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Aula 04 - sobre sociedade

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Profa. Ms. Ana Maria Bezerra Lucas
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Para realizar plenamente sua natureza o homem necessita conviver com outros homens. Mesmo que outros animais também vivam em bandos ou grupos só se pode chamar SOCIEDADE as sociedades humanas, pois apenas elas são resultantes da atuação própria e exclusiva dos homens.
Dessa forma, percebe-se que o homem é um ser eminentemente social que tem necessidade de agrupar-se, de unir-se a seus semelhantes para satisfazer suas necessidades materiais e culturais.
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A existência de um grupo social, de uma sociedade se pauta no reconhecimento de necessidades individuais, não apenas biológicas, mas sobretudo culturais, políticas e jurídicas uma vez que a tendência natural da união de forças individuais seria a evolução da célula familiar à formação de um Estado organizado.
A normatividade é um elemento importante para caracterizar a sociedade e distingui-la de grupos que, embora consagre ume forma de convivência humana, não são tidos em geral por sociedades.
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Estas normas precisam ser explicitas e conscientes para que o agrupamento humano se constitua numa SOCIEDADE.
Às vezes, as norma existem mas só no inconsciente das pessoas, por exemplo, a multidão.
O individuo que se envolve numa multidão passa a receber sua influência através de um processo psicológico de poder social chegando até a perder a sua individualidade.
Há outros grupamentos que podem se prestar a confusão, por exemplo, o público de uma conferência, de um espetáculo teatral ou de cinema.
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Embora essas pessoas estejam irmanadas por um interesse comum e por uma circunstância de fato, a de estarem presentes no mesmo momento e local, não constituem sociedade porque ainda não adotaram objetivos comuns a serem perseguidos de forma mais ou menos permanente.
Dessa forma, embora a origem da sociedade possa ser confundida com o surgimento do próprio Estado e, considerando-se que esta Sociedade, nada mais é do que um pré-estágio daquele Estado, abordaremos inicialmente a formação da sociedade num sentido mais amplo.
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A ORIGEM DA SOCIEDADE como fruto de um prévio estudo sobre a constituição do Estado tem feito surgir entre os autores duas correntes na tentativa de justificar a existência desse conjunto de indivíduos.
 A doutrina não é pacifica no que diz respeito a origem da sociedade.
 Temos dessa forma temos tanto aqueles adeptos à corrente da SOCIEDADE NATURAL que sustenta que a sociedade é fruto da própria natureza dos homens e a corrente dos CONTRATUALISTAS que sustenta que a sociedade surgiu tão só,em conseqüência de um ato de escolha do individuo.
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É importante salientar que a corrente que prevalece e cujos adeptos são maioria é a da SOCIEDADE NATURAL pois é a que expressa uma maior influência na vida concreta do Estado.
Contudo, mesmo prevalecendo a corrente da Sociedade Natural não se elimina a participação da vontade humana. A sociedade,portanto, necessita para existência de convivência pacifica de seus membros que só se fez possível mediante a implementação de normas sociais que garantam os direitos de cada um estabelecendo os deveres, os direitos e os limites de atuação de cada cidadão.
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Dentre os defensores da idéia de sociedade natural encontramos Aristóteles que afirmava com veemência que o homem é um ser eminentemente social, que necessita relacionar-se constantemente com outros homens para poder desenvolver-se.
São Tomás de Aquino na Idade Média compartilhava das idéias de Aristóteles, afirmava que o homem é um animal eminentemente social e político, e que a sociedade representa para ele um elemento vital para sua sobrevivência e satisfação de suas necessidades e a proteção de seus direitos e bens. 
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Em posição contrária à corrente que da Sociedade Natural encontram-se os Contratualistas que adotam a tese de que somente a vontade humana justifica a existência da sociedade.
Na Idade antiga Platão em sua obra A República faz referência à organização social criada racionalmente pelo homem, e não em razão de um simples impulso natural. 
Já Thomas Hobbes na Idade Média em sua obra O Leviatã explica que primeiro o homem vive em um estado de natureza que significa o estado primitivo da desordem da preponderância do instinto sobre a razão.
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Nesse “estado de natureza” o homem representa uma ameaça para os outros homens por ser um ser extremante egoísta chegando a afirmar “que o homem é o lobo do próprio homem”.
