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a importancia da leitura na educacao infantil

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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA EDUCAÇAO INFANTIL: 
UM ESTUDO TEÓRICO 
 
Autora: Kesia Coelho1 
Orientadora: Mirian Almeida Machado2 
 
Resumo: O desenvolvimento da leitura deve ser estimulado desde a sua mais tenra idade. A 
participação da família é de suma importância neste processo, para que a criança crie o hábito de leitura. 
Quando esse contato inicial com o mundo da leitura não acontece no seio familiar, fica para a escola a 
incumbência e iniciar esse trabalho. Na escola, espaço da educação formal, que tem a competência de 
educar para a boa interpretação, compreensão e aderência ao mundo da leitura. O gosto pelo ler, é 
debatido abertamente, nas faculdades. A importância e necessidade de leitura são evidenciadas por 
grande número de estudiosos da educação e foco de estudo pelos acadêmicos. Nesse contexto, o objetivo 
deste artigo é identificar a importância da leitura, desde a Educação Infantil. Mostra-se uma breve 
percepção histórica da leitura, e como a leitura pode influenciar na vida da criança, e o professor como 
incentivador deste processo. Assim, utilizou-se do método dedutivo, de forma a localizar por meio de 
levantamento bibliográfico, respostas aos questionamentos, bem como o estudo de material teórico 
realizado por meio de livros impressos e artigos científicos da internet. 
 
Palavras chaves: Ensino e Aprendizagem. Hábito de ler. Incentivo a Leitura. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Esta pesquisa representa o esforço de adquirir conhecimento sobre a importância da 
leitura, sua função e seu apoderamento de informações complementares. Ler concerne, 
portanto, em apropriar-se de forma consentida do conhecimento do outro de maneira que possa 
produzir sua própria concepção do assunto tratado. Numa visão pedagógica, a leitura contribui 
para que o aluno possa desenvolver suas habilidades cognitivas. 
Muitas são as necessidades de superar a dificuldade de se manter um olhar crítico e 
produzir análise sobre a importância da leitura desde os primórdios da civilização. O ensino da 
leitura requer habilidades e competências que os anos de vida escolar tende a contribuir com o 
aluno no desenvolvimento educacional. O professor, neste caso entra como interventor no ato 
de motivar e levar o estudante ao hábito do ler e, de preferência com prazer. 
O objetivo deste estudo é de identificar a importância da leitura, com ênfase na 
Educação Infantil, de forma que esta contribua no diálogo entre a teoria e a prática. O contexto 
mostra o quanto o hábito de ler ajuda na formação psicológica, cognitiva e psicomotora daquele 
que a pratica. A leitura por sua vez proporciona a criança viajar pelo mundo do faz de conta, 
 
1 Autora, Acadêmica do 8º Período de Pedagogia da Faculdade de Pimenta Bueno – FAP, 2015. 
kesiafloribella@gmail.com 
2 Orientadora, Pedagoga, especialista em Alfabetização e Letramento, professora no curso de Pedagogia na 
Faculdade de Pimenta Bueno – FAP, 2015. mial_almeida@hotmail.com 
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pois o universo infantil é cheio de ludicidade e por meio desta prática professor e alunos se 
integram para que o processo de ensino e aprendizagem aconteça satisfatoriamente. 
 
2. BREVE PERCEPÇÃO HISTÓRICA DA LEITURA 
 
A prática da leitura advém dos primórdios da civilização, quando o homem busca por 
compreender os sinais por meio de uma leitura interpretativa em face das anotações de seus 
antepassados. O aprimorar deu-se com o surgimento da escrita formal, em que a sociedade 
passa a buscar por normatizar as informações a serem disseminadas. Por consequência das 
distâncias que os homens passaram a produzir no tempo, surgem às cartas e outros mecanismos 
escritos para se comunicarem. 
A observação de Bajard (1994, p. 16), de que “[...] a invenção da escrita ocorreu não 
para duplicar o oral, mas pra completá-lo”, nos ajuda a compreender que a leitura tem, de fato, 
a função de informar, de apresentar um tema, um assunto que complete o leitor. Numa 
perspectiva de assimilação da amplitude de mundo, num todo. Com a leitura, ao longo dos 
tempos, tem sido transmitido, de geração a geração, a imagem em codificação escrita do mundo, 
dos sentimentos humanos. 
A evolução humana passa, necessariamente pelo crivo da leitura, seja ela da escrita tal 
qual conhecemos hoje, ou das imagens gravadas pelos nossos ancestrais. Neste sentido, 
estudiosos apresentam pesquisas que revelam necessidade de compreensão dos símbolos e a 
mitigação de técnicas de ensino e aprendizagem. No contexto, citamos Kilian e Cardoso (2012, 
p. 2) os quais relatam que, 
 
