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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS UNIDADE ACADÊMICA DE DIREITO E SERVIÇO SOCIAL BRUNA CAROLLINI MEDEIROS SOUZA DE MOURA EMILIANNY FERREIRA ALVES DA SILVA PSICOPATIA: AS CONSEQUÊNCIAS APLICADAS PELA JUSTIÇA SÃO EFICAZES? SOUSA 2014 BRUNA CAROLLINI MEDEIROS SOUZA DE MOURA EMILIANNY FERREIRA ALVES DA SILVA PSICOPATIA: AS CONSEQUÊNCIAS APLICADAS PELA JUSTIÇA SÃO EFICAZES? Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina Metodologia da Pesquisa, do curso de Direito, como requisito parcial de avaliação. Orientadora: Larissa Duarte SOUSA 2014 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 4 2 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................... 4 3 JUSTIFICATIVA .................................................................................. 5 4 OBJETIVOS ........................................................................................ 5 4.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................... 5 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................ 5 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................... 6 5.1 PSICOPATIA ................................................................................... 6 5.2. PSICOPATIA E O DIREITO ............................................................ 7 6 PERCURSO METODOLÓGICO ......................................................... 9 7 CRONOGRAMA ............................................................................... 10 REFERÊNCIAS ................................................................................... 11 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho irá tratar das consequências aplicadas sobre os casos de homicídio causados por psicopatas e se os mesmos são eficazes no controle ou prevenção desse problema. Irá mostrar as principais características para reconhecer um indivíduo psicopata e qual o teste utilizado para tal. Além disso, irá mostrar onde se enquadra os homicídios causados por estes e mostrará a existência de divergências sobre esse enquadramento. Também mostrará se o transtorno há cura. O tema deste projeto está relacionado com o mundo psicótico e o Direito, explanando as consequências penais aos tipos de homicídio já citados e descrevendo sua eficiência. Foram utilizados vários autores e monografias escritas por concluintes para embasar a escrita desse projeto, como Roberto Paes Henrique e Caroline Emílio. Este trabalho se baseia na questão: as consequências aplicadas pela Justiça são eficazes? Foi utilizado o método exploratório, buscando informações em livros, internet, artigos científicos; assim como também na legislação vigente no país. Além desse, utilizou-se o método descritivo, pois tem como intenção informar o leitor para que o mesmo possa adquirir conhecimento sobre a área trabalhada e também esclarecê-la. 2 PROBLEMA DE PESQUISA O presente trabalho abordará, principalmente, se as consequências aplicadas pela Justiça nos casos de psicopatia homicida são eficazes e se permitem a prevenção destes específicos casos de homicídio; não sendo, qual a melhor medida a se tomar. É um problema passível de resolução, pois existem medidas mais eficientes a serem tomadas e é relevante, já que sua resolução implica na proteção da integridade física do indivíduo. 3 JUSTIFICATIVA É de suma importância a realização de pesquisas sobre o tema deste projeto, pois a psicopatia está ligada diretamente ao direito, principalmente ao Direito Penal, e há poucos recursos ou incentivos para execução desse estudo, e é sabido que conhecimento é vida e é de suma importância esclarecer dúvidas e pontos de vista sobre a psicopatia e as medidas da Justiça. Um fator que levou a ser esse o tema da pesquisa foi a curiosidade em discutir e aprender mais sobre o que a Justiça (lei) determina que ocorra com pessoas que apresentam esse comportamento. No campo acadêmico é necessário explanação e comprovação dos dados para que mais pessoas tenham acesso às informações e entendam como essa doença afeta a vida dos indivíduos e o que podem fazer ou esperar que seja feito pela Justiça para garantir a segurança de todos. 4 OBJETIVOS 4.1 OBJETIVO GERAL Obter conhecimentos sobre a relação de psicopatia e o direito – justo (Justiça/Lei) -, pesquisando quais as medidas tomadas em casos cujo é comprovada a existência desse indivíduo portador dessa desordem de personalidade e se é eficaz e hábil o procedimento realizado pela justiça. 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Conhecer mais a respeito do distúrbio mental, psicopatia, e como se apresenta na sociedade. Encontrar uma medida preventiva mais eficaz para controlar os psicopatas em potencial. Examinar se há um meio de amenizar ou extinguir esse distúrbio em casos concretos. Sondar os meios que o direito (Justiça) utiliza para repreender os delitos, ações criminosas ou qualquer comportamento que acarrete danos para a sociedade, sejam físicos ou morais. 