Isso desencadeia uma guerra de todos contra todos, que tem como principal causa a igualdade existente entre os homens em seus “estado de natureza”, pois cada um vive com medo que o outro lhe tome os bens e a família.
Em oposição a Hobbes mas ainda favorável a noção de que o homem precede a sociedade, e esta surge em virtude de um pacto celebrado entre os homens encontra-se Jonh Locke.
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Para Locke e também para Montesquieu o homem em seu “estado de natureza” acha-se temeroso, enfraquecido e por conseguinte não se sente em posição de agredir o seu semelhante. 
Para Locke no “estado de natureza” eram dotados de razão e usufruíam a propriedade o que significava a vida, a liberdade e os bens como direitos naturais dos ser humano.
A sociedade surge assim da necessidade do homem de proteger-se, defender-se, ou seja, de garantir seus direitos e bens (propriedade) e pelo desejo de paz e atração natural existente entre o sexo oposto.
Para Locke o principal objetivo da sociedade reside na preservação da propriedade e na proteção da comunidade contra possíveis invasões.
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Para Rousseau em sua obra O Contrato Social também defende a idéia de que o homem vivia em “estado de natureza” e nele se encontrava sob o domínio da bondade humana não existindo qualquer tipo de atrito.
A sociedade surge então da vontade humana e tem como intuito defender a pessoa e os bens de cada integrante de qualquer força comum, sem contudo fazer com que percam sua liberdade natural.
O que deve prevalecer na sociedade é a vontade que não se reduz a uma simples soma de vontades individuais mas sim a síntese de todas elas.
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Dessa forma, Rousseau diz que o homem deve ser analisado como um ser social e político e não analisado isoladamente.
Por isso, para Rousseau, o povo é soberano, pois ele é ao mesmo tempo parte ativa e passiva dentro da sociedade.
 Ativa porque cria leis e passiva porque as obedece.
Portanto, Rousseau o povo constitui um ser autônomo. 
Havendo dessa forma conciliação harmônica entre liberdade e obediência dentro da sociedade.
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CONCEITO DE SOCIEDADE
 A sociedade é uma forma de coordenação das atividades humanas objetivando um determinado fim e regulada por um conjunto de normas.
 Dessa forma, para a existência de uma sociedade há que se presenciar a existência de um compromisso comum, uma identidade de vontade máxima, ou então, no mínimo interesses com vistas a manutenção do próprio grupo para que atinja certos objetivos colocados como metas para a própria sobrevivência daquele grupo organizado.
A sociedade, portanto, exerce a difícil tarefa de criar condições para que todos os indivíduos consigam realizar os seus objetivos.
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Os elementos que caracterizam a sociedade são três:
Elementos Materiais;
Elementos Formais;
Elementos Finais.
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Homem como elemento material pode ser identificado de plano como a base unitária da sociedade humana.
Entende-se o homem como todo individuo pertencente à sociedade sem distinção ente cidadão e não cidadão (direitos civis).
Base física nada mais é que o campo de atuação de certa sociedade. O espaço físico é vital para a constituição de uma sociedade harmoniosa e evolutiva.
A base física é determinante para limitar o âmbito de atuação das normas vigentes em uma determinada sociedade.
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Os elementos formais Imperativos traduzem a limitação da liberdade do individuo que ingressa na sociedade em prol das liberdades coletivas, isto é, ao ingressar no grupo o sujeito se limita
às regras de comportamento do grupo, que está relacionado com o fim a que se propõe.
As normas são os mecanismos que estabelecem os direitos e os deveres dos integrantes da sociedade, para que desse modo todos possam viver de maneira harmônica e pacífica.
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Estas regras imperativas podem ser autônomas quando percebidas pelo próprio membro que as observa sem necessidade de imposição, ou heterônomas quando a sociedade cria um rol de imperativos basilares impostos a todos os membros do grupo como regras máximas – normas jurídicas.
O elemento formal Comando é o poder concedido a um membro representante ou a um colegiado para que estes possam impor o cumprimento dos imperativos sob pena das sanções determinadas pela sociedade – poder social.
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Determina que o ser humano sempre busca a satisfação de alguma necessidade ou desejo, posicionando-se para alcançar tais objetivos.