Segundo relatos históricos e arqueológicos, foi na Babilônia onde tudo começou. 
Hoje, dessa cidade só restam ruínas na região Mesopotâmica do Egito. Seu povo foi 
o precursor de muitos avanços da civilização como, por exemplo, agricultura, 
arquitetura, comércio, astronomia, direito, escrita. Nesse local, surgiram as primeiras 
inscrições do que viria a consumar o nascimento de uma prática revolucionária - a 
leitura. 
 
No contexto, se percebe o nascimento do ler pela necessidade evolutiva do próprio 
homem, uma vez que os símbolos precisavam ser decodificados e compreendidos. 
Considerando que a história mostra a leitura de figuras em paredes de caverna e em outros 
artefatos pré-históricos, o que consideramos o momento do simbolismo. A leitura, então, se 
torna uma necessidade para a sobrevivência, do ser humano. O que foi ao longo dos anos se 
aperfeiçoando e ficando cada vez mais necessário. 
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Segundo DeNipoti (1996, p. 82) “Foi em virtude do cristianismo que, durante a Idade 
Média, as técnicas pedagógicas de ensino da leitura se multiplicaram. A história da leitura nesse 
período é possibilitada pelo que remanesceu dessas técnicas”. Técnicas estas que o homem foi 
aprimorando ao longo de sua história. No contexto, é importante considerar que a leitura é uma 
arte que vai passando de geração a geração. Num contexto, que vai além do saber físico, parte 
para conhecer o mundo e compreender a vida pelos olhos de quem escreveu. 
Nestas circunstâncias, vale ressaltar que a necessidade do ser humano em alcançar novos 
horizontes, o levou a encurtar espaços, isto não ficou só nas navegações e viagens físicas, o 
abstrato também levou a encurtar distâncias. A leitura serve de fonte de informação e aquisição 
da mesma. O processo de leitura configura o sentimento de liberdade de vir e ir, de escolhas. 
Neste sentido, Fonseca (2013, p. 92) destaca que “[...] a história da leitura tem sido um 
dos mais instigantes objetos de estudo das últimas décadas por dar voz a personagens até então 
silenciadas nas análises que focavam o texto e não os usos e interpretações dos textos”. Ao 
escrever o autor coloca sentimentos em palavras e leva o leitor a acompanhar suas ideias pela 
imaginação. 
Em análise a história da leitura Fonseca (2013, p. 92) explica que, 
Os antigos leitores, muitas vezes obscurecidos nas pesquisas seriais e quantitativas, 
ao ganharem destaque nos estudos históricos mostraram que havia uma grande 
distância entre o prescrito e o vivido, entre o leitor idealizado e o leitor real, entre a 
interpretação considerada correta pelo autor e/ou editor e a compreensão adquirida 
no ato da leitura. 
 
