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Fernanddo José Spagnol ANESTESIOLOGIA ANESTESIA LOCAL Bloqueio reversível da condução nervosa, determinando perda das sensações, em nível local, sem alteração do nível de consciência. MECANISMO DE AÇÃO - os anestésicos locais bloqueiam fisicamente por interações lipofílicas (ocluindo o poro) os canais de sódio das membranas dos terminais dos neurônios - como o potencial de ação é dependente do fluxo de sódio, ao não ocorrer, não há a propagação do sinal nervoso. DIVISÃO DOS ANESTÉSICOS POR COMPOSIÇÃO QUÍMICA - grupo éster: benzocaína, tetracaína, procaína, cloroprocaína - grupo amida: lidocaína, mepivacaína, bupivacaína, etidocaína, prilocaína, articaína VASOCONSTRITORES - efeito de ação é prolongar a duração dos anestésicos locais, enquanto que reduz simultaneamente sua toxicidade e aumenta sua eficácia e segurança - todo sal anestésico é vasodilatador - exemplos: adrenalina, epinefrina, noradrenalina, noraepinefrina, fenilefrina, felipressina - seleção do vasoconstritor: duração desejada do efeito; condição sistêmica do paciente (cuidado para o hipertireoidismo, diabetes, hipertensão e outras doenças cardíacas) CLASSIFICAÇÃO DAS ANESTESIAS Anestesias terminais: a ação do anestésico ocorrerá nas terminações nervosas superficiais: contato do agente anestésico com a pele/mucosa. Quatro formas: compressão, refrigeração, pulverização, fricção (contato ou tópico). infiltrativas: infiltração do agente anestésico nos tecidos, próximos às terminações nervosas Podem ser: supraperióstica, subperiostal, intra-septal, intra-óssea, peridental, circular, intra-pulpar e submucosa. Supraperióstica: acima do periósteo – distender o lábio; colocar a agulha 0.5 cm para fora do rebordo; tracionar-se o lábio, bisel voltado para o osso; ver refluxo; injetar lentamente. Pode ser utilizado para qualquer dente superior, porém, não utilizar em dentes inferiores devido a alta compactação/ densidade cortical mandibular. Subperiosteal: abaixo do periósteo; facilidade em técnicas operatórias de deslocamento; é dolorosa. Usada em qualquer dente superior, tanto por vestibular quanto por palatina; não usada em dentes inferiores devido a alta compactação/ densidade cortical mandibular, também não utilizada em anteriores inferiores de crianças. Intra-septal: punção no septo intra-dentário. Podem ser usadas em todas as papilas interdentais; atinge ligamento periodontal; bastante utilizada em outras áreas da odontologia (RAP periodontal); colocação de grampos de isolamento. Penetrar a agulha pela papila gengival de modo que sua ponta penetre no septo ósseo entre dois dentes contíguos. Intra-óssea: usada quando o dente está muito infeccionado, contraindicado em exodontias. Circular: com pontas de eleição na volta da lesão; penetrar a anestesia nas 4 pontas uma de cada vez. Intra-pulpar: anestesia direta na polpa, quando esta ainda é vital. Peridental: punção entre o osso alveolar e o cemento – contraindicado em exodontias, indicado como anestesia complementar. Submucosa: indicada para intervenção em tecidos moles da cavidade bucal. Agulha penetra até a região submucosa próxima a área de inervação. Anestesias por bloqueio: a ação do anestésico ocorrerá nos ramos e troncos nervosos, bloqueando os estimulos nervosos de determinada área regional: infiltração do agente anestésico nos tecidos, ao nível de um ramo nervoso Bloqueio regional: quando o ramo nervoso é insensibilizado, promovendo a anestesia do ramo por ele inervado. Bloqueio troncular: infiltração do agente anestésico nos tecidos, ao nível de um tronco nervoso, insensibilizando várias áreas por ele inervado. Extrabucal ou intrabucal: Bloqueio Regional Troncular Terminal Superficial Infiltrativa TÉCNICAS ANESTÉSICAS MAXILARES ANESTESIA TERMINAL INFILTRATIVA SUPRAPERIOSTEAL - indicação: anestesia de qualquer dente maxilar - região anestesiada: mucosa alveolar e o dente em questão - penetração da agulha: insersão da agulha curta paralela ao longo eixo do dente na região de fundo de vestíbulo, até que sua ponta esteja próxima ao ápice do elemento e próximo ao periósteo, porém, sem tocá-lo. Bisel voltado para o osso. - 1/3 a ¼ do tubete por dente ANESTESIA TERMINAL INFILTRATIVA SUBPERIOSTEAL - indicação: anestesia de qualquer dente maxilar - região anestesiada: mucosa alveolar e o dente em questão - penetração da agulha: inserir a agulha curta paralelamente ao longo