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Módulo 2

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Módulo 2 - Normas e regulamentos para orientação da formação dos conselhos das pessoas com deficiência
1. Contextualização
A rede de conselhos específicos para as pessoas com deficiência é coordenada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – CONADE, vinculado à Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério dos Direitos Humanos. O CONADE é órgão paritário, composto por governo e sociedade civil, de deliberação colegiada e cuja competência é exercer o controle social, acompanhando e avaliando a política nacional para inclusão da pessoa com deficiência em todas as áreas: educação, saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, desporto, lazer, política urbana dentre outras. Os Conselhos Estaduais, Municipais e do Distrito Federal integram essa rede sendo instâncias de participação e de controle social em suas esferas de governo.
 A partir de Conferências Nacionais dos Direitos da Pessoa com Deficiência, os Conselhos se reúnem para a troca de experiências e fortalecimento das frentes de trabalho buscando aprimorar a formulação e acompanhamento da implantação e implementação de políticas públicas voltadas à inclusão da pessoa com deficiência.
 Um trabalho articulado e efetivo deve começar pela compreensão da função pública dos Conselhos para fiscalização e controle de políticas públicas, indo muito além do atendimento de demandas e denúncias individuais. Partindo deste entendimento, os indivíduos interessados em criar ou reformular um conselho devem conhecer algumas diretrizes orientadoras e essenciais para o aprimoramento do papel deste importante órgão. Por fim, deve ser estabelecido os limites de atuação do conselho e a necessidade do auxílio de determinados órgãos para a efetivação do controle social no atendimento das políticas públicas de defesa dos direitos das pessoas com deficiência.
***
 	Para iniciar nosso Módulo II, convido vocês para assistir a um vídeo de apresentação de Izabel Maior, membro do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Rio de Janeiro, que nos explica com muita clareza e propriedade a temática da Criação e Reformulação dos Conselhos, reforçando a importância deste para a elaboração, fiscalização e monitoramento das políticas públicas de defesa da pessoa com deficiência.
2. A função pública dos Conselhos para fiscalização e controle
Existe muita confusão em relação a real função pública dos Conselhos. Algumas pessoas consideram que estes serviriam para o atendimento de demandas e denúncias individuais, o que não está correto. A principal função do Conselho está em sua utilização no controle social. O controle social surgiu a partir da Constituição Federal de 1988 estabelecendo o controle, monitoramento e avaliação de políticas públicas, por meio de conselhos setoriais ou de defesa de direitos.
O desafio do exercício da representatividade política
A Constituição Federal de 1988 prevê em seu artigo 1º, parágrafo único que: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Com isso, verifica-se a instituição da obrigatoriedade da regulamentação de políticas públicas a partir da criação de órgãos de controle social no governo, denominados Conselhos. Algumas dessas políticas estão previstas em alguns atos normativos como:
·         PPD: 7.853/89 - Apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público.
·         ECA: 8069.90 - Proteção integral às crianças e adolescentes
·         SAÚDE: 8080/90 - Sistema Único de Saúde
·         LOAS: 8742/93 - Assistência Social
·         LDB: 9394/96 – Diretrizes e Bases da Educação
·         DEC 3.298/99 – Regulamentação Lei 7853/89 - Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência,
·         Convenção sobre os Direitos das PcD - DECRETO LEGISLATIVO 186\2008
·         LBI: 13.146/2015 - Lei Brasileira de Inclusão
 
     	Nos últimos anos o Brasil tem avançado no que se refere ao incremento da democracia participativa. As práticas representativas/participativas são desempenhadas desde as mais tradicionais como referendo e plebiscitos até as mais contemporâneas como audiências e conferências que permitem uma maior participação social para os processos de evolução e mudanças fundamentais. Dentre esses instrumentos temos os Conselhos de Políticas Públicas que tem demonstrado um real avanço em sua atuação.
     	A lei 13.019/2014 estabelece o Marco Regulatório da Sociedade Civil e prevê em seu artigo 2º, inciso IX que Conselho de política pública é um órgão criado pelo poder público para atuar como instância consultiva, na respectiva área de atuação, na formulação, implementação, acompanhamento, monitoramento e avaliação de políticas públicas. Isso demonstra a importância dos conselhos no processo de controle social.
2. A função pública dos Conselhos para fiscalização e controle
2.1. A importância do Controle Social para a efetivação da representatividade
      Segundo a Política Nacional de Assistência Social de 2004, controle social consiste na “participação do cidadão na gestão pública, formulando, fiscalizando e monitorando o controle das ações da administração pública no acompanhamento das políticas, portanto um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania” [1]
      O controle social pode ser estabelecido a partir de três dimensões:
·  Dimensão Política - relaciona-se à mobilização da sociedade para influenciar a agenda governamental e indicar prioridades;
·  Dimensão Técnica - diz respeito ao trabalho da sociedade para fiscalizar a gestão de recursos e a apreciação dos trabalhos governamentais, inclusive sobre o grau de efetividade desse trabalho na vida dos destinatários;
·  Dimensão Ética - trata da construção de novos valores e de novas referências, fundamentadas nos ideais de solidariedade, da soberania e da justiça social.
 
