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* Profª: Henara Marques da Silva Coelho da Paz DIREITO PENAL PARTE GERAL I CULPABILIDADE * I - Conceito “É o juízo de reprovação pessoal que se realiza sobre a conduta típica e ilícita praticada pelo agente”.(Greco) “Costuma ser definida como o juízo de censurabilidade e reprovação exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito”(CAPEZ) * II – TEORIAS TEORIA PSICOLÓGICA: Para esta teoria a culpabilidade é composta de dolo abrangendo a consciência da ilicitude, e culpa, tendo como pressuposto a imputabilidade. TEORIA PSICOLÓGICO-NORMATIVA: aqui dolo e culpa são elementos e não mais espécies de culpabilidade, ao lado da imputabilidade, consciência de ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. TEORIA NORMATIVA PURA: adotada pelo ordenamento nacional, onde o dolo e a culpa migraram para o fato típico, sendo portanto elemento da culpabilidade: - imputabilidade; - potencial consciência de ilicitude; - exigibilidade de conduta diversa. * III – ELEMENTOS III. 1 – IMPUTABILIDADE: CONCEITO: “É a possibilidade de se atribuir a alguém a responsabilidade por algum fato, ou seja, o conjunto de condições pessoais que dá ao agente a capacidade para lhe ser juridicamente imputada a prática de uma infração penal”(GONÇALVES) * CAUSAS DE INIMPUTABILIDADE: 1. DOENÇA MENTAL OU DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO OU RETARDADO. Art. 26. “É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”. * # ELEMENTOS: 1º)Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado; 2º) Ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. OBS: CRITÉRIO BIOPSICOLÓGICO: Exige-se a doença mental(biológico) e a incapacidade no momento da ação(psicológico). # Se a incapacidade não for total? Ver parágrafo único do citado artigo. Causa de diminuição da pena de um a dois terços. * MENORIDADE: Art. 27. Os menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (VER. 228 DA CF) # AQUI ADOTA-SE O CRITÉRIO MERAMENTE BIOLÓGICO, NÃO IMPORTA SE NO CASO O MENOR DE 18 TINHA CONDIÇÕES DE SABER O CARÁTER ILÍCITO. # SE APLICA AO MENOR A LEI 8069/90(ECA). # GRANDES DISCUSSÕES NO CENÁRIO NACIONAL ACERCA DESTA REDUÇÃO, Rogério Greco afirma que tal disposição pode certamente ser modificada pois ela não faz parte das cláusulas pétreas. * OBSERVAÇÕES: # EMOÇÃO E PAIXÃO: Não excluem a IMPUTABILIDADE consoante disposição expressa do artigo 28, I, sendo apenas causas atenuantes e/ou diminuição de pena(art. 65,III,a e art. 121, § 1º). # EMBRIAGUEZ: Não excluem a imputabilidade: II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. §1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. * OBS 1:Somente a Embriaguez completa decorrente de caso fortuito ou força maior isentam o agente de pena. Aqui também o agente que fortuitamente ingerindo droga fica impossibilitado de entender o caráter ilícito da ação(art. 45 da lei 11.343/06). OBS2: Predomina a teoria da actio libera in causa, de modo que no momento da embriaguez o agente sabia das implicações e portanto deve responder pelo ato praticado. OBS3: A embriaguez patológica pode ser causa que exime o agente de imputabilidade , pois configura a doença mental do artigo 26. * III. 2 – POTENCIAL CONSCIÊNCIA DE ILICTUDE Conceito: É a possibilidade de no momento da prática do ato o agente conhecer o caráter ilícito de sua conduta. ERRO DE PROIBIÇÃO: é o erro do agente quanto a saber do caráter ilícito da sua ação. Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. * Erro de proibição x erro de tipo: No 1º o agente não sabe que determinado fato é ilícito, no segundo sabe o que é ilícito mas pensa devido a má percepção da realidade que não está cometendo. Efeitos do erro de proibição: Se inevitável: afasta a pena; - se evitável: diminui a pena de 1/6 a 1/3. * III.3 – EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA CONCEITO: è a possibilidade de naquela circunstâncias o agente agir de modo diverso do que fizera. HIPÓTESES LEGAIS: Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. # COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL: - Ocorre quando em decorrência de grave ameaça não há como se exigir do agente uma outra conduta, ficando portando isento de pena em face da INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. - SE A COAÇÃO MORAL FOR RESISTÍVEL: é apenas circunstância atenuante(art.65, III c). Se for física irresistível exclui a conduta. * # OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA: É o atendimento a ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquica em nível de Administração Pública. Se a ordem for manifestamente ilegal o subordinado vai responder também pelo crime. # POSSIBILIDADE DE OUTRAS CAUSAS SUPRALEGAIS DE EXCLUSÃO DA EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. STJ - POSICIONOU-SE PELA PLENA POSSIBILIDADE.
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