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Mecânica dos Fluidos 1 Capítulo 2 Luis Fernando Azevedo Laboratório de Engenharia de Fluidos DEM/PUC-Rio A hipótese do meio contínuo • Uma teoria completa para o movimento de fluidos deveria levar em consideração a estrutura molecular do fluido. • A formulação das equações básicas para o movimento de cada molécula produziria um número muito grande de equações, tornando a solução do problema impraticável. • Para condições normais de temperatura de pressão, existe uma formulação simplificada que produz excelentes resultados: modelo de fluido como um meio contínuo A hipótese do meio contínuo • neste modelo assume-se que: o fluido é um meio contínuo, no qual qualquer propriedade local do fluido permanece inalterada, não importando o tamanho da amostra examinada. • Considere, por exemplo, a propriedade massa específica, ρ, definida como, ∀∆∆→∀∆ ≡ Mlim 0 ρ A hipótese do meio contínuo • A hipótese do contínuo falha quando ∆∀ é da ordem do caminho livre médio entre colisões moleculares • Uma idéia de ordem de grandeza destes volumes: – considere um pequeno volume de gás nas CNTP de 10-6 cm3 (cubo de 0,1 x 0,1 x 0,1mm). – este volume é da ordem dos menores sensores disponíveis em laboratório – Este volume contém cerca de 1016 moléculas, o que possibilita a utilização da hipótese do contínuo A hipótese do meio contínuo • Algumas situações onde espera-se que a hipótese do meio contínuo falhe: – movimento de materiais particulados em suspensão no ar (aerossóis) – determinação da força de arrasto sobre satélites em órbita – número de Knudsen escoamentodoticacaracterísensãodim colisõesentremédiolivrehominca L Kn == λ A hipótese do meio contínuo • Quando utilizamos a hipótese do meio contínuo – Qualquer propriedade é definida em todo espaço – Não há vazios no fluido – As propriedades podem ser representadas por funções contínuas do espaço e do tempo – Um ponto no escoamento passa a ser uma região muito pequena no escoamento, porém grande o suficiente para não violar a hipótese do meio contínuo Conceito de campo • Podemos descrever as propriedades do escoamento em termos do conceito de campo e utilizar todo o ferramental matemático existente • Seja o vetor posição e t o tempo, é um campo descrevendo o valor de uma dada propriedade – Coordenadas cartesianas, xr )t,x(f r kˆzjˆyiˆxx ++=r )t,,,r(f)t,z,,r(f)t,z,y,x(f φθθ == Exemplos de alguns campos de interesse • Campos escalares – Massa específica, – Temperatura, – Pressão, • Campos vetoriais – Velocidade, – Aceleração, – Força, • Campos tensoriais – Tensão, – Gradiente de velocidade, – Taxa de deformação, )t,x( rρ )t,x(T r )t,x(p r )t,x(V r r )t,x(a rr )t,x(T r )t,x(V r rv∇ )t,x(F r r )t,x(D r O campo de velocidade: casos particulares • De uma maneira geral, o campo de velocidade é tri- dimensional e dependente do tempo, )t,x(V r r escoamento transiente, tri-dimensional • No caso de não haver dependência do tempo, tem-se o escoamento em regime permanente, )x(V r r escoamento permanente, tri-dimensional • O escoamento é uni, bi ou tri-dimensional, dependendo do número de coordenadas espaciais necesárias para descrevê-lo, O campo de velocidade: casos particulares • escoamento 1-D, zzrr eˆVeˆVeˆV)z,,r(V ++= θθθ r zz eˆ)r(V)r(V = r • escoamento 2-D, jˆ)y,x(viˆ)y,x(u)y,x(V +=r kˆ)z,y,x(wjˆ)z.y,x(viˆ)z,y,x(u)z,y,x(V ++=r