      Em cada uma dessa vertentes, deve ser operacionalizado o exercício de democratização da gestão público e privada a partir de três ações:
·    Proposição e direcionamento das políticas públicas para o atendimento das necessidades prioritárias da população;
·   Controle da observância das normas gerais que regulam as atividades auxiliares ou meio;
·   Fiscalização da execução das atividades, dos programas, ações, projetos e serviços públicos, bem como a efetiva aplicação dos recursos.
 
      Sendo assim, percebemos o importante papel dos Conselhos para essa integração da sociedade com a administração pública, com a finalidade de solucionar problemas e as deficiências sociais com maior eficiência. Pelo controle social é estabelecida uma real participação dos cidadãos no exercício do poder, trazendo a vontade social como fator de avaliação para eleger as prioridades na elaboração dos planos de ação e nas políticas públicas de municípios, estados, distrito federal e do governo federal.
[1] Para maiores informações sobre a Política Nacional de Assistência Social ver http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/PNAS2004.pdfAcesso em 06/09/2018
2.2. Os Conselhos de Direitos da Pessoa com Deficiência como instância de Controle Social
As instâncias de deliberativas de controle social dos Conselhos de Direitos da Pessoa com Deficiência são de caráter permanente e composição paritária entre  governo e sociedade civil como segue:
I – O Conselho Nacional - CONADE
II – Os Conselhos Estaduais
III – O Conselhos Municipais
       Para que a atuação desses Conselhos seja eficaz no controle social é importante frisar a necessidade de sua composição respeitar a paridade entre governo e sociedade civil. De um lado, o Estado com suas instituições governamentais, recursos financeiros e humanos, e de outro, a sociedade civil, com sua diversidade e heterogeneidade. Não há efetividadedos conselhos de políticas públicas se não houver a presença ativa de governo e sociedade civil, movidos pelo interesse público e com real poder de decisão sobre a política pública.
      Os Conselhos devem constituir espaços de interlocução política, negociação e deliberação na busca por projetos e recursos sendo um mecanismo de partilha de poder e democratização da vida social.
Nessa interação entre governo e sociedade civil, cada um assume tarefas. O Governo deve partir da vontade e capacidade política do governo para criar condições à participação, investir em capacitação, produzir informações, tornar as estruturas de gestão cada vez mais permeáveis às reivindicações da sociedade. Já a sociedade civil deve partir do incremento da capacidade participativa da população para se mobilizar, organizar, representar e defender interesses públicos. O mais importante é a compreensão de que esses dois grupos não são contrários e separados. Pelo contrário, há diferenças, composições e alianças, mas em defesa de uma única causa: A POLÍTICA PÚBLICA EM DEFESA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA!
2.3. A atuação do Conselho na proposição de termos de colaboração com organizações da sociedade civil
  O artigo 2º da lei que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, sua integração social (lei 7.853/89) prevê que “Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.”
         Ora, como órgãos integrante da estrutura do Estado, o Conselho de Direitos da Pessoa com Deficiência deve assumir esse papel, podendo para isso buscar colaboração com organizações da sociedade civil.
          O artigo 16 da lei que estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil (lei 13.019/14) prevê que termos de colaboração devem ser adotados pela administração pública para a realização de planos de trabalho de sua iniciativa, para celebração de parcerias com organizações da sociedade civil que envolvam a transferência de recursos financeiros. Cabendo aos conselhos de políticas públicas, no caso aqui o Conselho de Direitos da Pessoa com Deficiência apresentar propostas à administração pública para celebração de termo de colaboração com organizações da sociedade civil.
            Levando em consideração que para a execução de suas ações, muitas vezes o Conselho esbarra em entraves financeiros, a celebração desses termos de colaboração juntamente com termos de fomento para a execução de planos de trabalho podem ser interessantes na busca por recursos financeiros. Podendo inclusive auxiliar no reconhecimento pelos órgãos gestores da importância de tais Conselhos, reforçando a atuação dos mesmos.
            Em cada um dos níveis os conselhos buscam cobrar, implementar e estimular projetos legislativos e executivos. Como casos de sucesso podemos citar o Conselho Estadual de São Paulo e o Conselho Estadual de Pernambuco que conseguiram criar fundos de apoio aos conselhos, visto que sem dinheiro fica muito complicado o trabalho dos conselheiros. Vale ressaltar ainda a atuação do Conselho Municipal do Recife na luta pela aprovação da lei que diminui a carga horária para servidores com filhos deficientes.
 
