campanhas sanitárias, voltadas a higienização e conscientização visando o combate.
Diante do quadro, o então presidente Rodrigues Alves nomeou o médico sanitarista Oswaldo Cruz para desenvolver ações de erradicação da epidemia da febre amarela, para isso foi recrutado um exército de 1.500 trabalhadores que passaram a combater o mosquito (vetor da febre amarela).
Entretanto, a dificuldade de comunicação e o esclarecimento junto a população e as arbitrariedades cometidas pelos soldados provocavam insegurança e revolta na população, pois o modelo adotado ficou conhecido como campanhista, com formato e visão militar, no qual o uso da força autoridade e repressão eram instrumentos utilizados contra a população, que sem entender a proposta manifestava resistência a proposta, pois as casas eram invadidas, colchões e roupas eram queimados. 
A Revolta da vacina foi a denominação da revolta da população contra a ação ordenada pelo governo de vacinação em massa em todo território Brasileiro. A ação foi respaldada pela Lei Federal n° 1.261 de 31 de outubro de 1904, que instituiu a vacinação obrigatória contra a varíola.
A forma de intervenção para as endemias baseou-se na assistência individual, assistência hospitalar para os casos de tuberculose, hanseníase e psicose, para as vítimas que não podiam pagar restavam-lhes a ajuda das irmandades. As campanhas contra as endemias marcaram a atuação do Estado durante todo o século XX, principalmente contra a peste, febre amarela e a varíola.
As intervenções na área da saúde para enfrentar as questões concentravam-se nos modelos das campanhas sanitaristas com objetivo de combater as endemias que afligiam a população, em especial aos trabalhadores urbanos e posteriormente os trabalhadores rurais uma grande referência para neste período de intervenção foi o Dr Oswaldo Cruz.
Na década de 1920 o departamento Nacional da saúde, ligado ao Ministério da justiça da continuidade as ações iniciadas por Oswaldo Cruz o então sanitarista responsável, iniciando um novo modelo campanhista utilizando métodos mais próximos da população como campanhas de educação sanitária e propagandas.
Aqueles que contribuíam para se ter assistência à saúde como a categoria dos trabalhadores marítimos, ferroviários e comerciários, eram atendidos pela Medicina Previdenciária, através da Lei Eloy Chaves, em 1923 que foi criado Previdência Social por meio da CAPS (Caixa de Aposentadoria e Pensão). Em fase precária das condições de vida e da saúde para atender os mais necessitados, na década de 1930 criou-se a Política Nacional de Saúde. 
Em 1933, no primeiro governo de Getúlio Vargas, ocorreu a mudança na Previdência Social, onde em substituição a CAPS (Caixa de Aposentadoria e Pensão) veio o IAPS (Instituto de Aposentadoria e Pensão), trazendo várias modificações no sistema, entre eles a redução dos gastos com assistência social. Com a junção dos IAPS, os trabalhadores inseridos no trabalho formal em que sua categoria profissional tivesse associado a algum IAP, além do benefício previdenciários também tinham acesso ao serviço de saúde.
Após a queda do presidente Getúlio Vargas em 1945 foi promulgada outra Constituição Federal em 1946 a partir de então foram ampliadas as estruturas da política de saúde, mais centralizadas, entretanto com espaços para implementação nas campanhas e ações sanitárias.
O período desenvolvimentista marcado entre os anos de 1946 a 1964 conhecido pela modernização acelerada provocada pelo Presidente Juscelino Kubitschek para implementação das ações na área, foi criado, em 1953 o Ministério da Saúde. 
 Em 1966, deu-se lugar ao Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), trazendo o que hoje conhecemos como universalização excludente, da política de saúde. 
Nos anos de 1970, houve a criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SIMPAS), ocorrendo entre os serviços de previdência social e saúde, a separação, ficando o primeiro sob responsabilidade do INPS e o segundo do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS).
A inexistência de política de saúde, fez com que oportunizasse a criação de uma forma de segurança em proteção aos sem condições. E foi a partir da década de 70 e 80 que se iniciou a construção da Política de Saúde, onde se instaura uma crise das políticas públicas como a da Previdência da Saúde, é marcada pelo movimento Sanitário, o que destacam os questionamentos da política de saúde com a reforma sanitária como principal propósito.
”[...] a democratização de acesso, a universalização das ações a da descentralização com controle social” (BRAVO, 2009, p. 33). A Reforma Sanitária vem da insatisfação da sociedade em relação ao quadro dramático da saúde provocou as primeiras manifestações e articulações deste movimento são datadas no início de 1960, mas logo após, com o golpe militar, foram prejudicadas as mobilizações. Entretanto foi fortalecida no final da década de 1970 e início de 1980.
2.1 A construção da Política de Saúde no Brasil
A partir de meados da década de 1970, sobretudo no início da década de 1980, o cenário de uma parcela da população brasileira era envolto a questão da pobreza, desigualdade, falta de saneamento, e precariedade na saúde, os governos militares entendiam à saúde como um problema exclusivo de cada indivíduo e não como um problema de saúde pública, de caráter público e coletivo.
Os indicadores socioeconômicos e de saúde mostravam a situação alarmante vivida por uma parcela da população brasileira, que tinham a esperança de vida ao nascer abaixo de 54 anos de idade, e um alto nível de analfabetismo da população feminina, a taxa de mortalidade infantil era alta em relação aos nascidos vivos. Segundo Bittencourt (2013, p. 27) ”A esperança de vida ao nascer era 53,5 anos de 1/3 da população feminina era analfabeta e a taxa de mortalidade infantil chegava a 115,0 óbitos de menores de um ano para 1.000 nascidos vivos.
Após o processo de privatização acentuado na área social promovido pelo governo militar no golpe de 1964 e após o “milagre econômico brasileiro”, passa então a questão social a ser debatida e a disputa de como se fará o enfretamento começa a ser em torno, se pelo Estado ou pelo mercado.
 A luta pela democratização do regime político do país traz como foco a defesa dos direitos civis, políticos e sociais. Sendo assim e neste contexto que a saúde, educação, liberdades civis e direitos humanos ganham o centro das mobilizações da sociedade, e entra em cena igualmente como contraponto político, a questão da universalidade do acesso aos bens de consumo coletivo essencial para a qualidade de vida e bem star da população.
Ainda na década de 1970, o Movimento de Reforma Sanitária tornou-se marcante e fundamental para a política de saúde.
No entanto, este modelo incorporou uma forte crítica ao modelo assistencial vigente, centrado exclusivamente na assistência médica e no hospital. Constituiu sua proposta na reforma administrativa e na unificação das instituições e serviço de cuidados médicos e em um único Ministério da Saúde, responsável pela gestão de toda política de saúde e pela a condução, que inclui ampliar o acesso a todos os níveis de atenção em função das demandas, necessidades e representações da população. 
Dentre outros preceitos, defendia um conceito de saúde que não se pautava somente na ausência de doença, mas também na qualidade de vida dos usuários. Essa concepção ampla propõe a superação deum paradigma que compreende a saúde como a ausência de doença, sobretudo investindo em ações curativas e preventivas, direcionando a uma proposta que considera a saúde como resultado das condições de vida e a existência de sujeitos, ultrapassando a visão biológica, considerando a síntese de diversos fatores sejam eles sociais, econômicos, biológicos, culturais, políticos, dentre outros, que apesar de situarem em diferentes campos, interagem entre si, condicionando a qualidade de vida dos cidadãos. 
Se a década de 1970 foi um marco para a saúde, tendo em vista que surgem as discussões em torno do tema provocado pelo Movimento de Reforma Sanitária, estendendo a igual importância à década de 1980. A Sociedade Brasileira vivenciou um processo de democratização do país, superando o Regime Militar de 1964.
 Esse clima de redemocratização ficou fortemente marcado no setor da saúde. Assim, foi nessa década, mais precisamente em 1986 que ocorreu a VIII Conferência Nacional de Saúde, que centrou suas discussões na saúde como direito inerente à personalidade e a cidadania, bem como na reformulação do Sistema Nacional de Saúde e no financiamento setorial. Participaram dessa conferência várias entidades representativas da população, que foram sindicatos, moradores, associações de profissionais, parlamento e partidos políticos. 
