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QUESTÕES COMENTADAS DA PROVA: AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL 2009 MATERIAL GRATUITO FONTE: UnB/CESPE - MJ/DPF 2009 Cargo: Agente de Polícia Federal www.beabadoconcurso.com.br - 2 - Julgue os seguintes itens, relativos a crimes contra a pessoa e contra o patrimônio. 1 O crime de lesão corporal seguida de morte é preterdoloso, havendo dolo na conduta antecedente e culpa na conduta consequente. 2 Diferenciam-se os crimes de extorsão e estelionato, entre outros aspectos, porque no estelionato a vítima quer entregar o objeto, pois foi induzida ou mantida em erro pelo agente mediante o emprego de fraude; enquanto na extorsão a vítima despoja-se de seu patrimônio contra a sua vontade, fazendo-o por ter sofrido violência ou grave ameaça. Quanto à tipicidade, à ilicitude, à culpabilidade e à punibilidade, julgue os itens a seguir. 3 São elementos do fato típico: conduta, resultado, nexo de causalidade, tipicidade e culpabilidade, de forma que, ausente qualquer dos elementos, a conduta será atípica para o direito penal, mas poderá ser valorada pelos outros ramos do direito, podendo configurar, por exemplo, ilícito administrativo. 4 Os crimes comissivos por omissão - também chamados de crimes omissivos impróprios - são aqueles para os quais o tipo penal descreve uma ação, mas o resultado é obtido por inação. 5 Para que se configure a legítima defesa, faz-se necessário que a agressão sofrida pelo agente seja antijurídica, contrária ao ordenamento jurídico, configurando, assim, um crime. Julgue o item abaixo, acerca do concurso de pessoa e sujeito ativo e passivo da infração penal. 6 Com relação à responsabilidade penal da pessoa jurídica,tem-se adotado a teoria da dupla imputação, segundo a qual se responsabiliza não somente a pessoa jurídica, mas também a pessoa física que agiu em nome do ente coletivo, ou seja, há a possibilidade de se responsabilizar simultaneamente a pessoa física e a jurídica. A respeito dos crimes contra o patrimônio e contra a administração pública, julgue os seguintes itens. 7 A causa de aumento de pena relativa à prática do crime de furto durante o repouso noturno somente se aplica ao furto simples e não às modalidades de furto qualificado e prevalece o entendimento de que o aumento de pena só é cabível quando a subtração ocorre em casa ou em alguns de seus compartimentos e em local habitado. 8 Considere a seguinte situação hipotética. Tancredo recebeu, para si, R$ 2.000,00 entregues por Fernando, em razão da sua função pública de agente da Polícia Federal, para praticar ato legal, que lhe competia, como forma de agrado. Nessa situação, Tancredo não responderá pelo crime de corrupção passiva, o qual, para se consumar, tem como elementar do tipo a ilegalidade do ato praticado pelo funcionário público. 9 Caso um policial federal preste ajuda a um contrabandista para que este ingresse no país e concretize um contrabando, consumar-se-á o crime de facilitação de contrabando, ainda que o contrabandista não consiga ingressar no país com a mercadoria. Julgue os itens subsequentes quanto à prisão em flagrante, prova e inquérito policial. 10 Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. 11 Não se admite a acareação entre o acusado e a pessoa ofendida, considerando-se que o acusado tem o direito constitucional ao silêncio, e o ofendido não será compromissado. 12 O término do inquérito policial é caracterizado pela elaboração de um relatório e por sua juntada pela autoridade policial responsável, que não pode, nesse relatório, indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas. 13 No inquérito policial, o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. Acerca do inquérito policial, julgue os itens que se seguem. 14 O inquérito policial tem natureza judicial, visto que é um procedimento inquisitório conduzido pela polícia judiciária, com a finalidade de reunir elementos e informações necessárias à elucidação do crime. 