A sociedade também, assim cada sociedade humana busca preencher uma satisfação que a conjugue.
Estes objetivos variam e podem ser múltiplos, se definido de acordo com a sociedade: no comercio o fim é o lucro, na arte é o prazer, na política é o exercício do poder, na sociedade o bem comum.
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Como se pode perceber Sociedade difere de agrupamento ou de reuniões sem identificação social, política e jurídica.
Todavia há de se considerar que mesmo se satisfazendo os critérios de identificação social, cultural, motivacional e jurídica de seus membros, dentro dos termos sociedade cabem diversos tipos de organização.
Assim sendo, Sociedade é gênero a recepcionar uma diversidade de espécies de sociedade.
Dessa forma, podemos classificá-la em: Sociedades Necessárias e Sociedade Contingentes.
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São aquelas em que os homens não podem renunciar, prescindir, viver sem ter passado por ela. 
São elas as sociedades familiar, a religiosa e a política.
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É a mais primitiva forma de organização social.
Ela precede a formação do Estado.
É a célula primeira de uma sociedade constituída pelos pais, filhos e parentes próximos tem por objetivos muito mais do que razões biológicas. 
A família e constitui e permanece unida com vistas a educação e transmissão de conceitos culturais educacionais, divisão do trabalho, aquisição e transmissão de bens e patrimônio.
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Dos laços de sangue surgem os clãs, as tribos, e maneira mais avançada a nação.
Duas são as correntes de organização da sociedade familiar: matriarcal e patriarcal.
A matriarcal se dá pela representação feminina e pela preocupação em manter a hegemonia feminina.
A patriarcal observada em torno da figura masculina, tem a maioria dos grupos humanos como adeptos.
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É considerada necessária porque do ponto de vista filosófico, qualquer ser humano, ainda que inculto, procura sua origem espiritual, e, para tanto congrega-se em comunhão de propósitos e conseqüentemente de ritos, sempre cultuados coletivamente ou com identificação da prática coletiva.
Nessa sociedade o Homem busca seu aperfeiçoamento e evolução espiritual - persegue um fim determinado. 
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É traduzida como o grupo formado em defesa de todos os membros de uma grande base territorial ordenada, operando na busca pela coordenação social destes, de forma obrigatória.
São exemplos de Sociedades Políticas os clãs, as tribos e o Estado.
Embora se admita a existência de outras sociedades políticas dotadas de poder obrigacional. Há que se explicar que a Sociedade Política máxima sempre será o Estado, pois as outras devem, por excelência ao Estado, subordinação e contingenciamento sob pena de instauração da anarquia coletiva.
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Como a vida atingiu um certo nível de complexidade, sociedades existentes necessitavam de uma organização mais ampla, que disciplinasse seu mútuo relacionamento e passasse a zelar pelos interesses emergidos do conjunto das diversas sociedades.
A tais interesses se denomina bem comum ou interesse público.
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São aquelas que podem deixar de existir, ou seja, aquelas que podem ser dispensadas pelo homem.
São marcadas notadamente pela vontade objetiva de aglutinar-se para um fim particular em especifico as sociedades contingentes normalmente tem existência determinada.
Sua função será a de dentro dos limites impostos pelo Estado satisfazer certos propósitos clara e previamente definidos pelos indivíduos que compõem a sociedade contingente.
A constituição de tais sociedades contingentes é circunstancial e pode perdurar enquanto os interesses individuais unirem seus membros.
São exemplos das sociedades contingentes são as sociedades econômicas, filantrópicas e esportivas. 
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É o conjunto de regras que regem a sociedade. Como já foi dito, toda sociedade é formada pelo conjunto das relações entre os indivíduos visando à realização de um fim especifico.
A multiplicidade dessa relações humanas é regida por normas que têm por objetivo estabelecer a convivência harmônica entre seus integrantes, entre seus interesses individuais e, assim assegurar a realização do fim almejado.
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A ordem se manifesta na sociedade graças à implementação de normas que estabeleçam os direitos e deveres de cada individuo.
Em resumo, pode-se dizer que a ORDEM SOCIAL é o conjunto de princípios fundamentais que visam fixar as bases da sociedade, pois ela impõe a unidade social à qual o poder confere sua eficácia.
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