Para maiores informações ver: Decreto n. 31.221 de 05 de março de 2018 que regulamenta a concessão do horário especial de trabalho estabelecido na Lei nº 18.362, de 26 de julho de 2017, conforme determinação do art. 13 da Lei nº18.423, de 27 de novembro de 2017. https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/decreto/2018/3122/31221/decreto-n-31221-2018-regulamenta-a-concessao-do-horario-especial-de-trabalho-estabelecido-na-lei-n-18362-de-26-de-julho-de-2017-conforme-determinacao-do-art-13-da-lei-n-18-423-de-27-de-novembro-de-2017 
 3. Diretrizes orientadoras para a criação, funcionamento e aprimoramento do papel dos Conselhos
            Os conselhos setoriais ou de defesa de direitos devem funcionar como instrumentos de monitoramento e avaliação de políticas públicas. Para isso, sua criação deve ser precedida de ampla discussão sobre sua atuação, finalidade e competências. Sendo um órgão colegiado que deve representar o governo, mas também a sociedade, revela-se importante o fortalecimento da rede de comunicação e articulação entre seus integrantes.
Quem pode ter a iniciativa de criação e/ou reformulação do conselho?
           
 A iniciativa de criação ou reformulação de um conselho municipal, estadual ou distrital deve partir da sociedade civil, mas também do Poder Executivo que enviará projeto de lei nesse sentido ao Poder Legislativo. Após aprovação do projeto de lei, este deverá ser encaminhado ao Executivo para sanção e publicação da lei, que será regulamentada por meio de decreto. O maior desafio é a criação do conselho, visto que pode ser reformulado a qualquer tempo por iniciativa própria.
3.1. O que deve conter a norma que cria o conselho?
3.2.1. Secretário Executivo
A norma que cria o conselho deve conter dispositivo estabelecendo o cargo de Secretário Executivo, que será preferencialmente servidor público efetivo e com nível superior. Isso trará um maior suporte administrativo e gerencial, visto que nas reuniões da Mesa Diretora este servidor poderá participar mas não terá direito a voto.
 
3.2.2. Fundo para a política da pessoa com deficiência
A lei que cria o conselho deve prever o estabelecimento de um Fundo para a política da pessoa com deficiência. No caso dos conselhos criados por decreto, este Fundo deve ser instituído por lei.
 
3.2.3. Cargos de acessibilidade
A norma deve conter cargos de acessibilidade para o funcionamento do conselho tais como intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, transcritor Braille, audiodescritor, técnico em edificações com conhecimento em acessibilidade e guia intérprete para atendimento a surdocegos.
 
3.2.4. Orçamento
Para o efetivo exercício e sustentabilidade das atividades do conselho é necessária a previsão orçamentária vinculada a realidade local em que o mesmo estará funcionando.
 
3.2.5. Órgão de vinculação e procedimento de escolha dos conselheiros
Deve ser mencionado o órgão ao qual o conselho está vinculado, para que o mesmo publique editais para a eleição de representantes da sociedade civil, sendo que o chefe do Poder Executivo ficará com a incumbência de nomear os representantes governamentais, garantindo uma representatividade paritária para o funcionamento do colegiado. Recomenda-se que o conselho seja composto por pelo menos 10 (dez) representantes, resguardadas as especificidades locais. O chefe do Poder Executivo dará posse aos membros eleitos e indicados e os novos conselheiros irão eleger, entre os titulares, o Presidente e o Vice-Presidente. O mandato dos conselheiro deve ficar a critério de cada conselho estadual, municipal ou distrital. O mais comum tem sido de 2 (dois) anos.
 
