Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE CIEˆNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE MATEMA´TICA EQUAC¸O˜ES DIFERENCIAIS B - 11 de maio de 2015 Prof. Reginaldo J. Santos Exerc´ıcios Complementares sobre Equac¸a˜o de Laplace 1. Resolva o seguinte problema ∂2u ∂x2 + ∂2u ∂y2 = 0, 0 < x < 3, 0 < y < 2, u(x, 0) = senh 2pi sen pix, u(x, 2) = senh 2pi sen pix, 0 < x < 3 u(0, y) = senh 3pi sen piy, u(3, y) = senh 3pi senpiy, 0 < y < 2. 2. Encontre a temperatura estaciona´ria em cada ponto de uma faixa semi-infinita de lar- gura 2 cm, cujas laterais sa˜o mantidas isoladas, sabendo-se que a temperatura em uma extremidade da faixa e´ dada por u(x, 0) = f(x) = { x, se 0 ≤ x ≤ 1, 2− x, se 1 ≤ x ≤ 2. 3. Resolva o problema de encontrar a temperatura estaciona´ria em cada ponto de uma faixa semi-infinita, cuja lateral esquerda e´ mantida a temperatura zero e lateral direita e´ isolada, sendo conhecida a temperatura em uma extremidade da faixa. Ou seja, resolva o problema de valores de fronteira ∂2u ∂x2 + ∂2u ∂y2 = 0, y > 0, 0 < x < a, u(0, y) = 0, ∂u ∂x (a, y) = 0, y > 0, u(x, 0) = f(x), 0 < x < a, |u(x, y)| ≤M, para y > 0, 0 < x < a. 4. Determine a temperatura estaciona´ria, u(x, y), em cada ponto de uma faixa semi-infinita de largura a, ou seja, para 0 < x < a e y > 0, cuja lateral esquerda e´ mantida a temperatura zero e lateral direita e´ isolada, sendo conhecida a temperatura em uma extremidade da faixa u(x, 0) = { 0, se 0 ≤ x < a/2, x− a/2, se a/2 ≤ x < a. 1 5. Encontre a temperatura estaciona´ria em cada ponto de um disco de raio a, se a tem- peratura na borda da placa e´ dada por f(θ) = −2pi + 4|θ − pi 2 |, para 0 ≤ θ ≤ pi e f(θ) = 2pi − 4|θ − 3pi 2 |, para pi ≤ θ ≤ 2pi. x y z 6. Encontre a temperatura estaciona´ria em cada ponto de um disco de raio a, se a tem- peratura na borda da placa e´ dada por f(θ) = pi − 4|θ − pi 4 |, para 0 ≤ θ ≤ pi/2 e f(θ − pi/2) = f(θ), para pi/2 ≤ θ ≤ 2pi. x y z 2 Soluc¸a˜o 1. u(x, y) = (senh piy + senh pi(2− y)) senpix+ (senh pix+ senh pi(3− x)) senpiy. 