Como conquista dos movimentos, em 1988 foi promulgada a Constituição Federal Brasileira, que passou a reconhecer efetivamente o acesso aos serviços de consumo coletivo na área social como um direito de cidadania. Com isso, a saúde, dentro da Seguridade Social, torna-se reconhecida como “um direito de todos e um dever do Estado”, ou seja, todo o cidadão brasileiro passa a ter garantido por lei o direito ao acesso às ações de prevenção e promoção da saúde, da mesma forma que as ações relativas à assistência social e à previdência Social.
Artigo 6°- 
São Direitos Sociais: a Educação, Saúde, alimentação, trabalho, lazer, segurança, Previdência social, a infancia asistencia aos desamparados, na forma desta Constituição (Constituição Federal de 1988);
Artigo 196 –
 A saúde é direito de todos e dever do estado, garantindo mediante políticas sociais e económicas que visem a redução do risco de doenças e outros agravos a ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação(Constituição Federal de 1988).
A partir deste contexto, foi concebido para a sociedade brasileira, através da Constituição Federal de 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS).
2.2 Sistema único de saúde (SUS).
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um sistema de saúde que foi instituído com a finalidade de coordenar e integrar as ações de saúde nas esferas federais, estaduais e municipais, para atender de forma funcional as necessidades por atenção à saúde. Além disso, deve ser financiado com recursos provenientes dos orçamentos públicos das distintas esferas de governo. Visa assistir a todos de forma universal, igualitária e hierarquizada sem qualquer forma de discriminação, seja ela positiva ou negativa. 
Sua criação foi pela Constituição Federal de 1988 e regulamentação em 1990, através das Leis Federais nº. 8.080, chamada Lei Orgânica da Saúde (LOS) de 19 de setembro de 1990 que dispõe principalmente sobre a organização e o funcionamento das ações e serviços de saúde em território nacional e nº. 8.142, a 2º Lei Orgânica da Saúde, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe da participação popular na gestão do SUS, por meio das Conferências e Conselhos de Saúde.
Para orientar a operacionalização do SUS com relação às diretrizes organizativas e princípios doutrinários e incorporados na Constituição Federal de 1988 e nas legislações ordinárias que o regulamentam, tendo como finalidade principal formular e programar a política nacional de saúde, destinada a prevenção e promoção da saúde, atribuindo aos usuários do sistema melhores condições de vida, assim como assegurar o acesso equitativo aos serviços para garantia integral à saúde. 
Os princípios doutrinários que regem o SUS são: Universalidade, equidade, integralidade. A universalidade garante a todos os cidadãos o acesso à saúde, sem qualquer tipo de descriminação. É dever dos governos municipal, estadual e federal garantir o acesso aos serviços de saúde do SUS. A equidade representa a igualdade na assistência à saúde com ações e serviços priorizados em função de situações de risco, condições de vida e da saúde de determinados indivíduos e coletividade. Visar diminuir as desigualdades, disparidades sociais e regionais no país, investindo mais onde há maiores necessidades. A integralidade considera as várias complexidades do processo saúde-doença que afetam indivíduos e as coletividades, propondo a prestação continuada dos serviços visando garantir a promoção, proteção, a cura e a reabilitação dos mesmos, inclui uma abordagem humanizada, na qual o usuário é compreendido em seu contexto sociocultural. Outro principio assegurado por lei é o Direito à informação, isto é, todo indivíduo têm o direito de ser informado sobre sua saúde individual e os riscos que podem afetar na saúde coletiva, atribuindo aos profissionais a responsabilidade pela viabilização desse direito.
Como diretrizes organizativas definiram-se: A descentralização, regionalização, hierarquização dos serviços, participação comunitária e a integração de recursos e ações com base no planejamento ascendente. A descentralização atribui aos municípios responsabilidades da gestão dos serviços e ações de saúde. A regionalização é a articulação dos serviços regionais de forma regionalizada, ou seja, organizados em rede de saúde ou regiões de saúde. A hierarquização busca a diretriz de ordenar o sistema de saúde por níveis de atenção. A participação da comunidade ocorre mediante a participação dos segmentos sociais nas Conferências e nos Conselhos de Saúde nas três esferas de governo. E, a integração das ações e recursos a fim de garantir a continuidade do cuidado aos usuários sem a qual se compromete a ideia da integralidade do cuidado aos usuários sem a qual se compromete a ideia da integralidade do cuidado. 
Segundo o autor Mendes (1996, p. 57), a materialização do SUS nos termos proposto é um processo longo e ainda em construção. Segundo o autor:
O SUS entendido como processo em marcha não se iniciou em 1988 com a consagração constitucional de seus princípios, nem deve ter momento definido para termino especialmente se esse tempo está dado por avaliações equivocadas que apontam para fracasso dessa proposta, assim o Sus nem começou ontem e nem termina hoje.
Ao ressaltar dessa forma que o SUS como um processo social, o autor expõe o reconhecimento da complexidade de uma construção em um ambiente de diversidades das representações de interesses e campos de hierarquia, sendo eles, o político, o cultural e o tecnológico.
O SUS como processo social, tem a dimensão política, ideológica, tecnológica. Na dimensão política, vai sendo construído em um ambiente democrático com a presença de diversos atores sociais que apresentam diversificados projetos. Na dimensão ideológica, onde o SUS se encontra inserido, perpassa por uma concepção ampliada de saúde doença e por um novo paradigma sanitário, trazendo uma implantação de rebatimento e mudança de caráter cultural. E na tecnológica vai exigir a produção de conhecimentos e técnicas para a prática do sistema com pressupostos políticos e ideológicos. 
Mendes (1996, p, 58) nesse sentido afirma que o “SUS está sendo construído no embate político, ideológico e tecnológico entre os diversos atores sociais e resulta de propostas que, ao longo de muitos anos, vêm sendo impulsionadas por um movimento social que domina de reforma sanitária brasileira”. Ou seja, o processo da Reforma Sanitária é um projeto em que pretende obter a saúde como eixo de transformação, pautada no conceito ampliado de saúde. Da mesma forma o projeto do SUS é uma política de construção democrática que visa à ampliação da esfera pública,à inclusão social, a materialização institucional no SUS é o resultado do enfretamento desta proposta com que apresentaram nessa trajetória.
O SUS foi incorporado a Constituição Federal de 1988 como um conjunto de princípios extraídos da prática hegemônica, mas reorganizado na nova lógica em que se pautavam os princípios da Reforma Sanitária. 
Neste contexto, a saúde na Constituição é definida como resultado de políticas sociais e econômicas, como direito de cidadania e dever do Estado como parte então do tripé da Seguridade Social, e cujas ações e serviços devem ser promovidos pelo Sistema Único de Saúde organizado nas diretrizes de descentralização, atendimento integral e participação social. 
Conforme Mendes (1996, p.63), apresenta no campo da saúde este texto constitucional: 
Ocorria coetaneamente com o avanço inexorável de uma crise fiscal e politica do Estado que sinalizava o esgotamento da estratégia Nacional- desenvolvimentista e da colisão sociopolítica que sustentou durante anos de esforço industrializante e de fracassos sociais desse modo, tratou-se de impor novas responsabilidades a um estado alquebrado e incapaz de reverter o quadro social [...]esse quadro de crise do estado é determinante do que se convencionou denominar de “Universalização excludente” em queda universalização do sistema de saúde sempre veio acompanhada da exclusão dos segmentos sociais das camadas médicas e de operariado qualificado.
A crise no Estado brasileiro assinalada por Mendes começou a manifestar-se nos anos 70, agravando na segunda metade da década de 80, consolidada na crise fiscal, no esgotamento da estratégia econômica de substituição de importações e na deteriorização do aparelho do Estado, sendo assim, devido a esse fato, que se impõe uma reforma no Estado brasileiro.
Ao incluir a saúde como um direito constitucional no âmbito da reforma do Estado, o SUS desenvolveu um projeto de reforma democrática caracterizado pela introdução de um modelo baseado na descentralização, na participação e no controle social. 
