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Aula 08a - Narrativa Jurídica Simples - Narrativa Jurídica

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Prévia do material em texto

◦ Selecionar corretamente os fatos relevantes; 
 
 
 
◦ Identificar os elementos estruturais da narrativa forense; 
 
◦ Organizar cronologicamente a apresentação dos fatos; 
 
◦ Usar adequadamente os tempos verbais ; 
 
◦ Fazer uso das polifonias e do foco narrativo em terceira pessoa; 
 
◦ Utilizar a norma culta; 
 
◦ Produzir um relatório simples, não valorado, com base no texto dado. 
 
As narrativas jurídicas podem ser simples, imparciais ou valoradas, quando são utilizados modalizadores, que indicam o ponto de vista do narrador sobre os fatos. 
Nas narrativas simples, predomina a imparcialidade e é marcada pela exposição das duas versões, a do autor e a do réu, e recebem o nome de RELATÓRIO. 
As narrativas valoradas, por sua vez, recebem, dependendo da peça processual, nomenclaturas distintas, como na Petição Inicial, em que a narração é conhecida por ‘ DOS FATOS’. 
Já o relatório jurídico, portanto, é uma narrativa imparcial, presente, por exemplo, em Sentenças, Acórdãos e Pareceres. O Parecer será, provavelmente, a peça mais produzida pelos advogados, entre as citadas anteriormente. Somente quando alcançarem a magistratura serão produzidas Sentenças. 
O relatório é o tipo de narrativa em que os fatos importantes de uma situação de conflito devem ser cronologicamente organizados, sem interpretá-los ( ausência de modalizadores), apenas informados. 
Segundo De Plácido e Silva, relatório ‘designa a exposição ou a narração acerca de um fato ou de vários fatos, com a discriminação de todos os seus aspectos ou elementos relevantes.’ 
Assim um relatório jurídico deve ter as seguintes características: 
1- Ordem cronológica, com respostas às perguntas: o quê? quem? onde? quando? como? por quê? 
2- Correta identificação do fato gerador; 
3- Verbos no passado; 
4- Destaque dos fatos importantes:devem ser indicadas as alegações de ambas as partes; 
5- Uso da polifonia; 
6- Foco narrativo em 3ª pessoa; 
7- Ausência de modalizadores por parte do relator. 
É importante frisar que o que não está exposto no relatório não poderá figurar como argumento na fundamentação. 
O primeiro parágrafo do relatório deve indicar o fato gerador da demanda. 
Sugere-se, para iniciar o primeiro parágrafo, a expressão : “Trata-se de questão sobre...” ; “Trata-se de um caso de...”; 
Não há limite mínimo ou máximo de linhas, mas a narração deve ser clara e concisa. 
Recorra à polifonia, utilizando, preferencialmente, a paráfrase, a fim de manter a uniformidade do nível culto de linguagem. 
Terminado o relatório, na linha abaixo, use a expressão: “É o relatório” ou “Eis o relatório” 
TEXTO 1: Anjo da morte no Salgado Filho (texto adaptado) 
	 