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5.1 PSICOPATIA O termo “psicopático” foi utilizado pela primeira vez em sua acepção moderna por Koch, um escritor alemão da área psiquiátrica, em 1891 no livro As inferioridades psicopáticas. Antes, era utilizado para designar qualquer doença mental e com ele, o termo foi começando a ser ligado a personalidade antissocial (PAES HENRIQUES, 2009). De acordo com o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), psicopatia e personalidade antissocial possuem mesmo significado (CASTRO, 2012), porém, segundo Hare, nem todos os pacientes diagnosticados com TPAS é um psicopata (MARTINS DE BARROS, 2011). Tal distúrbio possui características únicas. Segundo Cleckley (1988) em sua obra The mask of sanity, ele lista como as principais: charme superficial, são muito inteligentes, não possuem delírios ou alucinações (são racionais), são desprovidos de remorso ou pudor além de não possuírem nervosismo na hora de cometer o crime, possuem um egocentrismo patológico, entre outras (GOMES, MARTINS DE ALMEIDA, 2010). Devido a essas características, o psicopata é capaz de cometer crimes devastadores sem ao menos sentir culpa (EMÍLIO, 2013). Mas, vale salientar que existem diferenças entre o que leva um psicopata e um criminoso comum a cometerem os delitos. Segundo Caroline Emílio: Cumpre frisar que há uma sutil diferença entre os motivos capazes de levar um psicopata a cometer um homicídio daqueles que impulsionam um indivíduo não psicopata a tirar a vida de uma pessoa. Um criminoso comum possui, em geral, seu código moral interno com regras e interdições próprias, ainda que destoantes com os valores da sociedade como um todo, e age motivado por fatores sociais negativos como pobreza, violência familiar, abuso infantil, má criação, estresse econômico, abuso de álcool e drogas, ou por pressão das regras existentes no grupo a que pertence. Ao contrário disso, o psicopata homicida age em decorrência de uma estrutura de caráter que funciona sem referências às regras ou aos regulamentos da sociedade, não demonstrando lealdade a nenhumgrupo, código ou princípio. Diante de tal diferença, existe um teste padrão feito para avaliar e diagnosticar um psicopata, que é a escala PCL-R (lista de verificação de psicopatia – Psychopathy Checklist Revised), criada pelo dr. Robert Hare em 1991. É um instrumento utilizado para avaliar se o paciente possui as 20 características de um psicopata. Fazer a avaliação por meio dessa escala é altamente complexo, portanto exige-se que seja feito por um psicólogo extremamente qualificado e treinado para isso. Possuir 30 pontos ou mais nessa escala qualifica o entrevistado como um psicopata (entre 19 e 22 encontram-se os criminosos comuns) (DAYNES, FELLOWES, 2012). 5.2. PSICOPATIA E O DIREITO Segundo o código penal, artigo 149, “quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará por meio de ofício ou a requerimento do Ministério Público, [...] que seja este submetido a exame médico – legal”. Para aplicação de lei penal em caso concreto de um indivíduo diagnosticado com psicopatia é necessário analisar as razões morais que levou o indivíduo a realizar tal ação (OLIVEIRA e STRUCHINER, 2010). Quando um indivíduo for diagnosticado com psicopatia deve-se aplicar a medida de segurança, de acordo com o artigo 26 do Código Penal em seu parágrafo único, que afirma que os indivíduos fronteiriços ou borderline entre a normalidade e a doença mental plena devem ter sua pena reduzida ou excluída (CASTRO, 2012); assim sendo, deveria haver a internação, que se trata da “absolvição imprópria”, mas ainda sendo considerada como inimputabilidade, sendo observada na prática: Há uma anormalidade no indivíduo que é considerado inimputável. Ele não pode receber pena, e deve ficar em um local distinto das penitenciárias comuns, recebendo tratamento adequado, como medida de segurança, para que depois possa voltar à sociedade sem o transtorno. O crime não é excluído, o que ocorre é somente a não aplicação da pena. [...] (ROBERTO, 2012). Quando há um caso concreto de psicopata que comete um crime há quem defenda que este deve ser internado em clínica de reabilitação, se enquadrando no art. 26 do Código Penal em seu parágrafo único e que faça acompanhamento com psiquiatras e psicólogos especialistas na área. Porém também existem aqueles que acham que esse indivíduo deveria ser mantido em cárcere, pois, apresenta um alto risco para a sociedade (MARTA e MAZZONI, 2009). Mas se fosse aplicado esse tipo de pena privando o indivíduo da liberdade estaria não só restringindo o direito do mesmo como não estaria contribuindo em nada para sua “recuperação” social (FREIRE, 2012). Apesar de haver um possível controle em casos de psicopatas, essa doença não tem cura como é afirmada no livro “Como identificar um psicopata” de Kerry Daynes e Jessica Fellowes: Definitivamente, não, psicopatia não tem “cura”, e os programas genéricos para tratamento de criminosos não surtem efeito nos psicopatas. Na verdade, os psicólogos aprenderam que as terapias tradicionais podem ter o efeito indesejado de ensinar os psicopatas a manipular as outras pessoas [...]