Como consequência, foram criados Conselhos de Saúde, que concretiza a participação da sociedade civil na administração do SUS, propiciando o controle social, com caráter deliberativo, em todos os municípios e estados, e tem por objetivo formular as estratégias, acompanhar e controlar a execução da política de saúde, as Comissões Intergestores Bipartites (CIBS), nos estados, e a Comissão Intergestores Tripartite (CIT), no nível nacional, estabelecendo o espaço para o desenvolvimento de relações cooperativas entre os entes governamentais, bem como a formação dos Fundos de Saúde, substituindo os convênios que regiam as relações entre as três esferas governamentais. 
Os Conselhos de Saúde estão estruturados nas três esferas do governo, ou seja, Conselhos Municipais de Saúde, em cada município; Conselhos Estaduais de Saúde, em cada estado, e a nível federal que é o Conselho Nacional de Saúde. 
O Conselho nacional de saúde (CNS) é a instância máxima de deliberação do SUS. É formado por representantes de entidades e movimentos sociais de usuários do SUS, entidades de profissionais de saúde, incluída a comunidade cientifica, entidades prestadoras de serviços, entidades empresariais da área de saúde (CONASS) e o conselho Nacional de secretários municipais (CONEMS) são também representantes no conselho Nacional de saúde (BITTENCOURT Sônia; DIAS Marco; Duarte Mayumi, R J 2013, p.36) 
Na gestão do SUS, a descentralização, foi impulsionada com o estímulo aos municípios e estados a assumir responsabilidade de gestão,
[...] pela regulação do conjunto de serviços existentes no seu território, incluindo a organização dos fluxos assistenciais e a oferta de ações e serviços disponíveis assegurando acesso aos usuários dos municípios que integram a região de saúde, mediante processo de pactuação, mediados por instrumentos de gestão como plano Diretor de Regionalização Pactuada e integrada (PPI). (VASCONCELOS, C. M.; PASCHE, DF; 2006 P 551).
Todavia, atualmente, a gestão descentralizada retrata grandes dificuldades da gestão municipal em assegurar aos usuários uma atenção básica resolutiva e de qualidade, bem como serviços que demandam atenção mais especializada diante do insucesso na efetivação da proposta de regionalização, que de acordo com o autor: 
“o aprimoramento da regionalização buscou reforçar o comando único sobre os serviços de cada território, a organização dos mecanismos de regulação do acesso com a utilização de sistemas informatizados e a definição de planos diretores de Regionalização (PDR)que explicitassem o desenho de regionalização assistencial, assentado em módulos assistenciais, microrregiões e do Plano Diretor de investimentos (PDI) para assegurar os investimentos necessários á (re) Organização de rede assistencial’ ( VASCONCELOS, C. M.; PASCHE, DF; 2006 p 552).
A proposta de regionalização prevista na NOAS (Norma Operacional da Assistência à Saúde) de 2002, levando a diversos municípios a buscar autossuficiência na oferta da maioria dos serviços, agravando os problemas de ineficiência dos recursos, sem resolver os problemas da integralidade da atenção básica. 
Todavia, apesar de várias dificuldades encontradas para a efetivação dos princípios e diretrizes que regem o sistema, muito já se avançou. Um dos avanços se respalda no aumento dos serviços de saúde em todos os níveis de complexidade, principalmente, os da Atenção Básica com a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) em 1991 e do Programa de Saúde da Família (PSF) em 1994, estabelecendo um contato maior com os usuários no modelo de atenção, que possibilita passar o atendimento de demanda para o atendimento por responsabilidade sanitária, na descentralização da gestão; criação e desenvolvimento dos Fundos de Saúde: Nacional, Estaduais e Municipais.
Para se tornar um Sistema Único de Saúde universal, humanizado e de qualidade, um dos maiores desafios se configura na reposição do usuário como parte integrante do processo de formulação e operacionalização das políticas e ações de saúde. Os procedimentos de subordinação dos problemas e necessidades de saúde da população a interesses econômicos das indústrias, de prestadores de serviços, de burocracia governamental ou corporativa, por vezes opostos aos da garantia da atenção oportuna respeitosa, reflete-se no cotidiano da assistência a saúde. 
Dessa maneira, a lógica que deve orientar a organização dos serviços de atenção e atuação dos profissionais da saúde é a de tornar mais fácil o usufruto do cidadão de seus direitos. Trata-se, portanto, de organizar o SUS em torno da promoção e prevenção da saúde, da humanização dos profissionais com o usuário, do respeito, dos direitos, assim com o compromisso de atender de forma integral as necessidades dos que necessitam de assistência e cuidados. Para vencer esses desafios, uma das estratégias se respalda no aumento da cobertura e da resolutividade, além de mudar radicalmente o modelo de atenção à saúde. 
“Uma mudança radical do modelo de atenção a saúde envolve não apenas priorizar a atenção primária e retirar do centro do modelo o papel do hospital e das especialidades, mas, principalmente, concentra-se no usuário-cidadão que transforma as pessoas em órgãos, sistemas ou pedaços de gente doente. As práticas alternativas de cuidado a saúde. A humanização do cuidado, que envolve desde o respeito na recepção e no atendimento até a limpeza e conforto dos ambientes dos serviços de saúde, deve orientar a todas as intervenções”. (Abrasco, Cebes, Abres, Rede unida e Ampassa, 2006, p5).
Sendo assim, atualmente a Atenção Primária à Saúde (APS) ocupa lugar central do sistema como estratégia fundamental para a mudança do modelo de atenção a saúde. Como afirmam Giovanella e Mendonça (2008, p.575)“nos dias atuais, a atenção primária à saúde é considerada internacionalmente a base para um novo modelo assistencial de sistema de saúde que tenham em seu centro o usuário- cidadão”. Mendes (2002, p.7) se posiciona afirmando que a APS “como pilar da estruturação dos sistemas de saúde tende a superar visões mais restritas que a compreendem como um meio para ofertar serviços a populações marginalizadas ou unicamente como mais um nível de assistência”. 
Essa concepção de APS vem sendo adotada desde 1978, em especial a partir da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizado na cidade de Alma Ata (Cazaquistão). A conferência foi proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS), tendo como objetivo atingir, entre seus países membros, o maior nível de saúde possível até no ano de 2000 através da APS. Essa política internacional ficou conhecida como “Saúde para Todos no ano 2000”. A Declaração de Alma- Ata, norteou políticas de saúde e apontou a atenção primária como caminho para as pessoas alcançassem um nível de saúde capaz de possibilitar seu desenvolvimento social e econômico. Sendo assim defendia a seguinte definição de APS: 
Atenção essencial á saúde baseada em tecnologia e métodos práticos, cientificamente comprovados e socialmente aceitáveis, tornados universalmente acessíveis a indivíduos e famílias na comunidade por meios aceitáveis para eles e a um custo que tanto a comunidade como o pais possa arcar em cada estágio de seu desenvolvimento, um espirito de autoconfiança e autodeterminação. É parte integral do sistema de saúde do país, do qual é função central, sendo o enfoque principal do desenvolvimento social e econômico global da comunidade com o sistema nacional de saúde o mais próximo possível do local onde as pessoas vivem e trabalham, constituindo o primeiro elemento de um processo de atenção continuada a saúde. (OMS apud STARFIED, 2004, p. 30).
Da organização da APS, a declaração de Alma-Ata propõe a instituição de serviços locais de saúde centrados de acordo com os principais problemas sanitários da comunidade, bem como a prestação de cuidado de forma que abarque as esferas de prevenção, cura, reabilitação e promoção da saúde, através de uma perspectiva interdisciplinar. Sendo assim, o documento descreve algumas ações mínimas e necessárias para o desenvolvimento das APS em diversos países como: Distribuição de alimentos e nutrição apropriada; educação em saúde voltada para a prevenção e controle de doenças endêmicas, tratamento de doenças e lesões comuns, fornecimento de medicamentos essenciais, dentre outros.
A declaração de Alma-Ata representa uma proposta num contexto muito maior que um pacote seletivo de cuidados básicos de saúde. Nesse sentido, aponta para a necessidade de sistema de saúde universal, isso é concebe a saúde como um direito humano; a redução de gastos com armamentos e conflitos bélicos e o aumento de investimentos em políticas sociais para o desenvolvimento das populações excluídas; o fornecimento e até mesmo a produção de medicamentos essenciais para a distribuição a população de acordo com as necessidades. Compreensão de que a saúde e o resultado das condições econômicas e sociais, e das desigualdades entre os diversos países, e também estipula que os governos nacionais devem protagonizar a gestão dos sistemas de saúde, estimulando o intercâmbio e o apoio tecnológico, econômico e político internacional. (Mata, G.C e Morosini, MG, 2009, apud Matta, 2005, p.25).