Nove horas de 7 de maio de 1999. Surpresa e alvoroço no Hospital Salgado Filho,Méier. Muitos não acreditavam no que viam: o auxiliar de enfermagem Edson Izidoro Guimarães, 42 anos, foi preso em flagrante, acusado de matar pacientes em estado grave na UTI. 
Desconfiávamos dele, porque em 1º, 2 e 3 de maio, não ocorreram mortes e ele não trabalhou. Já em 4, dia de seu plantão, houve cinco mortes – comenta a diretoria do hospital. 
Ronaldo Gazola, Secretário Municipal de Saúde, sabendo do fato, solicitou audiência com o coronel PM Josias Quintal, Secretário de Segurança Pública, em 6 de maio. Tudo parecia crer que havia um anjo da morte num dos maiores hospitais públicos do Rio. 
Planejou-se, então uma talentosa operação: dois policiais se infiltraram no hospital, em 7 de maio. Ouviram uma auxiliar de limpeza, que afirmou ter visto Edson aplicar uma injeção em um paciente, que morreu. 
Sem qualquer reação por parte de Edson, os policiais lhe deram, então, voz de prisão. 
Matava os pacientes com uma ampola de 10g. de cloreto de potássio ou desligando o aparelho. Foram cinco – informou Edson, em cuja fisionomia não se notavam quaisquer vestígios de arrependimento. 
Creio que as funerárias constroem uma rede de comissões, para informações sobre óbitos. Edson deve estar envolvido nisso. ele diz ter matado cinco pacientes. Mas nós desconfiamos de mais de cem óbitos – diz Josias Quintal. 
Edson não confirma seu envolvimento. Diz que essas comissões ocorrem apenas em casos de morte no trânsito, pois envolvem recebimento de seguro. Impassível, Edson aguarda o recebimento do mandado de prisão na Divisão de Homicídios 
	 
No texto apresentado temos a presença de dados colocados “literariamente”, para criar suspense, como “muitos não acreditavam nisso”. Há a presença de opiniões, dados não-objetivos: “anjo da morte”, “não se notavam quaisquer resquícios de arrependimento”, “impassível”. A presença desses modalizadores não é permitida no relatório informativo. 
	 