3.2.6. Especificação de instrumento para o exercício da função pública do Conselho
 Conselho deve atuar na elaboração, execução, monitoramento e avaliação das políticas públicas de governo. Para isso, uma das frentes enfrentadas deve ser a da participação no planejamento orçamentário das secretarias para que implementem as políticas públicas relacionadas à promoção e garantia dos direitos da pessoa com deficiência. Nesse processo, caberá ao Chefe do Executivo garantir tal participação, possibilitando desta forma uma efetiva atuação da sociedade civil.
3.2. Previsão da função pública do Conselheiro
     
 Para que o Conselho tenha uma atuação satisfatória, é necessário a garantia de sua participação durante a elaboração das políticas públicas locais, atuando no planejamento da dotação orçamentária do ano subsequente das Secretarias de Governo prevendo a implementaçãodas políticas públicas relacionadas à promoção e garantia dos direitos da pessoa com deficiência.
      Nesse sentido, deve trabalhar para reforçar sua participação em redes, câmaras temáticas, conselhos de políticas setoriais e de direitos, além de monitorar, avaliar e discutir políticas públicas e ações voltadas às pessoas com deficiência, sensibilizando a sociedade em geral acerca da defesa dos direitos da pessoa com deficiência.
3.3. Estabelecimento das principais competências do Conselho
     
Para o exercício de sua função o Conselho possui como principais competências:
A - Propor e deliberar sobre ações que constarão nos planos e programas dos estados ou municípios, referentes à promoção e à defesa dos direitos da pessoa com deficiência;
B - Zelar pela efetiva implantação/implementação da política para inclusão da pessoa com deficiência;
C - Acompanhar o planejamento e avaliar a execução das políticas públicas relativas à pessoa com deficiência;
D - Acompanhar a elaboração e a execução da proposta orçamentária pertinente à consecução da política para inclusão da pessoa com deficiência;
E - Propor a elaboração de estudos e pesquisas que objetivem a melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência;
F - Propor e incentivar a realização de campanhas, visando à promoção e defesa dos direitos da pessoa com deficiência;
G - Deliberar sobre o Plano Anual, estadual/municipal e do Distrito Federal de inclusão da pessoa com deficiência.
H - Acompanhar, mediante relatórios de gestão, o desempenho dos programas e projetos da política estadual, municipal ou do Distrito Federal para inclusão da pessoa com deficiência;
I – Monitorar a implementação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e do seu Protocolo Facultativo, em seu âmbito de atuação, bem como da Lei 13.146/15 – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência);
J - Eleger o Presidente e o Vice-Presidente;
K - Elaborar, reformular e aprovar o Regimento Interno;
L - Convocar a Conferência dos Direitos da Pessoa com Deficiência;
M - Manter atualizado seu cadastro perante o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência; e
N - Participar ativamente da Rede de Articulação de Conselhos Municipais - RACM.
 
Vale mencionar que os Conselhos Estaduais tem duas atribuições específicas e exclusivas:
Criar e alimentar a Rede de Articulação dos Conselhos Municipais - RACM para fortalecimento e intercâmbio de experiências; e
Criar e manter atualizado o cadastro dos conselhos municipais da pessoa com deficiência - CCMD.
     Tais atribuições são fundamentais para o fortalecimento da rede de Conselhos com a possibilidade de troca de experiências e apoio mútuo para o enfrentamento de problemas e a busca de soluções para a defesa dos direitos da pessoa com deficiência.
 