eixo do dente, inclinando a seringa em 45º para vestibular, até que sua ponta esteja próxima ao ápice do elemento, sob o periósteo. Bisel voltado para o osso. Depositar a solução anestésica próximo ao ápice do elemento - ¼ a ½ do tubete por dente BLOQUEIO REGIONAL DO NERVO ALVEOLAR SUPERIOR POSTERIOR Área Anestesiada: segundos e terceiros molares superiores, raízes distais vestibulares e palatinas do primeiro molar superior, membranas periodontais associadas, lâmina alveolar associada e mucosa alveolar associada Pontos de Referência: tuberosidade e processo zigomático da maxila. Técnica: paciente deve ficar com a boca entreaberta, pois caso estiver muito aberta, a mandíbula pode atrapalhar. Inserir agulha longa em 45º (em relação ao plano oclusal e ao longo eixo do dente) para cima, para trás e para o lado, no fundo de vestíbulo do segundo molar superior. Inserir ¾ da agulha. Bisel voltado para o osso PORÇÃO ALTA DA TUBER OSIDADE MAXILAR FUNDO D E VESTÍBULO N A REGIÃO DO SE GUNDO MOLAR SUPER IOR BLOQUEIO REGIONAL DO NERVO ALVEOLAR SUPERIOR ANTERIOR Nervos Anestesiados: Alveolar superior médio e anterior ponto de punção: fundo de saco entre o primeiro e o segundo pré-molar superio. Área Anestesiada: incisivos, caninos, pré-molares e raiz mesiovestibular do primeiro molar superior do lado anestesiado Técnica: inserção da agulha no fundo de vestíbulo paralela ao longo eixo do segundo pré-molar superior, bisel voltado para o forame infraorbitário, com agulha longa. De ¾ a 1 tubete. área alvo: forame infra-orbitário ponto de referência: pupila do olho. Se o paciente estiver olhando para a frente, o forame infra-orbital estará reto com o centro da pupila, descendo uns 7 mm abaixo do rebordo infra-orbital. BLOQUEIO REGIONAL DO NERVO NASOPALATINO Nervos Anestesiados: nasopalatinos Ponto de punção: papila incisiva (localizada sob o forame incisivo) Área Anestesiada: mucosa palatina da região anterior Técnica: inserção da agulha paralela ao longo eixo dos incisivos centrais, penetração cerca de 4 mm. Bisel voltado para os tecidos moles palatinos, com agulha curta. Depositar a solução anestésica na entrada do forame. BLOQUEIO REGIONAL DO NERVO PALATINO MAIOR Nervos Anestesiados: palatino maior e menor Ponto de punção: cerca de 1 cm acima do último molar erupcionado, mesialmente ao forame palatino maior Área Anestesiada: palato duro. Mucosa palatina da região posterior Técnica: inserção da agulha em 90º em relação ao longo eixo dos dentes, aproximadamente na distal do 2º molar superior. Com agulha curta. Bisel voltado para o forame. Cerca de ¼ do tubete TÉCNICAS ANESTÉSICAS MANDIBULARES BLOQUEIO REGIONAL DOS NERVOS ALVEOLAR INFERIOR, BUCAL E LINGUAL Técnica Direta: anestesia do nervo alveolar inferior Nervos Anestesiados: Alveolar Inferior Ponto de punção: depressão entre a linha oblíqua externa e ligamento pterigomandibular 1 cm acima do plano oclusal Área Anestesiada: dentes da hemi-arcada abordada, mucosa vestibular e lingual Técnica: inserir agulha longa, até tocar o osso. Recuar 1 mm e depositar a solução anestésica. De ½ a ¾ do tubete Técnica Indireta/ De Três Posições: anestesia dos três nervos Nervos Anestesiados: Alveolar Inferior, Bucal e Lingual Ponto de punção: depressão entre a linha oblíqua externa e ligamento pterigomandibular 1 cm acima do plano oclusal Área Anestesiada: dentes dahemi-arcada abordada, mucosa vestibular e lingual, língua, assoalho bucal, comissura labial Técnica: ¼ de tubete no primeiro tempo, ¼ no segundo e ½ no terceiro - 1ª posição: a agulha penetra inicialmente 5 mm atingndo o nervo bucal, onde se deposita anestésico - 2ª posição: após introduzir mais 5 mm (10 mm no total), injeta-se anestésico, bloqueando o nervo lingual - retira-se a agulha de modo a deixar apenas a ponta no interior dos tecidos. Gira-se o conjunto até a área de pré-molares. Reintroduzir até tocar o osso e recuar 1 mm e deposita-se o anestésico BLOQUEIO DO NERVO MENTONIANO Nervos Anestesiados: Mentoniano e Incisivo Ponto de punção: fundo de saco entre pré-molares Área Anestesiada: dentes entre primeiro pré-molar inferior até incisivos centrais inferiores, mucosa vestibular e lingual Técnica: inserção da agulha paralela ao longo eixo do dente, entre pré-molares. Depositar a solução anestésica entre os ápices dos elementos. Bisel voltado para o osso, com agulha curta. Cerca de ¼ de tubete.
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