A princípio, esta concepção defendida pela Conferência de Alma-Ata deveria ser aplicada em todos os países, mas, ocorreram resistências de alguns países, o que levou a predominância do conceito de Atenção Primária Seletiva e não Atenção Primária Saúde. Conforme Mendes (1999) existe três interpretações sobre as APS:
- Atenção Primária Seletiva, entendida como um programa alocado para determinadas populações e regiões pobres com tecnologias simples e de baixo custo, bem como baixa qualificação profissional e sem articulações com os demais níveis de atenção a saúde;
- Atenção Primária Básica, concebida como porta de entrada do sistema de saúde. Destaca a resolução dos problemas mais comuns de saúde visando conter os custos econômico e satisfazer as demandas da população, porém de foram restrita ao nível primário;
- Atenção Primária Básica, concebida como porta de entrada do sistema de saúde. Destaca a resolução dos problemas mais comuns de saúde visando conter os custos econômico e satisfazer as demandas da população, porém foram restritas ao nível primário;
Ações individuais e coletivas, situadas no primeiro nível, voltadas a promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamentos e reabilitação.
A expressão Atenção Primária à Saúde, compreendendo-a como o primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde que tem como finalidade desenvolver ações que visem à promoção e prevenção da saúde, o tratamento e a reabilitação, conforme estabelecidos nos princípios e diretrizes preconizados na Constituição Federal de 1988 e na Lei Orgânica da Saúde (LOS). 
Ademais propõe integrar os sistemas de saúde, fortalecendo as políticas sociais, coordenando planos e ações instersetoriais, apostando na capacidade de outros setores para satisfazer suas solicitações.
Dentre as experiências que levaram a reformulação dos serviços de saúde, o Programa Saúde da Família (PSF) merece destaque, tendo em vista a abrangência e o fato de ser reconhecido como uma estratégica prioritária para a reorganização da atenção Básica no Brasil. Surgiu a partir do Programa de Agentes Comunitários (PACS) que criado em 1991, pautava nas vinculações entre as famílias e os indivíduos nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS). O Ministério da Saúde percebe a importância dos agentes nos serviços de saúde, o que resulta em ações focadas na família. 
2.3 Direitos do Usuários do SUS
	A constituição Federal de 1988 expressa importantes conquistas nos direitos sociais, entretanto há ainda uma grande responsabilidade dos conselhos gestores das políticas sociais que é tornar público esses direitos, ou seja é necessário criar estratégias de divulgação dos mesmos. Simões (2009) no livro curso de direito do serviço social (2009, p. 137-139), dedica uma parte para os direitos dos usuários do SUS:
- Acesso ao conjunto aos serviços necessários para a promoção e a recuperação de sua saúde.
- Gratuidade mediante financiamento público, dos medicamentos necessários para tratar e restabelecer a saúde.
- Acesso a atendimento ambulatorial, cuja espera não prejudique a saúde.
- Dispor de procedimentos ágeis para a marcação de consultas ambulatoriais e exames por telefone, meios eletrônicos ou pessoalmente.
- Acesso a centrais de vagas ou a outros mecanismos, que facilitem a internação hospitalar, sempre que houver indicação, evitando que, no caso de doenças ou gravidez, tenham que percorrer de saúde para esse fim;
- Em caso de risco de morte ou lesão grave, independente de seus recursos financeiros, ter direito a transporte e atendimento adequado, em estabelecimento de saúde capacitado ao atendimento; em caso de necessidade de transferência, esta somente poderá ocorrer em condições de estabilidade do quadro de saúde e com segurança;
- Ser atendido com atenção e respeito, de forma personalizada e com continuidade, em local e ambiente digno, limpo, seguro e adequado ao atendimento;
- Ser identificados e tratados e tratados pelo nome e sobrenome, e não por números códigos ou modo genérico, desrespeitoso ou preconceituoso;
- Ser acompanhados por pessoa indicada, se assim quiserem, nas consultas e exames, durante o trabalho de parto e no parto; crianças e adolescentes com direito de permanecer acompanhadas, por tempo integral, inclusive durante a internação;
- Indicar pessoas responsáveis direta e indiretamente, por sua assistência por meio de crachás visíveis, legíveis e que contenham o nome completo, profissão e cargo, assim como o nome do estabelecimento;
- Ter asseguradaa autonomia para decidir sobre a saúde e a vida, como consentir procedimentos, diagnósticos, terapêuticos ou outros atos médicos a serem realizados;
- Se não tiver em condições de manifestar sua vontade, receber apenas as intervenções de urgências, necessárias a preservação da vida ou prevenção a lesão irreparáveis, antes que seja consultada a família ou responsável, ser respeitada eventual decisão anterior, se tiver sido manifestada, por escrito, acerca do consentimento ou recusa de tratamento médico;
- Ter se assim manifestarem, um segundo parecer de outro profissional ou serviço acerca de seu estado de saúde ou sobre o procedimento recomendado, em qualquer fase do tratamento, podendo inclusive, trocar de médico, hospital ou instituição de saúde;
- Participar das reuniões do conselho de saúde, das conferências dos conselhos gestores das unidades e serviços e outras instâncias de controle social, que discutem ou deliberem sobre as diretrizes e políticas de saúde gerais e especificas;
- Ter acesso a informações claras e completas sobre os serviços de saúde existentes no Município, incluindo endereços, telefone, horários de funcionamento, procedimentos de marcação de consultas, exames, cirurgias, profissionais, especialidades médicas, equipamentos e ações disponíveis, bem como as limitações de cada serviço;
- Ter garantia de proteção a sua privacidade, o sigilo e a confidencialidade de todas as informações sobre seu estado de saúde, inclusive diagnóstico, prognóstico e tratamento, assim como todos os dados pessoais de identificação, no armazenamento, no registro e transmissão de informações, inclusive sangue, tecidos e outras substâncias, que possam propiciar a identificação; a manutenção do sigilo, mesmo opôs o falecimento, salvo excepcionalmente se houver expressa autorização ou por decisão judicial ou diante de risco de saúde dos descendentes ou de terceiros; inclusive a anotação, pelo médico, nas guias de consulta, da classificação Internacional de Doenças( CID) no modelo Troca de informações de saúde Suplementar(TISS) instituído pela Agencia Nacional de Saúde(ANS);
- Ser informados, claramente sobre os critérios de escolha, seleção ou programação de pacientes quando houver limitações de capacidade de atendimento do serviço, devendo a prioridade basear-se em critérios médicos e de estado de saúde, vetando o privilegio nas unidades do SUS, a usuários particulares ou conveniados de planos e seguro de saúde;
- Receber informações claras objetivas completas e compreensíveis sobre seu estado de saúde hipóteses diagnosticas, exames solicitados e realizados, tratamento ou procedimentos propostos, inclusive seus benefícios e riscos, urgência, duração e alternativas de duração, devendo ser detalhados todos os possíveis efeitos colaterais de medicamentos, exames e tratamentos e as dúvidas ser prontamente esclarecidas.
- Ter anotadas, em seu prontuário, em qualquer circunstância todas as informações relevantes sobre a sua saúde de forma legível clara e precisa, incluindo medicações, com horários e dosagens utilizadas, risco de alergias e outros efeitos colaterais, registro de qualidade e procedência do sangue recebido, exames e procedimentos efetuados, assegurando o direito de receber cópia desse prontuário, se solicitarem;
- Receber as receitas com nome genérico dos medicamentos prescritos, datilografadas, digitadas ou escrita em letra legível, sem a utilização de códigos ou abreviaturas, com nome, assinatura do profissional e número de seu registro no órgão de controle e regulamentação da profissão; conhecer a procedência do sangue e hemoderivados, assegurando acesso, se quiserem antes de recebe-los, ao respectivo atestado de origem, sorologias efetuadas e prazo de validade;
- Ser prévia e expressamente informados quando o tratamento proposto for experimental ou fizer parte de pesquisa, assegurando rigorosamente a norma de experimentos em seres humanos, aprovada pelo comitê de Ética em Pesquisa do Hospital ou instituição;
- Não ser discriminado nem sofrer restrição ou recusa de atendimento, nas ações de serviço de saúde, em razão de idade, raça, gênero, orientação sexual, características genéticas, condições sociais, ou econômicas, convicções culturais, políticas ou religiosas, do estado de saúde ou da condição de portador de patologia, deficiência ou lesão preexistente;
- Dispor de um procedimento eficaz de apresentar sugestões, reclamações e denúncias sobre a prestação de serviços inadequados e de cobranças ilegais, por meios de instrumentos apropriados, no sistema público, conveniados ou privados;
- Ter a gestante conhecimento e vinculação prévia á maternidade, onde receberá assistência, no ato de sua inscrição no Programa de Assistência Pré-natal (Lei n° 11.63/2007) (BRASIL, 2007).