Entretanto, mesmo não sendo aqui o objeto de estudo interpretar o que era real ou 
fantasioso, ou mesmo, “sem sentido”. Consideramos que as fases da história da leitura estão 
motivadas ao hábito de ler, de viajar com o autor de um livro, de uma revista, compreender as 
informações de um jornal, de rótulos de remédios e etc. O fato é que a escrita e sua interpretação 
tem força de grande magnitude, levando as mais variadas interpretações, a qual pode não sera 
intenção do autor. 
Segundo Pinheiro e Alves (2012, p. 2449), a leitura, “apresenta uma natureza política e 
ideológica, sendo capaz, em alguns casos, de moldar o indivíduo a agir de acordo com 
determinado modo de ver o mundo”. Isto pode ser observado, por exemplo, nos manifestos 
publicados nas décadas revolucionárias de 1950 a 1970, tanto quanto, em panfletos religiosos 
disponíveis no século XXI e as propagandas eleitoreiras em ano de votações. 
Neste contexto, é de se considerar Alves (2012, p. 2449), que de uma forma específica 
explica que “[...] a leitura é uma arma que pode ser utilizada para dominar, com o pretexto de 
que se está possibilitando acesso à informação, muitas vezes, para justificar e/ou disfarçar ideias 
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autoritárias”. 
No entanto, Zilberman (1999, p. 5) ressalva que, 
[...] a leitura não constitui tão-somente uma idéia, com a força de um ideal. Ela 
contém também uma configuração mais concreta, assumindo contornos de imagem, 
formada por modos de representação característicos, expressões próprias e atitudes 
peculiares. A ela pertencem gestos, como o de segurar o livro, sentar e escrever, 
inclinar-se, colocar os olhos. Faz parte igualmente dessa representação a alusão a 
resultados práticos, mensuráveis em comportamentos progressistas. 
 
O percurso da leitura leva há um enorme aparato teórico. Cabe aqui destacar Kilian e 
Cardoso (2012, p. 2), pois enfatizam que “Inicialmente, cumpria seu papel por meio da 
oralidade; após, houve a invenção da leitura silenciosa na Grécia Antiga; e, hoje, articula-se 
com os mais variados processos de circulação, especialmente, com a mídia eletrônica”. No 
Brasil, a leitura surgiu com os portugueses. Segundo Chartier (1999) e Schwarcz (2010), a 
primeira biblioteca instituída no Brasil foi aos primórdios do século XIX, através da família 
real. Hoje a Biblioteca Nacional tem o maior acervo de livros de todo território brasileiro. 
 
3. A LEITURA E SUA FUNÇÃO 
 
A leitura serve ao propósito de levar o indivíduo a descobrir novos mundos, a interpretar 
a escrita de forma sistematizada e conclusa. A leitura é essencial para a inserção do ser humano 
na sociedade, o incentivo a leitura começa muito cedo na infância, onde a criança começa a 
descobrir o mundo da imaginação e descobertas. O indivíduo que não busca por compreender 
a escrita, se fecha e se torna prisioneiro em si. Entretanto, a leitura é libertadora, a partir do 
momento que a mesma passa a ser realizada de maneira reflexiva. 
Bamberger (2002, p. 32) explica que “A leitura impulsiona o uso e o treino de aptidões 
intelectuais e espirituais, como fantasia, o pensamento, à vontade, a simpatia, a capacidade de 
identificar etc.”. Difere, naturalmente, a situação de interpretação temporária, ou seja, de 
identificação das letras sem assimilação. Vale destacar que o indivíduo tem habilidade de abrir 
janelas imaginarias, para um contato com o mundo. Sua função formal é de levar, ou receber 
informações, porém, vai além da imposição científica. 
É preciso entender que a função da leitura está no ser humano como o mesmo esta para 
a leitura, ou seja, existe todo um processo de leitura da vida no mundo e do mundo na vida. 
Segundo Foucambert (1994, p. 30), 
 
Ser leitor é querer saber o que se passa na cabeça de outro, para compreender melhor 
o que se passa na nossa. Essa atitude, no entanto, implica a possibilidade de 
distanciar-se do fato, para ter dele uma visão de cima, evidenciando um aumento do 
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poder sobre o mundo e sobre si por meio desse esforço teórico. Ao mesmo tempo, 
implica o sentimento de pertencer a uma comunidade de preocupações que, mais que 
um destinatário, nos faz textos, seja um manual de instruções, seja um romance, um 
texto teórico ou um poema. 
 
