Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* Profª: Henara Marques da Silva Coelho da Paz DIREITO PENAL: PARTE GERAL I CONCURSO DE PESSOAS (TÍTULO IV DO CP – Arts. 29 a 31) * I – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Nova nomenclatura com a reforma de 1984. CONCEITO: É a colaboração empreendida por duas ou mais pessoas para a realização de um crime. Expressões sinônimas. Classificação dos crimes quanto aos agentes: CRIMES MONOSSUBJETIVOS – CONCURSO EVENTUAL: são infrações penais que podem ser praticadas por uma única pessoa. CRIMES PLURISSUBJETIVOS – CONCURSO NECESSÁRIO: são infrações penais que exigem, no mínimo, duas pessoas para que possam se configurar. * II – REQUISITOS PARA O CONCURSO DE AGENTES Art. 29 do CP, “quem de qualquer modo concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade” Na interpretação deste artigo, bem como da análise doutrinária do concurso de delinqüentes abstraem-se os seguintes requisitos: * PLURALIDADE DE AGENTES CULPÁVEIS E DE CONDUTAS; RELEVÂNCIA CAUSAL DE CADA CONDUTA; LIAME SUBJETIVO ENTRE OS AGENTES; IDENTIDADE DE INFRAÇÃO PENAL. * RELEVÂNCIA CAUSAL DE CADA CONDUTA: PARTICIPAÇÃO DE MENOS IMPORTÂNCIA §1º DO ARTIGO 29: “Se a participação for de menor importância, a pena pode ser reduzida de um sexta a um terço” PUNIBILIDADE NO CONCURSO DE AGENTES: - MEDIDA DA CULPABILIDADE? * IDENTIDADE DE INFRAÇÃO PENAL:TEORIAS TEORIA PLURALISTA – haveria tantas infrações penais quantos fossem o número de autores e partícipes. TEORIA DUALISTA – Distingue autores e partícipes. TEORIA MONISTA OU UNITÁRIA – Foi a teoria adotada pelo Código Penal. Para essa teoria, todos os que concorrem para o crime incidem nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. * OBSERVAÇÕES: Art. 29 § 2º : “Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; esta pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado”. Outros exemplos: Aborto - o provocador: art. 126, CP e a gestante: art. 124, CP; Pessoa já casada contrai novas núpcias com pessoa solteira – a casada: art. 235, caput, CP e solteira: art. 235, § 1°, CP. * IV - AUTORIA IV.1 - TEORIAS ACERCA DA AUTORIA: TEORIA RESTRITIVA: Teoria Objetivo-Formal: Autor – pratica a conduta descrita no núcleo do tipo; Partícipe – todos os demais, que concorrem para a infração penal, mas que não realizam a conduta expressada pelo verbo existente no tipo. Teoria Objetivo-Material: Essa teoria distingue as figuras de autor e partícipe pela maior contribuição do primeiro na causação do resultado. * TEORIA EXTENSIVA: Autor – possui vontade de ser autor (animus auctoris). O agente quer o fato como próprio; Partícipe – possui vontade de ser partícipe (animus socii). O agente deseja o fato como alheio. TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO: Autor – é quem possui o manejo dos fatos e o leva a sua realização; Partícipe – é quem simplesmente colabora, sem poderes decisórios a respeito da consumação do fato. * IV.2 – FORMAS DE AUTORIA CO-AUTORIA – CRITÉRIO DO DOMÍNIO FUNCIONAL DOS ATOS OU ATAQUE EFETIVO DA FIGURA TÍPICA. AUTORIA DIRETA E INDIRETA OU MEDIATA. AUTORIA INTELECTUAL. * AUTORIA COLATERAL, INCERTA E DESCONHECIDA. * V - PARTICIPAÇÃO V.1 - NOÇÕES GERAIS: V.2 – TEORIAS SOBRE A PARTICIPAÇÃO: TEORIA DA ACESSORIEDADE MÍNIMA: Tipicidade. Para que se possa falar em associação, basta que o autor tenha cometido uma conduta TÍPICA, não sendo necessárias a ilicitude e a culpabilidade para sua configuração. TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA: Tipicidade + antijuridicidade. A participação só é punível quando o autor tenha praticado um fato típico e antijurídico. É a teoria adotada pela maioria dos doutrinadores. * TEORIA DA ACESSORIEDADE MÁXIMA: Tipicidade + antijuridicidade + culpabilidade Somente haverá punição do partícipe quando o autor praticar uma conduta típica, ilícita e culpável. TEORIA DA HIPERACESSORIEDADE: Tipicidade + antijuridicidade + culpabilidade + punibilidade. A participação, para essa teoria, só poderá ser punida se o autor tiver praticado um fato típico, ilícito, culpável e punível. * VI – COMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS; CIRCUNSTÂNCIAS SUBJETIVAS. # Caso do infanticídio. * Há três situações possíveis. 1ª) A mãe mata o próprio filho, contando com o auxílio de terceiro: mãe é autora de infanticídio,e as elementares desse crime comunicam-se ao partícipe, que, assim, responde também por ele. Somente no caso de o terceiro desconhecer alguma elementar é que responderá por homicídio. A “circunstância” de caráter pessoal (estado puerperal) comunica-se ao participe, justamente porque não é circunstância, mas elementar. * 2ª) O terceiro mata o recém-nascido, contando com a participação da mãe: aquele comete crime de homicídio, pois foi autor da conduta principal inexistindo correspondência entre a sua ação e os elementos definidores do infanticídio, e a mãe responde por infanticídio. 3ª) Mãe e terceiro executam em co-autoria a conduta principal, matando a vítima: a mãe será autora de infanticídio, e o terceiro, por força da teoria unitária ou monísta, responderá pelo mesmo crime, nos termos expressos do art. 29,caput,do Código Penal. * VII – CONCURSO DE PESSOAS EM CRIMES OMISSIVOS E CULPOSOS CRIMES OMISSIVOS: Duas correntes – Nilo Batista: cada agente possui conduta individualizada, não havendo assim concorrência no delito. Rogério Greco e Cesar Bitencourt: possibilidade de concurso de agentes nestes delitos. CRIME CULPOSOS: Possibilidade de co-autoria e não participação.
Compartilhar