2.4 programa saúde da família (PSF).
O surgiu em 1994, como estratégia para a reorganização do SUS. Criado pelo Ministério da Saúde, o PSF busca valorizar princípios de trabalho interdisciplinar em equipe, da territorialização, da vinculação com a população, garantia da integralidade, com ênfase na promoção da saúde, através de ações educativas e no estimulo à participação da comunidade. 
O PSF se apresenta como uma nova maneira de trabalhar a saúde, tendo como foco a atenção e não somente o indivíduo. Promove práticas promocionais, preventivas, educativas e curativas na vida cotidiana da população e, principalmente, das populações que apresentam mais vulneráveis. 
Neste sentido, elenca os princípios sobre as quais a Unidade de Saúde da Família deve atuar, sendo eles: Integralidade e 
Hierarquização; a unidade está inserida no primeiro nível de ações e serviços do sistema local de saúde, caráter substitutivo; a substituição das práticas convencionais de assistência por um novo processo de trabalho, centrado na vigilância a saúde, a territorialização; trabalha com o território de abrangência definido, com uma equipe multiprofissional. 
Segundo o Ministério da Saúde,
[...] o PSF é uma estratégia que visa atender o indivíduo e a família de forma integral e contínua, desenvolvendo ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. Tem como objetivo reorganizar a prática assistencial, centrada no hospital, passando a enfocar a família em seu ambiente físico e social. O PSF pode ser definido como: um modelo de atenção que pressupõe o reconhecimento de saúde como um direito de cidadania, expresso na melhoria das condições de vida; no que toca a área da saúde, essa melhoria deve ser traduzida em serviços, mais resolutivos, integrais e principalmente humanizada. (Ministério da Saúde, 2006).
Segundo a definição do PSF pelo Ministério da Saúde, percebe-se que esta concepção encontra se fortemente acoplada a diretriz de integralidade do SUS, propondo o conceito ampliado de saúde e seu reconhecimento com um direito de todos os cidadãos, a família e seu espaço social como núcleo básico de abordagem na atenção a saúde. 
O PSF apresenta como uma das principais forças na organização da atenção básica de saúde, uma vez que possibilita aos municípios impactar os indicadores de saúde, além de estender o acesso e reorganizar serviços, a fim de obter a humanização do atendimento através da criação de vínculo entre os profissionais e as famílias atendidas. 
Representa a “porta de entrada” do sistema, pois é o primeiro contato dos usuários com os serviços de saúde, além de organizar a referência e a contra referência em diversos patamares do sistema. Embora seja entendido como um programa pelas suas especificidades foge a concepção usada pelos demais programas concebidos pelo Ministério da Saúde, já que não contempla uma intervenção vertical e paralela aos serviços de saúde. Ao contrário foi adotado com a perspectiva de buscar uma estratégia que possibilite a integração e promova a organização das atividades em um território definido, com o propósito de propiciar o enfretamento e as resoluções dos problemas identificados a partir de uma atuação educativa epreventiva. Sendo assim, foi reconhecido como uma estratégia para a organização da atenção a saúde no Brasil, passou a ser Estratégia de Saúde da Família (ESF). A Estratégia fundamental para o modelo assistencial em saúde, um modelo centrado no usuário, utilização de tecnologias leves, na saúde e não na doença. Para a efetivação dessas ações, o Ministério da Saúde tem investido em algumas políticas públicas voltadas para a família, à gestante e a criança.
Segundo dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são possíveis perceber algumas mudanças no quadro de Saúde dos brasileiros. Dados deste Censo sinaliza que “a mortalidade infantil no Brasil reduziu praticamente pela metade (47%) na última década. Em 2000, 29,7% a cada mil crianças nascidas vivas não completavam o primeiro anos de vida, todavia, em 2010, o índice reduziu para 15,6/1000.” Esses dados revelam que o Brasil já alcançou os índices de redução definidos pelas metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (estabelecido pelo Governo Federal).
Uma iniciativa do Ministério da Saúde para reduzir os índices de mortalidade infantil foi à integração da Rede Amamenta Brasil com a Estratégia Nacional de Promoção da Alimentação Complementar Saudável. Trata-se de uma estratégia que qualifica os profissionais de saúde para orientar as mães e as famílias na alimentação de crianças com até dois anos de idade, além de valorizar a formação dos recursos humanos na atenção primária. Com a ligação entre as redes, as famílias atendidas pelo SUS poderão obter mais informações sobre a importância da alimentação complementar e do aleitamento materno. 
Pelo Ministério também foram elaboradas políticas públicas, iniciativas, em apoio e combate à mortalidade infantil, através da alimentação saudável dos lactentes e crianças e a realização do Pré-Natal a partir do momento em que se descobre a gravidez. Toda mulher tem direito a acompanhamento especializado durante a gravidez assegurado pela Lei 9263 de 1996 que determina que as instâncias do SUS tem obrigação de garantir em toda sua rede serviços como programa de atenção integral a saúde em todos os seus ciclos vitais, que inclua como atividades básicas, assistência a concepção e contrapcepção o atendimento ao Pré-Natal e a assistência ao parto, ao Puérpio e ao neonato conforme orientação do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de saúde Suplementar(ANS). 
3 Inserção do serviço social na saúde
Na década de 1930 a 1940 marca o início das atividades do serviço social no Brasil, como reflexo do contexto histórico, político e econômico vivenciado no país na época e destacando a formulação da política de saúde, com intervenção do estado nas questões sociais, e algumas atividades na área da saúde desde os anos de 1940.
Na década de 1930, deu-se a criação da Política Nacional de Saúde Pública, que tinha como frente de luta uma resposta aos movimentos operários que surgiram para reivindicar por condições dignas de vida e consequentemente por saúde. Como estratégia das classes dominantes para frear as reivindicações, surge então o Serviço Social no Brasil, regulamentada pelo Decreto 994/1962 e fiscalizada pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e os respectivos Conselhos Regionais. Segundo Souza a profissão nasceu como uma estratégia das classes dominantes para frear os movimentos operários gerados devido à sua precária condição de vida. (SOUZA, 2001, p.81)
Destacou a princípio a inserção do Serviço Social na área de assistência e em seguida na área de saúde. Na área se saúde, os Assistentes Sociais passaram a ser reconhecidos e vender sua força de trabalho e com a unificação da IAP`s houve um aumento de profissionais atuando. Segundo Marques (199, p.50), “ a área da saúde passou a absorver um maior número de mão de obra de assistentes sociais, tornando-se o maior campo de atuação dessa profissão”. 
Desde então, os Assistentes Sociais iniciaram uma intervenção mais burocrática de suas ações. Em 1967 com a separação dos serviços da previdência social passando a ser Instituto de Nacional de Previdência Social (INPS) e dos serviços de saúde, passando a ser Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), os Assistentes Sociais passam a atuar em uma ação mais subdiária da ação médica
Então, na década de 70 a respeito da prática desenvolvida pelos profissionais não tiveram mudanças. 
Mas, no final dos anos 70 e início de 80, quando ocorreu a queda do modelo de saúde devido ao processo de redemocratização com a crise do Estado, o Serviço Social e a política de saúde são marcados por intensas modificações. 