3.4. Como deve ser a estrutura básica do Conselho?
     
A estrutura de cada Conselho pode ser estabelecida a partir da realidade local em que atuará, mas como estrutura básica ele deve conter:
A – Plenário; A função do Plenário é deliberar sobre: assuntos encaminhados a sua apreciação; procedimentos de implantação e implementação das políticas públicas; criação e dissolução de comissões temáticas, solicitar informações aos órgãos da administração públicas e particulares; aprovação de relatórios do conselho e das deliberações das comissões.
B - Mesa Diretora, geralmente constituída por Presidente, Vice- Presidente e, quando for o caso, assessorada pelo Secretário ou Coordenador Executivo;
 Presidente do Conselho deverá ser escolhido entre seus membros, por meio de eleição dentro do Conselho. A forma como se dará a eleição para a presidência do Conselho deve ser definida no Regimento Interno. A mesa diretora deve conduzir as reuniões e debates, apreciando as demandas apresentadas e auxiliando o Presidente do conselho na tomada de decisões.
C - Comissões temáticas; As Comissões Temáticas e Permanentes devem ter como objetivo estudar, analisar, opinar e emitir parecer sobre matéria que lhe for atribuída e assessorar as reuniões plenárias nas áreas de sua competência. Entre suas atribuições estará o fornecimento de subsídios para a formulação e acompanhamento de políticas, subsidiar ações de deliberação, elaborar pareceres e redigir relatórios.
D - Secretaria ou Coordenação Executiva; e A Secretaria Executiva não deve ser exercida por um conselheiro e sim por um funcionário indicado pelo governo. Fica encarregada dos atos de gestão administrativa necessários ao desempenho das atividades do Conselho, tais como preparar atas das reuniões, convocar membros, dar suporte técnico-operacional, levantar e sistematizar informações entre outros.
E - Presidência ampliada, geralmente constituída pela Mesa Diretora e coordenadores das comissões temáticas A Presidência ampliada compete decidir acerca da pertinência e da relevância de eventos para os quais o conselho é convidado, dirimir conflitos de atribuições das comissões temáticas e grupos de trabalho, discutir o planejamento do conselho para posterior apreciação do conselho, examinar e decidir assuntos de caráter emergencial.
           
Atribuições específicas para cada um desses órgãos devem ser definidas no Regimento Interno de cada Conselho.
3.5. A regulação do funcionamento do Conselho
O regimento interno será o instrumento de regulação do Conselho. Nele estará estabelecido regras para a participação dos conselheiros nas comissões permanentes, no plenário e nas representações do Conselho, prevendo inclusive sanções pelo não cumprimento das atribuições de cada representante.
O regimento também pode estabelecer a estrutura e a competência da Mesa Diretora, sendo que para o aprimoramento da participação nas decisões da Mesa Diretora, recomenda-se a criação da Presidência Ampliada composta pelos coordenadores das Comissões Permanentes.
****
Poderia ser estabelecido um modelo de norma ou regimento para a criação do Conselho, todavia os próprios membros do CONADE consideram melhor oferecer a flexibilidade na criação de cada conselho de acordo com a estrutura local. Todavia, podemos sugerir um modelo presente nas “Diretrizes para a Criação de Conselhos Estaduais e Municipais dos Direitos da Pessoa com Deficiência” de 2007 que pode servir como inspiração, devendo ser adaptado a realidade de cada Estado ou Município.
 
Modelo de Lei para criação de Conselhos Estaduais e Municipais
 
SÚMULA: Cria o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e institui a Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
 