Por se tratar aqui de uma discussão teórica da importância da leitura na Educação 
Infantil, podemo-nos afastar da questão da relação com a formalidade dos textos literários. Mas, 
precisamente nesse sentido é importante à maneira pela qual todo o ânimo humano recebe o 
impacto de uma determinada relação com a descoberta de novos horizontes para com a própria 
natureza aventureira do Homem. Contudo, necessário de complemento para que a indicação da 
importância da desvinculação da leitura formal para a informalidade está na leitura pelo prazer 
em detrimento da leitura compulsória, ou obrigatória. 
Não restam dúvidas quantos ao caráter e função da leitura formal. A reflexão sobre o 
ensino e estimulo da leitura no ambiente escolar é de extrema importância. O mundo 
contemporâneo com a escrita espalhada em todos os espaços é exemplo da importância do 
conhecimento. Silva (2003) destaca que a leitura faz parte de um processo continuo que muda 
a vida do indivíduo, é um caminho onde o arrastara a libertação e a obter um escudo contra o 
processo de alienação. 
O horizonte e perspectivas existem em conjunto e de certa forma não sofrem segregação. 
O hábito de leitura estimula a capacidade criadora, multiplica o vocabulário, simplifica a 
compreensão do que se lê, facilita a escrita, melhora a comunicação, amplia o conhecimento, 
acrescenta o senso crítico e ajuda na vida profissional. O contato com a leitura deve começar 
desde a tenra idade quando as crianças estão mais flexíveis com a curiosidade aguçada. Assim 
como diz Mello (2010) a criança desde o berçário pode ter uma relação com o objeto chamado 
livro, que são cheios de significado. 
 
4. O PROFESSOR COMO INCENTIVADOR DA LEITURA 
 
O processo de leitura muitas das vezes se inicia em casa com pais leitores que dão 
exemplo aos seus filhos. No entanto, quando essa prática no tem início no seio familiar, é na 
escola que esse contato com os livros acontecerá, para ser mais preciso, ao ingressar na pré-
escola. Magnani (2001) diz que para aprender a ler e a escrever é preciso antes de tudo ser 
alfabetizado, processo este, que cabe diretamente a escola. A escola fica responsabilidade de 
incentivar, motivar ao hábito de leitura mostrar que o ato de ler e algo interessante. Segundo o 
PCN (1997, p.43) “[...] Uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler não é 
uma prática pedagógica eficiente”. 
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A criança começa a ser alfabetizada na escola, por meio das inserções das letras, também 
inicia-se um processo de grande importância e incentivo ao hábito de ler, que a criança carregará 
para toda sua vida. Foucambert (1994, p.17). Afirma que “A escola é um momento da formação 
do leitor”. Pois, antes do ensino formal, a criança pode ter contato com a leitura na forma 
descompromissada, ou seja, manuseando livros e textos, o que pode ser aplicada a criança com 
a inserção de figuras. 
Bamberger (2002, p.24) explica que “[...] Na idade pré-escolar e nos primeiros anos de 
escola, contar e ler história em voz alta e falar sobre livros de gravuras é importantíssimo para 
o desenvolvimento do vocabulário, e mais importante ainda para a motivação da leitura”. O 
processo do ensino da leitura, por meio da formalidade escolar contribui com o conhecer, ajuda 
a formar indivíduos aptos a enfrentar a vida social. 
No ambiente escolar que o educando vai se apropriando do habito de ler, através da 
contação de histórias, e importante que nesses primeiros anos o professor seja o mediador para 
que esse processo seja realizado. Ferreira (2001, p. 57) destaca que “Neste espaço que instaura 
a ação pedagógica do professor como alguém que promove situações capazes de revitalizar o 
desejo de ler”. 
O propósito do ensino formal é compreendido como necessidade de organização das 
ideias e interpretação da escrita de forma ampla e aberta ao mundo. Paulo Freire (1982) explica 
que “[...] A leiturado mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não 
possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem 
dinamicamente”. Neste propósito que percebemos a importância da leitura na percepção de 
vida, na continuidade e extensão de mundo, além dos limites territoriais da comunidade em que 
vivemos. 
A imaginação compreende boa parte da leitura, não só do conhecer das letras e a junção 
das mesmas que emerge e flui. Possível discursar que o homem, em nome de uma razão lê em 
busca de informações que, muitas vezes, nem o próprio indivíduo têm consciência do que 
procura. Como pensador livre, a fonte em que se revigora sem cessar o conhecimento humano 
de mundo. O que não se pode permitir é a propagação da ideia de que somente a leitura vai 
fazer com que o aluno passe a ter prazer ao ler. É preciso despertar este sentimento no aluno, 
inicialmente na criança, utilizando assim estratégias que despertem o gosto pela leitura neste 
público que consequentemente se tornaram leitores conscientes da importância deste ato para 
sua vida acadêmica e enquanto cidadão, que exercerá suas funções em uma sociedade critica e 
em constantes mudanças. 
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Algumas considerações são necessárias quanto à questão da leitura. No contexto, 
ponderamos à relevância da leitura na vida, numa perspectiva de futuro. Explícito a importância 
de ler e saber interpretar e, para tanto, destacamos Solé (1998, p. 91), o qual diz que, 
 