2. Vamos resolver o problema de Dirichlet na faixa semi-infinita ∂2u ∂x2 + ∂2u ∂y2 = 0, 0 < x < 2, y > 0, ∂u ∂x (0, y) = 0, ∂u ∂x (2, y) = 0, y > 0, u(x, 0) = f(x), 0 < x < 2, A soluc¸a˜o e´ enta˜o u(x, y) = ∞∑ n=0 cn cos npix 2 e− npiy 2 . em que cn sa˜o os coeficientes da se´rie de cossenos de f(x), ou seja, c0 = 1 2 ∫ 2 0 f(x)dx = a0(f (1) 0,1/2, 2) + 2a0(f (0) 1/2,1, 2)− a0(f (1)1/2,1, 2) = 1 4 cn = ∫ 2 0 f(x) cos npix 2 dx = 2 ( an(f (1) 0,1/2, 2) + 2an(f (0) 1/2,1, 2)− an(f (1)1/2,1, 2) ) = 4 n2pi2 (s sen s+ cos s) ∣∣∣npi/2 0 + 4 npi sen s ∣∣∣npi npi/2 − 4 n2pi2 (s sen s+ cos s) ∣∣∣npi npi/2 = 8 n2pi2 cos npi 2 − 4 n2pi2 − 4 n2pi2 cosnpi = 4 2 cos npi 2 − 1− (−1)n n2pi2 , n = 1, 2, 3 . . . Entretanto alguns termos sa˜o nulos. Podemos separar os termos em de ı´ndice par e de ı´ndice ı´mpar c2k+1 = 0 c2k = 4 2 cos kpi − 2 (2k)2pi2 = 2 (−1)k − 1 k2pi2 . os termos de ı´ndice par podem ainda ser separados: c2·2l = 0 3 c2(2l+1) = 2 −2 (2l + 1)2pi2 = − 4 (2l + 1)2pi2 . Portanto, a soluc¸a˜o e´ dada por u(x, y) = 1 4 + 4 pi2 ∞∑ n=1 2 cos npi 2 − 1− (−1)n n2 e− npiy 2 cos npix 2 = 1 4 + 2 pi2 ∞∑ n=1 (−1)n − 1 n2 e−npiy cosnpix = 1 4 − 4 pi2 ∞∑ n=0 1 (2n+ 1)2 e−(2n+1)piy cos (2n+ 1)pix. 3. Vamos procurar uma soluc¸a˜o na forma de um produto de uma func¸a˜o de x por uma func¸a˜o de y, ou seja, u(x, y) = X(x)Y (y) Derivando e substituindo-se na equac¸a˜o obtemos X ′′(x)Y (y) +X(x)Y ′′(y) = 0. Dividindo-se por X(x)Y (y) obtemos X ′′(x) X(x) = −Y ′′(y) Y (y) . O primeiro membro depende apenas de x, enquanto o segundo depende apenas de y. Isto so´ e´ poss´ıvel se eles forem iguais a uma constante X ′′(x) X(x) = −Y ′′(y) Y (y) = λ. Obtemos enta˜o duas equac¸o˜es diferenciais ordina´rias com condic¸o˜es de fronteira{ X ′′(x)− λX(x) = 0, X(0) = 0;X ′(a) = 0 Y ′′(y) + λY (y) = 0, Y (y) e´ limitada para y > 0. A primeira equac¸a˜o com as condic¸o˜es de fronteira tem soluc¸a˜o na˜o nula somente se λ = − (2n+1)2pi2 4a2 , para n = 0, 1, 2, 3, . . . e neste caso as soluc¸o˜es fundamentais sa˜o X2n+1(x) = sen (2n+ 1)pix 2a , n = 0, 1, 2, 3, . . . 4 Assim, a segunda equac¸a˜o diferencial com a condic¸a˜o de Y (y) ser limitada para y > 0, tem soluc¸o˜es fundamentais Y2n+1(y) = e − (2n+1)piy 2a , n = 0, 1, 2, 3, . . . aogo, o problema formado pela equac¸a˜o diferencial parcial e as condic¸o˜es de fronteira u(0, y) = 0, ∂u ∂x (a, y) = 0, com a condic¸a˜o de u(x, y) ser limitada, para y > 0, tem soluc¸o˜es fundamentais u2n+1(x, y) = X2n+1(x)Y2n+1(y) = sen (2n+ 1)pix 2a e− (2n+1)piy 2a , n = 0, 1, 2, 3, . . . Vamos supor que