Art. 1º Fica criado o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de....... com o objetivo de assegurar-lhes o pleno exercício dos direitos individuais e sociais.
Art. 2º Caberá aos órgãos e às entidades do Poder Público assegurar à pessoa com deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos quanto à educação, à saúde, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, à assistência social, ao transporte, à edificação pública, à habitação, à cultura, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem- estar pessoal, social e econômico.
At. 3º Para os efeitos desta lei, considera-se pessoa com deficiência, além daquelas citadas na Lê no. 10.690, de 16 de julho de 2003, a que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas seguintes categorias:
I              – deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções;
II– deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz;
III            – deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores;
IV           deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:
1.            comunicação;
2.            cuidado pessoal;
3.            habilidades sociais;
4.            utilização dos recursos da comunidade;
5.            saúde e segurança;
6.            habilidades acadêmicas;
7.            lazer; e
8.            trabalho;
V             deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências;
Art. 4º O Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será um órgão de caráter deliberativo relativo à sua área de atuação, com os seguintes objetivos:
I              elaborar os planos, programas e projetos da política municipal para inclusão da pessoa com deficiência e propor as providências necessárias à sua completa implantação e ao seu adequado desenvolvimento, inclusive as pertinentes a recursos financeiros e as de caráter legislativo;
II             zelar pela efetiva implantação da política municipal para inclusão da pessoa com deficiência;
III            acompanhar o planejamento e avaliar a execução das políticas municipais da acessibilidade à educação, saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, desporto, lazer, urbanismo e outras relativas à pessoa com deficiência;
IV           acompanhar a elaboração e a execução da proposta orçamentária do Município, sugerindo as modificações necessárias à consecução da política municipal para inclusão da pessoa com deficiência;
V             zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participativo de defesa dos direitos da pessoa com deficiência;
VI           propor a elaboração de estudos e pesquisas que visem à melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência;
VII          propor e incentivar a realização de campanhas que visem à prevenção de deficiências e à promoção dos direitos da pessoa com deficiência;
VIII         acompanhar, mediante relatórios de gestão, o desempenho dos programas e projetos da política municipal para inclusão da pessoa com deficiência;
IX            manifestar-se, dentro dos limites de sua atuação, acerca da administração e condução de trabalhos de prevenção, habilitação, reabilitação e inclusão social de entidade particular ou pública, quando houver notícia de irregularidade, expedindo, quando entender cabível, recomendação ao representante legal da entidade;
X             avaliar anualmente o desenvolvimento da política Estadual/ Municipal de atendimento especializado à pessoa com deficiência de acordo com a legislação em vigor, visando à sua plena adequação;
XI            elaborar o seu regimento interno.
Art. 5° O Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será composto por 24 membros, titulares e suplentes, respectivamente, representantes dos seguintes órgãos ou entidades:
I              oito representantes de entidades da sociedade civil organizada, diretamente ligadas à defesa e/ou ao atendimento da pessoa com deficiência na cidade de Londrina, legalmente constituídas e em funcionamento há, pelo menos, um ano, eleitas dentre os seguintes segmentos:
A)            dois representantes de entidades que atuam na área de deficiência auditiva;
B)           dois representantes de entidades que atuam na área de deficiência física;
C)            dois representantes de entidades que atuam na área de deficiência mental; e
D)           dois representantes de entidades que atuam na área de deficiência visual.
 II             um representante das organizações patronais;
III            um representante das organizações de trabalhadores;
IV           um representante das instituições de pesquisa e ensino superior;
V             um representante de associações e conselhos de classe;
VI           um representante da Delegacia  Regional  do Trabalho;
VII          um representante do Núcleo Regional de Educação;
Obs. O número de conselheiros variará de acordo com a realidade de cada local.
Cabe salientar que a paridade do conselho é fundamental.