A situação de leitura mais motivadora também são as mais reais: isto é, aquelas em 
que a criança lê para se libertar, para sentir o prazer de ler quando se aproxima do 
cantinho de biblioteca ou recorre a ela. Ou aquelas em que, com um objeto claro – 
resolve uma dúvida, um problema ou adquirir a informação necessária para 
determinado projeto – aborda um texto e pode manejá-lo à vontade, sem a pressão de 
uma audiência. 
 
Dentro da ética e integridade moral do professor, tem a responsabilidade social e o 
mesmo entra como motivador na busca incessante de promover condições do aluno aprender a 
conhecer a si e ao seu próximo, o seu meio e outros inseridos no mesmo mundo que o seu. Ao 
professor é atribuído, além da responsabilidade do ensino, o de conduzir o aluno a vontade de 
ler, ao hábito da leitura, ou seja, de ler por prazer. Ainda, o professor tem a necessidade de 
desenvolver mecanismos para que seus alunos consigam não só decodificar os escritos dos 
textos, mas principalmente que haja a compreensão da ideia transmitida pelo mesmo. 
 
4.1 A LEITURA NA EDUCAÇÃO INTANTIL 
 
Dizer que na Educação Infantil quem decodifica a mensagem da escrita é aquele que já 
sabe ler, já conhece as letras, tanto quanto, juntá-las para dar significado, parece ser 
desnecessário. No entanto, é necessário frisar que a leitura pode ser realizada em conjunto, onde 
a criança acompanha o leitor na leitura. Seja por meio do tato, com livros emborrachados, com 
relevos, com ilustrações atrativas, ou simplesmente pelo ouvir da história. 
No entanto, é importante utilizar as informações corretas e acompanhar as crianças no 
contato com os livros. Kato (1999, p. 14) destaca que “[...] os primeiros contatos da criança 
com textos ilustrados, a criança ainda não diferencia da função do texto a da figura, achando 
que esta última também é lida”. 
Muitos são os estudos relativos à importância da leitura no desenvolvimento humano. 
Nos Estados Unidos da América (EUA), por exemplo, 
 
A Academia Americana de Pediatria recomenda aos médicos que orientem os pais a 
lerem para os seus filhos. Desde o nascimento, a superestimulação tem se tornado 
uma constante em casa e invadido o espaço escolar. Livros no banho e e-books são 
elementos cuja proposta é desencadear o gosto pela leitura logo cedo. O equilíbrio 
entre inseri-los na cultura letrada e "forçar" funções para as quais ainda não estão 
preparados, defendem os especialistas, depende de bom senso. (RUBIM; JORDÃO, 
2015, p. 01). 
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O estímulo é de suma importância desde a mais tenra idade, não podendo confundir com 
mecanização da leitura. A aprendizagem, como destaca Lerner (2002) começa a partir do 
momento em que o indivíduo passa a ter contato com o objeto, em questão. A 
instrumentalização das atividades de ensino, quanto à leitura é o livro. O importante mesmo é 
que a criança esteja em contato com todo tipo de obra da literatura e façam, quando passarem a 
tomar ciência do conteúdo, as suas próprias opções de gênero literário. 
Lajolo (2004) faz uma abordagem da leitura de uma forma em que se compreende que 
“[...] lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em nossa cultura, quanto mais abrangente 
a concepção de mundo e de vida, mais intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que 
pode e deve começar na escola, mas, não pode (nem costuma) encerrar-se nela”. A autora 
apresenta uma ideia descomplicada do complexo mundo da decodificação da escrita e das 
imagens. 
Para aprender a ler, enfim, é preciso estar envolvido pelos escritos os mais variados, 
encontrá-los, ser testemunha de e associar-se à utilização que os outros fazem deles 
— quer se trate dos textos da escola, do ambiente, da imprensa, dos documentários, 
das obras de ficção. Ou seja, é impossível tornar-se leitor sem essa contínua 
inteiração com um lugar onde as razões para ler são intensamente vividas — mas é 
possível ser alfabetizado sem isso... (FOUCAMBERT, 1994, p. 31). 
 