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a saúde ganha maior posição em relação aos direitos sociais, isso devido a um grande movimento dos trabalhadores de saúde e uma parcela da sociedade civil. Foi nesse período que a atuação do Assistente Social muda de direção, trazendo uma maturidade profissional a partir de 1980. A maturidade profissional levou ao debate do projeto ético político da profissão e algumas modificações na postura dos Assistentes Sociais na Saúde. Mesmo assim, foram poucas as alterações no cotidiano, com atuação direcionada ao usuário e pouca participação no planejamento e organização do sistema de saúde.
A organização Mundial de saúde (OMS) apresenta um novo conceito da saúde, ou seja, uma visão do indivíduo como um todo e assim, em 1948 apresenta o conceito do Biopsicossocial, o qual compreende uma visão do homem nos aspectos biológico, psicológico e o meio social em que se está inserido.
Assim para responder as demandas da saúde trabalha-se uma visão holística diante das demandas, competindo a busca de respostas com o desenvolvimento de outros profissionais que até então estava focada nos profissionais da área biológica, o que requer a perspectiva do trabalho em equipe interdisciplinar e multidisciplinar
Em um contexto histórico, o Serviço Social na saúde está vinculado a Reforma Sanitária, isto é, o qual busca a universalização de direitos e a conquista da cidadania. A profissão evidencia com o comprometimento com o projeto ético político que tem como princípio central a liberdade. 
Embora o projeto ético político da profissão tenha como princípio a liberdade, o Assistente Social, não realiza a intervenção dessa forma, pois, não possui os meios necessários à efetivação no trabalho. Seu trabalho se faz como um trabalhador assalariado e precisam estar inseridos nas entidades empregadoras que demandam a força de trabalho qualificada.
Apesar da ação do assistente social submeter-se às exigências da instituição empregadora, o profissional possui uma autonomia relativa para conduzir sua intervenção junto aos usuários; sendo essa autonomia de acordo com o projeto ético político do Serviço Social, o qual tem no Código de Ética profissional uma das formas de sua materialização.
A Constituição Federal afirma que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, no entanto, o período pós-constitucional é marcado pelo projeto societário neoliberal, que tem como uma das principais propostas o Estado mínimo, o que reflete a ausência do Estado ante das demandas da questão social.
Reflete também no enfrentamento de uma crise econômica, a qual apoia- se na racionalização, redesenhando as relações do trabalho com a desfragmentação, flexibilização e terceirização dos serviços de saúde, consequentemente, depara coma substituição de lutas coletivas por lutas corporativas que culmina em um contexto de mercantilização da Saúde e Previdência Social.
Com o surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 1990, e respaldado pela Lei nº 8080/90 (LOAS), e a Lei nº 8142 de dezembro de 1990, a saúde fica com um novo conceito,
[...] a saúde tem como fatores determinantes e condicionalmente, entre outros, alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer, e o acesso a bens e serviços essenciais; os níveis de saúde dapopulação expressam a organização social e econômica do pais. (CFESS, 2004). 
No artigo 198 da Constituição Federal de 1988, fica estabelecido que o SUS é regido por 13 princípios, entre eles: Universalidade de acesso em todos os níveis de assistência, equidade na assistência a saúde, integralidade da assistência, participação da comunidade, e outros; e também por três diretrizes a saber: descentralização (englobando a regionalização, a municipalização e a hierarquização), participação popular e atendimento integral. 
A partir dos princípios e diretrizes, os serviços ligados à saúde formam uma rede regionalizada e hierarquizada, ou seja, em ordem de complexidade, sendo a Atenção Primária como porta de entrada, a Atenção Secundária com média complexidade e a Atenção Terciária que com a quaternária formam a alta complexidade, constituídas pelos hospitais conveniados.
Com essa gama de modificações na rede pública, foi ampliando os campos de atuação dos Assistentes Sociais, que foram reconhecidos como profissionais da área de acordo a resolução nº 218 de 1997, do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Também reconhecida à interdisciplinaridade por outros profissionais como Médicos, Nutricionistas, Psicólogos e outros. Segundo Iamamoto: 
“é necessário desmistificar a ideia de que a equipe, ao desenvolver ações coordenadas cria uma identidade entre seus participantes que leva a diluição de suas particularidades profissionais”. (IAMAMOTO, 2002, p.112).
Com a interdisciplinaridade, os profissionais passaram atuar dentro de suas competências e atribuições para desenvolverem suas ações dentro do campo de trabalho inserido. 
Os Assistentes Sociais inseridos na saúde, muita das vezes, tem tido dificuldade de dialogar com outros profissionais, para esclarecer suas atribuições e competências frente às demandas e distribuição dos trabalhos que surgem nesses espaços. De acordo com os parâmetros de atuação dos Assistentes Sociais de 2009. 
... o Assistente Social deve abordar junto aos outros profissionais suas principais ações a serem desenvolvidas, ressaltando sal capacidade propositiva com ênfase na investigação da realidade, nas ações socioeducativas, nas demandas reais e potenciais e na participação social, tendo por referência o projeto profissional do Serviço Social. 
A atuação do Assistente Social foi respaldada pela resolução do CFESS citada e da resolução 383/99. Para tanto a formação em Serviço Social qualifica o profissional a trabalhar nas diversas políticas públicas. 
Foi no cenário do SUS que os Assistentes Sociais atuaram mais, pois, trouxeram para si a afirmação de um referencial teórico até então hegemônico, passando a reflexões de uma teoria crítica e comprometida com um projeto da sociedade, baseando toda a história da profissão. Introduziu o debate sobre os determinantes sociais, em prol da luta por um SUS melhor. 
Com isso há necessidade do Assistente Social agregar novas formas de organização do trabalho, no âmbito do SUS, direcionados a efetivação dos princípios e diretrizes, tornando de grande importância na execução, nas perspectivas da garantia de direitos no serviço público e também na fiscalização e controle da participação dos indivíduos sociais enquanto sujeitos de direito da política de saúde. 
Os Assistentes Sociais passaram a ser no âmbito do SUS, reconhecidos como profissionais de saúde não desenvolvendo somente uma atividade subsidiada, como alguns que ainda estão inseridos, que realizam práticas profissionais sem um embasamento teórico-metodológico e sem técnicas profissionais para lidar com as demandas cotidianas, mas uma atuação mais participativa dentro das atribuições e competências da profissão.
Com a modernização ao processo saúde/doença, as inserções dos profissionais se tornam necessárias pelo sistema, pelo desenvolvimento da saúde pública, mesmo o Serviço Social não sendo exclusivo da saúde, mas qualifica o profissional para atuar nas dimensões das políticas sociais, inclusive nas demandas trazidas pelos usuários da rede de saúde. Sua divisão de complexificação e redivisão dos trabalhos aponta a atuação do Assistente Social como o agente mediador dos conjuntos de práticas emergências, a partir das quais emergem novas ocupações e atividades e das contradições que surgem. Costa, 2000, compartilha da definição.
Nesse sentido, ao discorrer sobre as principais atividades realizadas pelos assistentes sociais, identificamos que contraditoriamente, as tensões do sistema implicam uma ampliação e redirecionamento das atividades e qualificações técnicas e políticas dos assistentes sociais. (COSTA, 2000).
Com a consolidação da Constituição Federal de 1988 (BRASIL,1988) e a regulamentação do Sistema Único de Saúde com Lei Orgânica 8.080 de 1990(BRASIL,1990a) o serviço social é influenciado pela corrente da modernização no âmbito das políticas sociais frente a reforma sanitária que se define com a democratização de direitos e a descentralização com o controle social, o que visa o crescimento profissional na busca da fundamentação teórica frente a proposta neoliberalista que vem na contra mão da constituição. Apresentando como referencias o documento do Conselho Federal de Serviço Social – CFESS – como definições dos parâmetros de atuação de assistentes sociais nas políticas de saúde.
Assim para responder as demandas da saúde trabalha-se uma visão holística diante das demandas, competindo a busca de respostas com o desenvolvimento de outros profissionais que até então estava focada nos profissionais da área biológica, o que requer a perspectiva do trabalho em equipe interdisciplinar e multidisciplinar
. “A importância da ação interdisciplinar no âmbito da saúde e reconhecendo como imprescindíveis ações realizadas por diferentes profissionais. São reconhecidos como profissionais da saúde os assistentes sociais’ (VASCONCELOS 2011, p49).