Trajetória, linha de corrente e linha de tinta São linhas que auxiliam a visualização e interpretação do escoamento, • Trajetória: é a curva que descreve o caminho percorrido por uma partícula de fluido ao longo do tempo Para torná-la visível no laboratório, é necessário “marcar” uma determinada partícula e acompanhar seu movimento através de múltiplas fotografias A equação da trajetória pode ser obtida pela solução simultânea das 3 equações diferenciais representadas por: )t,x(V dt xd rrr = com condições iniciais: 00 == temxx rr • Linha de corrente: são curvas, passando por um dado ponto no espaço, que, para um dado instante de tempo fixo, são tangentes ao vetor velocidade em todos os pontos Imagine um escoamento no plano xy θ v u V r x y linha de corrente dx dy u vtan ==θ w dz v dy u dx,assim == Obs: 1) não há fluxo de massa através de uma linha de corrente 2) linhas de corrente não se cruzam • Linha de tinta (linha de emissão) Suponha que injetamos um corante continuamente em um ponto do escoamento com coordenadas , começando em t = T1 e observamos a linha de corante em um tempo posterior t= T2>T1 A linha de tinta é a curva formada por todas as partículas de fluido que no intervalo T1< t < T2 passaram por Em regime permanente, trajetória, linha de corrente e linha de tinta coincidem 1x r 1x r Campo de Tensão As forças que agem em um elemento de fluido podem ser de dois tipos: - Forças de corpo (ou de campo): forças devido à ação de campos que agem igualmente em todo o elemento à distância. Por exemplo, forças devido à ação do campo gravitacional, campos eletromagnéticos d∀, elemento de volume aceleração local da gravidade ∀= dgFd B r r ρ massa específica BFd r Campo de Tensão - Forças de superfície: forças devido ao contato do elemento com o material que o envolve. Esta força pode existir na fronteira com uma superfície sólida, ou quando se separa um elemento de fluido para estudo. força por unidade de área ∀d ∀dgρ )t,nˆ,r(tn rrnˆdA Princípio de Cauchy das tensões: em torno de qualquer superfície imaginária no material existe uma distribuição do vetor cuja resultante e momento são equivalents àquelas causadas pelo material que envolve a superfície. )nˆ(t r Campo de Tensão Pode-se mostrar que o elemento de fluido está em equilíbrio estático sob a ação das forças de superfície, mesmo quando em movimento nˆ )nˆ(t r )nˆ(t −r nˆ− dA )nˆ(t)nˆ(tdA)nˆ(tdA)nˆ(t −−=∴−−= rrrr x )nˆ(t r nˆ y z a b c o dA face normal área força/área abc nˆ dA )nˆ(t r oac jˆ− dAjˆnˆ ⋅ )jˆ(t −r obc iˆ− dAiˆnˆ ⋅ )iˆ(t −r oab kˆ− dAkˆnˆ ⋅ )kˆ(t −r Para termos equilíbrio estático, x )nˆ(t r nˆ y z a b c o dA face normal área força/área abc nˆ dA )nˆ(t r oac jˆ− dAjˆnˆ ⋅ )jˆ(t −r obc iˆ− dAiˆnˆ ⋅ )iˆ(t −r oab kˆ− dAkˆnˆ ⋅ )kˆ(t −r [ ])kˆ(tkˆ)jˆ(tjˆ)iˆ(tiˆnˆ)nˆ(t )iˆnˆ)(iˆ(t)kˆnˆ)(kˆ(t)jˆnˆ)(jˆ(t)nˆ(t )nˆ(t)nˆ(t,usando )dAkˆnˆ)(kˆ(t)dAiˆnˆ)(iˆ(t)dAjˆnˆ)(jˆ(tdA)nˆ(t rrrr rrrr rr rrr ++⋅= ⋅+⋅+⋅= −−= =⋅−+⋅−+⋅−+ 0 [ ])kˆ(tkˆ)jˆ(tjˆ)iˆ(tiˆnˆ)nˆ(t rrrr ++⋅= tensõesdastensoroéTTnˆ)nˆ(t ⋅=r ,direçõesnasscomponentedostermosemescrevendoe ,kˆejˆ,iˆscoordenadoeixosdosdireçãonanˆPara 3 3 [ ] [ ] [ ])iˆ(tkˆkˆ)iˆ(tjˆjˆ)iˆ(tiˆiˆ)iˆ(t rrrr ⋅+⋅+⋅= [ ] [ ] [ ])jˆ(tkˆkˆ)jˆ(tjˆjˆ)jˆ(tiˆiˆ)jˆ(t rrrr ⋅+⋅+⋅= [ ] [ ] [ ])kˆ(tkˆkˆ)kˆ(tjˆjˆ)kˆ(tiˆiˆ)kˆ(t rrrr ⋅+⋅+⋅= )kˆ(tkˆ)jˆ(tjˆ)iˆ(tiˆT rrr ++= [ ] [ ] [ ]+⋅+⋅+⋅= )iˆ(tkˆkˆiˆ)iˆ(tjˆjˆiˆ)iˆ(tiˆiˆiˆT rrr [ ] [ ] [ ]+⋅+⋅+⋅+ )jˆ(tkˆkˆjˆ)jˆ(tjˆjˆjˆ)jˆ(tiˆiˆjˆ rrr [ ] [ ] [ ])kˆ(tkˆkˆkˆ)kˆ(tjˆjˆkˆ)kˆ(tiˆiˆkˆ rrr ⋅+⋅+⋅+ [ ] ⎥⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢⎢ ⎢ ⎣ ⎡ ⋅⋅⋅ ⋅⋅⋅ ⋅⋅⋅ = )kˆ(tkˆ)kˆ(tjˆ)kˆ(tiˆ )jˆ(tkˆ)jˆ(tjˆ)jˆ(tiˆ )iˆ(tkˆ)iˆ(tjˆ)iˆ(tiˆ T éTdematrizaolog rrr rrr rrr [ ] ⎥⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢⎢ ⎢ ⎣ ⎡ ⋅⋅⋅ ⋅⋅⋅ ⋅⋅⋅ = )kˆ(tkˆ)kˆ(tjˆ)kˆ(tiˆ )jˆ(tkˆ)jˆ(tjˆ)jˆ(tiˆ )iˆ(tkˆ)iˆ(tjˆ)iˆ(tiˆ T rrr rrr rrr zzzyzx yzyyyx xzxyxx kˆkˆjˆkˆiˆkˆ kˆjˆjˆjˆiˆjˆ kˆiˆjˆiˆiˆiˆT ,usualnotação σττ τστ ττσ +++ ++++ +++= [ ] ⎥⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢⎢ ⎢ ⎣ ⎡ ⋅⋅⋅ ⋅⋅⋅ ⋅⋅⋅ =)kˆ(tkˆ)kˆ(tjˆ)kˆ(tiˆ )jˆ(tkˆ)jˆ(tjˆ)jˆ(tiˆ )iˆ(tkˆ)iˆ(tjˆ)iˆ(tiˆ T rrr rrr rrr [ ] ⎥⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢⎢ ⎢ ⎣ ⎡ = zzzyzx yzyyyx xzxyxx T σττ τστ ττσ ou seja, na notação xyxx ,τσ , etc, o primeiro índice indica a face do cubo onde a tensão atua, o segundo índice indica a direção da tensão xxσ xyτ xzτ zzσ zxτ zyτ yyσ yxτ yzτ xxσ xyτ xzτ x y z [ ] ⎥⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢⎢ ⎢ ⎣ ⎡ = zzzyzx yzyyyx xzxyxx T σττ τστ ττσ Os planos são considerados positivos de acordo com a sua normal Convenção de sinais para a tensão: Tensão positiva quando seu sentido e o plano onde atua são ambos positivos ou ambos negativos nˆ τ + τ nˆ É importante conhecermos a relação entre a tensão aplicada e a taxa de deformação produzida no fluido. Considere o elemento de fluido entre 2 placas paralelas infinitas Força dFx Velocidade du dy N O y x M M’ P P’ dL dx dα elemento de fluido em t+dt elemento de fluido em t Força dFx Velocidade du dy N O y x M M’ P P’ dL dx dα elemento de fluido em t+dt elemento de fluido em t y x yx dA dF=τA tensão cisalhante aplicada é: dt dαDurante o intervalo de tempo dt, o elemento é deformado de MNOP para M’NOP’. A taxa de deformação do fluido é dada por: dtdudL ⋅= αα d)dtan( ≈)dtan(dydL α⋅= αddydL ⋅=Da figura, dy du dt d =ααddydtdu ⋅=⋅ Qual a relação entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação? Hipótese: Fluido Newtoniano: taxa de deformação é linearmente proporcional à tensão cisalhante. ensionaldimuniescoamentopara, dy du yx −= µτ µ : viscosidade dinâmica ou viscosidade absoluta [ ] [ ] ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ⋅=⋅=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ⋅= sm kgsPa m sN 2µUnidade SI: scm g:cpcentiPoise ⋅ −210scm g:Poise ⋅1Outra unidade: A viscosidadee varia com a temperatura e com a pressão ↑↓ Tµ Forças intermoleculares de curto alcanceLíquidos: ↑↑ TµGases: Troca de quantidade de movimento entre moléculas em regiões adjacentes É comum no estudo de mecânica dos fluidos aparecer a razão: ρ µυ = Viscosidade cinemática: [ ] SIno s m2=ν Outra unidade: s cm:cStStokescenti 2 210− s cm:Stokes 2 1 Mecânica dos Fluidos 1Capítulo 2 A hipótese do meio contínuo A hipótese do meio contínuo A hipótese do meio contínuo A hipótese do meio contínuo A hipótese do meio contínuo Conceito de campo Exemplos de alguns campos de interesse O campo de velocidade: casos particulares O campo de velocidade: casos particulares Trajetória, linha de corrente e linha de tinta Campo de Tensão Campo de Tensão Campo de Tensão Os planos são considerados positivos de acordo com a sua normalConvenção de sinais para a tensão:Tensão positiva quando se
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