15 Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, autoridade policial não poderá proceder a novas pesquisas se de outras provas tiver notícia, salvo com expressa autorização judicial. CONHECIMENTO ESPECÍFICO MATERIAL GRATUITO FONTE: UnB/CESPE - MJ/DPF 2009 Cargo: Agente de Polícia Federal www.beabadoconcurso.com.br - 3 - Considerando o estabelecido no Código de Processo Penal, julgue o item abaixo, a respeito da prova. 16 Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por meio de sistema de videoconferência. Julgue os itens a seguir, acerca das prisões cautelares. 17 Assemelham-se as prisões preventiva e temporária porque ambas podem ser decretadas em qualquer fase da investigação policial ou da ação penal. No entanto, a prisão preventiva pressupõe requerimento das partes, ao passo que a prisão temporária pode ser decretada de ofício pelo juiz. 18 Por completa falta de amparo legal, não se admite o flagrante forjado, que constitui, em tese, crime de abuso de poder, podendo ser penalmente responsabilizado o agente que forjou o flagrante. Julgue os itens seguintes, relativos a crimes de tortura e ambientais. 19 A prática de maus-tratos contra animais domésticos é considerada crime contra o meio ambiente, sendo a morte do animal causa especial de aumento de pena. 20 A prática do crime de tortura torna-se atípica se ocorrer em razão de discriminação religiosa, pois, sendo laico o Estado, este não pode se imiscuir em assuntos religiosos dos cidadãos. Considerando a legislação penal especial, julgue os seguintes itens. 21 Nos crimes de tráfico de substâncias entorpecentes, é isento de pena o agente que, em razão da dependência ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 22 É atípica, por falta de previsão na legislação pertinente ao assunto, a conduta do agente que simplesmente colabora, como informante, com grupo ou associação destinada ao tráfico ilícito de entorpecentes. 23 Antes da sentença, a internação do adolescente infrator poderá ser determinada pelo juiz por prazo indeterminado. 24 Segundo expressa disposição da lei pertinente ao assunto, o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. Julgue os itens subsequentes, relativos à administração pública. 25 O poder de a administração pública impor sanções a particulares não sujeitos à sua disciplina interna tem como fundamento o poder disciplinar. 26 O princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade retrata a presunção absoluta de que os atos praticados pela administração pública são verdadeiros e estão em consonância com as normas legais pertinentes. No que se refere à organização administrativada União e ao regime jurídicos dos servidores públicos civis federais, julgue os itens seguintes. 27 A empresa pública e a sociedade de economia mista podem ser estruturadas mediante a adoção de qualquer uma das formas societárias admitidas em direito. 28 O vencimento, a remuneração e o provento não podem ser objeto de penhora, exceto no caso de prestação de alimentos resultante de decisão judicial. Quanto ao regime jurídico concernente aos funcionários policiais civis da União e do Distrito Federal, bem como às sanções aplicáveis aos agentes públicos, julgue o item a seguir. 29 Frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá- lo indevidamente constitui ato de improbidade administrativa e, por consequência, impõe a aplicação da lei de improbidade e a sujeição do responsável unicamente às sanções nela previstas. Julgue o item abaixo, que trata da ordem social. 30 A Constituição Federal de 1988 (CF) não reconhece aos índios a propriedade sobre as terras por eles tradicionalmente ocupadas. Acerca dos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens seguintes, à luz da CF. 31 Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante ou à de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. 32 São privativos de brasileiro nato os cargos de ministro de Estado da Defesa, ministro de Estado da Fazenda e de oficial da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica. MATERIAL GRATUITO FONTE: UnB/CESPE - MJ/DPF 2009 Cargo: Agente de Polícia Federal www.beabadoconcurso.com.br - 4 - Com fundamento nas regras estabelecidas na CF quanto à defesa do Estado e das instituições democráticas, julgue os itens que se seguem. 