 As políticas de saúde definiam programas de referência preventivos e educativos, o espaço ocupacional do profissional estava vinculado ás orientações de necessidades de prevenções, com hábitos de orientações de higiene, com relação as doenças que no período eram focalizadas, nas parasitoses e endemias, como a tuberculose, hanseníase, sarampo meningite, paralisia infantil entre outras doenças que podem ser evitadas, controladas ou mesmo extintas com os avanços dos fármacos e a descoberta das vacinas.
 A assistência a saúde não tinha caráter universal as demandas eram excludentes e seletivas no espaço de media atenção a saúde os beneficiários como eram chamados não tinham uma política de direito e ficavam a mercê das instituições de filantropia como as santas Casas de Misericórdia.
 Mesmo com os movimentos de propostas de medicina preventiva e Reforma Sanitária, os profissionais de serviço social mantiveram seu enfoque centrado nos ambientes hospitalares diante da demanda acreditava-se que o profissional fazia valer seu espaço ocupacional, ficando limitado a ações curativas hospitalares e ambulatoriais diante da demanda excludentes e seletivas. 
Os centros de saúde que foram criados a partir da década de 1920 tem propósito de ações conforme Bravo (2009), de implementação de educação sanitária; os assistentes sociais não foram absorvidos nesses espaços. O serviço social passa por diversas transformações na década de 1960, questionando modelos de atuação internacionais com o modelo histórico e político presenciado com o Golpe Militar de 1964.
 O Brasil se vê em outra realidade de gestão de estado, incorporando vetores desenvolvimentistas e provocando a composição de um viés modernizante no serviço social. O profissional tem o compromisso embasado no código de ética em contribuir para o bem comum, com esforço em atender o maior número de indivíduos beneficiários busca uma análise crítica do papel do assistente social na sociedade capitalista e as demandas a ele dirigidas, período marcado pelo movimento de Reconceituação do serviço social, a transformação pós – 1964 e o questionamento do conservadorismo coma influência do modernismo.
A década de 1970/1980 a crise das políticas públicas, como a da previdência e saúde, é marcada pelo movimento sanitário, o que destacam os questionamentos da política de saúde com a reforma sanitária como principal propósito.
 [...] “a democratização de acesso, a universalização das ações e a descentralização com controle social” (BRAVO, 2009, p.33). a reforma sanitária nasceu das lutas de mobilizações de trabalhadores da saúde, em movimentos populares na busca de um modelo universal.
Esse movimento social consolidou-se na 8° Conferência Nacional de Saúde em 1986 que sistematizou ideias fundamentais; definiu:
 Participação, Equidade, Descentralização, Integridade e Universalização, apresentando referência nos resultados que garante na Constituição de 1988 a extensão dos direitos sociais, como saúde é um direito do cidadão e dever do estado; a relevância publica das ações e serviços de saúde; a universalidade da cobertura e do atendimento tendo como princípio a equidade da assistência; a descentralização da gestão administrativa com a garantia de participação comunitária; a integração de rede pública de serviços num sistema único; a possibilidade de participação complementar do setor privado de séricos no sistema público de saúde; cofinanciamento dos orçamentos da união, dos estados do distrito Federal e dos municípios; a direção única nas esferas de governo; a saúde como resultado de políticas sociais e econômicas e de fatores que determinam e condicionam o estado de bem- estar físico, mental e social do indivíduo.
 Na década de 1990, o serviço social enfrenta novos desafios da profissão com a implantação do SUS com as diretrizes da Lei orgânica da Saúde – Leis n° 8.080 (BRASIL1990a) e 8.142 (BRASIL, 1990b). Na Lei orgânica da saúde 8.080/1990, artigo 4, fica definido que o SUS é constituído pelas ações e serviços prestados por órgãos e instituições federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta a das fundações mantidas pelo poder público.
A atuação do serviço social na saúde apresenta sua trajetória com conquistas e retrocessos, pois, ante o espaço ocupacional da profissão vinculado nas ações nos hospitais e ambulatoriais, a profissão faz parte da divisão sócio técnica de trabalho e vem consolidar sua atuação com espaços mais bem definidos na década de 1990, criando estratégias de forma crítica e criativa de atuação comprometida com a categoria, com a qualidade de serviço e com os usuários de serviços sociais enquanto cidadãos de direitos. A partir de 1990, as referências são de que a saúde é uma política de direitos com caráter universal e de responsabilidade do estado. O trabalho do assistente social na saúde deve ter como eixo central a busca criativa e incessante da incorporação desses conhecimentos, articulados aos princípios do projeto de reforma sanitária e pelo projeto Ético-Político do serviço social (BRAVO, 2009, p.43).
3.1 ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS NA POLÍTICA DE SAÚDE.
Cabe ao profissional de serviço social da saúde a reflexão sobre o contexto no qual está inserido, bem como a legislação social que garanta uma política de direito, além da compreensão quanto aos aspectos políticos, demográficos, culturais e econômicos que interferem no processo saúde e doença da população alvo de serviços; cabe também a busca de estratégias para o enfrentamento de tais questões, o que requer dos assistentes sociais a busca de resposta na formação do trabalho do profissional. 
As demandas do assistente social na saúde, de acordo com o Conselho Federal de serviço Social (2010), são classificadas como direito ao atendimento ao usuário, ações sócio assistenciais; as ações de articulação com a equipe de saúde, as ações socioeducativas; a mobilização controle social, a investigação, o planejamento, gestão e a assessoria, além da qualificação de sua formação profissional.
 As ações sócio assistenciais estão relacionadas aos atendimentos sociais mediante as demandas que os usuários trazem ao assistente social da sua pratica cotidiana. Com a precarização do SUS, as demandas tornam-se continuas, pois com a dificuldade de acesso ao serviço oferecido os usuários do serviço de saúde entram fragilizados com os problemas de interpretação das doenças que algumas vezes não são compreensíveis, refletindo em um processo de vulnerabilidade da saúde diante de tantas exclusões.
 “[...] demora de atendimento, precariedade dos recursos, burocratização, ênfase na assistência médica curativa, problemas com a qualidade e quantidade de atendimento, não atendendo os usuários”(CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 2010, P.400).
O atendimento da prática cotidiana do assistente social na saúde frente a mediação de uma política de direito visa a busca incessante de respostas as demandas, como agilizar o processo de atendimento diante das instituições que oferecem serviços de saúde, o que pode ir desde um atendimento numa unidade básica de saúde – UBS até os serviços oferecidos por um hospital de alta complexidade.
Compete ao assistente social as orientações aos usuários quanto ao não entendimento do tratamento indicado, o que comumente dificulta a compreensão de questões que podemos considerar básicas; o não entendimento do diagnóstico causa impactos negativos na vida do usuário e de seus familiares.
O profissional que atua dentro de hospitais de alta complexidade deve-se afiançar a teoria de Ross: a primeira fase se refere á negação é o momento em que acaba de saber este diagnóstico e o nega, acredita na possibilidade de erro ou mesmo ignora este diagnóstico; no segundo momento quando não tem como continuar negando passa ater raiva e revolta – “Por que eu”?; assim vem a fase da barganha em que pensa que se fizer o tratamento certo vai ter a cura(ou é comum na fase da barganha a aproximação da religiosidade como uma forma de troca, a realização de promessas em troca da cura); quando o tratamento e as promessas não dão certo acontece comumente o quadro de depressão; a pessoa começa a se conscientizar do diagnóstico e da não possibilidade de alternativas; alguns querem desistência de continuar o tratamento, o que acaba agravando seu estado geral de saúde, ficando muito debilitados; e em ultimo momento, quando as fases já foram superadas, vem a aceitação, não comum a todos, alguns não aceitam até o ultimo momento, porém suas forças não tem como mais resistir; fisicamente o paciente encontra-se debilitado, mas geralmente fica emocionalmente melhor quando começa a aceitar.
O profissional deve proporcionar atendimento a essas famílias podendo ser em equipe ou não, na busca de trazer a tona o seus anseios, prevenir maiores estresses; assim o paciente e família perceberão que o profissional preocupa-se com eles e ficarão mais a vontade e seguros para compartilhar suas necessidades.