Todo o trabalho com leitura necessita de conhecimento e habilidades do professor. 
Alguns conhecimentos, também, são necessários. Os principais mecanismos engajados no 
processamento de um texto, competem ao conhecimento psicológico quanto a intervenção 
física. Segundo Kleiman (2004, p. 32), a forma que se dá o processo de leitura segue uma 
estrutura, em que vai desde o material escrito ao olhar como mostra a figura. 
 
 
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Figura 1: Estrutura do processo de leitura 
Fonte: Kleiman (2004, p. 32) 
 
 
Neste contexto, Silva (2003, p.74), “Colocando-se a serviço de professores ou de 
bibliotecários, aqui tomados agentes de mediação das práticas educativas, os conhecimentos 
pedagógicos podem orientar mais objetiva e racionalmente as ações voltadas á educação dos 
leitores”. Com isso, percebe-se o professor como agente ativo de estimulo em relação ao aluno 
no papel de despertar o interesse e o gosto pela leitura. De acordo Silva (2003, p.109), 
 
Mais especificamente, para que ocorra um bom ensino da leitura é necessário que o 
professor seja ele mesmo, um bom leitor. No âmbito das escolas, de nada vale o velho 
ditado “faça como eu digo (ou ordeno!), não faça como eu faço (porque eu mesmo 
não sei fazer)” isto porque os nossos alunos necessitam do testemunho vivo dos 
professores no que tange á valorização e encaminhamento de suas praticas de leitura. 
(SILVA, 2003, p. 109). 
 
O docente é o principal responsável pelo trabalho com a leitura em suas atividades 
diárias com a sala de aula e na busca da influência dos alunos com o mundo da leitura. Para que 
desde cedo à criança possa levar hábitos de leitura para toda a sua vida, deve ser iniciado na sua 
infância, mais precisamente na pré-escola. 
Silva (2014, p. 83). Diz que “Quando entra na escola, o educando aprende a ler e ao 
professor fica a incumbência de apresentá-lo à leitura e ao gosto de ler”. Por isso o exemplo do 
professor é importante na educação infantil como estimulo ao ato ler, para que a criança leve o 
hábito de leitura até sua fase adulta. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O incentivo à leitura, a construção do objeto conceitual ler se faz ao longo dos anos 
escolares e fora dela também, principalmente com a participaçãoda família da criança. É 
notório que o incentivo deve ser compartilhado pela escola e pela família, pois ambos são 
cenários importantes neste contexto. O conhecimento de mundo, também auxilia na leitura, 
bem como na escolha do estilo literário. 
O conhecimento das habilidades referentes ao eixo da leitura é de suma importância 
para a aprendizagem. Assim, é na Educação Infantil, que a criança passa a conhecer a leitura 
de maneira formal. Se o mesmo traz de casa o hábito de leitura se torna mais fácil, caso contrário 
é necessário todo um processo de conquista e de sedução em prol de uma leitura prazerosa, e 
que tenha sentido para a criança. 
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Esta fase do ensino exige muita ludicidade, pois a crianças em seu processo de 
desenvolvimento se dispersa muito rápido. Para tanto, deve-se fazer uso das estratégias corretas, 
e planejamentos adequados, para que o aprendizado torne-se uma tarefa cheia de brilho e de 
prazer para o aluno. Os autores abordados neste estudo mostram o quanto à leitura é importante 
para o dia a dia do ser humano, com as questões referentes à vida doméstica, tanto quanto, as 
questões intelectuais e profissionais. 
 
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1994 (Coleção questões da nossa época; v 28). 
 
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Ática, 2002. 
 
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CHARTIER, Roger. A aventura do livro. Do leitor ao navegador. São Paulo: Editora Unesp, 
1999. 
 
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FONSECA, André Dioney. A instigante e complexa história da leitura: apontamentos teóricos 
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FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Porto Alegre: Artmed, 1994. 
 
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 47. ed. São 
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KLEIMAN, Angela. Oficina de leitura: teoria & prática. 10. ed. Campinas: 2004. 
 
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SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

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