33 O decreto que instituir o estado de defesa pode estabelecer restrições ao direito de reunião, ainda que exercida no seio das associações. 34 A Polícia Federal tem competência constitucional para prevenir e reprimir, com exclusividade, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho. GABARITO DEFINITIVO COMENTADO 1. COMENTÁRIO: A assertiva do item conduz a interpretação ambígua, pois leva a concluir que há mais de uma conduta. O crime preterdoloso, ou preterintencional, é um crime misto, em que há uma conduta que é dolosa, por dirigir-se a um fim típico, e que é culposa por causar outro resultado, que não era objeto do crime fundamental. No caso, diz-se que há dolo na conduta antecedente e culpa no resultado consequente. Assim, o item está incorreto. 1. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 2. COMENTÁRIO: Traçarei um breve quadro sinótico. À luz do Art. 158, CP - Extorsão - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa. No Estelionato. Art. 171, CP - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento. Interessante observar que o examinador adora cobrar em prova o momento consumativo desses delitos, vejamos: Na extorsão, em regra, o delito se consuma, independentemente, da obtenção da vantagem econômica indevida (SÚ 96 do STJ). No estelionato, a consumação ocorrerá, com o efetivo recebimento da vantagem econômica indevida. 2. GABARITO DEFINITIVO: Certo. 3.COMENTÁRIO: O item está errado, pois a culpabilidade não é elemento do fato típico, mas sim elemento do crime (para a teoria tripartite) ou pressuposto de aplicação da pena (para a teoria bipartida do crime). 3. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 4. COMENTÁRIO: Os crimes omissivos impróprios são crimes comissivos praticados mediante uma omissão. Um exemplo: quem deixa de alimentar uma criança, e causa-lhe a morte, pratica um homicídio por omissão. O tipo penal descreve uma ação, mas o resultado é obtido por uma inação. 4. GABARITO DEFINITIVO: Certo. 5. COMENTÁRIO: Um tema muito abordado pela banca CESPE em provas. O art. 25, CP preceitua: “Encontra-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”.Assim, para que se configure a legítima defesa, é necessário que a agressão seja injusta, mas não se faz necessário que configure crime, como por exemplo, cabe legítima defesa da posse (art.1.210, §1º do novo Cód. Civil). 5. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 6. COMENTÁRIO: O STF sedimentou o entendimento na Teoria da Dupla Imputação Objetiva, punição possível nos delitos ambientais (art. 3º da lei 9.605/98), que consiste simplesmente na responsabilização criminal não apenas da pessoa jurídica, mas também do indivíduo, pessoa física que agiu em nome do ente coletivo. É que a possibilidade de responsabilizar simultaneamente o ente coletivo e a pessoa física. 6. GABARITO DEFINITIVO: Certo. 7. COMENTÁRIO: Prevalece o entendimento, na doutrina e no STJ, de que a causa de aumento somente se aplica ao furto simples, conforme descrito no CP. No entanto, é polêmica a segunda parte da assertiva, no sentido de que o aumento de MATERIAL GRATUITO FONTE: UnB/CESPE - MJ/DPF 2009 Cargo: Agente de Polícia Federal www.beabadoconcurso.com.br - 5 - pena só é cabível quando a subtração ocorre em casa ou em alguns de seus compartimentos e em local habitado. Para alguns doutrinadores, é irrelevante que o crime se dê em casa habitada ou desabitada, que ocorra durante o repouso dos moradores ou não, sendo suficiente que a subtração se dê em período noturno. O que torna o item incorreto é seguinte expressão: “prevalece o entendimento de que o aumento de pena só é cabível”(...). 7. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 8. COMENTÁRIO: O item está errado, pois há o crime ainda que a vantagem indevida seja entregue ao funcionário para a prática de ato legal, pois a tipificação do crime visa resguardar a probidade administrativa. O tipo previsto no art. 317 não tem como elementar a ilegalidade do ato. Corrupção passiva - Art. 317, CP - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem 8. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 9. COMENTÁRIO: O delito de facilitação de contrabando ou descaminho, consoante a doutrina tradicional, se consuma com a ajuda prestada ao contrabandista, ainda que este não consiga ingressar ou sair do País com a mercadoria. Art. 318, CP - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334 CP). 9. GABARITO DEFINITIVO: Certo. 10. COMENTÁRIO: Não se admite o flagrante preparado, o qual torna o crime impossível, e por isso, não haverá crime, nos termos da Súmula 145 do STF, nos seguintes termos: “Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.” 10. GABARITO DEFINITIVO: Certo. 11. COMENTÁRIO: O item está errado, pois o CPP expressamente prevê essa possibilidade. Art. 229, CP. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entreacusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. 11. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 12. COMENTÁRIO: O tema tem sido cada vez mais abordado em prova. O item está errado, pois assim dispõe o CPP, Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. § 1º - A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. § 2º - No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. 12. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 13. COMENTÁRIO: O examinador da banca cobrou a lei seca, não oferecendo dificuldade alguma ao candidato, com isso, o item está certo, conforme prescreve o CPP, Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 13. GABARITO DEFINITIVO: Certo. 14. COMENTÁRIO: O inquérito não possui natureza judicial, considerando que a polícia judiciária não faz parte do poder judiciário. O inquérito possui natureza administrativa. 14. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 15. COMENTÁRIO: Segundo dispõe o CPP, Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. MATERIAL GRATUITO FONTE: UnB/CESPE - MJ/DPF 2009 Cargo: Agente de Polícia Federal www.beabadoconcurso.com.br - 6 - 15. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 16. COMENTÁRIO: O CESPE valora muito temas atuais, mudanças recentes, não foi à toa que a banca abordou logo em prova as mudanças preceituadas no CPP, em seu art. 185, § 2º - Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades. 16. GABARITO DEFINITIVO: Certo. 17. COMENTÁRIO: Conforme a redação legal: “Só cabe prisão temporária durante o curso do inquérito policial e não durante a ação penal, conforme a Lei nº 7.960/1989, Art. 1° - Caberá prisão temporária: I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial.”Além disso, a prisão preventiva pode ser decretada de ofício e, ao contrário, a temporária não. Lei nº 7.960/1989, Art. 2° - A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Assim, o recurso não merece provimento. 17. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 18. COMENTÁRIO: No mesmo sentido: AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo Penal. São Paulo: Método, 2008, p. 229: “Flagrante forjado é aquele no qual o fato típico não foi praticado, sendo simulado pela autoridade ou pelo particular com o objetivo direto de incriminar falsamente alguém. Caracteriza-se pela absoluta ilegalidade e sujeita o responsável a responder criminalmente por essa conduta”. 18. GABARITO DEFINITIVO: Certo. 19. COMENTÁRIO: Para todos os efeitos, o objeto material do tipo penal do art. 32 da Lei n.º 9.605/1998 (lei de crimes ambientais) seria o animal silvestre (selvagem), podendo este ser doméstico (criado dentro de casa desde pequeno), domesticado (amansado, domado), nativo (oriundo da fauna brasileira) ou exótico (oriundo da fauna estrangeira). Todavia, houve dúvida quanto à interpretação de “domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos” como apostos explicativos, razão suficiente para tornar a questão errada, pela anfibologia. 19. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 20. COMENTÁRIO: A Lei nº 9.455/1997 prevê expressamente o crime de tortura em tal situação. Art. 1º Constitui crime de tortura: I- constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; c) em razão de discriminação racial ou religiosa. Como o exposto acima, a tortura religiosa é punida sim pelo ordenamento penal pátrio. 20. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 21. COMENTÁRIO: Conforme a redação da lei que rege a matéria, Lei nº 11.343, Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da Dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que Tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 21. GABARITO DEFINITIVO: Certo. 22. COMENTÁRIO: A questão traz a lei seca, observe - Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34. Dessa forma, por expressão previsão legal, MATERIAL GRATUITO FONTE: UnB/CESPE - MJ/DPF 2009 Cargo: Agente de Polícia Federal www.beabadoconcurso.com.br - 7 - há sim a punição do informante pela lei 11.343/06, o que ocorre é que na lei antiga (6.368/76), não existia essa tipificação. 22. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 23. COMENTÁRIO: O item está em desacordo com a letra do ECA. Observa-se que o enunciado deixa claro que se trata de internação antes da sentença. Lei nº 8.069/1990 - Art. 108 - A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. 23. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 24. COMENTÁRIO: Conforme a Lei nº 10.826/2003 - Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. Art. 14 - Parágrafo único - O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. A banca CESPE/UnB indeferiu, na época, os recursos contra essa questão mal feita. Data máxima vênia discordar da banca, porquanto o STF já declarou a inconstitucionalidade desse dispositivo, fazendo-o perder a eficácia na orbita penal. (Vide Adin 3.112-1) 24. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 25. COMENTÁRIO: Tema muito abordado pelo CESPE/UnB em provas de concurso público, vejamos o que a doutrina moderna traz: “o poder de a Administração Pública impor sanções a particulares não sujeitos à sua disciplina decorre do PODER DE POLÍCIA, não do poder disciplinar”. A doutrina ressalta tal aspecto, conforme se extrai da lição de Maria Sylvia Z. Di Pietro, 22. ed., p. 93, que, ao discorrer sobre o poder disciplinar, destaca: "Não abrange as sanções impostas a particulares não sujeitos à disciplina interna da Administração, porque, nesse caso, as medidas punitivas encontram seu fundamento no poder de polícia do Estado." 25. GABARITO DEFINITIVO: Errado.26. COMENTÁRIO: Outra temática muito cobrada. O princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade retrata a presunção RELATIVA de que os atos praticados pela Administração Pública são verdadeiros, e não a presunção absoluta. A doutrina destaca tal aspecto, conforme se depreende da lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito Administrativo, 22.ed., p. 68, que, ao discorrer sobre o tema, menciona:"Trata-se de presunção relativa (juris tantum) que, como tal, admite prova em contrário. O efeito de tal presunção é o de inverter o ônus da prova." 26. GABARITO DEFINITIVO: Certo. 27. COMENTÁRIO: Casca de banana batida em prova. A empresa pública pode ser estruturada mediante a adoção de qualquer das formas admitidas em direito. Porém, a sociedade de economia mista somente pode ser estruturada sob a forma de sociedade anônima. (Maria Di Pietro. Direito Administrativo. 22.ed., p. 449). 27. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 28.COMENTÁRIO: A assertiva retrata expressamente o disposto no art. 48 da Lei n.º 8.112/1990, segundo o qual "Art. 48 - O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial." 28. GABARITO DEFINITIVO: Certo. 29. COMENTÁRIO: A incorreção do item não está na incidência da conduta na lei de improbidade, mas na afirmação de que a conduta sujeita o responsável unicamente às sanções nela previstas, isso porque a incidência da lei de improbidade em relação à conduta do agente não exclui as sanções de natureza penal, cível ou administrativa, previstas em legislação específica. É o que se extrai do art. 12 da Lei n.º 8.459/199, em seu rol exemplificativo (numerus apertus). 29. GABARITO DEFINITIVO: Errado. MATERIAL GRATUITO FONTE: UnB/CESPE - MJ/DPF 2009 Cargo: Agente de Polícia Federal www.beabadoconcurso.com.br - 8 - 30. COMENTÁRIO: A Constituição Federal não confere aos índios a PROPRIEDADE sobre as terras por eles tradicionalmente ocupadas, apenas a posse permanente. A propriedade é da União. Os institutos são distintos. A Constituição Federal em nenhum momento assegura a propriedade das terras aos índios, conforme se verifica do disposto no art. 231 da CF. A doutrina, ao discorrer sobre os índios, ressalta tal aspecto, conforme se depreende da lição de Alexandre de Moraes, 24.