a soluc¸a˜o seja a se´rie u(x, y) = ∞∑ n=0 c2n+1u2n+1(x, y) = ∞∑ n=0 c2n+1 sen (2n+ 1)pix 2a e− (2n+1)piy 2a . Mas para satisfazer a condic¸a˜o inicial u(x, 0) = f(x), temos que ter f(x) = ∞∑ n=0 c2n+1 sen (2n+ 1)pix 2a . Assim, se a func¸a˜o f(x) e´ cont´ınua por partes com sua derivada tambe´m cont´ınua por partes, enta˜o os coeficientes sa˜o dados por c2n+1 = 4 2a ∫ a 0 f(x) sen (2n+ 1)pix 2a dx, n = 0, 1, 2, 3 . . . 4. u(x, y) = ∞∑ n=0 c2n+1 sen (2n+ 1)pix 2a e− (2n+1)piy 2a . aembrando que a integrac¸a˜o deve ser feita no intervalo [0, 2a]: c2n+1 = 4 ( b2n+1(f (1) 1 4 , 1 2 , 2a)− a 2 b2n+1(f (0) 1 4 , 1 2 , 2a) ) = 4 · 2a (2n+ 1)2pi2 (−s cos s+ sen s) ∣∣∣ (2n+1)pi2 (2n+1)pi 4 − a 2 · 4 · −1 (2n+ 1)pi cos s ∣∣∣ (2n+1)pi2 (2n+1)pi 4 = 8a (2n+ 1)2pi2 ( sen (2n+ 1)pi 2 − sen (2n+ 1)pi 4 ) − 2a (2n+ 1)pi cos (2n+ 1)pi 2 = 8a (2n+ 1)2pi2 ( (−1)n − sen (2n+ 1)pi 4 ) 5 u(x, y) = 8a pi2 ∞∑ n=0 (−1)n − sen (2n+1)pi 4 (2n+ 1)2pi sen (2n+ 1)pix 2a e− (2n+1)piy 2a 5. A soluc¸a˜o e´ u(r, θ) = c0 + ∞∑ n=1 rn(cn cosnθ + dn sennθ), para 0 < r ≤ a, 0 ≤ θ ≤ 2pi. em que ancn e a ndn sa˜o os coeficientes da se´rie de Fourier de per´ıodo 2pi de f(θ). Neste exemplo, f(θ) e´ ı´mpar e sime´trica em relac¸a˜o a reta θ = pi/2 (verifique!) e assim a sua se´rie de Fourier tem somente termos de senos de ı´ndice ı´mpar. c0 = 0, ancn = 0, a2n+1d2n+1 = 4 ( −4b2n+1(f (1)0,1/2, pi) ) = − 16 (2n+ 1)2pi (−s cos s+ sen s) ∣∣∣(2n+1)pi/2 0 = − 16 (2n+ 1)2pi ( −(2n+ 1)pi 2 cos (2n+ 1)pi 2 + sen (2n+ 1)pi 2 ) = −16 sen (2n+1)pi 2 (2n+ 1)2pi = − 16(−1) n (2n+ 1)2pi , n = 0, 1, 2, 3 . . . Portanto, a soluc¸a˜o e´ dada por u(r, θ) = −16 pi ∞∑ n=0 (−1)n (2n+ 1)2 (r a )2n+1 sen(2n+ 1)θ. 6. A soluc¸a˜o e´ u(r, θ) = c0 + ∞∑ n=1 rn(cn cosnθ + dn sennθ), para 0 < r ≤ a, 0 ≤ θ ≤ 2pi. em que ancn e a ndn sa˜o os coeficientes da se´rie de Fourier de per´ıodo 2pi de f(θ). Neste exemplo, f(θ) e´ par (verifique!) e de per´ıodo pi/2 assim f(θ) = ∞∑ n=0 an cos 4nθ, 6 a0 = 4a0(f (1) 0,1 , pi/4) = pi/2, an = 2 · 4an(f (1)0,1 , pi/4) = 2 n2pi ((−1)n − 1) f(θ) = pi 2 + 2 pi ∞∑ n=1 (−1)n − 1 n2 cos 4nθ = pi 2 − 4 pi ∞∑ n=0 1 (2n+ 1)2 cos 4(2n+ 1)θ, Portanto, a soluc¸a˜o e´ dada por u(r, θ) = pi 2 + 2 pi ∞∑ n=1 (−1)n − 1 n2 (r a )4n cos 4nθ = pi 2 − 4 pi ∞∑ n=0 1 (2n+ 1)2 (r a )8n+4 cos(8n+ 4)θ. 7
Compartilhar