§ 1º Cada representante terá um suplente com plenos poderes para o substituir provisoriamente em suas faltas ou impedimentos, ou em definitivo, no caso de vacância da titularidade.
§ 2º A eleição das entidades representantes de cada segmento, titulares e suplentes dar-se-á durante a Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
§ 3º O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será eleito entre seus pares.
Art. 6° O mandato dos membros do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será de dois anos, permitida a recondução por mais um período.
Art. 7° Os membros do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência serão nomeados pelo Poder Executivo que, respeitando a eleição de que trata o parágrafo 2° do artigo 5°, homologará a eleição e os nomeará por decreto, empossando-os em até trinta dias contados da data da Conferência Municipal.
Art. 8º As funções de membros do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência não serão remuneradas e seu exercício será considerado serviço de relevância pública prestado ao Estado/Município.
Art. 9º Os membros do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência poderão ser substituídos mediante solicitação da instituição ou autoridade pública a qual estejam vinculados, apresentada ao referido Conselho, o qual fará comunicação do ato ao Prefeito Municipal.
Art. 10. Perderá o mandato o conselheiro que:
I              desvincular-se do órgão de origem da sua representação;
II             faltar a três reuniões consecutivas ou a cinco intercaladas sem justificativa, que deverá ser apresentada na forma prevista no regimento interno do Conselho;
III            apresentar renúncia ao Conselho, que será lida na sessão seguinte a de sua recepção pela Comissão Executiva;
IV           apresentar procedimento incompatível com a dignidade das funções;
V             for condenado por sentença irrecorrível em razão do cometimento de crime ou contravenção penal.
Parágrafo único. A substituição se dará por deliberação da maioria dos componentes do Conselho, em procedimento iniciado mediante provocação de integrante do Conselho, do Ministério Público ou de qualquer cidadão, assegurada a ampla defesa.
Art. 11. Perderá o mandato a instituição que:
I              extinguir sua base territorial de atuação no Estado/Município de;
II             tiver constatada em seu funcionamento irregularidade de acentuada gravidade que torne incompatível sua representação no Conselho;
III            sofrer penalidade administrativa reconhecidamente grave.
Parágrafo único. A substituição se dará por deliberação da maioria dos componentes do Conselho em procedimento iniciado mediante provocação de integrante do Conselho, do Ministério Público ou de qualquer cidadão, assegurada a ampla defesa.
Art. 12. O Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência realizará, sob sua coordenação uma Conferência Municipal a cada dois anos, órgão colegiado de caráter deliberativo, para avaliar e propor atividades e políticas da área a serem implementadas ou já efetivadas no Município, garantindo-se sua ampla divulgação.
§ 1° A Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será composta por delegados representantes dos órgãos, entidadese instituições de que trata o artigo 6°.
§ 2° A Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será convocada pelo respectivo Conselho no período de até noventa dias anteriores à data para eleição do Conselho.
§ 3° Em caso de não-convocação por parte do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência no prazo referido no parágrafo anterior, a iniciativa poderá ser realizada por 1/5 das instituições registradas em referido Conselho, que formarão comissão paritária para a organização e coordenação da Conferência.
Art. 13. Compete à Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência:
I              avaliar a situação da política municipal de atendimento à pessoa com deficiência;
II             fixar as diretrizes gerais da política municipal de atendimento à pessoa com deficiência no biênio subsequente ao de sua realização;
III            avaliar e reformar as decisões administrativas do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, quando provocada;
IV           aprovar seu regimento interno;
V             aprovar e dar publicidade a suas resoluções, que serão registradas em documento final.
Art. 14. O Poder Executivo fica obrigado a prestar o apoio necessário ao funcionamento do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Art. 15. Para a realização da 1ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, será instituída pelo Poder Executivo Municipal, no prazo de trinta dias contados da publicação da presente lei, comissão paritária responsável pela sua convocação e organização, mediante elaboração de regimento interno.
Art. 16. Esta lei será regulamentada pelo Poder Executivo no prazo de trinta dias, contados da sua publicação.
Art. 17. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
 