ª ed., p. 853: "Definição: terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para as suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições; propriedade: são bens da União (CF, art. 20, XI). "O item tem previsão no edital, pois consta expressamente a cobrança de conhecimento quanto ao tópico ÍNDIO. A doutrina, ao tratar do tema (índio), aborda a distinção entre a propriedade e a posse das terras indígenas, o que evidencia a incidência da matéria no aludido tópico. Aliás, a própria citação da lição de Alexandre de Moraes já atesta tal afirmação, pois a questão foi tratada item pertinente aos ÍNDIOS. 30. GABARITO DEFINITIVO: Certo. 31. COMENTÁRIO: O enunciado do item foi expresso ao exigir do candidato o julgamento do item "À LUZ DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL". Ora, de acordo com a Constituição Federal, "LXXII - conceder-se-á "habeas- data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público". Portanto, a Constituição Federal não faz referência à utilização do instituto para obtenção de informações relativas a terceiros. A doutrina destaca o caráter personalíssimo do habeas data, conforme se extrai da lição de Alexandre de Moraes, Direito Administrativo, 24.ed., p. 145: "Através do habeas data SÓ podem pleitear informações relativas ao próprio impetrante, nunca de terceiros. O caráter personalíssimo dessa ação constitucional deriva da própria amplitude do direito defendido, pois o direito de saber os próprios dados e registros constantes nas entidades governamentais ou de caráter público compreende o direito de que esses dados não sejam devassados ou difundidos a terceiros." (destaques não originais). A decisão judicial mencionada retrata hipótese excepcionalíssima, na qual se autorizou a cônjuge a obtenção de informações de seu cônjuge falecido. A própria decisão faz referência à ausência de previsão da hipótese na Constituição Federal. Assim, não há que se falar que a Constituição Federal autoriza a utilização do habeas data para obtenção de informações de terceiros, sob pena de desconstituir a própria essência do instituto de se violar outros princípios insertos na Carta da República. A decisão judicial invocada, portanto, é indiferente para a questão, que, como dito, em seu enunciado exigiu o julgamento do item à luz da Constituição Federal. 31. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 32. COMENTÁRIO: A assertiva está errada justamente porque o cargo de ministro de Estado da Fazenda não é privativos de brasileiro nato, por não constar no rol taxativo do art. 12, §3º da CF, o certo seria de ministro de Estado de Defesa. A doutrina ressalta a taxatividade do referido rol, conforme se extrai da lição de Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, 24.ed., p. 221: "A enumeração do texto é taxativa, não permitindo qualquer ampliação, por meio de legislação ordinária." 32. GABARITO DEFINITIVO: Errado. 33. COMENTÁRIO: A questão é muito fácil elucidação, pois é cópia e cola da lei. CF, 136, § 1º -O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações. 33. GABARITO DEFINITIVO: Correto. 34. COMENTÁRIO: Conforme preceitua o art. 144, § 1º, II, da Constituição Federal, referida atuação não exclui a competência de outros órgãos e tampouco a atuação fazendária. A Constituição Federal, portanto, ao se referir à competência da polícia federal para prevenir e reprimir o tráfico ilícito de MATERIAL GRATUITO FONTE: UnB/CESPE - MJ/DPF 2009 Cargo: Agente de Polícia Federal www.beabadoconcurso.com.br - 9 - entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, não menciona o caráter de exclusividade, mas ressalva, expressamente, a atuação de outros órgãos públicos e a ação fazendária. A doutrina destaca tal aspecto, conforme se extrai da lição de Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, 24. ed., p. 805. 34. GABARITO DEFINITIVO: Errado. TREINAMENTO DIFÍCIL, COMBATE FÁCIL Prof.: Alison Rocha
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