. Foram publicadas diretrizes específicas para o tratamento desse grupo que visam persuadir os psicopatas das vantagens que eles obterão se mudarem seu comportamento e desenvolverem habilidades para serem mais aceitos socialmente, em vez de tentar mudar a estrutura subjacente da sua personalidade. Demorará alguns anos para que os pesquisadores descubram se essa estratégia é realmente eficaz. Portanto, a melhor solução para esse problema seria a internação e acompanhamento médico para os casos concretos de psicopatas que cometeram atos ilícitos, pois ajudaria a controlar esse problema e poderia haver a inserção dele novamente na sociedade. Todavia, aqui no Brasil não é possível ser realizado tal procedimento, pois não há um sistema efetivo para tratar desse tipo de criminoso. Isso resulta na seguinte situação: criminoso fica em um ambiente esperando o tratamento que lhe deveria ser dado, mas como este não ocorre, ele permanece, então, na espera (ROBERTO, 2012). 6 PERCURSO METODOLÓGICO Para a realização do presente trabalho, foram utilizados os métodos de exploração do conteúdo, buscando informações em livros ou artigos científicos na intenção de esclarecer melhor o assunto para quem lê-lo. Como há uma busca para mostrar as medidas utilizadas pela Justiça nos ditos casos e qual seria a mais eficaz, o mais interessante foi utilizar-se da pesquisa em fontes primárias (como a legislação que vigora no país) e em fontes secundárias (livros, internet, artigos científicos). 7 CRONOGRAMA ETAPAS FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO Delimitação do tema e Problema de Pesquisa x Levantamento de literatura x x Leitura e fichamentos x x Redação inicial x Elaboração de instrumentos de coletas de dados x Coleta de dados x Tratamento dos dados x Análise parcial dos dados x Redação final x Entrega e apresentação x REFERÊNCIAS BARROS, Daniel Martins de. Correlação entre grau de psicopatia, nível de julgamento moral e resposta psicofisiológica em jovens infratores. 159 f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-26052011-144316/pt- br.php>. Acesso em: 14 de agosto de 2014. CASTRO, Isabel Medeiros de. Psicopatia e suas consequências jurídico-penais. 23 f. Tcc (Graduação) – Curso de Direito, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2012. Disponível em: <http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/trabalhos20 12_1/isabel_castro.pdf>. Acesso em: 15 de agosto de 2014. DAYNES, Kerry; FELLOWES, Jessica. Como identificar um psicopata. Cultrix, 2012. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=KCuIeqdwtEIC&pg=PT17&dq=psicopatia +e+as+medidas+da+justi%C3%A7a+em+casos&hl=pt- BR&sa=X&ei=CqnyU_ugEMm6oQT2hIKoBg&ved=0CCYQ6AEwAg#v=onepag e&q=psicopatia%20e%20as%20medidas%20da%20justi%C3%A7a%20em%20 casos&f=false>. Acesso em: 19 de agosto de 2014. EMILIO, Caroline Souza. Psicopatas homicidas e as sanções penais a eles aplicadas na atual justiça brasileira. 35 f. Tcc (Graduação) – Curso de Direito, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2013. Disponível em: <http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/trabalhos20 13_1/caroline_emilio.pdf>. Acesso em: 18 de agosto de 2014. FREIRE, Renan Arnaldo. PLS nº 140/2010: o tratamento penal ao serial killer. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/22638/pls-n-140-2010-o- tratamento-penal-ao-serial-killer/2>. Acesso em: 17 de agosto de 2014. GOMES, Cema Cardona; ALMEIDA, Rosa Maria Martins de. Psicopatia em homens e mulheres. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1809- 52672010000100003&script=sci_arttext>. Acesso em: 18 de agosto de 2014. HENRIQUES, Rogério Paes. De H. Cleckley ao DSM-IV-TR: a evolução do conceito de psicopatia rumo à medicalização da delinquência. Latinoam. Psicopat. Fund., São Paulo, v. 12, n. 2, p. 285-302, junho 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlpf/v12n2/v12n2a04>. Acesso em: 15 de agosto de 2014. MARTA, Taís Nader; MAZZONI, Henata Mariana de O. Assassinos em série: uma análise legal epsicológica. USCS – Direito – ano X - n. 17 – jul./dez.2009. Disponível em: <www.unifor.br/images/pdfs/Pensar/v15n1_artigo13.pdf>. Acesso em: 14 de agosto de 2014. OLIVEIRA, Alexandre Carvalho Lopes de; STRUCHINER, Noel. Análise da figura do psicopata sob o ponto de vista psicológico- moral e jurídico-penal. Disponível em: <www.puc- rio.br/pibic/relatorio_resumo2011/Relatorios/CSS/DIR/DIR_Alexandra%20Carv alho%20Lopes%20de%20Oliveira.pdf>. Acesso em: 16 de agosto de 2014. PIRES, Kênia; LIMA, Najara Rodrigues. Análises jurídicas e psicanalíticas sobre psicopatia e crime. Disponível em: <http://publicacoes.unifran.br/index.php/revistajuridica/article/viewFile/661/527# page=133>. Acesso em: 15 de agosto de 2014. ROBERTO, Paulo. Serial Killer: Relação com o Direito. Disponível em: <http://artigojus.blogspot.com/2012/01/serial-killer-relacao-com-o-direito.html>. Acesso em: 17 de agosto de 2014.
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