A família deve estar preparada para o possível óbito porém, por mais atendimentos e orientações possíveis, o momento do óbito sempre será uma surpresa, e cada um individualmente responde de forma diferente, são pertinentes orientações de direitos, benefícios como auxílio aos dependentes que ficam como esposas e filhos menores, orientar a fazer procurações principalmente para receber salários e benefícios enquanto o paciente está consciente, pois a partir do momento que perde a lucidez não é mais possível, assim poderá ser um processo longo e a família fica sem recursos financeiros.
Temos como atribuição do assistente social o acompanhamento com o médico e os demais profissionais no atendimento á família nos casos de óbitos, questão com a qual, geralmente grande parte dos profissionais mesmo sendo da saúde tem dificuldade de trabalhar.
Ressalta–se que não é o assistente social o profissional responsável para dar a noticia do óbito, porém é o profissional que vai acompanhar os familiares no processo e diante das demandas que podem se apresentar.
As ações na área de saúde são formadas geralmente por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos entre outros o qual apresentamdefinidos papeis, cabendo ao assistente social a clareza de suas atribuições e competências diante da Lei de Regulamentação da Profissão - Lei n° 8.662/93 (BRASIL, 1993).
Nesse sentido cabe ao profissional criar um protocolo de atendimento para que a equipe conheça suas reais funções e não confundam com o profissional “Faz Tudo” da equipe ou seja aquilo que o outro não responde ou não assume o assistente social assume. O trabalho deve ser em equipe uma vez que não existe profissão autossuficiente que responda por tais demandas isoladamente, o que torna essencial a compreensão dos papeis de cada um dos profissionais.
A interdisciplinaridade é um processo contínuo que visa a uma integração e uma reciprocidade entre áreas de diferentes conhecimentos, a qual procura uma visão do todo no processo de construção do pensamento com referência ao diálogo entre as diversas áreas do saber, garantindo enriquecimento a aqueles que praticam. Na equipe interdisciplinar, geralmente é o assistente social que media a relação com os outros profissionais, relatando a estrutura familiar e as necessidades e orientações, além de solicitar aos outros profissionais de saúde as orientações e treinamentos necessários. 
Entende-se que a interdisciplinaridade constrói uma identidade de análise de um fato ou solução, o que nunca é isolado, mas sim consequência da relação de muitos outros.
O assistente social participa junto da equipe de ações socioeducativas na saúde, o que pode ser entendido por meio de exemplo: um usuário (paciente) internado por vários dias com um diagnóstico crônico em um processo de alta reflete um quadro de insegurança familiar frente ao que se deve fazer diante dos cuidados com o ente enfermo, não compreendido o processo das doenças, tais como complicações ou sequelas que as doenças podem proporcionar, bem como se um dia terá melhora ou não.
O quadro deve ser preparado para a possível alta hospitalar pois alguns pacientes com doenças crônicas não apresentam quadro de infecção ou complicações que demande a ocupação de um leito do hospital de alta complexidade, mas sim as necessidades de cuidados permanentes, assim uma família estruturada e bem treinada pode levar seu familiar para a residência e mantê-lo sob cuidados no ambiente familiar.
 Contudo, ainda nos falta uma estrutura de apoio e acompanhamento nas UBS que venha subsidiar essa família, bem como os custos financeiros tendo em vista que nem sempre são baixos quando se trata de levar um paciente dependente para a casa, pois envolve custos com fraldas descartáveis, medicações, alimentação especial entre outros.
É comum o assistente social se deparar com esse tipo de demanda de pacientes com quadro grave aguardando leito de hospitalar que será disponibilizado por uma possível alta, sendo que essa alta pode ser dias de preparo e aceitação da família. Quando o trabalho é realizado em equipe, interagindo em todas as fases do processo de tratamento, os resultados são consideravelmente satisfatórios.
O assistente social convoca a família para orientações e realiza uma avaliação socioeconômica da estrutura familiar para providenciar os recursos necessários para a alta, que proporcionam o conhecimento das condições em que vivem os sujeitos atendidos com competência do diagnóstico e da realidade social, tais ações tem o propósito de conhecer com profundidade e interpretar as situações frente as desigualdades sociais; no processo de efetivação, garantia e ampliação de direitos diante das questões sociais, além da adoção de uma categoria de direitos e de cidadania frente ás políticas de saúde.
Diante da situação das famílias não terem condições de providenciar o que é solicitado, o profissional conta com o município de origem na secretaria da saúde para possíveis providencias em parceria com a família, cabendo ao profissional realizar orientações e os encaminhamentos, como os serviços de apoio ao município onde reside o paciente, a secretaria de saúde municipal ou estadual para a liberação de medicamentos excepcionais, equipamentos de transportes etc.
As demandas da contemporaneidade requerem que do profissional a qualificação constante e uma prática propositiva, o que exige estar atento aos desafios. A assessoria e a consultoria têm evidenciado a prática do assistente social. Conforme Bravo (2008), a assessoria é aquela ação que visa auxiliar e ajudar, apontar caminhos.
A consultoria origina-se da palavra consultar, pedir opinião; entende-se que a consultoria é mais pontual que a assessoria, que remete a ideia de assistir. BRAVO (2008) refere que o assessor não realiza ações, e sim propõe as ações que respondem as reais necessidades. O assessor não é aquele que intervém, mas sim aquele que propõe caminhos e estratégias ao profissional ou a equipe que assessora, estes tem autonomia para acatar ou não suas preposições.
Hoje vivenciamos mudanças no perfil de morbilidade e mortalidade, houve uma redução das doenças infecciosas com o controle epidemiológico através das vacinas e melhoras de condições do saneamento básico, e o diagnostico precoce de muitas doenças, bem como passamos a conviver com o quadro de morbilidade e mortalidade das doenças cardiovasculares, respiratórias, neoplasias e as causas externas que são definidas no SUS – determinada pela violência urbana nos casos de acidente no trânsito, armas de fogo, trafico, violência doméstica contra o público vulnerável, como crianças idosos e nos casos de mortes causadas por calamidades como chuvas, frio, acidentes ambientais etc.
Nos casos de violência há um protocolo do SUS a ser seguido pelos assistentes sociais como registros de violência e comunicado aos órgãos competentes.
A abordagem da doação de órgãos pode ser feita por qualquer profissional da saúde treinado para tal atribuição, mas comumente está função é feita por assistentes sociais.
A abordagem do serviço social tem ocupado espaços significativos diante da implantação e consolidação do SUS “[...] ação consciente que exige a capacidade de antecipar, de projetar, capacidade que não está dada, mas é algo a construir, a alcançar” (VASCONCELOS, 2011, p. 243).
As demandas expressivas do serviço social, segundo Vasconcelos (2008, p. 246), determinam a qualidade a quantidade, o caráter, o tipo e a direção do trabalho realizado pelos assistentes sociais:
Independente das mudanças ocorridas no âmbito do serviço de saúde e na qualidade de vida e saúde da população usuária – [...] o serviço social tem mantido a estrutura de sua organização por anos.
Atualmente encontra-se assistentes sociais, ainda na maioria nos ambientes hospitalares e nos ambulatoriais, porém um espaço ocupacional da saúde são os atendimentos na psiquiatria nos hospitais e CAPS, no programa saúde da família – PSF, no atendimento em Hemocentro, compondo a equipe na central de doação de órgãos, em setores específicos de maternidade e programa de planejamento familiar, em unidades de controle de doenças infectocontagiosas, como centros de atendimento a Aids, em programas específicos de promoção a saúde ocupacional.
Diante das demandas contemporâneas encontram-se profissionais de serviço social atuando desde os conselhos locais de saúde, como garantido na Lei n° 8.142/90 (BRASIL, 1990b), o controle social diante da implantação do SUS. Os conselhos são espaços indispensáveis para garantir a democracia e a equidade dos cidadãos e a participação local junto aos Conselhos Municipais de Saúde, bem como programas de acompanhamento de morte em pacientes terminais com câncer, em programas e projetos direcionados a qualidade de vida de idosos, entre outros.
4. Conclusão:
	A política de saúde obteve grandes avanços em sua concepção como política social a partir da Constituição Federal de 1988, na qual além de ser consagrada como direitos social a todos os brasileiros, independente da contribuição a previdência social, ainda passou a compor o tripé da seguridade social, juntamente com as políticas sociais da previdência e assistência social.
	Para a operacionalização

Outros materiais