4. Quais são os órgãos que podem auxiliar os Conselhos para a efetivação do Controle Social
      	Conforme mencionado, os conselhos de defesa dos direitos da pessoa com deficiência não podem ser confundidos com instância de atendimento ao cidadãos que apresenta alguma denúncia de violação de seus direitos. Afinal, sua função é de fiscalização e controle social, buscando solucionar ou prevenir tais violações no contexto geral de tratamento da questão e não a partir de demandas individuais. Sendo assim, em caso de recebimento de tais demandas, o conselho deve encaminha-las a órgãos próprios, ficando sob a responsabilidade do conselho o acompanhamento de casos de violação de direitos coletivos.
4.1. Ministério Público
O Ministério Público possui competência no âmbito federal e estadual podendo ser definido como instituição permanente, essencial à função jurisdicional da justiça a partir do exercício de suas atribuições tais como a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Nesse sentido, a partir de suas funções institucionais ele deve zelar pelo efetivo respeito pelos poderes públicos, pelos serviços de relevância pública e também pelos direitos fundamentais do cidadão, promovendo as medidas necessárias para a sua garantia.
      	A interação entre os Conselhos e o Ministério Público funcionaria melhor se os Conselhos recorressem mais ao MP. Temos casos de sucesso de tal interação como do Conselho Estadual de Pernambuco que em 2007 estava abandonado, sem atenção do governo e por denúncia da sociedade civil organizada, o MP foi acionado e o governo voltou a apoiar o Conselho.
      	Todavia, nem sempre essa interação é frutuosa visto que existem casos como o do atual descaso da Secretaria Nacional com o CONADE na questão do planejamento que deveria ser aprovado pelo CONADE. Foi acionado o Ministério Público Federal (MPF), mas até o momento o MPF não se posicionou. Demonstra-se portanto um caso positivo e um negativo, sendo que em regra os atores envolvidos são sempre a sociedade civil organizada, em nenhuma ocasião órgãos do governo acionaram o Ministério Público solicitando reforço nesta interação com os conselhos.
      	O Ministério Público pode atuar de várias formas, desde a instauração de inquérito civil, celebração de termo de ajustamento de conduta ou ajuizamento de ação civil pública até execução do TAC e elaboração de relatórios circunstanciados sobre o cumprimento dos prazos legais. Para cada temática, a atuação do MP pode ser especificada, tendo sido elaborado um “Guia de atuação do Ministério Público – Pessoa com Deficiência, onde é apontado de modo detalhado as possibilidades de atuação do MP na defesa do direito à acessibilidade, ao atendimento prioritário, ao concurso público, à educação inclusiva, à saúde, à tomada de decisão apoiada e à curatela. Disponível em: http://www.ampid.org.br/v1/wp-content/uploads/2015/03/LIVRO_Roteiro_de_Atua%C3%A7%C3%A3o_do_Minist%C3%A9rio_P%C3%BAblico_CNMP_.pdf
4.2. Defensoria Pública e Tribunais de Contas
A Defensoria Pública também é um dos principais órgãos de recebimento de denúncias de violação de direitos da pessoa com deficiência visto que presta assistência jurídica integral e gratuita ao cidadão que não tenha condições de pagar pelos serviços de um advogado.
            O art. 79 da Lei Brasileira de Inclusão prevê que “O poder público deve assegurar o acesso da pessoa com deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptações e recursos de tecnologia assistiva.” A partir deste dispositivo a Defensoria Pública assume a importante função de promover a ampla defesa dos direitos individuais e coletivos das pessoas com deficiência, tendo em vista a vulnerabilidade das mesmas.
            Ações coletivas com o propósito de implementação de medidas assistivas e inclusivas, implementação de políticas públicas e muitas outras providências farão parte das missões institucionais da Defensoria Pública na tutela de interesses das pessoas com deficiência. Além disso, ela poderá atuar na defesa de direitos individuais quando o titular desse direito restar impedido de atuar em nome próprio. Vale ressaltar que a função do Conselho não é o atendimento de demandas individuais, sendo que caso as receba deve encaminha-las para a central do “Disque 100” que acionará a Defensoria Pública e demais órgãos competentes.
Tribunais de Contas
Os Tribunais de Contas podem auxiliar no controle e fiscalização das destinações orçamentárias para o atendimento das políticas e demandas sociais de defesa dos direitos da pessoa com deficiência. Funcionam com o instancias auxiliares do Poder Legislativo.
4.3. Ouvidorias de órgão setoriais
As ouvidorias podem funcionar como um importante instrumento de filtro e recolhimento de demandas visto que recepcionam denúncias e reclamações dos serviços que tais órgãos prestam a população principalmente nas áreas de saúde, educação, transporte público e direitos humanos.
4.4. Conselhos e Sindicatos de categorias profissionais
Ao regulamentar e fiscalizar o exercício de suas categorias profissionais, os Conselhos e Sindicatos atuam como instâncias de controle social como por exemplo a Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA, o Conselho Regional de Psicologia - CRP dentre outros.
5. Mecanismos de participação
     	O controle social também pode e deve ser exercido pela sociedade, sendo que para isso, o Poder público coloca à disposição mecanismos de participação que buscarão justamente fazer essa aproximação entre governo, sociedade e entidades representativas das pessoas com deficiência.
Conferências
As Conferências tem a finalidade de articular e acompanhar os três níveis de governo (federal, estadual/distrital e municipal) na implementação e implantação das políticas públicas a partir da troca de experiências e análise de resultados. Nessas ocasiões os conselheiros devem aproveitar para fomentar o debate e aprimorar diretrizes, planos, projetos e programas. Tais conferências devem ser convocadas em consonânciacom o processo conferencial do CONADE, pelos conselhos estaduais, municipais e distrital.
Audiências públicas
As Audiências Públicas funcionam como uma reunião pública e transparente com o objetivo de fomentar a ampla discussão e melhorar a comunicação entre os vários setores interessados tanto da sociedade civil quanto do governo, na busca por soluções conjuntas.
Consultas públicas
  	A participação das sociedade civil é importante para um real exercício de representatividade e controle social. Sendo assim através de consultas públicas, os Conselhos podem coletar opiniões e demandas que irão auxiliar na construção de ações e políticas de atendimento das mesmas. A competência para a organização de consultas públicas é dos conselhos e dos órgãos do legislativo. Na prática são estabelecidas chamadas de consulta por deliberação do pleno e o presidente do Conselho faz a convocação da consulta pública.

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