EXEMPLO DE RELATÓRIO SIMPLES, INFORMATIVO: 
 Este relatório é sobre cinco homicídios cometidos por Edson Izidoro Guimarães, 42 anos, auxiliar de enfermagem, contra pacientes da UTI do Hospital Salgado Filho, no Méier, Rio de Janeiro, cometidos no dia 4 de maio de 1999, durante seu plantão no referido hospital. 
 Comunicado do caso, o Secretário Municipal de Saúde, Ronaldo Gazola,solicitou audiência com o Secretário de Segurança, coronel PM Josias Quintal. A audiência aconteceu no dia 6 de maio e, no dia seguinte, dois policiais foram infiltrados no hospital para averiguações. O coronel informou que foi ouvida uma auxiliar de limpeza que garantiu ter visto Edson aplicar uma injeção num paciente que veio a morrer logo em seguida. 
 Edson foi preso às 9 horas do dia 7 de maio, sem reagir. Ele confirmou as cinco mortes. Conforme seu depoimento, os pacientes eram mortos com aplicações de ampolas de 10gr de cloreto de potássio ou com o desligamento dos aparelhos de respiração. 
Segundo Josias Quintal, desconfia-se que Edson esteja envolvido numa rede que receberia comissões das funerárias. “Creio que as funerárias constroem uma rede de comissões para informações sobre óbitos. Edson deve estar envolvido nisso. Ele diz ter matado cinco pacientes. Mas nós desconfiamos de mais de cem óbitos.” 
Edson confirmou existir um esquema de comissões entre os funcionários do hospital e agências funerárias, mas apenas nos casos de óbitos motivados por acidentes de trânsito, porque envolvem o recebimento de seguro. Eis o relatório 
Edson izidoro Guimarães, 42 anos, auxiliar de enfermagem, foi preso em 07/05/99, sob a acusação de ter antecipado a morte de cinco pacientes em estado grave na UTI do Hospital Salgado Filho, no Méier, pelo que foi indiciado. 
A direção do hospital, desconfiada do número elevado de mortes em determinados plantões, chamou a polícia, alertada pela morte de cinco pacientes em 04/05/99, no plantão de Edson. Segundo a direção do hospital, nos três plantões anteriores, em que Edson não trabalhara, não houvera mortes. Comunicado do caso, Ronaldo Gazola, secretário municipal de Saúde, solicitou audiência especial com o secretário de Segurança Pública, cel. PM Josias Quintal, em 06/05/99, que infiltrou policiais no hospital no dia seguinte. O coronel informa que foi ouvida uma auxiliar de limpeza, não identificada, que afirmou ter visto Edson aplicar um injeção em um paciente, que morreu. Ao ser preso, Edson são reagiu. 
O indiciado confirmou apenas cinco mortes. Conforme seu depoimento, antecipava as mortes dos pacientes com aplicações de ampolas de 10g de cloreto de potássio ou com o desligamento de aparelhos de respiração. 
Segundo Josias Quintal, Edson poderia estar envolvido numa rede que receberia comissões de funerárias. “Ele dizia que acelerava as mortes com o objetivo de acabar com o sofrimento de pacientes terminais. Nega que esteja envolvido em mais do que os cinco casos que confessou.” Edson teria dito que existia um esquema de comissões entre funerárias e funcionários apenas nos casos de óbitos motivados por acidentes de trânsito, porque envolvem o recebimento de seguro. 
É o relatório 
Com base no texto a seguir, elabore um relatório simples, informativo, sem o uso de modalizadores, portanto. Não se esqueçada ordem cronológica na narrativa, dos verbos flexionados no passado, do foco narrativo de 3ª pessoa e do uso da polifonia: 
Caso Concreto: 
Leandro Gobatto é jogador profissional de futebol. Tem 23 anos e atuou defendendo clubes como o Corínthians ( SP), Grêmio (RS) , e Juventus (SP) sem, entretanto, conseguir até agora um grande destaque no mundo futebolístico. Atualmente está sem contrato, mas possui proposta para jogar no futebol da Costa Rica, onde deverá jogar na próxima temporada. 
Em junho de 2009, foi procurado por Roberto Costa Pinto, que lhe propôs ser seu representante na intermediação de negócios referentes à sua carreira. Na ocasião, Roberto exigiu uma absurda multa rescisória contratual de R$8000,00 ( oito mil reais), com o intuito de manter Leandro preso a ele. 
Para tanto, firmaram instrumento particular de contrato de prestação de serviços em 29/06/2009, com o intuito de representá-lo em quaisquer transações relacionadas à venda ou empréstimo do passe, luvas, prêmios, gratificações, contratos de propaganda e marketing, além de prestar permanente e completo serviço de consulta profissional, econômica e jurídica referentes à atividade profissional do atleta. 
Leandro foi contratado para jogar na Costa Rica durante a temporada 2010-2011. Meses depois, descobriu que Roberto recebera US$ 50000,00 ( cinquenta mil dólares americanos) pela intermediação da transferência e, entretanto, repassou apenas US$ 5000,00 ( cinco mil dólares) a Leandro. 
Tal fato já causou intenso desgaste entre ambos. No entanto, a fim de preservar sua vida profissional, o autor preferiu continuar a manter seu contratos, embora já estivesse extremamente decepcionado. 
Findo o contrato de trabalho junto ao clube da Costa Rica, Leandro voltou ao Brasil em abril de 2011 e, desde então, Roberto quase não entrou em contato com ele. 
Quando questionado sobre a situação das negociações, sempre se saia com evasivas e novas promessas. Por outro lado, o clube costa-riquenho mostrou-se interessado na renovação do contrato e chegou até a adquirir uma passagem aérea em nome de Leandro, para que ele retornasse à Costa Rica. 
Leandro, nos meses de maio, junho e julho, conseguiu ainda a oportunidade de treinar no clube da Associação Portuguesa de Desportos e o clube se interessou por ele. A negociação, porém, nãos e conclui, porque Roberto estava fora do Brasil e não autorizou Leandro a negociar os termos do contrato sem sua presença, inviabilizando a contratação. 
A relação negocial ficou ainda mais estremecida e culminou com o recebimento de mensagens eletrônicas com ameaças a Leandro, caso houvesse quebra do contrato entre eles. 
Por conta das ameaças, Leandro registrou boletim de ocorrência no 19º Distrito Policial da Comarca de São Paulo. Deseja que seu contrato seja rescindido e solicita liminar que lhe permita efetivar acordo com o clube porto-riquenho.

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